terça-feira, 4 de abril de 2017

Vazia...

Houve uma época na qual eu me sentia mais preenchida, então era mais fácil escrever. Agora me sinto meio vazia então é mais difícil simplesmente chegar e transformar ideias em palavras, frases, parágrafos inteiros.

As vezes também me ocorre de pensar sobre a correção das palavras, dos sinas, da pontuação, da concordância, coesão, coerência etc e isso me afasta mais ainda dos exercícios de escrita.

Sempre me embananei com pontuação, erres, esses, cedilhas e o escambau. Sempre fui de cometer erros de fazer rir e chorar, porém nunca antes minhas deficiência de escrita pesaram tanto. Nem mesmo quando eu escrevia páginas e páginas a mão nas provas imensas do curso de história.

Nessas provas era convidada a dissertar sobre isso e aquilo a luz desse e daquele autor e minha compactor 07 deslizava sobre o papel pautado com uma fúria deliciosa. Eu tinha confiança, amava aquelas provas imensas que demoravam quatro horas de relógio para serem construídas... Hoje me pergunto se seria capaz de fazer esse tipo de coisa e duvido seriosamente.

Eu também já fui amiga das cartas longas... muito longas... páginas e páginas... Nunca fui econômica com nada na vida então não via motivos para economizar palavras e escrevia e escrevia... Faz tanto tempo que não escrevo uma carta que já me causa vergonha. Faz nove meses que tento escrever uma carta para uma amiga e não consigo... escrevo uma página e jogo fora então recomeço... e recomeço... parece mentira, mas é verdade... já tive que comprar um caderno novo porque o esforço dessas reescritas levou um embora.

As vezes acho que perdi a segurança e a substancia... Ainda escrevo resenhas, mas só Deus sabe quanto trabalho cada paragrafo demanda... E o quanto olho as resenhas publicada sentindo que faltou algo e me perguntando o quanto o editor precisou intervir para o texto não ficar de dar vergonha alheia ou vergonha minha.

Eu tento me preencher das coisas aqui e ali, não perco chances de viver uma experiencia nova e quando ela surge vou lá viver... ver... andar... ler... provar... mas as vezes pareço um poço sem fundo. Nada me preenche completamente e o fluxo das palavras no papel, no blog, nos cadernos, nas cartas não anda e me sinto em divida e vazia...

Se isso for um tipo de fase, que fase difícil que é!

Digo a mim mesma "isso também passa", mas tenho dificuldades de me ouvir. Me pego, aliás, descobrindo fascinada o encanto de não ouvir minha própria voz... Uma sensação estranha para quem fala sozinha.

E sim, esse é um daqueles textos confusos que uma pessoa em sã consciência não publicaria, mas eu não mantenho um blog há tanto tempo para posar de pessoa com sã consciência.

Preciso desabafar! Estou desabafando, afinal o silêncio nunca me ajudou a tomar decisões e quebrar a banca. Sou do tipo que precisa gritar, nunca se sabe se alguém está passando pela beira do poço e de repente... sei lá o que pode ocorrer de repente... 

11 comentários:

  1. Tantas vezes o silêncio pode nos sufocar e temos que gritar e tens todo direito de fazê-lo. Não pode caçar ,nem deixar de escrever! Dica bem,beijos, chica

    ResponderExcluir
  2. Oi Pandora!

    Dia desses eu fiquei pensando no tempo em que muitas pessoas escreviam nos blogs e ninguém se importava com erros ou concordância.

    Depois começou uma espécie de policiamento e algumas pessoas foram deixando de escrever com a alma e adotando uma escrita mais técnica.

    Sabe, eu sempre me identifico com suas postagens no estilo desabafo, com esse seu escrever com a alma...

    De certa forma, absorvo tudo o que você diz e fico refletindo com você. Eu também tenho isso de querer que as pessoas saibam, de gritar aos quatro ventos o que sinto e penso. Nas redes sociais tem coisas que são impossíveis de serem faladas. Melhor é no blog. Blog é o melhor lugar, no mundo virtual para se escrever com a alma.

    Beijos!
    Fica bem!

    ResponderExcluir
  3. Escrever é muito bom e o mais importante é eccrever com a alma. Escreva sempre, coloque na postagem o que vier ao seu coração...deixa ele falar...Um grande abraço.
    Élys.

    ResponderExcluir
  4. Boa noite, querida Pandora!
    Escrever é para desafogar o coração...
    Se for maçante fica chato!
    Desabafamos corpo e alma em forma de palavras...
    Bjm muito fraterno

    ResponderExcluir
  5. Às vezes quando se joga o lixo fora dá essa sensação. A única coisa que vai te preencher mesmo, são as verdades que tem que aprender de si mesma. Beijos dessa sagitariana doida que parece o coelho branco mandando Alice mergulhar no poço.

    ResponderExcluir
  6. Acho que escrever está intrínseco em sua alma tanto quanto ler. Não se preocupe se a inspiração demora mais do que de costume, o que importa é não desistir nunca. bjs!!

    ResponderExcluir
  7. Sabe uma coisa que eu meio que aprendi nesse tempo que abandonei meu blog? Escrever só por escrever não serve de nada, escrever porque você tem que escrever é horrível. Então, se eu leio algo, ou vejo algo e a vontade vem, eu simplesmente deixo meus dedos voarem na tela do meu smartfone (porque acaba sendo mais rápido do que escrever a mão, e o bloco de notas que eu uso dá para carregá-lo no pc depois).
    Vai com calma. Bloqueio todo mundo tem. Escreva o que você quer escrever sem pressão, só pelo simples prazer de escrever.
    Até

    ResponderExcluir
  8. Oi, Jaci!
    Que triste esse seu texto...
    Menina, olha... eu escrevo do jeito que gosto e to nem aí quem não gosta.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe do #Sorteio1KSeguidores

    ResponderExcluir
  9. Oi Jaci! Penso que muitos que gostam de escrever tem desses momentos de reflexão, busca de compreensão de nós mesmos. Também me sinto estranha, penso o tempo todo, muito do que observo e escuto me inspira e fico remoendo na mente, mas na hora de escrever não frui, não fica legal, parece que aquilo quer ficar preso só dentro de mim. Não me cobro mais.
    Beijos

    ResponderExcluir
  10. Uau ! Que texto maravilhoso Pandora. Você escreve muito bem nos desabafos viu minha amiga? Veja só quandos comentários já tem aqui. Não li nenhum ainda pra não influenciar o que quero lhe dizer.
    O seu desabafo, certamente, irá ajudar muita gente. Gente que também sente vazio. Todos nós já vivemos fase semelhante. É uma fase sim. Pode ter certeza. Talvez até demore. E que é duro, difícil, não resta dúvida. Mas você tem uma coisa boa com você. Você não se cala, não se recolhe. Você grita. E isso ajuda.
    E pra escrever a carta pra sua amiga, faça isso que você fez aqui. Desabafe! Tenho certeza que ela vai adorar. Nem sempre é preciso a gente escrever algo como idealizamos. Muitas vezes, os melhores textos que produzimos, são os que achamos que "não era bem isso que eu queria".
    Continue desabafando. Um dia seu vazio se preenche.
    Um grande abraço.

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser.
    http://verdadesdeumser.com.br

    ResponderExcluir
  11. Jaci, esses textos que transbordam a alma me tocam de uma forma que nem sei descrever.
    É tão desconfortável esse vazio, mas ao mesmo tempo, só se esvaziando é que é possível o preencher novamente.
    Acho que neste momento sentar-se lá naquele banco depois da aula de natação...
    Beijo

    ResponderExcluir