sábado, 7 de janeiro de 2012

Palavras de Pórtico

 

Seguindo nossa fofa Wikipédia:

"... pórtico é o local coberto à entrada de um edifício, de um templo ou de um palácio" 

Palavras de Pórtico é uma nota solta de Fernando Pessoa, escolhida para iniciar o conjunto de obras dele reunidos por Maria Aliete Galhoz em"O Eu profundo e os outros Eus", que em 1980 já estava em sua 9ª reedição,  e  justamente um dos volumes dessa reedição que está comigo desde 2002.

Vez ou outra eu topo com algum trecho dessa nota de Pessoa aqui e acula e esse encontro sempre me lembra meus dias de adolescente agarrada com esse livro para cima e para baixo, para um lado e para o outro. #BoaLembrança

Já faz uma década desde a minha primeira leitura desse livro e dessas palavras de pórtico... Me pergunto como parece ter passado tanto tempo e tempo nenhum ao mesmo tempo...

As vezes parece que os 25 anos são outra adolescencia, você é novamente velha demais para muitas coisas e jovem demais para tantas outras, está no caminho do meio, nem é a jovem de 20 anos entrando no mundo dos adultos, no início do curso universitário... querendo abraçar a vida com as pernas, trabalha-estuda-trabalha-namora-igreja, nem é a pessoa madura dos 30, que reza a lenda contada por minhas amigas balzaquianas, já sabe o que é e o que não é, o que quer e o que não quer e pode fazer o que quer \o/

A parte isso, em minha nova adolescencia observo as marcas que a velha deixou nesse livro, engraçado como os nossos livros mais antigos e queridos vão juntando dentro de si nossas histórias. Essa edição carrega uma história, não só a dos escritos do Pessoa, mas a minha vida com os escritos do Pessoa, as notas, os rabiscos, alguns marca páginas diferentes, verdadeiros moradores desse livro.

O senhor Koenma de Yu Yu Hakusho, foi feito por um amigo querido, acho que foi da época anterior ao vestibular:


Essa menina fofinha também mora no livro, não lembro dela nem de que anime saiu, mas é fofa néh?!


A flor azul que deve ter saído de alguma decoração da Escola Dominical e marca o Pastor Amoroso e algumas de minhas passagens favoritas:


"O amor é uma companhia"

"Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela
Não sei bem o que penso, mesmo dela, e eu não penso senão nela."

"Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava com sensação nenhuma: acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações,
Não sei o que hei de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer coisa para eu acordar de novo.
"

Tem a marcação de Rafaela, sobre a qual eu nada sei:


E até mesmo a marcação de um amigo querido a quem emprestei o livro:


Possivelmente outras marcações se juntarão a essas, possivelmente outros marcadores/moradores se juntem a esses, espero por eles, que venham se tiverem que vim, que cheguem em tempo, que esse livro seja repleto de histórias, as mais lindas e variadas enquanto eu e os meus nos encontramos e reencontramos com Fernando Pessoa e seus muitos Eus em nossas sucessivas adolescencias... Quanto tempo mais durará esta???

Ah, deixo aqui essa nota solta dele na integra, mesmo não trazendo ela na integra para os pórticos da minha vida, deixo ela inteira porque as pessoas costumam frisar pequenas partes do que em si já é uma pequena parte de algo que a gente nem sabe o que é nem tem como saber ao certo... Essa coisa de citar de pedacinho nem sempre é algo muito justo com a pessoa do Fernando...


Palavras de Pórtico

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso."
Quero para mim o espirito [d]esta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário: o que é necessário é criar.
Não canto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torna-la grande, ainda que para isso tenha que ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torna-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o proposito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Animação japonesa e paternidade: Usagi Drop!


Segundo a Wikipédia a palavra ANIME:

"... tem significados diferentes para os japoneses e para os ocidentais. Para os japoneses, anime é tudo o que seja desenho animado, seja ele estrangeiro ou nacional. Para os ocidentais, anime é todo o desenho animado que venha do Japão."

E esse não é um blog dedicado a animes, mas, como alguns sabem e outros suspeitam eu costumo assistir esse tipo de animação com alguma frequência e ocasionalmente me sinto emocionalmente obrigada a registrar quando isso ocorre aqui.

Usagi Drop é um anime que conta a história de como um homem de 30 anos, Daikichi, se torna pai de uma menina de 6 anos, Rin, de forma muito original e rotineira ao mesmo tempo... Afinal, ao mesmo tempo que é improvavel que alguém descubra que seu avô falecido deixou uma filha de 6 anos, é meio corriqueiro ver homens de 30 vivendo os desafios da paternidade, mesmo nunca tendo desejado ardentemente ser  pai.

Rin e Daikichi se conhecem no velório do avó que o Daikichi  e todo o resto da família não viam ou tinham notícia a anos. Então todos se surpreendem com a pequena Rin e ficam totalmente sem saber o que fazer ou o  destino a dar aquela menina aparentemente tímida, cuja mãe, além de tudo, é desconhecida de todos.

Rin aparece do nada na vida deles e já aparece como uma responsabilidade que ninguém quer assumir, afinal todos sabem o quanto uma criança exige, exceto talvez o herói dessa história rsrsrs...  A decisão da família é levar a menina para um orfanato, mas na hora H o Daikichi, um solteirão de 30 anos que mora sozinho e nem namorada tem, decide adotar a Rin.

Aparentemente do nada ele toma para si essa responsabilidade, sem ter nem ideia do que é cuidar de uma criança e dando inicio a uma história muito linda  cujo nome é "Usagi Drop" e nós podemos acompanhar em 11 episódios muito fofos, com uma estética linda, terna, impecável!!! Sim, eu amei superlativamente falando!!!

Como Daikichi não sabe nada sobre cuidar de crianças é a Rin, os outros pais que ele conhece ao longo da história e os muitos sustos naturais a paternidade que vão ensinando na prática como as coisas são ao nosso nobre herói... Realmente as boas intensões são ótimas para encher o Inferno porque o que deve encher o céus são mesmo as boas ações e como Daikichi é bom em ter boas práticas como pai!!!

É sabido por todos que "ser pai" não é fácil acompanhado, o que se dirá sozinho??? Até eu sei o quanto coisas aparentemente fáceis podem ser muito difíceis e as difíceis podem ser até muito agradáveis, mas não deixam de ser difíceis por isso!


Várias são as descobertas, os desafios, as pequenas coisas a descobrir e realizar quando o assunto é ser pai solteiro. Como por exemplo: arrumar o cabelo da moça, lindo observar como ele aprende pouco a pouco; criar horários para estar junto, Daikichi acaba tendo que trocar de posto na empresa; a adaptação a nova rotina; a constatação de que o pai é um exemplo; o abandono de velhos hábitos pelo simples motivo de fazerem mal a criança;  aprender a pensar nos outros antes de pensar em si; a nova convivência com as crianças; a emoção contida nas festinhas da escola; o valor de uma foto!


O sofrimento com as enormes coisas pequenas tipo doenças infantis; a emoção advinda da simples troca de dentes de leite por dentes permanentes; o valor da vida, a sua vida, afinal se você  é pai você sabe que não pode morrer nem tão cedo, afinal quem vai cuidar melhor que você da pequena? A alegria de ver outro ser humano descobrindo as coisas boas da vida, como uma flor que vai desabrochando na primavera!


Pensando nisso eu constato que nem todos os homens que se vem responsáveis por uma criança conseguem se transformar em pais... Ser pai é algo muito mais complexo do que fecundar um ovulo, registrar uma criança em cartório ou pagar as infindáveis contas que uma criança gera naturalmente.

Para ser pai é preciso se deixar envolver por essa onda que é uma criança, deixar mesmo que ela sozinha, e sem esforço, tome conta da sua vida  inteira, ao menos por um tempo, ser pai é permitir que uma filha ou filho se torne importante.

Eu não sei o que é "ter filho" ou "ser mãe", nunca vou "ser pai" (por motivos óbvios rsrs), mas qualquer pessoa que pare e observe pais e mães verdadeiros vai ver que algo como um filho modifica totalmente a vida de um ser humano, seja ele homem ou mulher, e isso geralmente é muito positivo... A paternidade e a maternidade costumam fazer as pessoas reverem conceitos e se tornarem seres humanos melhores.

Quando uma criança nasce com certeza ela tem muito a aprender sobre esse lugar assustador, lindo, glorioso e cruel que é o mundo, mas tenho a sutil impressão que toda criança também tem muito a ensinar ao mundo a começar pelos seus responsáveis.


Rin ensina ao Daikichi assim como os filhos ensinam aos pais coisas que eu ainda não sei, mas suspeito. Usagi Drop lembra ainda que não existe uma única forma de ser pai ou um pai perfeito... E me faz pensar que talvez existam várias formas de ser pai e nenhuma delas seja a perfeita.

E a proposito disso, só para constar, hoje é aniversário do meu pai... Ele não é o tipo que ler blogs ou coisas do gênero, nós não somos o tipo que vive agarrado um ao outro e coisas do gênero... Na verdade nós costumamos brigar assim, mais ou menos, com pequenas variações disformes e raras, "um dia sim e o outro também", por motivos tão fúteis que chegam a ser irritantes para quase todo mundo a começar por nós dois.


Mas, ainda assim um Pai é sempre um Pai e vale a pena lembrar disso em qualquer tempo e mais ainda no dia do aniversário.

E sim, deixo o meu obrigada a Mi do Notas de Rodapé pela indicação. Obrigada Mi, foi meu último anime de 2011 e a primeira postagem de 2012 \o/

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Seguindo o exemplo da Pers, do Um pouco de Shoujo, deixo o link de onde se pode baixar o anime: Yokai Animes.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Depois do Natal, antes do fim do ano...

Hoje é o dia da minha última postagem no Em Quantos... Lá se foram seis meses e eu comecei o texto assim:

"Essa semana que fica entre o Natal e os festejos de fim de ano tende a ser preguiçosa, não dá muita vontade de fazer qualquer coisa, estudar, trabalhar, pensar, sair de casa... escrever... Juro que a vontade que tenho é me largar em um canto da casa e dormir por 100 anos e um dia..."

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Minha nostalgia e votos de Natal!

Não sei porque o Natal me deixa nostálgica, em meio aos votos espalhados pela universidade, familiares, face, e-mail e blogs, lembrei da infância da minha irmã, minha caçulinha pokemon, Rafaela, quando ela estava no primariozinho uma das paresentações de Natal foi feita com uma canção que não me saiu da cabeça nunca mais...

Nem sei se ela lembra, mas enquanto aprendia a canção não queria que ninguém cantasse, dizia que a música era dela que eu não podia cantar, então ai é que eu cantava mesmo, só para implicar... Com o tempo ela esqueceu a música, esqueceu também a situação e eu fiquei com a memória da canção e desse capitulo da infância de Rafaela.

Nostalgicamente deixo meus votos de Feliz Natal, a canção e meus desejos de tudo de bom para todos os meus companheiros e companheiras de virtualidade.


Dom Helder Camara já disse:

"É possível caminhar sozinho. Mas o bom viajante sabe que a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, é quem come o mesmo pão."

Que possamos ser criança, curtir a noite de luz, lembrar de Cristo, ouvir os sinos... abrir presentes ou simplesmente estar com os nossos entes queridos tanto quanto nos for possível...


Natal, natal, das crianças
Natal da noite, de luz
Natal da estrela guia
Natal do Menino Jesus


Blim blão, blim blão, blim blão...
Bate o sino da matriz
Papai, mamãe rezando
Para o mundo ser feliz


Blim blão, blim blão, blim blão...
O Papai Noel chegou
Também trazendo presente
Para vovó e vovô

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando eu não sabia ler: " A estrela do mar..."


De repente me bateu uma nostalgia da infância... Me peguei lembrando das leituras que Mainha fazia para minzinha antes que eu aprendesse a ler... Lembrei de uma história, que na verdade era tipo uma poesia que contava de um um grão de areia que se apaixonou por uma estrela, essa história não estava em um livro infantil e sim em um livro didático de um dos meus tios, eu tinha adoração por essa história e fazia Mainha lê-la várias vezes seguidas rsrs... Por que criança gosta tanto de repetição ein?

Achava lindo o amor do Pequenino Grão de Areia que se apaixonou por uma Estrela... imaginava mil conversas entre os dois... mil detalhes... mil finais e o encontro, claro... Meu Deus coitada de Mainha que tinha que fica ouvindo minha conversa kkk...

Depois que eu aprendi a ler fui conhecer outras histórias e deixei o pequenino grão e a sua estrela perdido entre memórias, mas hoje nem sei porque lembrei dele... Me deu saudades dele e desse tempo quase perdido nas lembranças.

Eu devia ter demorado mais para aprender a ler...

Ah, claro que eu dei uma procurada pelo texto na net e, por sorte, eu o encontrei e já deixo por aqui:


Estrela do mar
(Marino Pinto e Paulo Soledade)

Um pequenino grão de areia
Que era um eterno sonhador
Olhando o céu viu uma estrela
Imaginou coisas de amor
Passaram anos, muitos anos
Ela no céu, ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho
Pode com ela se encontrar

Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém soube até hoje explicar
O que há de verdade
É que depois, muito depois
Apareceu a estrela do mar


domingo, 18 de dezembro de 2011

Contos de Natal: A Magia da Gentileza...

Ontem foi minha última postagem antes do Natal no Em Quantos, em edição extraordinária eu não registrei aqui, mas nunca poderia deixar de registra-la, mesmo que a posteriori,  pois a história de Natal que foi contada por lá foi vivenciada em Maio, o mês dos geminianos, dos bipolares, o meu mês...

Quem viveu e contou essa história foi a Sônia, eu peguei lá no A história de Santhiago e registro esse momento aqui na esperança que a Sônia volte a nos contar suas histórias!

Contos de Natal: A Magia da Gentileza...  

 

 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O que elas estão lendo????

Muitas pessoas conhecem "O que elas estão lendo?" outras podem não conhecer, então vou dizendo que trata-se de um blog literário, o foco das meninas é trazer a luz o brilho das mulheres leitoras: "Um espaço onde só mulheres entram. Só mulheres brilham através do que Elas estão lendo!"


Ou seja, a Georgia Aergeter e a Flavia Mariano  são agitadoras culturais e o blog funciona a partir de resenhas de livros feitas por leitoras, por esses dias eu estive por lá dando duas dicas de leitura, basta clicar para conferir:

Uma história de Natal de Charles Dickens

e

A Abadia de Northanger de Jane Austen



Eu acho o espaço muitooooooo legal, é um verdadeiro banco de dados sobre livros de todo o tipo possível e imaginado, se vc tiver procurando uma ideia de livro para ler é só passar lá que vai encontrar um monte de ideias vindas das mais diversas pessoas... Acho isso super massa!

Agora em dezembro as meninas me convidaram para falar sobre dois livros, mas o melhor mesmo desse blog é que qualquer uma de nós, tendo ou não blog, pode escrever sobre um livro e ter sua postagem publicada seguindo os seguintes passos, é um dos espaços mais democráticos que conheço dentro e fora da net, porque permite que qualquer uma que seja amante da leitura opine segundo a sua vontade!

Responda as perguntas abaixo e envie para:elasestaolendo@gmail.com com uma foto sua, a capa do livro e o link do seu blog (se tiver).

Por que leu este livro?

O livro é sobre...

O que achou mais interessante?

Pontos fracos?

Para quem indica?

Nota?

Informe: nome do livro, autor, editora, quantas páginas, tradutor (se tiver) e gênero 

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O blog não está mais funcionando, continua aberto, mas não publica resenhas, de toda forma deixo o registro!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Entre Dumas e os três mosqueteiros

A Ana Seerig do Alguma coisa a mais pra ti ler... no nosso mundo louco dominado por vampiros e derivativos (táh eu sei que tb sou fã da serie Crepúsculo, mas ao menos não acho que ela seja a pérola mais rara do oceano ou o primeiro biscoito do pacote) é uma fã indiscutível de Alexandre Dumas.

Uma vez ela teve a temeridade de me confessar essa paixão avassaladora e eu, pobre menina, tive que admitir que nunca tinha lido tal autor e que adoraria ouvir ela falando e comecei a pedir a ela para fazer uma serie de postagens sobre o homem...

Ela fez, o blog da Ana, esse mês é dedicado inteiramente a Dumas-Pai e confesso que como fui uma das pessoas que pediu isso a ela, considero esse esforço dela, "um baita" presente de Natal de maneira que pedi permição para pública aqui a postagem onde ela conta um pouco sobre quem foi Dumas, como viveu alguns anos de sua vida e até capítulos de como ele saiu da vida para entrar na história com muito mais gloria que Getúlio, devo dizer!

A proposito, quando eu descobri que Dumas também é afro-descendente, para não dizer negão, eu fiquei pensando, putz isso não deixa mais que obvio o motivo pelo qual eu prefiro os negros, dãh... eles são simplesmente os melhores... Machado de Assis, Solano Trindade, Stuart Hall, meu professor de História,  o presidente dos EUA, Mandela... Dumas...

Enfim, sem mais devaneios tolos, um pouco da história de Dumas, contada pela Ana Seerig:

Alexandre Dumas, pai...

 

Alexandre Dumas, pai, nasceu em Villers-Cotterêts, na região francesa de Aisne, em 24 de junho de 1802. A razão do mês temático não ter começado no dia primeiro é simples: Dumas faleceu em 05 de dezembro de 1870, ou seja, há 141 anos. Seu nome de batismo era Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas e tinha como avós o Marquês Antonie-Alexandre Davy de la Pailleterie e uma escrava negra (não se sabe se liberta ou não) chamada Maria Césette Dumas. Sua descendência negra sempre o acompanhou, sendo vítima de preconceito por alguns.

Filho de um general napoleônico, Thomas Dumas, Alexandre ficou órfão de pai, o que fez com que passasse por dificuldades na juventude. Aos dezessete anos foi trabalhar em um cartório de um amigo da família, Mennesson, que reclamava que o jovem lia mais do que escrevia, destacando-se em suas leituras, entre outros, Voltaire.

Mudou-se para Paris em busca de uma vida melhor, onde começou a escrever peças de teatro que lhe trouxeram estabilidade financeira suficiente para viver como escritor. Seus primeiros sucessos no teatro foram Henrique III e sua corte (1829) e Christine (1830). Após o sucesso no teatro, Dumas montou um estúdio para produzir folhetins para jornais, sendo que tudo que era escrito por seus auxiliares era sempre avaliado por ele

Em 1840 lançou Os três mosqueteiros, romance que lhe rendeu sucesso internacional e foi transformado em trilogia, sendo seguido dos livros Vinte anos depois (1845) e O visconde de Bragelonne (1848), do qual faz parte a conhecida história d'O homem da máscara de ferro. Também em 1940 foram lançados dois outros grandes sucessos: O conde de Monte Cristo e Os irmãos corsos. Com o grande sucesso de vendas, Dumas viveu tranquilamente viajando às vezes e escrevendo muito. (Lista de obras dele aqui)

Mesmo após ter casado com a atriz Ida Ferrier, em 1940, Dumas manteve casos com outras mulheres, sendo pai de pelo menos três filhos fora do casamento, dentre os quais o autor de A dama das camélias, que recebeu seu nome, o que explica o uso das palavras "pai" e "filho" para distinguir os autores. Por questões políticas, Dumas morou também na Bélgica, na Rússia e na Itália (onde lutou pela unificação do país e, através de amigos comuns, conheceu Giuseppe Garibaldi, que lhe entregou seus manuscritos de batalhas - dentre as quais a Guerra dos Farrapos - e permitiu que elas fossem publicadas).

Alexandre Dumas, pai, faleceu em Puys, perto de Dieppe. Michel Lévy Frères publicou todas as obras de Dumas de 1860 a 1884 em 177 volumes, contendo as 91 peças escritas além dos romances. Até 30 de novembro de 2002 o corpo de Alexandre Dumas permaneceu no cemitério de Villers-Cotterêts, quando o presidente francês Jacques Chirac ordenou a exumação do corpo que, numa cerimônia transmitida pela televisão, foi levado para o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde filósofos e escritores franceses estão sepultados.


Na cerimônia, o caixão foi carregado por quatro homens vestidos de mosqueteiros representando Athos, Porthos, Aramis e d'Artagnan. Chirac reconheceu que Dumas foi vítima de racismo e que enterrá-lo junto a Victor Hugo e Voltaire era uma forma de corrigir o erro. Em seu discurso, o presidente francês disse:

"Contigo, nós fomos d'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos."
(Jacques Chirac
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Aliás, para quem gostar de Dumas, mas, como eu não tiver em sua biblioteca o seu clássico: "Os três mosqueteiros" eu aconselho dar uma olhada lá no Alguma coisa a mais pra ti ler..., porque sim, ela vai sortear no dia 21 um exemplar dessa história deliciosa que vem marcando gerações há mais de século... 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Qual o sentido do Natal mesmo?!?!

Pode-se pensar que assim não há espirito natalino que resista, mas nem com essa explicação detalhada eu me deprimo... Continuo gostando do Natal, isso só prova que esse sentimento que nos toma é mais antigo do que poderíamos supor...

Ah, acho que para ler tem que clicar na imagem!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Contos de Natal: Um Encontro...

Voltando ao clima Natalino, tentando esquecer as confusões familiares, celebrando o que há para ser celebrado guardo na minha caixita a história de um encontro qque a Sônia viveu e contou no seu blog A História de Santhiago em Dezembro do ano passado.

Contos de Natal: Um Encontro...



Final da tarde de hoje, eu vagando pela Avenida Paulista, adoro aquele lugar, muitas lojas de arte, gente bonita, especialmente no Natal fica linda, as luzinhas me fascinam. Paro em frente a loja de artes mais bonita que tem na Paulista, telas lindas, esculturas de encher os olhos, entro mesmo sabendo que eu jamais poderia comprar algo daquela loja.

Lá no cantinho, uma vitrine bem pequena me chama a atenção, e vejo uma escultura que me arrepiou (eu reconheceria aqueles traços, aquelas impressões, aquela sensibilidade mesmo daqui a mil anos), um moça muito simpática se aproxima (nessas alturas eu já estava fascina pelo magnetismo da escultura), me aproximo mais da vitrine para ver se via impressões digitais, (característica dele, não tirava as impressões que ficavam nas esculturas, moldava com as mãos e não se preocupava em tirá-las) nesse momento não me restava a menor dúvida, mas como? se eu nunca tinha visto aquela escultura, nem uma foto dela eu tinha visto?

A moça diz:

- Em que posso ajudá-la moça?

- Em até quantas parcelas são vendidos os trabalhos?

- Fazemos em até dezoito parcelas, você gostou de algo?

- Eu quero aquela escultura moça (voz trêmula e engolindo as lágrimas, a moça esboça uma expressão estranha)

- Só um momento, vou chamar o dono da loja (minutos intermináveis)

- Boa tarde moça, qual o seu nome?

- Me chamo Sônia...eu quero aquela escultura ali, vou pagar em dezoito veses (já meio sem paciência, sem saber nem se eu poderia pagar, isso já não me importava).

- Desculpa moça, mas aquela é minha, fica aqui só pra exposição.

- Você não a vende?

- Não! quem fez ela pra mim, nunca mais poderá fazer outra, eu comprei quatro, vendi três, me arrependo. Esse rapaz foi um dos melhores artistas que vi em minha vida, ele expunha aqui na feira da Paulista, República etc, essa escultura é toda feita de epoxi, ele se chamava José Roberto Gerônimo, mas já não está mais aqui entre nós, linda a ninfa né? Olha, tem outras esculturas lindas na loja, não quer dar uma olhada? você há de se identificar com alguma, mas essa não vendo.

- Como você se chama? (eu pergunto pra ele)

- Me chamo Marco Sales (e me entrega um cartão)

- Sr.Marcos, sei que você não a vende, mas deixa eu ver a escultura fora do vidro (ele faz uma cara de quem não está entendendo nada, tira umas chaves do bolso, abre a vitrine e põe a escultura no balcão), e eu fico ali não sei por quanto tempo fazendo carinho nas impressões digitais do artista que pra mim foi o melhor artista na arte de viver.

- Sônia, esse é o seu nome né? deixa eu te mostrar outras obras de outros artistas?

- Não precisa Marcos.

- Você conheceu o Beto, tem algum trabalho dele? (ele me pergunta, já guardando a escultura)

- Tenho sim Marcos, a obra mais valiosa dele, o seu melhor trabalho está comigo.

- Não entendi Dona Sônia (ele ri, parece que quer me descontrair)

- Nada não Sr. Marcos (devolvo a brincadeira), obrigada por cuidar dela tão bem, feliz Natal pra você.

Saio de lá com uma sensação estranha, mas feliz em saber que aquela ninfa tão linda está em mãos tão cuidadosas... 
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Vivido e contado por Sônia Cristina em A História de Santhiago!