quarta-feira, 6 de julho de 2011

CANSAÇO...

As vezes, não sempre nem constantemente, apenas AS VEZES, me bate um profundo cansaço... Nesses momentos só me resta roubar as palavras de Fernando Pessoa e usa-las como forma de expressão... Faço isso porque o silêncio também é uma forma de opressão e, embora eu não tenha certeza, eu suspeito que pior do que sentir o cansaço é se sentir oprimida...


CANSAÇO
Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

domingo, 3 de julho de 2011

Na contramão...

Imagem daqui!
  "E tenho também o hábito de andar na contramão. Mas só do senso comum. Isso talvez me mate algum dia. De depressão ou de uma agonia fulminante."

(José Claúdio Adão, Cacá)

sábado, 2 de julho de 2011

"Será que se eu cortar o cabelo eu arrumo um principe?": falando sobre o mangá Private Prince

Acho que qualquer pessoa que chegue de cara percebe que eu gosto de animes e mangás (especialmente agora que a Silvia passou por aqui e deu ao blog esse fundo recheado com todos os personagens que eu amo... amo e amo...), mas no final das contas eu pouco falo sobre mangás e animes por essas paragens!

Olha a cara de pânico dela \o/

Só que viajando pelo blog da Pers, Um pouco de shoujo, acabei achando um mangá que me chamou atenção de forma especial e no final da leitura não resisto a tentação de escrever um pouco sobre Private Prince.

Segundo a própria Pers: "Private Prince não é nada complexo... é um Josei bem simples, romântico, um pouco açucarado" que conta a história de como a jovem Miyako se apaixona pelo príncipe Will, nada de mais a não ser pelas caracteristicas que fazem de Miyako quase uma copia de mim rsrs...

Não, sem brincadeira, a história começa porque a coitada da Miyako é uma mestranda em História cuja dissertação fala sobre as mulheres japonesas depois da Segunda Guerra, uma das mulheres em questão é justamente a avó do príncipe. É em busca dos documentos referentes a avó dele que ela  chega no danado...

E sim, ela está disposta a TUDO para conseguir os documentos de que precisa até a vestir roupa chique e decotada e ir a festança. Coragem \o/...
Mas, no final ela acaba dando sorte porque ela tem um par de peitos respeitáveis e o príncipe, apesar de ter a maior cara de bom garoto, tem uma super queda por bustos avantajados e é um pervertido em potencial.

A história fica engraçada porque apesar da Miyako ter um corpo bonito, ser inteligente e tudo o mais, ela é super fechada para balanço e no dia-a-dia se veste com umas roupas bem nada haver, passa longe de maquiagem... é uma bagaça total!

Ela é do tipo que esconde o corpo em meio a quilos de roupas e os sentimentos em meio a quilos de livros, é super determinada com os estudos, mas super medrosa com o amor, nesse ponto ela é insegura, cheia de traumas, sem auto-estima... uma confusão em pessoa!

Mas, no final, como Private Prince é uma história feliz, ela acaba se acertando com o príncipe Will, que é o  pervertido, tarado mais fofo do mundo. Enfim  eles conseguem encontrar soluções para seus dilemas e o feliz para sempre que lhes é de direito.

Tenho saias parecidas com essa!
Como já disse, eu tenho alguns pontos parecidos com a Miyako, sou baixinha, peituda, mestranda em História (apenas não estou em estado de desespero com os documentos ainda), altamente cheia de pequenos traumas afectivos, até me visto parecida com ela, especialmente as saias, apenas uso mais decotes, essas golas altas me sufocam... Bem, acho que um ponto que nos difere é o cabelo, o meu é longo o dela é curto de maneira que eu começo a me perguntar: "Será que se eu corta meu cabelo eu arrumo um príncipe?"

Dispenso o vestido, fico com o príncipe \o/

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Silvia, obrigada pelo charme que você deu a essa Caixa!


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Contando uma história...



Quando contemplei o infinito negror de teus olhos foi como se tivesse cruzado uma esquina, realmente foi 'como se eu fosse pra um Vietnã lutar por algo que não será meu'. Como uma mariposa, não resisti a tentação de me aproximar da luz, não resistir e me aproximei um pouco mais, queria entender! Isso realmente foi uma temeridade!

Mas, temerária ou não, em meio as minhas buscas por respostas, acabei encontrando um gigante, um monstro, um titã... Prometeu roubando o fogo para socorrer os homens, Atlas segurando os céus, Epimeteu se encantando com Pandora e esquecendo que os deuses não costumam oferecer presentes inocentes? Ou será que vi apenas um homem e me encantei com essa visão?

Agora, nesse momento em que fito o por do Sol, o azul do céu e conto os dias que temos passado juntos, olhando para você começo a ponderar sobre o quanto tenho desejado que o relógio que marca tuas horas, dias e anos voltasse, que você fosse menino, que eu pudesse te colocar no colo e entre toques, cheiros e segredos trazer novamente um sorriso ao teu rosto.

Aposto, sem medo de perder, que não seria difícil. No melhor da festa eu apertaria um pouco mais o abraço e seria apenas a senha para você pular do meu colo, desejoso de espaço, e voltaria a viver, a ser feliz.

É tão mais fácil quando os  homens são meninos... Sempre acho trágico que você não seja nem menino nem titã e que sendo apenas homem não esteja entre o leque de minhas possibilidades te trazer ao colo.

Engraçado, invoquei tantos seres mitológicos para falar de ti, acabei recordando das lendas africanas falando a respeito de homens que açoitados pelo vento, chuva, morte e dor se transformaram em divindades a quem até hoje se presta culto.

Imagino eu que se dor for a matéria-prima da qual são feitos os deuses, qualquer dia desses você vira um deles! E, enquanto vejo o azul do céu ceder lugar as cores do entardecer, me perco ainda mais em pensamentos cogitando qual seria a comida certa a oferecer para a divindade que você seria. Qual seria o preço a ser pago para receber o teu axé, essa força que esses deuses oferecem aos que tem fé?

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P.S. [1]: Quando Rafaela era criança eu costumava contar histórias para ela dormir... História que eu lia,  ouvia,  vivia ou inventava... Não sei se ela realmente gostava, sei que funcionava e ela dormia que era uma beleza... Como muita gente que gosta de ler, as vezes eu tinha vontade de escrever minhas histórias, dizem que vontade dá e passa, mas dessa vez não passou... Eu suspirei mais alto do que esperava e não resisto (graças ao apoio da Meire) a tentação de gravar aqui esse suspiro!
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P.S. [2]: Escrever isso foi como tirar um peso enorme das minhas costas...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

É brincando que se aprende!

Como eu sou uma faladeira descompensada, desde que me entendo por gente escuto minha mãe dizendo que devo ter cuidado com o que falo, pesar minhas palavras, "pensar para falar" e não "falar para pensar".

Ontem no meio da madrugada em meio aos mares da blogosfera dei de cara com o texto da Meire, lá no My Crystal Visions,  que me lembrou as palavras de minha mãe, pensei que se tratava de uma coisa e na verdade era outra... Não resisti e pedi a dona do texto permissão para traze-lo para minha caixita.

Obrigada Meire, você me fez uma vez mais concordar com a máxima que diz: "é brincando que se aprende"!


Brincando de Amarelinha

Ouça o que você diz. Escolha bem suas palavras. Você brinca de Amarelinha e as palavras são pedras atiradas que podem te levar ao CÉU ou ao INFERNO. Está em suas mãos escolher se vai brincar com uma pedra ou uma flor. E é você quem atira, portanto a responsabilidade é toda sua. E depois de atirar o que quer que seja você tem que pular no quadrado que a atirou e aí vamos ver se vai cambalear ou pular num quadrado diferente. Falar é isso, depois de dita a palavra não volta a fita e se atirar flores a resposta será flores, mas se atirou pedras, não espere que receba flores, pois não irá acontecer. Quando as palavras saem do pensamento para a boca e daí para fora num sopro temos  que sustentar o que falamos, então vemos o quão verdadeira é uma pessoa, pois o importante depois da palavra atirada é a atitude tomada. Dizem que atitude vale mais que as ditas cujas, mas tomar cuidado com o que fala também ajuda a mostrar quem você realmente é.

As palavras que saem da sua boca refletem o que corre dentro de ti, como pulsa os elementos em sua terna ou obscura imensidão interior.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

6 Semelhanças entre a pós-graduação e o Jardim de Infância: quase tudo verdade!!!


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P.S.: Só acrescentaria que as crianças não comem biscoito no almoço e sim uma refeição balanceada prescrita por uma nutricionista, já o pós-graduando... E que eu não recorto e colo nem para o blog que dirá para trabalhos acadêmicos... E o resto, é bem verdadeiro!!!

 Saudades da Educação Infantil!!!

sábado, 25 de junho de 2011

Sobre minha presunção!

Se não fosse crente seria gótica rsrs...
Morte, é um personagens da história em quadrinhos Sandman, bem, essa menina sorridente do cabelo grande e trajes meio gótico, dispensa apresentações néh?! O que falar sobre ela que o nome em si já não diga???

Deixa eu vê??? Que ela surgiu no volume 8 de Sandman, jogou um pão nele e que há quem diga que a partir desse momento Sandman começou a virar essa história incrível que acabou se tornando? Blá... blá... blá... Outras pessoas melhores que eu já falaram isso, é só colocar no Google que se fica sabendo milhares de detalhes... E não foi por isso que eu comecei esse post falando nela.


Eu comecei esse post falando nesse personagem porque a Morte é minha personagem preferida em toda a obra de Gaiman, tenho a impressão de que entre todos os Perpétuos ela é a que  mais está se encontrando com as pessoas, seja na paz ou na guerra, no inverno ou no verão, no começo da história ou no fim dela. O último grande encontro de todas as pessoas é com ela, o último suspiro, lágrima, sorriso, prece ou desejo vão ser compartilhados com essa pequena e, apesar do peso de suas funções, ela permanece firme e sorridente. A Morte é um personagem que conserva um sorriso no rosto e ar de menina travessa, diz o que pensa, não tem medo de nada e eu tenho a leve impressão que ela gosta demais das pessoas.

Eu também gosto de pessoas, gosto de está com pessoas, de conversar com pessoas, ouvir suas histórias,  entender seus caminhos, sorrir com suas graças, chorar com suas tristezas... Ajudar quando possível, conviver, sei lá, eu sou desagradavelmente fã de gente.

Gosto de criança pequena para colocar no braço e sentir aquele cheiro delicioso, aquela pele gostosa, aquela traquinagem saudável misturada a inteligência ou nada disso, porque nenhuma criança é igual a outra e tem criança que é de paz, é de ficar quieta, é de conversar papos existenciais e fazer perguntas que os filósofos, cientistas e teólogos fazem a milênios sem sucesso.


Gosto de papear com pessoas idosas que viveram em outros tempos, que possuem outros saberes, que sentem a passagem das horas de outras formas, que olha a cidade, a vida, os homens por cima como quem já viu, viveu e creu e não inveja a ninguém... Ou mesmo aquelas senhoras idosas ranzinzas cheia de dores que reclamam do filho, do marido, da passagem do tempo da juventude que se foi.... Ou ainda aquelas senhoras idosas que tem certeza absoluta que a vida não começa depois dos 50, a vida começa AGORA e estão ai, melhor do que eu... Gosto de papear com esse povo que passou dos 60... 70... 80...


Nem preciso dizer que gosto de adolescente, dos meus pareceiros e pareceiras... do clube das mulheres casadas... do clube dos maridos das amigas, especialmente os que me chamam para assistir jogo de futebol, mesmo quando eles torcem pelo Internacional, Cruzeiro ou Sport, porque bem, ninguém é perfeito!

E na verdade é ai que mora o titulo do post, gostar de gente é sempre um risco, uma temeridade... Ultimamente eu venho pesando meus valores, minhas construções afetivas, minhas idas e vindas, minhas histórias repetidas com as pessoas, o tanto que eu fui usada, machucada e derivativos... Começo a pensar que seria melhor seguir o exemplo de Júnior e começar a gostar de Betas.


Ou seguir o de Aline e começar a curtir mais cachorros que gente!

Rambo: eterna criança de Aline!
Eu duvido que Rambo maltrate Aline afectivamente algum dia ou que as betas de Júnior sejam cruéis com ele, mesmo sem querer querendo... Ah, mais eu duvido mesmo!!! E nesse ritmo eu começo até a entender porque Rafaela comprimenta primeira Pi e depois as outras pessoas da casa. Começo a pensar se isso é absurdo ou simplesmente é um reconhecimento a fidelidade canina da cachorra dos zoião!

A cara de Pi!
Eu devia aprender com meus irmão menores a ser menos tola e presumida... Começo a pensar que meu pecado capital é a presunção... Eu presumo demais sobre as pessoas, que elas são legais, que nada de ruim vai acontecer, que não vão me pisar, que eu não vou pisar e me arrepender em seguida... Que não vai haver abuso, excesso, maldade, uso... É tão ruim se sentir usada... Isso está se transformando em uma coisa tão comum em minha vida... Já tá ficando rotineiro de um jeito que eu começo a pensar onde vou parar nesse ritmo!

O pior é que a essa altura do campeonato eu já convivi com tanta gente que algumas coisas já consigo prever, sei onde vai dar, mas, e talvez esse MAS seja minha maior presunção, eu sempre penso que vou aguentar, que sei que é assim mesmo... que não vou sofrer, que não vou chorar... que vou consegui manter o sorriso no rosto, o ar amigo... e seguir em frente!

Achar que vai dar para suportar talvez seja a maior das minhas presunções idiotas, mais pouca idiotice para mim é bobagem néh!!! Não dá para sorrir sempre. Nem todas as pessoas valem a pena o estrago. Eu não suporto mais ser quebrada desse jeito.

Estou cansada!

Começo a pensar seriamente que entre gostar de cachorros, peixes ou gente, o estúpido é gostar de gente, talvez os meus irmãos estejam certos!
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Ainda hoje eu li um texto da Cris, lá do Cafofo, falando sobre blogueiros malas, depois que escrevi esse post eu pensei: realmente eu sou uma mala... Esse post ficou enoooorrrrmeeeeeee.... Eu fiz o blog de diário de novo e sim... sou irremediavelmente mala! kkkkkkkk....

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A questão Freud: isso é uma perseguição!!!

Pois é, quando eu começo um post com "pois é" pode ficar crente que lá vem Lesera braba... Mas nessas horas só o "pois é" me socorre!

Pois é, isso já ta tomando ares de perseguição, eu preciso dizer aos deuses que colocam os livros e as pessoas na minha vida que eu sou historiadora em formação e não psicóloga, psicanalista ou derivativos em formação. Um dia, em um passado remoto, eu pensei em ser psicóloga, mas isso passou, foi, era... Desisti, não deu!

Parece que as ideias dos psicanalistas me perseguem... Jesus, tou lá eu no conforto da minha madrugada cultivando minhas olheiras, quer dizer, estudando sobre Cultura e Educação, dois objectos caríssimos a história, e eis que, sem ser convidado, quem aparece? Ele mesmo, o Freud, e cheio de importância, como pessoa que promoveu umas "das cinco grandes mudanças da forma de se fazer ciência", alias ele é o segundo dessa lista, Marx é o primeiro: "a descoberta do Inconsciente mudou os rumos do fazer histórico possibilitando a existência de estudos que tratam da história de coisas subjectivas como o amor, a morte, o medo".

Eu mereço isso? Até Certeau, um dos meus teóricos favoritos, dedica uma seção inteira do  "A escrita da História" para trata da colaboração do veio ranzinza ao fazer histórico, uma seção INTEIRA para os "Os escritos Freudianos" poxaaa... eu mereço[2]? E isso para por ai não violão, ainda tem Carlo Ginzburg que vai nos ensinar a pegar emprestado o método da psicanálise para nos auxiliar na pesquisa em história em "Mitos, emblemas, sinais:morfologia e história", eu mereço[3]???

E, para conclui sem conclusão, depois do episódio da Formação continuada e do papo de psicóloga eu comecei a implicar com as ideias de Freud aplicadas a crianças, porque o veio ranzinza nunca tratou crianças pelo que me consta, e porque eu gosto de implicar com qualquer coisa, vivia perguntando se por algum acaso nos últimos 100 anos ninguém pesquisou nada relacionando criança e psicanálise, então, para minha alegria e pena, eis que eu acabei de ganhar o livro da Julia Kristeva, falando sobre Melanie Klein, psicanalista austríaca responsável por lançar as bases e desenvolver a técnica da análise de crianças, pós-freudiana... Opa, isso responde a minha pergunta!?!?

Tá bom, eu desisto!!!!! Não, não vou largar a história para me dedicar a psicologia!!!! Vou apenas começar a ser mais seria em relação a Freud, implicar menos e ler mais!!!
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PS [1]: Tentei colocar algumas imagens nesse post, mas o blog não está colaborando!
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P.S. [2]: Depois que escrevi o post fiquei pensando na forma que me relaciono com alguns autores que gosto, quando topo com Fernando Pessoa pelos caminhos da vida e da história digo que "me encontrei" quanto topo com Freud digo que "estou sendo perseguida" rsrsrs...
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P.S. [3]: O povo acha que eu tou brincando quando digo que o veio ranzinza do Freud me persegue, mas até a Cris, lá de seu CaFoFo me mandou a foto do divã do home!!!Sentiu como nem querendo, desabafando, sofrendo eu escapo? E o Senhor Verden ainda diz que meu problema é sexual, rsrs... Ah, que eu sempre desconfiei disso kkk......


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Recife de muitas faces...

Recife é uma cidade de muitas faces, tantas que as vezes eu fico tonta e sem rumo no meio do caos barulhento do transito, das idas e vindas, dos absurdos, das dicotomias, das diferentes paisagens e lugares... Cidade cheia de paradigmas, de sonhos e sombras diferentes, dilemas, segredos, lugares a mostra, lugares escondidos.

Como diria Zé Ramalho, uma cidade cheia de pessoas que fazem parte...
  
"... dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber...
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer




 Cidade que como na letra da Nação Zumbi: 

"sobe morro, ladeira, corrego, beco, favela"




Que nas palavras de João Cabral de Melo Neto... 

"é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.
O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão,
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão." 


 

Com subúrbios tão diferentes dos que falou Carlos Pena Filho:

"Nos subúrbios coloridos
em que a cidade se estende,
em seus longos arredores,
onde, a cada instante nasce
uma rosa de papel,
caminham as tecelãs.
Restos de amor nos cabelos
que ocultam por ocultar,
levam a noite no ventre
e a madrugada no olhar
e em esqueletos da sombra,
onde a luz chega filtrada,
as tecelãs vão parar.
Adeus lembrança de amores,
adeus leve caminhar.
Agora resta somente
um desencanto sereno:
o gerente e as botinas,
magoando o silencio pleno."

Os subúrbios hoje não são tão coloridos, eles são verdes, pretos e tão íngremes que é impossível não pensar que estamos próximos do céu.






Mas que apesar dos pesares tem o céu mais azul do mundo, tanto que olhando para ele eu não consigo deixar de lembrar de Fernando Pessoa:

"Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
[...]
Ó mágoa revisitada, Recife de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!"




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Os lugares das fotos são espaços que fazem parte das minhas andanças diárias...  por isso todas  foram tiradas com celular fraquinho, há quem não goste da forma como as fotos saem, imperfeitas, pouco fiel, embaçadas... mas penso que a foto NUNCA nunca é a verdade, é apenas um olhar sobre a verdade, por mais clara que ela seja nunca é REALMENTE CLARA... Minha visão é uma foto de celular... sempre meio desfocada... sem obrigatoriedade de ser precisa, assertiva... Sou fã da lente desfocada do meu celular então não peço desculpas pelo desfoque, ele é totalmente proposital.