sábado, 22 de maio de 2010

Sobre sonhos!!!

Passar no vestibular e concluir um curso superior foi o sonho/projeto/objetivo maior de minha adolescência, me gastei muito nesse projeto, mas realizar esse sonho/projeto/objetivo foi algo que eu não esperava ser possível em "tão pouco tempo", mas foi e o curso está concluído e o diploma, segundo a Rural vai chegar daqui para o final do ano e eu não vou pregar na parede... Pelo amor de Deus \o/!!!

Agora que eu sou uma pessoa recém aceita no mundo dos adultos \o/ e vou concebendo novos sonhos/desejos/projetos... Meu mais novo projeto, bem ele ainda é uma coisa que eu tenho medo até de falar, o que se dirar escrever... estou trabalhando nele com o mesmo afinco que trabalhei no "Projeto Curso Superior", vamos ver se aprendi direito como se transforma sonho em realidade.

Há momentos que são tão difíceis quando se tem um objetivo no qual as pessoas não acreditam muito, aliás, nem mesmo eu acredito muito na possibilidade de transformar esse novo projeto em realidade, me parece algo levemente impossível, mas agora é tarde, a flor do sonho já nasceu em meu coração e o seu cheiro está me deixando embriagada demais para que eu não leve até as últimas consequências.

E vamos que vamos, sei lá, sou uma recém chegada no mundo dos adultos,, foi a  universidade que me introduziu nesse mundo, quando eu estava dentro dela já percebia que esse é um mundo agressivo, cruel e sanguinolento e sempre disposto a engoli fracos, frágeis e sonhadores, agora fora dos muros da Rural o universo dos que vivem por sua conta e risco me parece ainda mais agressivo, mas agora eu faço parte dele também e venho aprendendo a ter minha medida de agressividade, venho aprendendo a sobreviver enquanto trabalho na realização do meu mais novo sonho.

Jesus... Será que esse sonho vai se transformar em realidade??? Será que esse projeto tem futuro??? Será que ele vai sair do papel??? Será que as flores dessa árvore vão virar frutos???

Quando um sonho nasce tantas incertezas nascem com ele, tantas dúvidas, tantos medos, meu pai diz que eu vivo no mundo da Lua, as vezes eu tenho vontade de dizer que a culpa é dele, não deveria ter colocado a  Lua no meu nome. Mas eu sei bem que quanto mais alta é a aposta mais alto é o prejuízo se ela é malfadada... Quanto maior a subida, maior pode ser a queda... Mas, quer saber, nesses momentos de medo e de incertezas eu lembro da frase celebre de minha mãe, ela sempre dizia quando eu caia na infância  e quando eu  vivi meus muitos dissabores afetivos na adolescência e nos meus primeiros anos no mundo dos adultos: "Do chão ninguém passa!"

Vamos ver até onde vamos dessa vez e se eu cair é karma e não tem problema, "do chão ninguém passa!".  O que me lembra de Terry Pratchett e de um dialogo de Rincewind:
"-Tenho medo do chão.
- Queres dizer alturas.
(...)
- Eu sei o que quero dizer! O que nos mata é o chão!"

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Recife, 29 de Abril de 2011.

Bem que Pratchett disse que o que mata é o chão, quando se sonha grande também a frustação é grande, percebo todo dia um pouco mais que esse sonho não vai vingar... Lamentavel!

Que sejas meu Universo...

Que sejas meu universo
 (Jesus A. Romero / Versão Pg)

Que sejas meu universo
Não quero dar-te só um pouco do meu tempo
Não quero dar-te um dia apenas da semana

Que sejas meu universo
Não quero dar-te as palavras como gotas
Quero que saia um dilúvio de bençãos da minha boca

Que sejas meu universo
Que sejas tudo o que sinto e o que penso
Que de manhã sejas o primeiro pensamento
E a luz em minha janela

Que sejas meu universo
Que enchas cada um dos meus pensamentos
Que a tua presença e o teu poder sejam alimento
Jesus este é o meu desejo

Que sejas meu universo
Não quero dar-te só uma parte dos meus anos
Te quero dono do meu tempo e dos meu planos

Que sejas meu universo
Não quero a minha vontade
Quero agradar-te
E cada sonho que há em mim quero entregar-te 

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As vezes no meio das músicas barulhentas da minha irmã, não tenho nada contra o barulho, rock, rock gospel, coisas pops e derivativos, mas “fala sério!”, minha irmã é uma sopa de gêneros músicais... Eu esgotei minha cota desses gêneros e afins há muito tempo, mas, as vezes, no meio dos barulhos, músicas, a gente sempre encontra algo que encanta, esse hino me encantou. Meu Deus como eu faço pouco, como eu preciso melhorar, como as coisas ficam bagunçadas de vez em quando, como é fácil perder o foco... Ai Jesus, eu quero melhorar, mas nada é fácil!!! Ser cristã é tão difícil!!!

“Two Spirits”, Mia (Michelle Mia Araujo)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"A Carne" - Júlio Ribeiro




Esse livro é minha mais nova aquisição, infelizmente não posso caracterizar esse livro como uma coisa fofa, “titininha” como diz minha irmã. "A Carne" é um romance publicado no final do século XIX de temática naturalista, então aqui o que vemos não é uma história movida pelo amor e sim pelas necessidades físicas dos personagens, seus anseios sexuais, especialmente os da audaciosa Lenita.

Alias, sobre Lenita, a narrativa aparentemente conta a história dela, uma moça que recebeu uma educada muito mais ampla que a maioria dos homens de sua época (o que se dirá das mulheres). Lenita perde sua mãe no berço e seu pai a educa como educaria a um filho homem, ao perder seu pai aos 22 anos, Lenita se ver emocionalmente abalada e muda-se para a fazenda de uma espécie de avô, o velho Barbosa, onde conhece Manuel Barbosa e o resto, bem, não vou contar a história toda.

Mas, não comprei esse romance por causa da história de Lenita, não que essa história não seja interessante, mas o que me chama atenção neste livro é que Julio Ribeiro traça um retrato muito interessante da escravidão, muito diferente do usual. Ele mostra escravos que não se conformavam com a escravidão e inúmeras características das relações senhor/escravo que foram ignoradas pela História e hoje estão sendo reencontradas.

O que a História academica apenas começa a retratar a partir da década de 80 do século XX a literatura já retratava com muita competência em pleno século XIX... E para além do “queijo” da Lenita, esse livro traz um retrato da escravidão e de como ela era vivenciada no campo e, como se trata de um discurso de época , ainda podemos analisar a visão que a sociedade branca tinha do negro, ou seja, para quem se interessa por história afro-brasileira, essa sem dúvida é uma leitura recomendada e vamos nessa \o/!!!

Soneto do Desmantelo Azul, Carlos Pena Filho

“Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori, as minhas mãos e as tuas.

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sol
vertiginosamente azul. Azul.”

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Um lenda indigena: Rudá, Guaraci e Jaci.

Rudá, Guaraci e Jaci 



No começo havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e precisou dormir. Quando fechou os olhos tudo ficou escuro. Para iluminar a escuridão enquanto dormia, ele criou a lua, Jaci. Ele criou uma lua tão bonita que imediatamente apaixonou-se por ela. Mas, quando o sol abria os olhos para admirar a lua, tudo se iluminava e ela desaparecia. Guaraci criou, então, o amor, Rudá, seu mensageiro. O amor não conhecia luz ou escuridão. Dia ou noite, Rudá podia dizer à lua o quanto o sol era apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas estrelas, seus irmãos, para que fizessem companhia a Jaci enquanto ele dormia. Assim nasceu o céu e todas as coisas que vivem lá.

Outra versão:

JACI, a formosa deusa Jaci, a Lua, a Rainha da Noite que traz suavidade e encanto para a vida dos homens.


No início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino. Criou então, a formosa deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa. Jaci era irmã de Iara, a deusa dos lagos serenos.
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Sei que existem outras lendas indígenas que explicam o surgimento da lua, mas recentemente uma amiga me lembrou essa  história em especial,  fiquei encantada com o gesto dela e pensei comigo mesma: "como pude esquecer essa história tão linda?! Não esquecerei novamente!". Desde já, vou tentar lembrar sempre não só de Jaci, a Lua como "o que a lua reflete"!

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Deixo ainda uma poesia linda, onde essas três divindades aparecem para contar uma história:


Alma de índia triste
Márcia de Sá

Peço a Guaraci que me ajude
que me proteja de tamanha dor
e que Jaci de noite me rodeie
que insone vago neste mar de açoite
e já não sei onde olhar por mim...

Rudá não viu...deixou que ele se fosse...
levando assim meu coração com ele
e desde então o dia virou noite
e meu suplicio vaga mansamente

Meu coração,arrancado do peito...
cortou os céus nas garras de uirapurú
foi dado então a Anhangá
pelos olhos verdes cores deste mar 
que deu a Caapora pra esconder na mata

Ainda sinto o coração bater
ele era meu,mas ja não posso ter
está plantado no peito da estrada
onde ninguem jamais poderá ver

ja enchi lagos,cachoeiras,rios
de minhas lagrimas,sempre a rolar
ja chorei tanto por este peito frio...
que fiz o mundo de Boiúna.

sábado, 8 de maio de 2010

Como se eu não tivesse o que fazer...

Sei não... cheia de coisa para fazer, com uma mala para arrumar, na vespera de uma festa, atrasa para a droga do curso... e eu aqui "lezando" como diz uma amiga minha... culpa da net que sempre mostra coisas legais a se fazer... legais, inuteis... e sabe mais o que... enfim... como seu eu não tivesse o que fazer da vida acabei de fazer um slide com fundo musical e tudo... rsrs... não ficou ruim não... coloquei as imagens de meus heróis de infância e de uns heróis mais atuais... ficou tão bolitinho!!!



Uma poesia terna!


= x - + %
Cristina Fróes

Ao se dividir, você se multiplica.
Ao se subtrair, adiciona a alguém.
No percentual da vida,
Às vezes dividida,
Uma soma estranha,
Onde o que sobra é tão grande,
O que vai tão pequeno,
Que fica difícil saber se,
Na prova dos nove,
A menos que alguém prove,
As contas são certas,
As equações corretas
E as soluções as metas.  

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dia das Mães: Continuação...

Como já falei, o mês de maio é marcado pelo dia das mães, falei também,sobre a lembrança, mas acho que faltou falar sobre meus motivos de correr tanto em torno de tornar essa festa possível dentro de minha comunidade religiosa... levando em conta a verba curta e tudo o mais... E isso, acho eu, não posso deixar de registrar.

O DIA DAS MÃES é uma data comercial, dia das mães é "todo dia", essas coisas eu sei bem e esses valores eu procuro passar as crianças que atualmente cuido na igreja, mas tantos as crianças quanto suas mães estão imersas até o pescoço nas teias de discurso produzidas pelos meios de comunicação e pela própria sociedade e tanto para as crianças quanto para suas mães o presente (lembrancinha), homenagem e derivativos tradicionais desse dia se tornam, no mínimo, importantes.

Some-se a isso o fato de que a igreja que congrego se encontra em uma comunidade incrivelmente carente, onde as crianças são muito sofridas desde cedo e as mães mulheres que para garantir o pão trabalham duro e pouco tempo tem para demonstrar através de palavras e atos sua afeição pelos seus filhos e seus filhos também possuem poucos momentos para demonstrar seu afeto por sua mãe.

Ai acho que qualquer um vai entender pq eu dou tanta importância a proporcionar a minhas crianças momentos como esse, onde eles podem expressar seu afeto por sua mãe e onde elas podem saber que apesar da luta diárias elas são queridas por seus rebentos... Também acho importante lembrar a mim mesma pq faço isso, por isso estou escrevendo... Vou precisar lembrar disso durante os próximos anos, algo me diz que esse tipo de vida que eu levo a longo prazo cansa... 

Mas, a parte tudo, os preparativos continuam, as toalhinhas foram embaladas, algumas flores fnicaram prontas e na creche em que trabalho outra professoras tiveram uma idéia muito interessante, ela fez um album para as mães que contem as mãos das crianças, os pés, uma flor e um coração com o nome das mães, achei essa idéia linda, e vou deixar por aqui também....
 Os pacotinhos das toalhinhas, diga ai: não ficou um charme?!?
 Um dos modelos de rosa a ser oferecido as mães! 

Capa do Album produzido por outra  professora, o diferencial é o detalhe da renda branca. 
A capa pronta, essa letra não é minha... a minha letra é tão redonda que chega a não ter personalidade, mas acho ela adquada a minha profissão!
 As mãos e os pés das crianças para compor o conteúdo do album.

No interior dos corações, que as crianças pintaram a mão, o nome da mãe.

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P.S.: Vendo as mãozinhas desse povo ai eu fiquei lembrando de quando essas crianças chegaram na creche... eram bebês chorosos, Clara demorou quase um mês para se adaptar e era pequenininha, Kauane e Kaline eram carecas e Deisiane mal sabia falar, todos tão molinhos... pocha vida como os pés e as mãos deles estão firmes... a pouco tempo eles nem sabiam andar... Pocha vida!!! É o último ano desses pequenos na creche... Vou chorar muitoooo nesse fim de ano... E para quem me acha melosa, é bom lembrar que embora tenha tantas outras crianças na creche igualmente amadas cada criança é sempre única e que mesmo quando elas vão para outra sala de outra "tia" a gente continua as amando, não existe isso de cortar vínculos, não se deixa de amar uma pessoa tão fácil!!!




  

Amar...

Amar
Florbela Espanca

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar!  Amar!  E não amar ninguém!

Recordar?  Esquecer?  Indiferente!...
Prender ou desprender?  É mal?  É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

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Desde que encontrei esse poema nas páginas de um jornal sou absolutamente apaixonada por essa idéia... "Amar só por amar, amar perdidamente!... Amar! Amar! E não amar ninguém!" 

É uma idéia tentadora, amar a todos de forma ampla e não amar a ninguém de forma definitiva... uma idéia tão tentadora como difícil de se executar, parece que os seres humanos nasceram todos com uma compulsão por se unir exclusivamente e definitivamente a uma única pessoa em especial...

As vezes eu acho que se pode amar uma única pessoa por toda a vida... Mas, isso é apenas uma impressão e eu estou definitivamente muito longe de ser uma especialista em amor, paixão e derivativos... E, entre nós,também não tenho a pretenção de me tornar, mas ainda assim, sou apaixonada por Florbela Espanca... Muito lindo \o/!!!