quinta-feira, 20 de maio de 2010

Soneto do Desmantelo Azul, Carlos Pena Filho

“Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori, as minhas mãos e as tuas.

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sol
vertiginosamente azul. Azul.”

Um comentário:

  1. Ahh, o azul. É impossível não gostar de tal cor, especialmente pra uma gremista.

    Gostei do poema. Simples e bonito.

    =D

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