domingo, 2 de outubro de 2011

Dialogos entre a Caixa e o Em quantos...

Sim, essa postagem também é para dizer, como faço já tradicionalmente que hoje eu estou lá no Em Quantos... com a postagem:


A sorte das Pipas


Mas, não só para isso, a postagem também é para dizer que levemente inspirada pela Ana Seerig que fez de Setembro um mês para falar de seu estado, Rio Grande do Sul, no Alguma coisa a mais pra ti ler eu pensei em fazer um Outubro com especial aqui na Caixa, mas não vou falar de Pernambuco, vou fazer de Outubro o mês especial de "Diálogos entre a Caixa e o Em Quantos".

E vamos em frente com nossas alegrias e tristezas!

E sim, também quero lembrar:

A Primavera só está começando!

Pescando na primavera, Ponte de Clichy - Van Gogh, Vincent (1887)
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Ah, para não deixar passar, deixo aqui o registro que, enfim, depois de meses de vai não vai, eu cortei o bendito cabelo, meio contra a minha vontade, meio por vontade de mudar algo... Ele já estava longo demais passando da cintura... E sim, agora só me falta o príncipe rsrs...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma nota...

Acabei de chegar em casa e me sinto determinada a fazer essa nota nesse espaço que é meio blog meio diário, e lentamente começo a perceber que fosse ele apenas diário seria bem mais fácil gravar nessa página em branco o que intento gravar.

Mas, ainda assim vou lá, vou tentar, sei que pode não ser do interesse das pessoas ler esse tipo de coisa, sei que isso pesa e o que vi hoje, apesar de ser chocante, pesado e cabível de reflexão, não vai estampar páginas de jornal ou ser manchete na TV, logo é algo que facilmente ser perde na multidão de memórias.

Enfim, hoje no meio da tarde, quando eu estava no meio de uma aula, falando sobre um historiador marxista que escreveu sobre os trabalhadores ingleses e de como se constituíram e foram constituídos uma classe de repente uma sirene de ambulância interrompeu nossa concentração e a noticia de que uma moça havia pulado do Centro de Filosofia e Ciências Humanas.

Como eu fiz todo o meu curso de História na Federal Rural, quando algo assim acontecia na Federal chegava a mim apenas por eco...

Agora não, estando na Federal isso chega a mim em forma de experiência. Aqui esse tipo de evento parece fazer parte da vida acadêmica da gente, de repente você está em aula e uma sirene toca, de repente você sai do prédio e tem uma menina jovem estirada no chão, de repente você chega na parada e o único assunto entre todos é esse, de repente os que estão ali a mais tempo parecem achar isso simplesmente natural e o eco começa a se espalhar entre os universitários da cidade...

E eu estou escrevendo no meu blog/diário essa experiência tão estranha... Uma nota apenas, com um sabor muito amargo misturada a algumas lágrimas que não tem nenhum sentido de ser, afinal, não era nenhuma das minhas... Mas poderia ou pode vir a ser... Eu não sei!

Engraçado, ontem mesmo estava lendo e reflectindo sobre a Morte com o Rafael, e não, a Morte, ela não pareceu sorrir para os passantes que estarrecidos fitaram seu rosto nessa tarde quente e ao mesmo tempo tão fria...



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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Palavras a alguém, Casimiro de Abreu, um livro e algumas histórias...

Não esse post não é direcionado a ninguém em especial, é que "Palavras a alguém" é o nome de um poema romantico que fez parte da minha adolescencia, da adolescencia de minha melhor amiga e da minha irmã e essa semana em meio a minhas andanças virtuais, sem querer acabei relembrando essa poesia, então me deu vontade de falar sobre esse livro e essa peculiaridade familiar.


Em Outubro de 1965 a Edigraf fez publicar a colecção "Poesia Romântica Brasileira", por algum capricho do destino, ou coisa do gênero, o volume três dessa colecção, que contém uma selecção de poesias de Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Laurindo Rabelo foi parar na casa de Aline, era da irmã dela, como durante nossa adolescência nós gostávamos muito de poesias ela acabou trazendo o livro para a escola e me apresentando.


Esse foi uma companhia constante nos anos de nossa adolescência, várias de seus textos eu sei de trás para frente, de frente para trás...

Casimiro de Abreu, poeta romântico brasileiro que escrevia em rimas cantantes tão bonitinhas falando de amor, saudades, sonhos de uma forma tão terna, foi uma das leituras mais acertadas que fiz ao longo da adolescência.

Sobre ele, diz o livro: nasceu e morreu no Rio de Janeiro entre Janeiro de1837 e Outubro de 1860, aliás, morreu cedo demais aos 23 anos.

Sua obra poética: "Canções do Exílio" (1854); "Camões e o Jau" (1856), drama em 1 ato; "A virgem Loura" (1854); "Camila, Memórias de uma virgem" (deixada incompleta); "Primaveras" (1859), colecção de poesias.

É o Patrono da cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras.

Esse livro que passou de Andresa a Aline, de Aline a mim, de mim para a Rafaela minha irmã.

Na época que ele chegou aqui em casa, Rafa tinha uns 8 anos, considerando que ela leu entre os 6 e os 7 anos, acho que esse livro esteve com ela por toda a vida...

Nele nós registramos o passar de uma mão a outra, a assinatura de Aline data de 2001, as minhas são dos anos nos quais eu estive lendo ele, 2002, 2003, há ainda uma assinatura de 2004, depois disso houve um grande silêncio em relação a paixonites em minha vida de aborrecente e de certa forma isso se marca no livro, Rafa passou a ter interesse por ele em 2007.

Esse livro faz parte de nossa biografia pessoal, a poesia desses rapazes atravessou os século e no limiar do século XXI continua encantando os que conseguem se encontrar com eles.

E sim, antes que eu me perca totalmente do titulo dessa postagem, entre as poesias desde livro, a intitulada Palavras a alguém sempre está circulando entre mim e Rafaela.

A marcação "Escrever" quem fez foi Aline, há 10 anos atrás.
Sempre que ela me ver me debatendo entre a História, a Filosofia e os muitos problemas envolvendo fé, igreja local, minha denominação, atitudes dos pastores, formas de fazer, viver e praticar o cristianismo ela vai em Casimiro de Abreu, pede licença, se apropria indevidamente de suas palavras e recita para mim seus versos emendando quase sempre a exclamação: "Jaci, conhecimento deprime, um dia tu endoida!"

O que me fez lembrar esse poema e essa história foi o meu amigo Sahge e sua interessante pergunta que pode tranquilamente se voltar para questões de relacionamento...


"Pode a chama da vela
ficar indiferente
às asas da Mariposa?"


Eu sempre penso que é tão da natureza da mariposa está próxima a chama quanto é da chama está atenta a ela, claro que tem o probleminha técnico de que o fogo queima... Mas, como lembra Casimiro deixar a luz também arde.

Por fim, deixo a poesia registrada nessa Caixa:


PALAVRAS A ALGUÉM
Casimiro de Abreu - 1858

Tu folgas travessa e louca
Sem ouvires meu lamento,
Sonhas jardins d'esmeralda
Nesse virgem pensamento,
Mas olha que essa grinalda
Bem pode murchá-la o vento!


Ai que louca! abriste o livro
Da minh'alma, livro santo,
Escrito em noites d'angústia,
Regado com muito pranto,
E... quase rasgaste as folhas
Sem entenderes o canto!


Agora corres nos charcos
Em vez das alvas areias!
Deleita-te a voz fingida
Dessas formosas sereias.
Mas eu te falo e te aviso:
- "Olha que tu te enlameias!" -


Tu és a pomba inocente,
Eu sou teu anjo-da-guarda,
Devo dizer-te baixinho:
- "Olha que a morte não tarda!
"Mariposa dos amores
"Deixa a luz, embora arda.


"A chama seduz e brilha
- "Qual diamante entre as gazas -
"E tu no fogo maldito
"Tão descuidosa te abrasas!
"Mariposa, mariposa,
"Tu vais queimar tuas asas!"


Conchinha das lisas praias
Nasceste em alvas areias,
Não corras tu para os charcos
Arrebatada nas cheias!...
- Os teus vestidos são brancos...
Olha que tu te enlameias!...

domingo, 25 de setembro de 2011

Lembranças da 8ª Bienal do Livro em Pernambuco!

Desde sexta-feira está acontecendo em Recife a 8ª Bienal do Livro de Pernambuco e confesso que desde o inicio do ano a expectativa era muito grande, estava doida para essa feira acontecer e quando começou Setembro eu já comecei a contar os dias, horas, minutos, segundo ciente de que ia ter que gastar... até que... De repente, não mais que de repente eu descobrir que esse ano a Prefeitura da Cidade do Recife liberou o bônus bienal de R$ 450,00 para o povo da Educação Infantil, algo inédito até então, só que não liberou o meu porque eu estou de Licença para estudar Educação, confesso [2] que fiquei triste, como se estivesse sendo punida por querer andar na minha formação profissional.

Mas, mesmo assim, eu sou louca por livros néh, então me munir com minhas armas (economias + cartão de credito) e fui embora com Goretti, Emesson (o filho mais velho dela), Bruna e Camille (as sobrinhas) e sinceramente passamos uma tarde ótimaaaaa!!!

Só para começo de conversa, quando cheguei a Bienal Goretti me fez uma surpresa, ela dividiu o bônus ela entre nós cinco, cada um de nós ganhou R$ 50, 00 para gastar com os livros que desejasse e a gente já começou a caçada felizes e cheios de vontade tanto que no meio do caminho cenas assim eram comuns:

Camille

Bruna
Em qualquer lugar que a gente demorasse mais um pouquinho elas, especialmente Bruna que é mais dada a leitura, se encostavam com um livro para ler! Incrível como criança não tem pudor de sentar em qualquer cantinho... Várias crianças faziam isso, o que não deixa de ser muito fofo!


Emesson já foi mais difícil de ser pego agarrado com um livro, ele não é tão interessado por leitura, é uma trabalho convence-lo da necessidade de ler, mesmo sendo filho de professora e professora que pega no pé, mas até ele foi pego em algum momento pelo encantamento dos livros!


Sim, não podemos esquecer as curiosidades da Bienal, como esses livrinhos pequenininhos:




Do momento contação de Histórias que me deixou novamente com muita vontade de fazer um curso para aprender essa arte tão antiga e tão linda!


Claro, mostro também minhas comprinhas feitas na Bienal 2011:


Minhas parceiras de garimpagem, que foram as responsáveis por consumir grande do bônus de Goretti, sim elas ultrapassaram sua margem, só a Turma da Mônica Jovem levou pra mais de R$ 50,00!


E claro, o que não poderia faltar: Minha impressão em relação a Bienal de Pernambuco!


Aqui esse evento soa mais como feira pedagógica do que como qualquer outra coisa, senti muita falta dos livro de literatura fantástica, de variedades de quadrinhos, dos romances, Literaturas mais especificas, como a Africana, com um preço mais acessível, preço de Bienal, porque tudo que vi nesse segmento estava com preço comum, nada de fabuloso a não ser todas as editoras juntas em um lugar só, não vi grandes promoções dentro dos seguimentos que gosto, excepto a literatura infantil.

Mesmo os livros acadêmicos estavam com preços normais de tabela.

Sei que no último dia haverá promoções, mas tenho a impressão que estas não vão incluir os livros que me interessam. #TouTriste

Não sei se é assim em todos os estados, mas aqui a Bienal parece uma feira do livro voltada para o professor de educação básica, mas do que para o público leitor em geral, acho que os livreiros se organizam assim porque tanto o governo do Estado como as prefeituras da capital, região metropolitana e interior costumam oferecer aos educadores o tal bônus, então eles parecem facilitar no preço de livros que servem de suporte didáctico, livros infantis e paradidáticos.

Os de literatura fantástica, literatura estrangeira, acadêmicos e afins estavam como sempre estão e eu não comprei e me frustrei, esperava melhores preços sim na Bienal, esperava sim promoções, preços mais em conta e não coloquei nenhum na caixa porque comprar livro a preço de tabela eu faço em qualquer época do ano, não preciso de Bienal para isso, mas, por exemplo, gostaria de ver a Coleção História Geral da África por um preço mais acessível, tava por R$ 700,00 e assim não dá, esperava encontrar livros assim ao menos pela metade do preço normal, afinal Bienal é pra isso, ou não? Se tivesse como um bom desconto teria colocado na Caixa com ou sem bônus \o/


Embora confesse que se a prefeitura não tivesse me punido pela ousadia de procurar melhorar minha formação eu realmente teria comprado o vol. 2 da Edição Definitiva de Sandman com quase toda certeza, mesmo estando com o preço normal de todo dia: R$ 145,00.


E sim, também teria comprado alguns livros acadêmicos como o que foi, na minha opinião, o grande lançamento da Bienal, o livro: Educação, Escolarização e Identidade Negra, organizado pelas professoras do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco Eliete Santiago, Claudilene Silva e Delma Silva. Nele está sintetizado o produto de 10 anos de pesquisas sobre relações raciais. 

Segundo Carlos Augusto Sant'Anna Guimarães, trata-se de um trabalho:

"Organizado em 11 capítulos, o livro resulta das dissertações de mestrado defendidas no PPGE/UFPE  entre os anos de 1999-2009, que versam sobre  relações raciais. Aborda questões como: acesso, inclusão e permanência da população negra na escola, racismo e discriminação racial no espaço escolar, currículo e construção de identidade racial, bem como a atuação do movimento social negro e a construção de políticas de promoção da igualdade racial no âmbito da educação."

 

E não, eu não comprei na Bienal porque livro a preço de tabela eu não preciso de Bienal para comprar, na Bienal queria os livros a um preço mais acessível... E sim, é provável que quando eu comprar a minha edição dessa gracinha eu traga algo a respeito para essa caixita!

E para encerrar, eu e Goretti pagando mico geral:



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cartas...

 
Outro dia em uma dos meus passeios pela livraria eu dei de cara com um livro com o titulo Correspondência, nele está contido um conjunto de 53 cartas que formam o conjunto da correspondência que foi trocada entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco, o livro foi organizado inicialmente por Graça Aranha e editado por Monteiro Lobato, que por essa quase se redimiu comigo, quase porque eu amo implicar com Lobato e não vou deixar de fazer isso só porque ele foi responsável por trazer a público um conjunto de cartas que eu adoro ler. (Implicar com morto é o cumulo da implicância, eu sei... Relevem... isso deve ser falta de lavagem de roupa, namorado ou derivados...)

Quem faz a introdução desse livro é um historiador famoso, José Murilo de Carvalho, e entre muitas coisas lindas ditas sobre um e sobre outro, ele reflecte sobre essa pratica da troca de cartas, diz ele:

"Revelar intimidades, é o que se supõe cartas deverem fazer. E é sorte dos historiadores que se escrevesse muita carta nos tempos de Machado e Nabuco. Futuros pesquisadores não terão tanta facilidade depois que a carta impressa foi substituída, inicialmente pelo telefone, depois pela correpondência eletrônica, apressada, desleixada, descartável."
(CARVALHO, José Murilo de. Correpondência, pg. 11-12)


Eu achei essa opinião curiosa de José Murilo porque ironicamente foi a Internet que me fez escrever cartas e manter uma correspondência com alguém pela primeira vez na vida, ainda que de forma eletrônica. Aliás, grande parte da minha correpondência eletrônica não é nada descuidada, descartável ou desleixada, ainda que muitas cartas tenham sido escritas com pressa ... Ah, foi também a virtualidade que me levou a frequentar os correios e escrever cartas impressas e recebe-las vez ou outra, a Ana Seerig do Alguma coisa a mais pra ti ler... que o diga rsrsrs... E sim foi a Internet que me fez pela primeira vez na vida me preocupar com greve de correios.

E sim, a titulo de conclusão, esse post começou porque hoje eu fui convidada a escrever uma carta para alguém muito especial, nada mais nada menos que nossa respeitável PresidentA, Dona Dilma Rousseff, a convite da Emília do blog "As histórias de Emília", hoje estou lá no 4 por 4, junto com, nas palavras a Emi, mais três feras.



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A propósito, não posso deixar de registrar minha satisfação diante da informação que acabei de receber através da Celina Dutra do Colheita de Girassóis néh que a Caixa tirou do ar o comercial onde Machado de Assis aparece branco com direito até a pedido de desculpas!

Nessas horas eu até me animo, os tempos estão mudando, os que não tinham voz agora tem, Machado não será mais embranquecido e eu tenho esperança que talvez estejamos um pouco mais próximo do dia em que racismo será uma coisa do passado, deixo o link que a Celina me deixou e agora só falta a Caixa responder a respeito do que será feito em relação ao nosso rico dinheirinho que foi gasto nessa mal fadada propaganda!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cultura...

 "Os seres humanos são seres interpretativos, instituidores de sentido. A ação social é significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam: não em si mesma mas em razão dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar, organizar e regular sua conduta uns em relação aos outros. Estes sistemas ou códigos de significado dão sentido às nossas ações. Eles nos permitem interpretar significativamente as ações alheias. Tomados em seu conjunto, eles constituem nossas "culturas", que todas as práticas sociais expressam ou comunicam um significado e, neste sentido, são práticas de significação."
(Stuart Hall)
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Nos últimos tempos tenho lido sobre Cultura, entre as leituras cruzei com Stuart Hall, um teórico cultural jamaicano que contribui para os estudos culturais com obras chaves para os estudos da cultura, dos meios de comunicação e dos debates políticos... Gosto muito de tudo que leio dele, é um fofo, tem grandes sacadas em tudo o que escreve, não posso deixar de destacar a passagem ai de cima... Realmente somos seres interpretativos, construímos códigos de sentidos a esses códigos chamamos CULTURA é tudo de bom estudar isso.

Para quem quiser ler o texto de onde tirei a citação ele está aqui eu indico, é óptimo!

Stuart Hall. Photo: Clinton Hurton. Courtesy of Annie Paul.

sábado, 17 de setembro de 2011

Do que veio pelo celular!

Eu e meu celular não vivemos bem uma relação de amor, eu detesto quando ele toca e a julgar pelo fato de viver ele no modo silencioso, perdido ou descarregado o danado também deve detestar tocar.

Mas, desde que Eick nasceu que minha relação com meu celular melhorou sensivelmente... Tia que vive presa em casa pelas muitas leituras que tem que fazer (graças a Deus por isso) ou no arquivo, acabo que não posso ir tanto quanto gostaria na casa de Gô vê meu sobrinho lindo de maneira que a tecnologia vem em meu auxilio.

Hoje, quando fui conferir o celular, que estava esquecido debaixo do travesseiro tinha uma mensagem a ser aberta, quando abro, adivinha o que me apareceu na tela? Pois é! A pessoinha mais linda do mundo!

Gente, não é corujice, simplesmente não tenho culpa se meu sobrinho é lindoooooooo!!! E esse sapinho do lado dele não é um bichinho de pelúcia não viu... É um livro, o primeirissimo que antes mesmo dele nascer já estava esperando por ele... Porque a gente tem que começar cedo a incentivar a leitura néh!?!?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dos poesia que reencontrei entre meus papeis...

Para uma orgulhosa portadora de rinitis, sinositis e todas as itis do mundo... mexer em papeis já antigos não é tarefa fácil, mas na aula de ontem a tarde um colega de curso me falou de sua necessidade em relação a um determinado texto e eu lembrei que tinha esse texto cometendo em seguida a temeridade de dizer a ele.

Resultado: tive que abrir as pastas de guardados de 2009... Tou espirrando até agora e acho que vou caminhar até o meu lindo broncodilatador do coração um doce amigo para todas as horas amargas!

Mas, não é isso que eu queria compartilhar, o que gostaria de partilhar são os versos que achei entre meus papeis não tão antigos, são uns versos com os quais me encontrei pela primeira vez através dos mares virtuais, na época me tocaram profundamente e eu, felizmente, tive a ideia de imprimir e guardar, na impressão só faltou, creio eu, o titulo, não sei bem porque, acho que na ansiedade ou pressa por fazer alo que não me recordo mais... não copiei e colei... Sei lá...

Mas, a questão que realmente martela em minha mente nesse momento é, afinal de contas:

Quem é mais afetado pelo choque;
o Sândalo caído
ou o machado perfumado?

É curiosos como ao rever as palavras as emoções voltam na mesma intensidade, é um tipo de sensação agridoce... Uma nostalgia... Um peso... E também alguma leveza...

Enfim, deixo os versos por aqui para guardar a lembrança, para encontros menos asmáticos e para compartilhar uma poesia que amo, claro.

"De todo o conhecimento que posso buscar
de toda a riqueza que posso alcançar,
de toda a virtude a que minha alma anseia,
e por tudo o que me esfolo e sondo
e sonho,
nem a sabedoria dos mestres,
nem a pureza dos santos
me ajudam a responder essa indagação:

Quem é mais afetado pelo choque;
o Sândalo caído
ou o machado perfumado?
Ironia cruel, vendo o gigante caído,
Penso que o gume frio do machado
Nada vale sem um cabo que o empunhe.
O Sândalo o forneceu a mão que o deitou.

Observo-o caído interrompendo a passagem.
Caiu sobre a trilha antiga, obrigando os passantes a darem a volta.
Eu o deixarei lá, o bravo gigante!
Ficará ali até que seu tronco se desfaça sob a chuva e o sol.
Um testemunho incômodo, de que ali viveu e floriu.
Perfumou o ar com sua extinção...
Breve a trilha se desviará para o canto
E os viajantes, evitando o tronco,
Passarão ao largo do lago morto.

E entre essas duas coisas mortas,
A trilha da vida dará uma pausa,
Suspirará e tomará um novo alento.
Talvez o lago volte a brilhar, talvez o toco de árvore
Reviva seus galhos de folhas e sombra.
Talvez...

Atrás de mim, sinto a lareira arder suavemente,
Uma frágil flama que se apaga em lento crepitar.
Sua forma delgada lembra a figura de uma mulher
Dançando lenta e sensualmente.
Sinto um impulso de avivar-lhe as brasas
Lançar-lhe uma nova acha que fortaleça suas chamas
Mas não me movo.
Tudo tem um inicio e tudo tem um fim.
Sinto isso, mesmo que minha razão fraqueje em aceitá-lo.

E por mais que eu lamente a queda da árvore
E tema o frio que se instalará na casa e na minha alma
Quando a labareda delicada se apagar
Deixo que o mundo pulse e siga.
Deixo que a chama apague."

(Sahge)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CAIXA 150 Anos: O Bruxo do Cosme Velho / Desde quando Machado de Assis foi Branco?

Assim, sabe quando você está tão estarrecida(o), tão abismada(a), tão surpresa(o) que não pode ficar quieta(o) , sou eu nesse momento! A cinco minuto atrás estava eu no conforto do meu sofá assistindo televisão com meu pai e meu irmão e tenho uma surpresa, entre em cena um dos comerciais comemorativos dos 150 anos da Caixa Econômica Federal, a Gloria Pires entra em cena nos apresenta o Bruxo do Cosme Velho!

Opa, eu me endireito toda, pq Joaquim Maria é um dos meus preferidos desde a sétima série quando eu li Dom Casmurro pela primeira vez e o meu amor por ele só cresce, nos últimos meses a obra dele foi uma das fontes inspiração que me ajudaram a reconfigurar meu projecto de mestrado... Estudei durante a graduação a obra de Machado de Assis na trilha de Sidney Chalhoub, mergulhei na percepção social de Machado, como ele evidencia em sua obra o carater paternalista, patrimonialista e hierárquico da sociedade Imperial.

Aprendi com Eduardo de Assis Duarte sobre o fato de ser esse homem um dos grande intelectuais afro-descentes, neto de escravos, educado dentro de um morro carioca iniciado nas arte da impressão e no mundo editorial pelo tipógrafo, editor e também afro-descendente Francisco de Paula Brito.

Machado, um homem introspectivo, carrancudo, mas que mesmo assim no 1º de Maio de 1888 saiu em carro aberto pelas ruas do Rio de Janeiro que em 1893 quando tantos já haviam esquecido a importância desse dia escreveu que:


"Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou, e todos saímos à rua. Sim, também eu saí à rua, eu o mais encolhido dos caramujos, também eu entrei no préstito, em carruagem aberta, se me fazem favor, hóspede de um gordo amigo ausente; todos respiravam felicidade, tudo era delírio. Verdadeiramente, foi o único dia de delírio público que me lembra ter visto."

Esse homem brilhante, diferentemente de um certo ídolo pop do século XX, pelo que me consta, nunca sofreu de vitiligo para aparecer branco em um comercial do século XXI. Eu estou definitivamente chocada, chateada e ofendida!

Eu sei que no senso comum, e no não comum também, é difícil para as pessoas imaginarem que coube aos negros e negras que habitaram o Império do Brasil um papel diferente do de escravo, até porque eu trabalhei a graduação inteira oferecendo um curso sobre Cultura Afro-brasileira e as pessoas SEMPRE se surpreenderam quando me viam falando de INTELECTUAIS AFRO-DESCENDENTES.

O Literafro da UFMG: um dos meus bancos de dados preferidos para quem quiser conferir algo mais!

 

Não é de surpreender alguém que nunca precisou pesquisar nada sobre Cultura Afro ignore que o papel de intelectual, literato, politico, artista, jornalista foi ocupado por inúmeros homens e mulheres de cor ao longo de nosso história, afinal temos ai séculos de escravidão... E como Lilia Schwarcz tão bem trabalhou no fabuloso "O espetaculo das raças" temos neodarwinismo nas costas, Antropologia criminal, racismo, preconceito... novela das oito, não vamos esquecer dela, fonte inesgotável estereótipos, MAS como pode alguém que pesquisou a vida de Machado de Assis ignorar uma particularidade tão importante a respeito do homem que ele foi?

O que significa isso?


Eu estou com minha vista seriamente comprometida ou esse actor é branco demais para representar Machado de Assis?



Não gostei desse vídeo, não aprovei, me revoltei e lamento muito sentir que ainda estamos nessa, de sentir o quão racista o Brasil é... Eu estou me sentido roubada em relação a minha história... Embranquecer Machado de Assis dessa forma é uma violência sem tamanho, me enoja!

E sim, esse post está sendo escrito mediante altos índices de ódio fulminante, raiva e o que mais vocês puderem imaginar, perdoem se houve algum excesso, se eu me furtei de ser polida em algum momento afinal discutir tudo o que diz respeito a memória afro-brasileira requer cuidado e cuidado é tudo que eu não estou com paciência de ter nesse momento, o que mais quero é desabafar minha raiva e de forma alguma eu poderia me furtar de escrever isso...

Sei que não sou ninguém no jogo do bicho, sou só mais uma educadora em formação, tentando ser a melhor profissional possível para meus pequenos, pode parecer pouco, mas para mim é muito, além do fato de que esse assunto pode não interessar a maioria das pessoas... mas para mim é importante e como esse blog é afinal de contas meu diario a educadora que sou não pode ficar com essa raiva presa de jeito nenhum, isso me sufocaria.

  O vídeo criado pela BorghiErh/Lowe para a campanha de 150 anos da CAIXA. 


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Na trilha da Jussara eu também descobri a Ouvidoria da Caixa, onde podemos reclamar, para os que por acaso também se revoltarem com o ocorrido e quiserem reclamar deixo o link: Ouvidoria Caixa!