sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre saudades do blog e doenças que se prolongam...

Há um tempo atrás era comum que eu passasse semana inteira sem postar, só que de uns tempos para cá isso se tornou cada vez mais comum, eu posto algo quase que diariamente e me tornei uma blogueira regular, tão regular que passar esses dias sem postar me foi sofrível, o blog me fez falta, tem tanta coisa que eu queria postar por esses dias e não pude... Os selos que recebi, uma postagem que uma amiga me propôs fazer... alguns agradecimentos... enfim...

Minha pequena gripe misturada a uma deliciosa crise de asma alérgica se prolongou por mais tempo do que eu esperava... 

Acreditem a coisa ficou preta por aqui, aliás, cinza seria uma cor mais adequada. Estou me sentindo cinza e todas as tenebrosas profecias da minha mãe referentes ao que alimentação ruim e excesso de trabalho podem causar se realizaram. Vivenciei desde febre regada a pesadelos asmáticos até uma pavorosa cena em um ônibus lotado finalizada com uma senhora aferindo minha pressão enquanto me questionava quando a uma possível gravidez \o/

Enfim, parece que agora tudo está ficando estável... e em processo de recuperação, voltando a vida e aos blogs e ao trabalho e aos livros e ... e... e... tantas coisas que minha mãe já começou a bradar aos quatro ventos as profecias referentes ao que ocorre com quem volta a ativa antes de se recuperar completamente... Isso é um ciclo vicioso, o ano já está acabando, essa doença chata acabou me deixando atrasada em muitos aspectos, tudo está ainda mais puxado que antes, mas falta muito pouco para tudo chegar ao fim, agora tenho que deixar rolar, em Janeiro eu vou me cuidar... Janeiro não está tão longe e vai dá tudo certo!!!
 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E depois da tempestade...

Bem, continuo gripada... mas já tá passando... cumpri meus compromissos como podia e cá estou um tanto quanto melancólica e me perguntando se todo esse esforço vale mesmo a pena... Se se gastar dessa forma trás algum retorno... Ontem foi o dia de culminância de uma serie de esforços e investimentos.... de uma época de tempestades e muito movimento... Então hoje é o dia do pós-tempestade, portanto o dia da bagunça e da ressaca.

Claro, sem dúvida, tudo valeu a pena. Como diria meu lindo e perfeito Fernando Pessoa "tudo vale a pena se a alma não é pequena" e em relação as dores, "Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor".

E sim, ontem, enquanto resolvia meus problemas e enfrentava meus compromissos, eu pensei em muitas coisas, pensei em muitas pessoas, pq quando a gente tá doente fica melancólico pra chuchu (no meu caso as vezes funciona o contrario também, quando fico melancólica fico doente pra chuchu... Minha mãe diz que é "de família"... Aff... Karma) e quando a gente fica melancólica a gente pensa, relembra, mastiga e até mesmo rumina a vida como o boi rumina o pasto.

Porém entre tantos pensamentos ouso destacar um ensinamento que recebi da Filosofa Ro, pq este eu espero levar para a vida toda e lembrar especialmente naqueles momentos em que o furacão parece pior!

"Cabeça pra cima no cabelo com chapinha e peito pra frente no sutiã poderoso.
Podre só em casa , na rua é força na peruca."

Tirando o batom, a imagem combina comigo... gostar de decote é meu pecado particular e Deus perdoa, bem, eu espero que perdoe!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E quando tudo o que não deveria acontecer aconte????


Pois é... tem coisas que acontecem que são de doer... Amanhã eu tenho um compromisso ultra sério, na verdade dois... estou a um tempão me preparando para esses compromissos... e eis que quando eu menos esperava acontece as coisas inusitadas da vida:

1º. Eu fico terrivelmente gripada... doida para cair na cama, lutando contra a febre.

2º. Da gripe vem a rouquidão... pois é, como eu vou cumprir meus compromissos que exigem fala e muita fala sem poder falar? Ótimo!!!

3º. Vou ter que fazer uma viagem de três horas entre um compromisso e outro, ótimo para minha garganta, o ônibus tem um condicionador de ar super potente (eu já fiz a viagem antes, sei do que tou falando); e

4º. Para completar minha felicidade suprema eis que eu me vejo as portas de uma linda e maravilhosa crise asmática.... a noite promete ser longa \o/ 

Pq as crises sempre começam nos piores momentos ein? Não podem esperar a gente não está cheia de coisas para fazer?

Tenha santa paciência! E o remédio me da uma tremedeira terrível... aff... ruim com ele pior sem ele!!! Aliás, sempre que eu me vejo com essas pequenas e incomodas crises eu me sinto tão criança, tão frágil, tão indefesa... acho que isso é o pior... Que chatice, quero de volta minha saúde!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Educação Infantil: entre a magia e a dureza da vida!.

Pois é, todo mundo sabe que Educação não é uma das dez aréas mais legais para se trabalhar no Brasil... Dãh... Todo mundo que trabalha com Educação sabe disso desde o primeiro momento que decide seguir por esse caminho... Mas, nós somos idealistas, cheios de energia... e sim, queremos mudar o mundo...

Há quem diga que não há idealismo que resista a prática pedagógica. A rotina da sala de aula é incansável, só que nós não somos... Nós cansamos... minguamos, somos vencidos pelos problemas cotidianos e ser vencido é sempre frustrante, porém, não duvide do poder de um ideal... Ele é forte viu! Não sou a mesma idealista que era a cinco anos atrás, contudo ainda há muito idealismo para ser ressignificado por aqui!

Enfim, Educação Infantil tem coisas boas, muitas coisas boas... Por exemplo:

Você chega cheia de olheiras, mais pra lá do que pra cá... E então escuta aquele "Tiaaaaaaaaaaaaaaaaa..." E todo mundo pula em cima de você como se vc fosse o último biscoito do pacote! Loucura total, se vc não voltar a vida como uma Fénix então desista!!!

Também tem aquela situação clássica: final de expediente, morta de cansaço, descabelada, suja de sopa (pq quando vc tem dois anos é normal derramar sopa por todo lado e isso inclue a saia da tia, o cabelo da tia, a camisa da tia, a tia como um todo...), vc pensa que tá mal, muito mal, ai vem um pirrainho daqueles olha pra vc e diz: "Tia tu é linda!". Aí o que vc faz? Se joga, mata o menino de chero e o mundo fica perfeito novamente!!!

E os momentos únicos de congelamento estarrecido diante de certas atitudes??? Pense na cena: um pequeno do alto dos seus dois anos de idade acorda no meio da soneca da tarde e pede para fazer chichi, vai no banheiro, tira a torneirinha, fez seu chichizinho, balança o lindo goguinho, guarda, da descarga, lava as mãos, enxuga, olha para você, informa: "Sou homem tia!" e volta a deitar. Confesso que se meu queixo não estivesse no chão eu ia ter dito: "Que conversa é essa??? Você é bebê!!!"

É, tem coisas boas, muitos beijos, muitos afagos, as brincadeiras, o descobrir da fala, o descobrir do corpo, o amor verdadeiro... é muito doce, apesar de cansativo. Eu sou apaixonada por Educação Infantil, de todos os universo pedagógicos que eu frequento esse é o mais desestressante... É legal trabalhar com adolescentes, é legal trabalhar com formação de professores, mas trabalhar com Educação Infantil é mágico!!!

Só que tem coisas ruins... Tem coisas péssimas.... Tem coisas muito dolorosas... A vida não é fácil para ninguém, mas perceber que tem pessoas que começam a sofrer antes de saber falar a palavra "sofrer" machuca um pouco.

Crianças mal cuidadas, pais que parecem adolescentes, senão crianças, que não tem senso de higiene pessoal, que vivem abaixo da linha da pobreza... que sofrem com fome, descaso e exploração e passam esse legado aos filhos... Cresceram sem perspectiva, vivem sem perspectiva e educam seus filhos no mesmo caminho...

Mães e Pais muito rudes... que só receberam rudeza da vida e só respondem a vida com mais rudeza... e eu sou parte da vida deles, nós (tias e tios) somos parte da vida deles, a parte que só é tratada aos gritos, que tem que medir até onde devemos ser gentis e até onde devemos nos impor... o limite sútil que existe entre o "Eu te entendo..." e o "Me respeite...".

Mães que trabalham muito e pesado, que não tem marido, atrasadas, eternamente atrasadas. Já me incomodei muito com atrasos, hoje levo com tranquilidade, espero, tenho paciência... Simplesmente é necessário entender que algumas patroas simplesmente não entendem que as suas empregadas também tem família e precisam pegar o filho na creche as 5:30 da tarde então largam as empregadas de seis da tarde... Também é preciso entender que algumas mães trabalham vendendo doces em terminais de integração do outro lado da cidade, não tem ajuda nenhuma de homem algum, contam apenas com a creche... Atrasos não me estressam mais...

Muita coisa não me estressa mais, nem minha chefe que fecha meu ponto se me atraso mais que 15 minutos (não só o meu, mas de todo mundo) e que esquece de olhar os problemas estruturais que temos na sala, de olhar a forma como os pais nos tratam, de garantir que exista dentro da creche uma gestão democrática!!! Nem a Gerência de Educação Infantil da cidade do Recife que se importa demais com a parte da legislação que fala de horários e de menos em nos garantir um salário digno de nossa enorme responsabilidade e coisas básicas como um plano de saúde me tiram do sério mais...

Porém, no entanto, todavia... tem coisas que não dáh para engolir em seco... Existe um limite para todos nós, um limite do suportável!! E esse limite para mim é quando vejo uma criança em estado de sofrimento, doente, as doenças infantis são um limite para mim... ai não tem ignorância de pai certa, rudeza certa... chefe certa... ou burrice certa da minha parte...

Quando entrei na creche, há quatro anos atrás, as meninas que trabalhavam na minha classe reclamavam que os pais procuravam machucado no corpo dos filhos e pediam explicações... Hoje, quatro anos depois, os pais é que reclamam pq nós estamos de olho neles... Os pais é que chegam explicando o que aconteceu com os filhos... E tanto eu quanto Go, ou tanto Go quanto eu (não sei qual das duas é mais chata com esse assunto) pegamos no pé, e pegamos menos do que devíamos, acredite, poderíamos ser mais chatas e não somos.

Essa semana, depois do feriadão do Dia da Republica aconteceu um fato interessante a esse respeito, digno de nota... Na volta desse feriado, na terça, Gô percebeu na hora do banho um ferimento estranho no bumbum de uma de nossas crianças... Bem, esse tipo de coisa não dá para passar. Qualquer pessoa sã sabe disso... Passou milhares de coisas por nossas cabeças, não vou mentir... É só ver o noticiário e qualquer um entende o que quero dizer... Mostramos o ferimento a nossa coordenadora pedagógica e ela disse para mandar o pai levar a criança na pediatra e trazer um parecer dela, não somos médicas... Tudo bem... 

Go me pediu para falar com o pai, e lá fui eu... Pacientemente conversei, expliquei, combinei... "Vá na pediatra para ela vê o que é isso... traga a receita... traga o parecer dela... Precisamos saber do que se trata!" Gente eu falei com ele com toda a paciência do mundo... Ele me disse que levaria na pediatra do posto de saúde que tem ao lado da creche onde nossas crianças são atendidas sem marcação de consulta... É só chegar comprovar que é da creche e pronto...

Enfim, ficamos tranquilas, conhecemos a pediatra, confiamos na pediatra (muito não, mas eu sou chata e não confio muito nem em mim)... Enfim, quando cheguei na creche ontem perguntei pela receita as meninas da manhã e qual não foi a surpresa!!! O pai não foi na pediatra... Não fez nada do que combinamos, meu sangue subiu a cabeça... Fiquei contando os minutos para ver o dito... E quando ele chegou me ouviu... me ouviu muito... Confesso que exagerei um pouco, no meio da conversa a esposa dele alterou a voz para mim, eu me alterei a voz para ela, não devia ter me alterado, perdi o controle.

Hoje a coordenadora pedagógica venho falar comigo, disse que os pais se queixaram da "ignorância da tia"... Que nós temos que manter um padrão de comportamento, que não podemos nos alterar com os pais... Blábláblá... Mas vou contar uma coisa a vocês, não me importo de ser chamada de ignorante, não me importo nem mesmo de ser ignorante... Até pq depois de ter sido ignorante com eles, os dois trataram de levar o menino na pediatra, ela esclareceu que o ferimento tratava de um sintoma de um germe de cachorro, receitou tratamento e os pais iniciaram hoje mesmo.

E esse para mim é um dos lados mais duros da Educação Infantil: tem mãe e pai que só faz o que é necessário, o básico, quando vc sai da linha, é necessário que vc acumule uma fama de ignorante para que um direito básico da criança seja respeitado por seus próprios pais.

Confesso que eu adoraria que os pais me ouvissem quando falo sorrindo, com voz doce e rosto amável, mas também confesso que se for preciso ser tachada de "ignorante" para garantir que uma criança faça tratamento médico, use roupas razoavelmente limpas e seja bem tratada eu vou ser "ignorante" até dizer basta! 

Ah, também confesso que não sou tão ignorante assim, antes fosse... metade disso tudo é fama... eu sou um pouco chata, confesso... SÓ QUE:

Ignorância é que eu aguento dos pais todos os dias. Ignorância é a gestora me dizer que três atrasos e eu terei uma falta, ignorância é as infinitas infiltrações no banheiro, ignorância é um aumento porco todo ano... ignorância é vc ficar três dias com seu filho e deixar ele pegar germe de cachorro!!! Ignorância é vc gritar com uma pessoa que quer apenas que vc leve seu filho no médico!!! Isso é ignorância!!!

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O post ficou grande demais... mas eu precisava falar!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Me sentindo pequena...

Outro dia encontrei nos descaminhos do meu próprio pc uma arte de meu irmão, na verdade depois encontrei essa arte no próprio blog dele, meus irmãos são talentosos e eu sou muito babona do talento deles... Só que não é essa a questão!

A parte o fato de que eu realmente sou babona, as vezes me sinto contemplada por coisas que tratam em suas artes..


Pequena, sozinha, preza no meio do nada... claro que penso que se sentir assim vez ou outra não é nada de mais ou de menos, talvez todos se sintam assim de quando em quando... o  que não torna menos ruim se sentir assim, estou em prantos e não tenho lágrimas a chorar, estou tão sem saco para gastar minhas lágrimas com esse tipo de coisa...

Sei que essa sensação é  como um pesadelo, não sei como começou, mas sei que em breve vai acabar e se eu me concentrar bastante em abrir os olhos, no final sei que repentinamente vou  conseguir acordar e vai haver luz ao meu redor... É sempre assim não tem do que ter medo!!!