quinta-feira, 24 de maio de 2012

Tempestade...


Não sei ou sei porque ando com um humor um tanto quanto melancólico, com aquela sensação de dever não cumprido de coisas a fazer e uma grande enorme incapacidade de fazer o que quer que seja...

Acho que estou com muita vontade de usar essa página do blog para ficar de mimimimimii, tempestade em copo d´água, desabafar angústia, sei lá, nem que seja só por hoje... preciso de um Momento Desamparo...

E bem, não quero sair por ai postando em redes sociais, conversar com família tá fora de questão.... Ligar para minhas amigas nem pensar.

Todos que me são próximos parecem e tem grandes problemas no momento... Pensei em ligar para alguém, escrever algum e-mail ou algumas cartas...

Mas não quero usar palavras minhas para exprimir o que sinto... só piso e repiso palavras alheias enquanto desejo sumir do mapa como se nunca tivesse existido nele, sem causar transtornos a ninguém, sem deixar nenhuma lembrança que "arda que fira ou que mova"...

E nessas horas... passa um desfile de textos pela minha mente...


"Ó meu coração, torna para trás.
Onde vais a correr, desatinado?
Meus olhos incendidos que o pecado
Queimou! o sol! Volvei, noites de paz."

Fernando Pessoa

"O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso."

Sahge:

"Como morrem os anjos?
Como abraçam o vazio os homens alados, cujos sonhos voam?

Morrem como morrem todos os homens,
Sozinhos e com medo, antes que a cortina caia.
Lançando no eterno a esperança de alcançar o mar infinito
O verde e o campo onde caminhariam para sempre."

Carlos Pena Filho:

"São trinta copos de chope,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrado.”

Salomão:

"Vaidade de vaidade diz o pregador, vaidade de vaidade! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volata ao seu lugar de onde nasceu
...
Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir."
(Eclesiastes 1. 2 ao 5, 8)

E sim, é um drama só... uma tempestade em copo d'água...


Ah, no final quando fui ver uma imagem para o post dei de cara com essa tempestade e não resistir... Me lembrei do Sr. Tio Verden que confessa vez ou outra ser dado a lamúrias... É tio, sou mesmo sua sobrinha, ainda que adotada! Menos mal, pois já diz o ditado "Quem sai aos seus não degenera!".


E depois dessa vou dormi que meu mal também é sono...


"Se eu fosse a Bela Adormecida, espetaria novamente o dedo na roca de fiar e dormiria por mais cem anos." (Gabriela)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Os Vingadores, o filme!


Hoje estou lá no blog da Michele Lima Notas de Rodapé e, como de praxe, convido a quem se interessar a passar lá e conferir minhas impressões sobre o filme "Os Vingadores" clicando no link:


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sobre "O pequeno Príncipe", o ato de cativar e a Responsabilidade!


"O Pequeno Príncipe" é um livro lindo, daqueles que a gente nunca esquece, e eu me apaixonei por ele, como quase todo mundo que já leu essa velha história.

Essa semana uma prima minha me mandou essa imagem com essa frase pelo orkut, é aquela coisa: a mensagem é linda, poética e tudo e tal, mas... de repente, não mais que de repente me ocorreu um pensamento estranho. Me peguei pensando que esses dois, Raposa e Príncipe são um bom par de gente "sem noção".

Vê só:

"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o Príncipe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho."

O Príncipe não só conversa com uma perfeita desconhecida como convida ela para brincar com ele. Não, ele não tem noção do perigo! Obviamente a mãe dessa criança nunca disse a ela que não se pode falar com desconhecidos. Isso para não falar que ele leva um belo fora e ainda pede desculpas.

Mas, não, não é apenas o Príncipe que é dado a atitudes "sem noção" nessa história! A raposa é uma tola em potencial. Francamente se deixar cativar por pessoas que a gente convive e conhece já não é uma coisa muito segura, visto que pessoas tendem a ser traiçoeiras, malvadas, egoístas e cruéis inclusive com seus entes queridos, imagina o nível de insegurança que existe em se deixar cativar por uma pessoa vinda sabe Deus de onde? Eu ia dizer que ela é temerária, mas temerária pra ela é pouco.

Olha o dialogo:

"- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...

Mas a raposa voltou a sua idéia: 

- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:

- Por favor, cativa-me! disse ela."

Outra coisa que me ocorreu é essa coisa de responsabilidade. Sempre digo que quem me ensinou sobre RESPONSABILIDADE foi minha avó materna, Mãe. Com Mãe aprendi que ser responsável pelo outro não é uma tarefa fácil, pois isso tem haver com está presente, com amparar, cuidar, vez ou outra custear.

Responsabilidade é algo que as pessoas não gostam de ter em relação ao outro, porque isso enfada. Desconfio que ninguém consegue ser responsável o tempo todo, acho que nem mesmo as mães podem ser constantemente responsáveis por seus filhos.

Refletindo sobre esses trechos do Pequeno Príncipe e a forma arriscada através da qual a Raposa e ele constroem seu vinculo de amizade percebo que no mundo de hoje, no qual a virtualidade se tornou uma forma de relacionamento, todos nós desenvolvemos a tendencia de nos portarmos como esses dois.

De repente nós esbarramos em um desconhecido pelos mares de facebooks, orkuts, blogs, yahoo perguntas e respostas, olhamo-nos sem nos ver ou nos vemos sem nos olhar, e decidimos nos tornar amigos daquela pessoa que nós nunca vimos tão gordas ou tão magras em nossas vidas. A despeito do nosso total desconhecimento sobre essas pessoas, nós nos envolvemos com elas, abrimos nossa intimidade sem medir as consequências e não paramos para perceber que a história do Pequeno Príncipe pode ser muito lirica, mas a realidade por vezes não tem lirismo nenhum.

E brincando de pensar começo a ponderar que talvez seja uma boa ideia exercitar a prudência e deixar de sair por ai dando uma de Raposa em um mundo no qual faltam Pequenos Príncipes.

E sim, a proposito de toda essa reflexão tortuosa, especialmente para alguém como eu dada a abraçar calorosamente qualquer um que me abrace, sempre considero valida a observação do bom e velho Saint Exupery, só consigo conhecer o que cativo e o preço de uma amizade é sempre a perpetua responsabilidade.

"- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os homens esqueceram a verdade. - Disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. 'Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.'."
_________

P.S. 1: Enquanto estava terminando de escrever esse texto em Agosto de 2011 comentei com mainha essas ideias e ela disse que eu "só falo, penso e faço besteiras" kkk... É verdade.

P.S.2: Resolvi tirar esse texto da gaveta e acrescentei a ele outras reflexões depois de um pequeno debate com o Christian V. Louis, um de meus companheiros de virtualidade, a cerca de prudencia em relação as amizades construídas a partir dos mares da virtualidade.

P.S. 3: Hoje Mainha não diz mais que "só falo, penso e faço besteira". Ela se sente menos desconcertada com minhas opiniões sobre a vida e eu também sou mais generosa comigo mesma... O tempo ajusta muita coisa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O presente!!!!




Quando o assunto é presentes, eu confesso que gosto muito mais de dar do que receber. Sempre que recebo algo de alguém fico meio sem jeito, todo presente vem cheio de alegria e contentamento, da logo vontade de pular de abraçar... Em seguida vem aquela vergoinha básica... Porque sim eu sou tímida rsrs...

Então prefiro ser a pessoa que oferece a ser a que recebe, prefiro mimar a ser mimada, mas, acontece que eu sou uma pessoa sem noção de muita sorte e hoje recebi um presente muito lindo, de alguém muito atencioso, estou aqui babando ainda.

O Alexandre, que edita o blog Cidade dos Melindres, e também é um de meus amigos de realidade concreta, fez para esse humilde bloguito um banner novo, super lindo, perfeito!!!


Eu amei!!! Confesso que sou muito sensível a tudo que diz respeito a esse blog, morro de amores por ele, tenho ciúmes dele. Ele é meu diário de bordo nesse planeta, é minha memória afetiva, então qualquer atenção que alguém tenha para com ele já me deixa derretida, imagina criar um baner/barra lindo!?!

Sou grata a quem quer que se importe com esse espaço e agora Alexandre vai se juntar a Sônia a galeria das pessoas as quais sou grata por me ajudarem a manter essa caixa em um nível bloguistico aceitável.

E sim, cito a Sônia, pois foi ela a responsável por me presentear com minha caixinha de link, um episódio que não sei se registrei a contento!

domingo, 6 de maio de 2012

Entre subidas e descidas...

Por esses dias uma das minhas companheiras de caminhada virtual lá do Em Quantos, a Giuliara, esteve registrando no blog os percursos de sua vida de mestranda. Ela relatou desde o inicio e na semana passada o capitulo foi um dos mais fofos, ela chamou de Subindo e ilustrou o post com a figura de uma roda gigante.


Realmente a vida mestranda é uma roda gigante. As vezes a gente se sente descendo e as vezes subindo, vez ou outra o nosso abrigo balança e como a roda não para de girar nunca há dias de chuva, sol, vento, tempestade e calmaria... É uma aventura psicologia constante.


Eu nem sei o que me sinto no momento... Acho que estou meio que em pânico. Depois que qualifiquei o projeto, consegui enfim terminar minha pesquisa documental huhu... Nesse dia eu me senti em cima da roda gigante olhando o céu azul e as nuvens brancas...

Masss... Agora tenho que mergulhar na analise de meus documentos, ler a historiografia do meu tema, fazer um levantamento bibliográfico, juntar informações a respeito do momento histórico que estudo e etc e tal.

Sexta-feira passei a tarde e parte da noite na federal pesquisando livros nas bibliotecas e dissertações e teses nos bancos de dados, voltei para casa pesada e entrevada, não tive o que fazer e empilhei tudo o que tenho que ler e mais algumas coisas que já li.


Me deu uma certa angústia! Meu Deus será que consigo?!?! Respirei fundo, tirei da pilha o que já havia lido.


Fotografei junto com os cadernos nos quais estão os fichamentos desses textos e a pilha ficou um pouco menor:


Bem, diminui a pilha é sinônimo de uma pequena subida na roda gigante e um pequeno alivio. Cada livro que sai é um livro a menos na pilha, um livro a mais na bibliografia, um alivio no coração e um degrau a mais no caminho que leva para cima e para frente na vida que eu escolhi para mim.

E no mais, como a pilha táh grande ainda, vou-me embora, ler, fichar, escrever... Fazer qualquer coisa, menos ficar parada, afinal...


segunda-feira, 30 de abril de 2012

Quando você fala o que quer...

A continuação a essa premissa é "... ouve o que não quer." e sim, eu costumo ouvir o que não quero e considero esse um preço justo pelo habito triste de dizer o que penso e se essa fosse a única consequência de se dizer o que pensa as coisas seriam ótimas!!!

Ouvir o que não quer é totalmente aceitável, afinal é impossível que todos sempre concordem com você/comigo da mesma forma que é impossível a qualquer ser humano na face da terra estar sempre certo. Acho mesmo muito pouco saudável que todos concordem com todos e eu não tenho necessidade existencial que todos achem minhas opiniões mais corretas, nobres e justas, todos estão muito livres para discordarem de mim.

Mas, o que ocorre na verdade quando você diz o que pensa geralmente não é a simples, boa e velha discordância, o que ocorre é que as pessoas se incomodam com pessoas francas e tendem a contrair inimizades com tais seres com uma facilidade assustadora.

Quando você fala o que quer a tendencia é você colecionar inimigos!!!

Minha irmã, com a ajuda do face, me mandou o seguinte recado:


É uma ironia dela, uma brincadeira de irmã e também um aviso para que eu modere minha língua...


Tudo bem, Rafaela é muito mais ponderada quando a revelar suas opiniões a respeito do que quer que seja e eu preciso aprender essa arte também. Porém, não consigo deixar de questionar o absurdo de que haja quem se torne seu inimigo mortal apenas por você ter o hábito de dizer suas opiniões francamente.

Putz, se não concorda não seria mais fácil expor francamente suas opiniões e ponto?!?! Falar na cara, colocar os pingos nos iii?

A proposito, começar a semana assim não é um bom pressagio, mas levem por menos, segunda-feira me deixa rabugenta!!!



quinta-feira, 26 de abril de 2012

O convite mais criativo, o suborno e o filme...

Alegria!!!! Alegria!!!! 


Romântica incorrigível como acabei me tornando, hoje o meu dia começou cheio desse sentimento, afinal depois de longos dias de espera o convite para o casamento da Mi (porque agora é que sou intima mesmoooo) chegou!!!

E sim, é preciso registrar, afinal, não é todo dia que uma pessoa depois de 10 anos enrolando o noivo esperando o momento certo decide trocar alianças e se apenas isso não fosse motivo ainda tem o fato de que  o convite de casamento de dona Mi foi o mais criativo e divertido que já vi.


O convite é a cara dela, lindo, divertido, inteligente, um pouco debochado e com um toque de romantismo ainda por cima. Eu amei, sei que vou guardar por toda vida como lembrança de um momento de muita felicidade em meio ao caos... Tanto que depois de muito tempo me animei a pegar minha seleção de 49 músicas preferidas e coloquei para tocar enquanto fazia minhas leituras... Foi ótimo... revigorante, felicidade faz bem a alma...


Ah, junto com o convite veio também o suborno... Mês passado, a Mi, me pediu para fazer uma resenha de um filme para o Notas de Rodapé, como fazia milhões de anos que eu não via um filme, tive que encarar o cinema ver alguma coisa produzida nesse século. Acabei assistindo "Entre dois mundos".

O problema é que do ver o filme ao fazer a resenha já demorooooo, mais demoroooou tanto que a minha querida amiga apelou para um suborno básico... E néh que deu certo!?! Não há nada que doces japoneses não consigam!!! Quando a resenha sai lá eu aviso aqui!!!


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Reconheço que não gosto da realidade...


"Reconheço que não gosto da realidade, que jamais gostei. Acatei como pude quando já não havia mais jeito de esquivar-me de suas leis, mas o texto dessas leis - que além do mais, são tantos - não entra na minha cabeça. Mal o retenho com um alinhavo precário, e de uma hora para outra o esqueço. Vou de sobressalto, desfazendo os nós confusos que atrapalham a tarefa, e sempre fico em dúvida se os desfiz direito."
(Carmen Martin Gaite, Nebulosidade Variável, p. 105)

Quando eu era criança meu pai costumava me "atormentar" me chamando de "Mundo da Lua", afinal, eu era levemente desatentar, vivia voando, sonhando acordada, fora do tempo presente. Mesmo sendo uma criança comunicativa sempre fui capaz de grandes momentos de introspecção, tão longos e profundos que o mundo poderia desabar e eu não veria.

Atravessei a adolescência desejando vencer essa capacidade de introspecção, controla-la, torna-la mais conveniente a minha realidade e nesses poucos anos de vida adulta percebo que tive ou tenho tido muito pouco sucesso nisso.

Eu não suporto a realidade em tempo integral... Ela me foge enquanto eu tenho alinhava-la de forma precária e continuo sonhando acordada e experimentando a dureza do chão enquanto não descubro por qual caminho se consegue "cair para cima".

Como escreveu Fernando Pessoa:

"Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja —
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar."

Mas, voltando ao paragrafo que deu inicio ao post, ele saiu do livro "Nebulosidade Variável" cuja leitura  seguida de uma forte identificação com as protagonistas e a amiga que me emprestou tem "me lembrado de não esquecer" que sofrer de inadequação crônica a certas formas da realidade não é um privilégio meu...

Talvez sejamos muitos espalhados pela multidão prestes a nos encontrar nas curvas do tempo, em becos improváveis, restaurantes em Shangai e momentos da vida...