quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sobre o que os homens temem...

Eu não ia realmente escrever sobre isso, ou fazer essa citação por aqui.... Mas, porém, no entanto, todavia eu me encontrei com uma figurinha tarimbada em minha vida e não consigo resistir ao impulso de deixar aqui um trecho de Ecce Homo:

"... a mulher completa arrebenta, quando ela ama... Eu conheço essas nêmades amáveis... Oh, que predadora sutil, perigosa, subterrânea, baixa! E é tão agradável ao mesmo tempo!... Uma mulher é indizivelmente mais má do que o homem, e também mais esperta... "
(Nietzsche, Ecce Homo, pg. 79)

É, de fato, os homens temem as mulheres e os filósofos afirmam e reafirmam isso a torto e a direito, nem mesmo um filosofo que rompeu com tantos paradigmas quanto Nietzsche consegue fugir disso... Ora... ora... Isso me faz pensar que eu poderia ser mais amena com algumas pessoas do sexo masculino que me enervam até os ossos.

Só que, uma coisa é aceitar que existe esse sentimento em relação as mulheres, que esse sentimento é antigo, tão antigo quanto a Eva cristã ou a Pandora  grega,  outra coisa é reconhecer que essa imagem de mulher condiz com a realidade.

Penso que essas são apenas representações sobre o "ser mulher" e que antes de falar de uma realidade sobre "o que é ser mulher" falam sobre a forma como os homens percebem a mulher e, por mais que isso pareça ser repetitivo, não posso deixar de reafirmar que os homens são tão vingativos, tão cruéis, tão capazes de arrebentar, tão perigosos quanto qualquer mulher.

Ponha vida!!! Kierkengaard, Nietzsche... quem mais vai exaltar a capacidade feminina de ser má??? Vou te contar ein: ISSO ENCHE MINHA PACIÊNCIA!!! Será que os homens nunca crescem??? Mesmo os filósofos que dividem a história do pensamento, que constroem pensamentos altos, nobres e lúcidos sobre Deus e o mundo quando se propõe a falar sobre mulheres parecem adolescentes estabanados que tremem diante de um par de peito... Freud deve explicar... Vou ler mais as ideias dele... e confesso que não vou me surpreender se eu me ver novamente diante de um  homem que teme as mulheres... e que tece representações pouco elogiosas a seu respeito...

Pq sim, uma pessoa que adjetiva "o outro" da forma que Kierkegaard, Nietzsche, Adão e outros mais adjetivam a mulher só pode morrer de medo dela tanto quanto uma criança teme a repreensão de sua mãe e um adolescente teme os peitos de uma mulher adulta, teme e ama!!!

E falando em temores masculino, lembrei de uma coisa: quando trabalhei com duas turminhas de Fundamental 1, uma terceira e uma segunda série, observava que era mais fácil tratar com os pais do que com as mães, os pais pareciam crianças encurraladas quando eu começava a falar... Homenzarrões, donos de casa... encurralados por um metro e meio de insolência... Tudo bem, eu me aproveitei um pouquinho disso enquanto trabalhei com as crianças, porém já é hora de começar a repensar essas representações e começar a tecer outras...

Já é hora de parar de temer e começar a respeitar, amar, valorizar e entender que homens e mulheres são diferentes mas tão diferente que são igual. Somos apenas seres humanos com medos, traumas, angustias, fragilidades, desejos, sonhos, angustias novamente pq isso é o que sobra nos seres humanos

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quero dormir por cem anos, mas...

Pois é, estou seriamente necessitada de descanso. Se eu pudesse, se meu dinheiro desse, eu dormiria um sono encantado de 100 anos e ai do príncipe enchirido que viesse perturbar meu sono... Mas, como não posso dormir por 100 longos anos decidi me dar folga e peguei aquela edição comprada a quatrocentos anos atrás de Ecce Homo de Nietzsche para ler, o livro não é longo, a edição tá em letras toleraveis... e eu já estou acabando \o/ Foi uma boa escolha no final das contas...

Pois é [2], triste isso, você está morrendo de vontade de dormir por cem anos e então decide ler Nietzsche... é, eu acho que preciso de terapia e também de fisoterapia (minha burcite está  deixando meu braço podre de dor) e tantas outras coisas que se eu fosse listar não acabaria esse post ainda nessa encarnação e nem trabalharia ou pagaria minhas contas...

Mas, enfim, entre as loucuras dessa homem nada digestivo, um alemão que fantasiava ser polonês e que a cada 10 palavras que diz 11 contém alguma critica ao cristianismo (11 mesmo, porque uma ele pensou mas não conseguiu falar) eu me encontro diante de um livro que estou gostando (a essa altura gostei), realmente estou me divertindo (ou me divertir) muito com essa leitura... o que não é surpreendente uma vez que o próprio homem disse que "os cristãos mais sérios sempre foram ponderados em relação a mim" (Nietzsche, ECCE HOMO, pg. 39). Acho que afinal sou uma cristã ponderada.

Ah! Não, eu não pretendo resenhar esse livro por aqui, não tenho gabarito para tal... Talvez na próxima encarnação... Ops, não existem reencarnações (bem, eu ao menos não acredito que existam).

Ah [2]! Uma das meninas me perguntou... "Sim ,se você quer dormir  por 100 anos e ainda dispensa o príncipe pq decidiu ler um livro?" Pois é, sempre me perguntam isso, tenho esse hábito chato de diante de um stresse ler um livro e para essa pergunta constante em minha vida encontro em Nietzsche a resposta: 

"No meu caso, faz parte de minha recreação ler tudo: conseqüentemente, ler aquilo que me livra de mim mesmo, que me deixa passear em ciências e almas desconhecidas - aquilo que eu não levo mais a sério. Ler me relaxa de minha própria seriedade... Ao tempo do trabalho e da frutificação segue o tempo do recreio: vinde, pois, vós, os livros agradáveis, espirituosos e argutos! ..."

(Nietzsche, ECCE HOMO, pg.51)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma coisa que faz sentido...


"Nós, historiadores, sendo a nossa profissão uma tentativa da maior aproximação possível da verdade e de suspeição perante tudo o que pode deformar o testemunho, sentimo-nos pouco à vontade diante de quem quer que seja que nos interrogue.
Sei muito bem que a minha memória é muito infiel, muito flutuante, e que há perguntas que me fazem e que eu faço a mim próprio às quais não posso responder com precisão.
Que dizer então? Uma impressão?
(...) Chamo a atenção para isso: quando se tenta contar a própria vida, fica-se enredado na vontade inconsciente de se valorizar e dizem-se muitas coisas falsas. Estamos muito menos aptos a criticar o nosso testemunho do que o dos outros".

George Duby
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Referencia: Paixões Comuns (conversas com Philippe Sainteny)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Futebol, Santa Cruz e eu: entre paixões e lembranças!!!

Um dia desses, isso já faz um tempinho (as vezes me assusta como o tempo passa  e os amigos virtuais permanecem), estava navegando em um blog de um amigo meu e vi um texto que falava sobre monges e futebol... ele encontrou dois monges, um budista e um cristão conversando no metro...

Bem, meu amigo não gostou muito da experiência porque os monges falavam sobre futebol, se frustrou... afinal entre tantas coisas que dois herdeiros de culturas tão complexas poderiam conversar a última coisa que normalmente se pensa é que ele iriam falar sobre futebol e nem mesmo falavam de times diferentes...

É, realmente o mundo está perdido e todos possuem o sagrado direito a serem ceticos, irônicos e o diabo a quatro... mesmo eu me permito ser uma metralhadora sarcástica, contudo isso não vem ao caso, hoje!!!

Quando eu li esse texto, tive vários pensamentos quase que simultâneos, primeiro achei muita graça da experiência dele e depois pensei no exótico da situação e que eu adoraria conhecer esses dois monges... Ah, eu em uma situação dessa em três tempos viraria amiga de infância dos monges... Que coisas mais exóticas, religiosos fãs de futebol, TORCEDORES...

O que será que fez desses homens torcedores? Que experiências emocionais tiveram com seus respectivos times? O que fazem eles gostarem de futebol? O que fiz desses torcedores religiosos? Eram torcedores primeiro e depois religiosos? Ou religiosos e depois torcedores? Como conciliam o amor ao time e o amor a sua fé? Eu, como pessoa de fé que sou, devota de uma religião de dois milênios, me interesso, até demais, pela fé alheia!!!

E que ninguém duvide da minha capacidade de conversar com estranhos e transforma-los em amigos de infância tão rápido que até eu tenho medo, os monges seriam vitimas em potencial... Um amigo diz que eu sou capaz de fazer amizades até com árvores (claro ele diz isso para justificar o fato de sempre me deixa sozinha no meio de cidades estranhas, nas quais se inclui Tiradentes, Belém do Pará, Juazeiro, União dos Palmares entre outras) e  uma amiga me classificou como sedutora (o que é um exagero se vc pensar que to a mais de ano sem namorado_sozinha e penando).

A questão é que a paixão que as pessoas tem por futebol e por um clube em especial sempre me intriga, o que faz de homens e mulheres torcedores de uma equipe, pessoas unidas sobre um brasão e derivativos sempre me intriga... as vezes essa paixão me parece uma bobagem tão grande que não consigo deixar de parar, observar e ponderar sobre isso...

Caraca o Santa Cruz, o time que torço, disputa a série D do campeonato brasileiro, mas consegue reunir em torno de um jogo 25.000 pagantes e ao ganhar se torna reportagem de capa não só jornais populares:

Folha de Pernambuco de 16 de Agosto de 2010.

Como também alvo de megas reportagens com fotos coloridas e tudo de jornais respeitados da cidade:

Pagina central do Caderno de Esporte do Jornal do Comercio!

Ninguém venha me dizer que a paixão que as pessoas tem por esse time é cultivada e incentivada pela midia, pq francamente à mídia interessaria muito mais que todos os brasileiros torcessem por algum time do Rio de Janeiro ou São Paulo e seria infinitamente mais comodo as rádios e TVs transmitir para todo o Brasil os jogos de lá e não os de cá, que ocorrem em cidades perdidas no meio do nada entre times de pouca ou nenhuma expressão.

Aqui o que acontece é que a paixão dos torcedores obriga que as TVs e rádios locais abandonem as transmissões dos jogos do Sudeste e cubram os locais, a insistências dos torcedores em se manterem fieis a seus times faz com que os jogos sejam transmitidos e que os jornais se curvem e falem até a exaustão sobre os jogos, os jogadores, os sucessos, as venturas e desventuras das equipes e eu sempre fico besta com toda essa coisa tola que é o futebol.

 
Festa dos jogadores do Santa...

O que me intriga não é a importância ou a desimportância do futebol, o que me intriga é como as pessoas se tornam torcedoras e o sentimento que as envolve e o porque desse sentimento... Uma loucura tão grande, um frenesi tão intenso... uma coisa de gente louca que é sã... Sei lá... O que me fez torcedora do Santa Cruz  começou com o fato de meu pai sempre ouvir as resenhas desportivas diariamente, manhã e noite, de segunda a segunda e terminou com o dia quando, no meio dos meninos, eu estava na quinta série, entrei em uma discussão sobre futebol e percebi com espanto (não sei quem se espantou mais: eu ou os meus colegas barulhentos) que eu sabia tanto quanto qualquer um deles sobre futebol... Aaaahhh.... Goool da irmanzinha CDF...  Ganhei sem querer o respeito dos meninos mais bagunceiros da sala e isso me fez TORCEDORA!!!!

Os meninos gostavam de mim e eu gostava deles, amor correspondido. Mais tarde quando meu gosto pela leitura se afunilou eu troquei muitas vezes o silêncio da biblioteca pelo barulho deles, eu gostava de ler entre os meninos, muito embora eles gostassem de me atrapalhar a leitura, não tinha problema eu sempre fui de reler os livros... A propósito, na escola em que estudei o que menos tínhamos era aula,  por isso se tinha muito tempo para fazer o que a gente quisesse e imaginasse na sala de aula... no época do vestibular todos tivemos o prazer (ou desprazer) de ver o resultado, tive sorte na minha escolha do que fazer, os meninos nem tanto.

E acho que falar dos meus amigos me fez perder o foco do que eu realmente estava interessada em falar hoje... Bem, seja como for, o jogo de ontem ganhou ares de decisão, o Santa Cruz ganhou um jogo da serie D e no entanto parece que ganhou um campeonato... Os torcedores estão em polvorosa, cheios de... ALEGRIA??? Ou ILUSÃO??? Eu não sei...

Não ignoro que estamos a beira de uma eleição, a propaganda/lixo visual que se espalha pela rua não me permite o esquecimento, que a fome continua varrendo as grandes cidades, que os desabrigados da chuva continuam sendo muitos, que as barreiras ainda estão por serem construídas nos subúrbios de Recife, que o sistema de educação continua péssimo, assim como o de saúde, não ignoro nada disso e tenho experiências diárias com tudo isso demais para esquecer nem que seja por um momento... mas hoje... me permito ficar satisfeita porque meu time da 4ª divisão ganhou a rodada do fim de semana e estampa as paginas não só dos jornais mais popularescos da cidade, mas de todos os jornais da cidade e sei que isso é resistência cultural.

O Fluminense ganhou, o Palmeiras também, mas aqui em Recife não se fala dos grandes times que as emissoras de televisão dizem ser grandes, aqui se fala do time que as pessoas daqui acham importante, não é de cima para baixo é de baixo para cima.

E enquanto me permito essa felicidade fútil não me permito deixar de trabalhar para que chegue o dia em que as pessoas imponham a jornais, revistas e tudo o mais discussões que tenham haver não só com o sucesso de seus times do coração, mas também de coisas que melhorem suas qualidades de vida e as tornem intelectual e humanamente melhores de verdade... Enquanto esse dia não chega, vou sorrindo de meu gosto absurdo por futebol e pelo alegria barulhenta que ele trás.

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Ah, meu gosto pelo futebol não me faz uma torcedora da Seleção Brasileira, torço unicamente pelo Santa Cruz e não torço contra alguns time do sul/sudeste por amor a alguns amigos... Aff... Internet dos infernos que nos faz conhecer pessoas dos mais diversos lugares com as mais diversas paixões, adorava odiar todo e qualquer time do Sul/Sudeste, hoje sou obrigada a não odiar alguns times em respeito a alguns amigos apaixonados por certos times e que respeitam o meu....

Nunca esqueço a experiência que tive em Belém, as meninas loucas para conversar com um grupo de cariocas bonitinhos, antes que elas elaborassem qualquer estratégia eu já estava sentada entre eles, tomando sorvete e comentando o jogo... Precisa dizer que o queixo das meninas caiu???

Também não esqueço um amigo de Minas Gerais que sabe o hino do Santa Cruz, tudo bem que não é hino mais difícil do mundo, mas nunca mais torço contra o Atlético Mineiro...

Também diminuir muito meu desamor contra o Flamengo, a maior torcida do Brasil não é a do Flamengo e sim a que torce contra o Flamengo...

O Internacional ganhou minha simpatia quando descobrir que é o time onde primeiro jogaram homens de cor no Sul do país... Amante da história Afro-brasileira e da estética afro, não posso deixar de admirar tal time, embora tenha ficado feliz com a vitória do Fluminense na rodada do fim de semana, os colorados são muito chatos (com excessão da Tita que é ótima em todos os sentidos) rsrsrs...

Enfim.... coisas de meu momento atual, será que daqui há alguns anos vou achar futebol uma coisa que não vale a pena???? Hum... seja como for... Diários são diários... e é preciso registrar!!!
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Ah, com o passar dos anos eu me tornei mais displicente com o futebol, falta-me tempo para ser torcedora e derivativos, desde o vestibular parei de acompanhar os campeonatos e as equipes.... A muito tempo deixei de ser compenetrada nesse projeto, são tantas outras paixões que está acaba diminuindo, mas vez ou outra uma grande derrota ou uma grande vitória me chamam a atenção e novamente me torno torcedora... Mas, já se foi há muito o tempo em que eu realmente era boa nisso e me dedicava a resenhas esportivas e coisas do gênero!!

domingo, 15 de agosto de 2010

A Espera


A Espera
Adalgisa Nery

Amado... Por que tardas tanto?
As primeiras sombras se avizinham
E as estrelas iniciam a noite.
Vem...
Pois a esperança que se acolheu em meu coração
Vai deixá-lo como um ninho abandonado nos penhascos.
Vem... Amado...
desce a tua boca sobre a minha boca
Para a tua alma levar a minha alma
Pesada de sofrimento!
Vem...
Para que, beijando a minha boca
Eu receba a sensação de uma janela aberta.
Amado meu...
Por que tardas tanto?
Vem...
E serás como um ramo de rosas brancas
Pousando no túmulo da minha vida...
Vem amado meu.
Por que tardas tanto?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

No mundo da Lua


Quando os astronautas foram a lua
Que coincidência, eu também estava
Fugindo de casa, do barulho da rua
Pra recompor meu mundo bem devagar

Que lugar mais silencioso
Eu poderia no universo encontrar
Que não fossem os desertos da lua
Pra recompor meu mundo bem devagar

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Retirado da musica "No mundo da Lua", Biquini Cavadão.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dom Helder Camara

Mexendo nos meus livros, naquele eterno organizar e bagunçar, que eu amo fazer sempre que posso, reencontrei um presente que um amigo me deu:


Uma lembrança da a mostra "DOM HELDER – CAMINHOS DA UTOPIA PARTILHADA”, montada pela Prefeitura do Recife no Natal do ano passado, eu não fui, ele e como trabalha na prefeitura trouxe esse mimo para mim.

Sou apaixonada pela história, pelo exemplo, pelas palavras de Dom Helder! Espero que a Igreja Católica não o transforme em Santo, tiraria o brilho dessa personalidade, afinal o que torna ele tão cativante aos meus olhos é seu lado humano, humano demais ao lutar por seus ideais.


Ah, a Wikipédia também tem uma definição para o Dom da Paz, segundo ela ele "foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz."

João Paulo II, em 1980, também esboçou uma definição interessante para Dom Helder, ele disse: “D. Hélder, irmão dos pobres, é meu irmão”.

Quanto a mim, me permito deixa aqui algumas frases dele que considero marcantes e que trago comigo como lições a carregar por todo a vida e que acho que definem quem foi esse homem melhor do que qualquer enciclopédia e até mesmo o Santo Papa.

"É possível caminhar sozinho. Mas o bom viajante sabe que a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, é quem come o mesmo pão."

"Religião não pode ser Museu em que a Gente comemore o que passou e passou... Só adianta comemorar o passado, na medida em que ele nos abrir os olhos para o presente e para o futuro."

"Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para permanecer sempre o mesmo."

"A fome dos outros condena a civilização dos que não tem fome."

"Eu gosto muito de problemas... eu gosto até de oposição, mas que haja lealdade, um jogo limpo, um jogo claro."

"Que importa que a sede fique em grande parte insatisfeita?" (ai dos saciados)

"Há criaturas como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura."

"Um dos meus anseios de chegar ao infinito é a esperança de que, ao menos lá, as paralelas se encontrem."

sábado, 7 de agosto de 2010

Agora, escritor é estilista! Afinal, quem tem um livro em mãos está na moda.


"Ler é Fashion" - Entre nessa moda! Participe da campanha, concorra ao sorteio!

As meninas do "O que elas estão lendo!?" lançaram essa campanha que eu achei o maior barato, afinal ler sempre está na moda, participar é a coisa mais simples do mundo, basta deixar um recado no blog dizendo: "Meu estilista (seu autor) preferido é..."   E já está concorrendo!

Deixo o linck da promoção e meu desejo de sorte a todos e todas que quizerem participar, vale a pena \o/ 

Dia das Avós e dia dos Pais...

Pois é, essas foram as duas ultimas datas que agitaram a vida dos professores de educação básica, educação infantil, EBDs e afins... Datas que eu deixei passar sem comentar por uma serie de motivos que não vem ao caso e um tanto quanto atrasadinha venho fazer a postagem do que foi feito sobre esses dois temas...

Para o DIA DA VOVÓ fizemos umas flores de crepon, simples, mas muito singela:


E para o DIA DOS PAIS, fizemos um pequeno quadro com as mão das crianças, usamos uma base de cartolina guache para ficar duro e nas bordas emborrachado para dar o charme, ficou lindo:

 

Ver essas lembrancinhas para os pais me lembra que painho sempre guardou todas as lembrancinhas de escola que eu trazia para ele, tem pai que não dá lá muito valor a esse tipo de coisa, mas por incrível que pareça, meu pai sempre deu valor a esse tipo de lembrancinha.

A primeira que dei a ele foi um serrote de papel, amarelo e marrom, cartolina guache amarela com papel camurça marrom, eu tinha 3 anos e ele ainda tem esse serrote guardado, aliás eu só lembro de tantos detalhes pq ele guardou esse serrote por todo esse tempo (21 anos), me pergunte o que dei a mainha nesse ano que eu não me lembro, aliás, não me lembro em ano nenhum, mainha nunca guardou as lembrancinhas e painho guardou todas em um tipo de "caixa de relíquias" que ele tem!

Se vc fez algo parecido ou gostou da idéia me conta táh!?!?!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Na Floresta do alheamento...


" A manhã rompeu, como uma queda, do cimo pálido da Hora... Acabaram de arder, meu amor, na lareira da nossa vida, as achas dos nossos sonhos...
 Desenganemo-nos da esperança, porque trai, do amor, porque cansa, da vida, porque farta, e não sacia, e até da morte, porque traz mais do que se quer e menos do que se espera.
Desenganemo-nos, ó Velada, do nosso próprio tédio, porque se envelhece de si próprio e não ousa ser toda a angustia que é.
Não choremos, não odiemos, não desejemos...
Cubramos, ó silenciosa, com um lençol de linho fino o perfil hirto da nossa Imperfeição..."

Fernando Pessoa

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PESSOA, Fernando. O Eu profundo e os outros eus. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. p112.