quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mulher Barriguda, Solano Trindade!!!

Mulher barriguda
Solano Trindade
(musicado por João Ricardo dos Secos e Molhados)

Mulher barriguda
Que vai ter menino
Qual é o destino
Que ele vai ter
Que será ele
Quando crescer...
Haverá ‘inda guerra?
Tomara que não
Mulher barriguda
Tomara que não...


_________________________________________





___________________________________________________

Eu não estava afim de comentar esse poema de Solano que os Secos e Molhados transformaram em musica, mas, sempre tem um mas, acabo que preciso comentar, o sentido de se escrever um diário é que se comente o que se sente...

Hoje vi algumas mulheres barrigudas, gravidas, nada de mais uma vez que o mundo é cheio dela, o diferencial é que essas mulheres que vi hoje e vejo cotidianamente são mulheres que vivem em uma situação de pobreza estrema, no limite da miséria e cujos filhos na maioria das vezes não vivem apenas sobrevivem, e quem trabalha em escola pública, hospital publico ou lugares periféricos nas grandes cidades sabe exatamente do que estou falando... Quem ver a miséria pelo noticiário da TV ou nos sinais de transito  e derivativo não sabe, apenas suspeita...

Enquanto estava dando uns cheiros em uma das crianças próxima a porta de saída (um momento até agradável, estava rindo com ele), sem querer pousei olhar em uma "mulher barriguda", um olhar de poucos segundos e me ocorreu qual seria o destino daquela criança. Tive vontade de perguntar: "Mulher barriguda qual é o destino que ele vai ter?", ela passou eu apertei o abraço no pequeno ele se irritou eu coloquei no chão... olhei as crianças cujos pais ainda não haviam vindo buscar, pensei sobre o destino delas também... pensei tanta coisa... que só posso repetir as palavras de Solano e dizer a cada um de meus pensamentos: "Tomara que não!".


Tem Gente com fome, Solano Trindade!

TEM GENTE COM FOME
Solano Trindade

Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Piiiiii
Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dzier
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Só nas estações
quando vai parando
lentamente começa a dizer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
Mas o freio de ar
todo autoritário
mando o trem calar
Psiuuuuuuuuuuuu


terça-feira, 15 de junho de 2010

Ridiculas cartas de amor...

O dia dos namorados é uma data sem significado para mim, minha língua é tão afiada que grande parte dos rapazes namoráveis que me conhece na duvida preferem ficar só na amizade e eu nunca escrevi uma carta de amor, embora deva admitir que já recebi algumas, por incrivel que isso possa parecer!!!

Sim, minha vida  afetiva é um caus, eu adoro resmungar e sim já tive meus namogados, namorados. A experiência do namoro não foi tãoooo frustrante assim, eu é que tenho um gosto abusivo para um resmungo, além de uma estética que não ajuda, embora minhas amigas digam que eu exagero na baixa alto-estima também, mas elas são minhas amigas, a opinião delas não conta rsrsr... E realmente, hoje eu estou de muito bom humor... espero que isso dure por mais algum tempo, Deus sabe que eu vou precisar de humor nos próximos dias.

Enfim, ainda não chegou na minha vida o tempo de escrever as ditas, nas palavras de Fernando Pessoa, "ridículas cartas de amor", lembro dos versos de Fernando Pessoa:

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas."

Mas, a parte a questão de serem "ridículas" todos queremos ter a dádiva de um dia poder escrever uma carta de amor, a dádiva de ter a quem dedicar uma carta de amor, uma carta linda, suave, emocionada, que fale de nossos sentimentos com intensidade, verdade e toda suavidade do mundo. Esse sonho acompanha homens e mulheres, senão desde que a escrita foi inventada, ao menos desde que ela passou a ser usada pelos poetas românticos no século XIX.

De toda forma, o sonho do amor romântico, meu orgulho e minha língua afiada são parte do meu karma particular, gostaria que uma coisa  não excluísse a outra, mas venho percebendo que isso é difícil... são  coisas aparentemente incompatíveis, aparentemente apenas, pq eu ainda não desisti de viver um grande amor... Ora... ora... sou uma gordinha romântica!!!

Mas, todo esse  blá... blá... blá... sobre cartas de amor, que já ficou maior do que eu esperava, foi motivado apenas por uma coisita que encontrei no blog da Vanessa, o Fio de Ariadne, vi a blogagem coletiva:



 ... pensei com meus botões: "Pq não?" Atualmente ainda não encontrei a droga da outra metade da laranja, mas sei que um dia, cedo ou tarde, encontrarei essa pessoa que vai achar todas as ironias engraçadas, o meu orgulho fofinho e vai me ajudar a realizar o sonho do amor romântico (tá, eu sei que coelho da Páscoa não existe e Papai Noel também não, mas... por hora ainda quero sonhar rsrsrs!!!), para essa pessoa perdida  entre o céu e a terra a ser encontrada em um futuro não tão distante, eu deixo a minha pequena cartinha de amor:

“É difícil achar as palavras certas para te dizer.  Eu te amo me parece adequado, mas não é suficiente. É que esperei por você muito tempo,  quase o tempo de uma vida inteira, não é culpa sua a longa espera, também não foi a pior ou mais angustiante das esperas, valeu a pena. O poeta já dizia, ‘tudo vale a pena se a alma não é pequena’, eu confio nessas palavras, são as palavras certas para os meus ouvidos. E o no mais, além de te dizer com todas as letras que você é o meu amor bonito, te digo apenas que você é a minha taça de ouro trabalhada a fogo, de todas as dádivas é a que eu quero levar para a minha terra."

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Qual a semelhança entre Aldous Huxley e Allan Poe???

 

Alguém poderá dizer que a semelhança entre um autor e outro é o fato que ambos são grandes autores cujas obras marcaram a história do ocidente e permanecem até hoje inquietando homens e mulheres das mais diversas idades. Bem, essa até pode ser uma semelhança entre um e outro, mas não é a semelhança que me chamou a atenção recentemente.

O ponto em comum que recentemente achei entre esses dois reconhecidos escritores foi um "personagem" comum que ambos lançaram mão para construir uma narrativa, o CORVO!!


Sim, ambos escreveram histórias sobre corvos, O corvo de Edgar Allan Poe dispensa apresentações, o poema é tão conhecido como é macabro e gerações se curvam sobre ele em momentos de melancolia o que o difere totalmente dos corvos que Aldous Huxley nos apresenta no único livro infantil escrito por ele: Os corvos de Pearblossom.





Confesso que fiquei aturdida quando entre os livros enviados pelo MEC para a creche dei de cara com esse livro, primeiro porque, como boa leitora dos escritos de Poe (e de outros autores que lançam mão da figura do corvo também), sempre associe a figura do corvo a temas muito pouco propícios ao universo infantil e segundo porque me pareceu um tanto estranho ver o autor de Admirável Mundo Novo escrevendo para crianças. 

Mas, surpresas a parte, mergulhei na leitura dOs Corvos de Pearblossom e tenho que dizer que livro fofo.... Meu Deus, quando em minha vida eu iria pensar que um dia usaria o adjetivo "fofo" para um escrito de Huxley!?!?!?!?!? Huxley foi um dos autores que mais marcaram minha trajetória como individuo, eu nunca mais fui a mesma depois de Admirável Mundo Novo e não creio que qualquer pessoa fique indiferente a esse livro e a reflexão que ele propõe, nunca pensei que ia encontrar esse filosofo em uma linguagem acessível ao universo infantil, falando de coisas típicas desse universo com uma clareza ímpar, foi uma surpresa muito grata esse encontro.

 "O mundo está decididamente perdido Huxley escreveu um livro é fofo sim \o/!!" 

Neste livro a história contada é a de um casal de corvos que tem seus ovos constantemente roubados por uma cobra/serpente traiçoeira, quando o casal descobre que está sendo roubado procura a coruja para que ela os ajude a resolver o problema e está com sabedoria, sem lançar mão da força, consegue... bem não vou contar a história pq ai perde a graça!

"Senhor Corvo e a sabia Coruja!"


Mas o livro é um mimo, tem sabor de clássico, as ilustrações são lindas e dialogam de maneira agradável com o texto de Aldous, que é claro, objetivo e não subestima em momento algum a inteligência infantil não deixando de propor uma discussão filosófica e uma solução inteligente e muito pouco óbvia para um problema serio.

 O livro conta com ilustrações belíssimas de Beatrice Alemagna.

Ah, no mais, essa história com animais abre espaço para vários debates dentro da sala de aula, seja no contexto da educação infantil, onde a figura de animais como a coruja, o corvo e a cobra podem ser exploradas das maneiras; seja nas salas de ensino fundamental, onde a história pode ser usada para debater situações do dia-a-dia, como a traição da cobra e a solução inteligente dada pela coruja e temas como educação ambiental, reinos animais e derivativos; seja ainda em turmas de ensino fundamental 2 e médio, para introduzir debates em torno de Aldous Huxley e derivativos... enquanto falo vou pensando que aulas eu poderia da usando esse tema e minha imaginação viaja longe... É bom parar por aqui...

domingo, 13 de junho de 2010

Ri é o melhor remédio!!!

Ri é o melhor remédio, já ouvi essa frase um milhão de vezes e gosto dela... E quando a coisa que se precisa é ri, pouco coisas são tão eficientes para mim que o humor do Grupo os Melhores do Mundo, vi com os amigos a peça Hermanoteu na Terra do Godah e navegando pelo YouTube encontrei alguns vídeos... Deus me perdoe, mas o meninos são impagáveis rsrsrsrs...




sexta-feira, 11 de junho de 2010

O dia dos namorados e derivativos...

  Eu não sei o que é isso faz tempo!

Oh, vida cruel e sanguenolenta!!! Vou transcrever um pequeno dialogo que tive com minha amiga de trabalho e de vida:

"- Vou comprar um presente para meu marido!
- Oxe, é aniversário dele?
- Não Jaci! Amanhã é dia dos namorados!"

Jesus, você sabe que sua vida sentimental anda de mal a pior quando o dia dos namorados chega e você nem se dar conta. Aliás, você sabe quando sua vida amorosa é inexistente quando o "dia dos namorados" simplesmente não significa nada para você, logo, eu, nesse momento, estou de posse da certeza triste de que  não tenho vida amorosa a tempo demais.

Jesus, chegou mais um dia dos namorados e eu nem... nem... o que é isso??? O que acontece comigo??? Qual é meu problema??? Sempre me faço essas perguntas quando penso na indiferença que sinto em relação a essas datas e derivativos, é uma coisa que não me doí, não me fere e não me move, passa despercebido (se ninguém me lembrar, claro)!

Por mais que as vezes, especialmente nas minhas "TPMs", eu fique pensando que seria legal ter um namorado, quando a "TPM" passa volto ao normal e o que eu penso mesmo é: preciso trabalha, ler, estudar e colocar a vida para frente.

Essa mesma amiga do dialogo de hoje a tarde, Goretti, me disse outro dia: "Você só pensa em amor na TPM, quando ela passa só pensa em trabalho!". Isso pareceu uma acusação sabia??? Mas, (rsrsrs) o pior é que é verdade.... Triste verdade!!! (Ou será feliz verdade???)

Bem, a parte os momentos nos quais um companheiro realmente faz falta (o que vai além das carências afetivas de determinada época do mês), passo relativamente bem sozinha a tanto tempo que nem sei direito como seria minha vida com um companheiro e no mais meu trabalho me enche afetivamente e não me faltam declarações de amor por toda a parte.

Aliás, falando em declarações de amor, pocha vida como o ambiente de educação infantil é rico nelas!!!! Hoje a tarde fui dar uma olhadinha nos meninos do Grupo Infantil 3 que são meus "amores antigos", uma vez que cuidei da maioria deles quando eles estavam no Grupo Infantil 1 e acompanhei o máximo que pude a tragetoria deles no Grupo Infantil 2, eles estavam tão lindos todos arrumadinhos sentados na mesa esperando a hora de ir jantar que tive que dizer: "Como vocês estão lindos!!!!!" ao que eles responderam cantando:

"Tia Jaci, tia Jaci
Ouve bem, ouve bem
Jesus te ama, Jesus te ama e eu também e eu também!"

De fazer chorar, fiquei com vontade de apertar, e abraçar, e  cheirar muito todos eles naquela hora mesmooooooo, não pude pq tive que correr para ver minha atual ninhada, (linda ninhada diga-se de passagem) mas certamente vou fazer isso nos próximos dias!!!

E sim, a parte a falta de namorados, companheiros e afins, nunca vou ter como dizer que sou carente de amor ou infeliz!!!

 Eu sei o que é isso!!!

sexta-feira, 4 de junho de 2010


A moradia dos pedreiros suicidas! Do lado de cá nós vemos o lado de lá, mas desconfio que do lado de lá seja muito difícil enxergar quem está cá.

Alice no país das maravilhas...

Será que o prazer de fazer uma guirlanda de margaridas valeria o esforço de levantar e colher as flores?

"Como faço para entrar? Alice perguntou de novo, mais alto.
"Mas, afinal, você deve entrar?" Disse o Lacaio. "Esta é a  primeira pergunta."
(CARROLL: 2009, 69).

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Em Recife o Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas!




Empty Spaces - What Shall We Do Now? - The Wall - Pink Floyd



O que devemos usar para preencher os espaços vazios?
Onde ondas de fome urram?
Devemos atravessar o mar de rostos?
Em busca de mais e mais aplausos?
Devemos comprar uma nova guitarra?
Devemos dirigir um carro mais potente?
Devemos trabalhar a noite toda?
Devemos entrar em brigas?
Deixar as luzes acesas?
Jogar bombas?
Fazer viagens para o Oriente?
Contrair doenças?
Enterrar ossos?
Destruir lares?
Mandar flores por telefone?
Tomar um drinque?
Ir a psicólogos?
Deixar de comer carne?
Dormir pouco?
Tratar as pessoas como animais?
Treinar cães?
Fazer corrida de ratos?
Encher o sótão com dinheiro?
Enterrar tesouros?
Acumular tempo livre?
Mas nunca relaxar de forma alguma
Com nossas costas viradas pro muro