quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

As Sete Lições que Aprendi em 2024


Mais um ano começou, a Terra mais uma vez concluiu seu movimento de translação ao redor do Sol e estou aqui na casa da minha mãe com essa mistura de ressaca e sensação de recomeço. Como amo listas, resolvi listar aqui algumas coisas que aprendi em 2024 e trouxe comigo para 2025.

01. Força só é ruim quando é pouca.

Minha amiga Cirlene, professora de Matemática da escola na qual trabalho, postou essa frase em uma das redes sociais dele e de repente comecei a compreender o quanto é complicado e frustrante precisar de força e perceber que nos falta. Algumas pessoas me consideram uma pessoa forte, eu não sei nem o que é força, mas vou procurar saber.

02. Os únicos projetos importantes são os meus.

Essa foi minha irmã que me disse e me deixou muito reflexiva sobre como distribui minhas prioridades ao longo dessas primeiras décadas de vida adulta. Ao menos para mim, os projetos realmente importantes precisam ser os meus. De todas as pessoas no mundo a pessoa que realmente precisa me priorizar e viabilizar sou eu mesma.

03. Não tem como experimentar a vida sem experimentar a vida.

Minha amiga Dandara estava lendo um livro do qual brotou essa frase e de repente me ocorreu que é isso mesmo. Só se aprende a viver vivendo. A gente erra e acerta, fica triste e alegre, se decepciona e se surpreende positivamente e vai descobrindo as coisas características de cada fase enquanto experimenta a vida.

04. O Projeto Pedagógico da Rede Pública de Ensino de Jaboatão dos Guararapes é um grande Nada Para Nada.

Não há objetivos claros, os projetos começam e não se concluem, as escolas são completamente desestruturadas, as informações não chegam, as reformas começam e ficam pela metade o Sistema de Cadernetas On-line é um desafio para a sanidade dos professores... Tudo um absoluto NADA PARA NADA.

05. O Deboche Salva o Dia.

Tem gente que não gosta de conviver com pessoas debochadas, mas é necessário para a sobrevivência não levar tudo ao pé da letra, saber debochar das situações impraticáveis, proteger e resguardar o humor nos dias caóticos. Um dito espirituoso pode impedir que uma situação com grande capacidade de se tornar assediosa e violenta se conclua. O deboche desmonta pessoas autoritárias, quando bem usado, salva o dia.

06. As vezes, senão com frequência, a escola é um grande Teatro do Absurdo

Descobri o "Teatro do Absurdo" quando li "Malone Morre" do Samuel Beckett e fiquei tão absurdada com o livro que fui pesquisar sobre o autor e sua obra. As peças englobadas no "Teatro do Absurdo" tem um sentido tragicómico com quadros não necessariamente conectados; alternância entre situações engraçadas e imagens horríveis ou trágicas; personagens presos a situações sem solução, forçadas a executar ações repetitivas ou sem sentido; diálogos cheios de clichês, jogo de palavras e nonsense; enredos que são cíclicos ou absurdamente expansivos; paródia ou desligamento da realidade. Melhor descrição para o cotidiano da escola onde trabalho não existe.

07. "A Literatura é uma defesa contras as ofensas da vida"

Cesare Pavese está certíssimo. A Literatura me defendeu demais contra as ofensas da vida em 2024. Não consegui escrever as 50 resenhas que pretendia, mas a leitura e a escrita me  defenderem de muitas ofensas, ainda estou aqui e pretendo continuar estando.

Feliz Ano Novo! Que 2025 seja um ano no qual possamos continuar experimentando a vida, elaborando nossos projetos importantes, nos defendendo das ofensas, preservando nosso direito ao riso mesmo nos ambientes mais hostis e virulentos! Obrigada pela companhia, leitura e comentário de todos e todas e todes que passaram por aqui.

Um comentário:

  1. eu conversava com uma amiga sobre as instituições públicas. são complexas. o q faz diferença são as pessoas. como disse uma amiga que era concursada "uma hora vem outro". pq é isso, a política muda, mas o q mantém mesmo o sistema funcionando são as pessoas q fazem, q ficam. sim, a cultura salva, a literatura ajuda. bom 2025. beijos, pedrita

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