sábado, 4 de janeiro de 2025

Lendo "História" de Heródoto

Em Janeiro de 2021 construí uma lista de "40 Livros Para Ler Antes dos 40 Anos", faltava pouco mais de cinco anos o 30 de Maio de 2026, a Pandemia do Covid 19 devorando a humanidade, eu me questionando se sobreviveria a tudo aquilo, fiz essa lista muito mais com o objetivo de ter um plano para atravessar aquele mar de angústia do que realmente algo possível de alcançar. Porém, hoje em dia, simplesmente tenho o desejo de concluir esse objetivo e um dos meus planos secretos para 2025 é da conta dessa lista.

"História" de Heródoto é uma das obras mais desafiadoras dessa lista. A minha edição é a publicada pela Editora Nova Fronteira em 2019, está dividida em dois volumes que juntos somam cerca de 700 páginas. A tradução é de José Brito Broca, sim, essa pessoa de nome esquisito realmente existiu, nasceu em Guaratinguetá no dia 6 de outubro de 1903 e morreu no Rio de Janeiro em 20 de agosto de 1961.

Achei o nome José Brito Broca tão estranho que fui pesquisar um pouco sobre ele e descobrir que foi um crítico literário, ensaísta e jornalista literário. Ele escreveu vários livros como: "A vida literária no Brasil, 1900", "O Repórter Impenitente", "Horas de Leitura: primeira e segunda séries", "Naturalistas, parnasianos e decadistas: vida literária do realismo ao pré-modernismo", "Escrita e Vivência", "Papeis de Alceste", "Teatro das Letras" e "Americanos". Vivendo e aprendendo.


Voltando ao Heródoto, História reúne nove livros, cada um com um nome de uma Musa. Sim, aquelas entidades das Mitologia Grega filhas de Mnemósine (Memória) e Zeus, responsáveis por inspirar a criação artística ou científica. Aquelas mesmas que dançam com Apolo no quadro "As Musas" de Baldassarre Peruzzi: Clio, "A Proclamadora", inspira a escrita da HistóriaEuterpe, "A doadora de prazeres", inspira a Música; Tália, "A que faz brotar flores", inspira a ComédiaMelpômene, "A poetisa", inspira a Tragédia; Terpsícore, "A rodopiante" inspira a Dança; Érato, "Amável" inspira a Poesia Lírica; Polímnia, "A de muitos hinos" inspira a Música SacraUrânia, "A celestial", inspira a Astronomia e Astrologia; e Calíope, "A da bela voz", inspira a Poesia Épica.


Cada livro conta um pouco das aventuras/ viagens de Heródoto pelo Mundo da Antiguidade Clássica. Egito, Pérsia, Grécia, Babilônia, Média... Ele viaja e conta de suas viagens, das pessoas importantes de seu tempo e dos acontecimentos, como por exemplo a Guerra entre os Persas e os Gregos.

O grego Herótodo é considerado o "Pai da História", ciência que estudo profissionalmente desde 2005 e ensino profissionalmente desde 2014. Devia ser um tipo de "Leitura Fundamental" para Historiadoras e Historiadores, mas surpreendentemente não é. Quatro anos e meio se tornam pouco tempo quando a gente contempla todos Milênios de Existência Humana na Terra e o mais comum é a gente ler quem leu e comentou Heródoto.

Já houve quem acusasse Heródoto de ser um grande mentiroso, mas hoje já compreendemos que as pessoas escrevem e falam a partir de sua herança cultural, daquilo que conhecem e compreendem do mundo no qual vivem. Todo ponto de vista é uma vista de um ponto e a ideia é ler os livros condensados nesse volume de "História" com o coração aberto para entender o que o velho viajante e historiador viu, ouviu e sentiu do seu tempo e de seus contemporâneos.


Pretendo escrever um texto sobre cada um dos nove capítulos de "História" registrando um resumo da obra, minhas impressões sobre o texto, as dificuldades e facilidades oferecidas pela leitura. Quem quiser me acompanhar nessa viagem ao Mundo da Antiguidade Clássica será muitíssimo bem vinda e bem vindo e bem vinde. Me desejem sorte e persistência!

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