sábado, 2 de novembro de 2024

"Vermelho, Branco e Sangue Azul" de Casey McQuiston


Quando "Vermelho, Branco e Sangue Azul" da Casey McQuiston foi lançado, tive a impressão de que ele dominou o interesse de um número muito grande de jovens leitores e leitoras. Como não sou jovem leitora há mais de uma década, deixei passar sem muita pena. Todavia, ao longo desse ano de 2024 muitos de meus e minhas estudantes lendo esse livro e isso acendeu minha curiosidade sobre o título.

A Casey McQuiston começou a pensar esse livro dentro do contexto de desamparo que a eleição para Presidente dos Estados Unidos de Donald Trump em 2017 gerou nas pessoas progressistas que acreditam necessidade de construir um mundo melhor para todos, todas e todes, um mundo no qual imigrantes, pessoas LGBTQIAP+ e mulheres vivam uma vida plena, livre de preconceitos, homofobia, xenofobia e machismo. Dentro desse cenário disfuncional, ela ousou sonhar através da literatura com um mundo no qual os americanos fossem capaz de eleger uma mulher como presidente e que essa mulher fosse mãe de dois jovens adultos filhos de um casamento com um emigrante mexicano muito bem sucedido na política.


Esse é um livro muito otimista, tanto utópico no qual o filho de uma presidente dos Estados Unidos, o Alex Claremont-Diaz, de repente, se vê envolvido em um romance com ninguém menos que o Príncipe da Inglaterra, o Henry George Edward James Hanover Stuart Fox, e tudo começa quando os dois destroem o bolo de casamento de $ 70.000,00 em um Casamento da Realeza.

O Romance do Príncipe Henri com o Alex é o ponto central do livro e aquilo que chama a atenção dos leitores e leitoras adolescentes. Ele são um casal jovem que vivendo em continentes diferentes se comunicam muito através de troca de mensagens e até mesmo e-mails, mas quando se encontram estão pegando fogo e vivem várias situações sensuais com sexo e tudo o mais.


A narrativa inclui muitos momentos nos quais Alex e Henri praticam sexo, mas a narrativa não é pornográfica, não é aquela narrativa tão densa que não deixa nada para a imaginação, a autora descreve muito mais as sensações dos personagens e a forma como eles são carinhos, cheio de cuidados e afeto um pelo outro. Em relação ao romance é um livro que nos faz sonhar e desejar viver um amor assim sensual e carinhoso como os dos personagens.

O livro é narrado todo através da perspectiva do Alex então acabei me apaixonando muitíssimo pelo Príncipe Henri que é delicado e gentil, cheio de mistérios e boas intenções, uma pessoa muito responsável e querida, de todas as formas, o melhor personagem do livro.

A parte o meu amor pelo Príncipe Henri, também preciso dizer que achei a narrativa da McQuiston EXTREMAMENTE chata. Nossa! Arrastada demais. Definitivamente não foi um livro cuja leitura fluiu como um rio e me divertiu horrores. Achei a escrita e a narrativa absolutamente cansativa. Depois de ler "Vermelho, Branco e Sangue Azul" posso afirmar com tranquilidade: o jovem leitor e a jovem leitora tranquilamente podem enfrentar qualquer clássico de leitura arrastada.

Após terminar o livro fui atrás do filme disponível no Prime Vídeo, inclusive as imagens que ilustram o post foram tiradas do filme. O filme é um pouco diferente do livro, porém é mais luminoso, bem mais dinâmico que o livro, os atores são encantadores, a história flui com muita beleza e me deixou muito apaixonada pelos protagonistas. É um conto de fadas moderno e amo conto de fadas!

2 comentários:

  1. Como não sou jovem leitora há DUAS décadas (kkkkk), também passei longe desse livro, mas como sempre sua escrita é muito gentil, tanto que dá até vontade de ler, mas não vou ler 🤭🤭

    ResponderExcluir
  2. A despeito da forma como o livro foi escrito, a estória parece ser interessante. No que se refere às questões políticas, todos já vimos que os poderosos tencionam fazer o mundo retroceder, no que diz respeito aos costumes e aos direitos duramente conquistados pelas populações. Claro que podem conseguir isso. Mas eu penso que eles não desfrutarão de tal triunfo por muito tempo. Acredito numa força oculta (espiritual? metafísica?) que atua com o propósito de estabelecer a justiça e dar um sentido à vida.

    Beijo

    ResponderExcluir