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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma nota...

Acabei de chegar em casa e me sinto determinada a fazer essa nota nesse espaço que é meio blog meio diário, e lentamente começo a perceber que fosse ele apenas diário seria bem mais fácil gravar nessa página em branco o que intento gravar.

Mas, ainda assim vou lá, vou tentar, sei que pode não ser do interesse das pessoas ler esse tipo de coisa, sei que isso pesa e o que vi hoje, apesar de ser chocante, pesado e cabível de reflexão, não vai estampar páginas de jornal ou ser manchete na TV, logo é algo que facilmente ser perde na multidão de memórias.

Enfim, hoje no meio da tarde, quando eu estava no meio de uma aula, falando sobre um historiador marxista que escreveu sobre os trabalhadores ingleses e de como se constituíram e foram constituídos uma classe de repente uma sirene de ambulância interrompeu nossa concentração e a noticia de que uma moça havia pulado do Centro de Filosofia e Ciências Humanas.

Como eu fiz todo o meu curso de História na Federal Rural, quando algo assim acontecia na Federal chegava a mim apenas por eco...

Agora não, estando na Federal isso chega a mim em forma de experiência. Aqui esse tipo de evento parece fazer parte da vida acadêmica da gente, de repente você está em aula e uma sirene toca, de repente você sai do prédio e tem uma menina jovem estirada no chão, de repente você chega na parada e o único assunto entre todos é esse, de repente os que estão ali a mais tempo parecem achar isso simplesmente natural e o eco começa a se espalhar entre os universitários da cidade...

E eu estou escrevendo no meu blog/diário essa experiência tão estranha... Uma nota apenas, com um sabor muito amargo misturada a algumas lágrimas que não tem nenhum sentido de ser, afinal, não era nenhuma das minhas... Mas poderia ou pode vir a ser... Eu não sei!

Engraçado, ontem mesmo estava lendo e reflectindo sobre a Morte com o Rafael, e não, a Morte, ela não pareceu sorrir para os passantes que estarrecidos fitaram seu rosto nessa tarde quente e ao mesmo tempo tão fria...



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sábado, 25 de junho de 2011

Sobre minha presunção!

Se não fosse crente seria gótica rsrs...
Morte, é um personagens da história em quadrinhos Sandman, bem, essa menina sorridente do cabelo grande e trajes meio gótico, dispensa apresentações néh?! O que falar sobre ela que o nome em si já não diga???

Deixa eu vê??? Que ela surgiu no volume 8 de Sandman, jogou um pão nele e que há quem diga que a partir desse momento Sandman começou a virar essa história incrível que acabou se tornando? Blá... blá... blá... Outras pessoas melhores que eu já falaram isso, é só colocar no Google que se fica sabendo milhares de detalhes... E não foi por isso que eu comecei esse post falando nela.


Eu comecei esse post falando nesse personagem porque a Morte é minha personagem preferida em toda a obra de Gaiman, tenho a impressão de que entre todos os Perpétuos ela é a que  mais está se encontrando com as pessoas, seja na paz ou na guerra, no inverno ou no verão, no começo da história ou no fim dela. O último grande encontro de todas as pessoas é com ela, o último suspiro, lágrima, sorriso, prece ou desejo vão ser compartilhados com essa pequena e, apesar do peso de suas funções, ela permanece firme e sorridente. A Morte é um personagem que conserva um sorriso no rosto e ar de menina travessa, diz o que pensa, não tem medo de nada e eu tenho a leve impressão que ela gosta demais das pessoas.

Eu também gosto de pessoas, gosto de está com pessoas, de conversar com pessoas, ouvir suas histórias,  entender seus caminhos, sorrir com suas graças, chorar com suas tristezas... Ajudar quando possível, conviver, sei lá, eu sou desagradavelmente fã de gente.

Gosto de criança pequena para colocar no braço e sentir aquele cheiro delicioso, aquela pele gostosa, aquela traquinagem saudável misturada a inteligência ou nada disso, porque nenhuma criança é igual a outra e tem criança que é de paz, é de ficar quieta, é de conversar papos existenciais e fazer perguntas que os filósofos, cientistas e teólogos fazem a milênios sem sucesso.


Gosto de papear com pessoas idosas que viveram em outros tempos, que possuem outros saberes, que sentem a passagem das horas de outras formas, que olha a cidade, a vida, os homens por cima como quem já viu, viveu e creu e não inveja a ninguém... Ou mesmo aquelas senhoras idosas ranzinzas cheia de dores que reclamam do filho, do marido, da passagem do tempo da juventude que se foi.... Ou ainda aquelas senhoras idosas que tem certeza absoluta que a vida não começa depois dos 50, a vida começa AGORA e estão ai, melhor do que eu... Gosto de papear com esse povo que passou dos 60... 70... 80...


Nem preciso dizer que gosto de adolescente, dos meus pareceiros e pareceiras... do clube das mulheres casadas... do clube dos maridos das amigas, especialmente os que me chamam para assistir jogo de futebol, mesmo quando eles torcem pelo Internacional, Cruzeiro ou Sport, porque bem, ninguém é perfeito!

E na verdade é ai que mora o titulo do post, gostar de gente é sempre um risco, uma temeridade... Ultimamente eu venho pesando meus valores, minhas construções afetivas, minhas idas e vindas, minhas histórias repetidas com as pessoas, o tanto que eu fui usada, machucada e derivativos... Começo a pensar que seria melhor seguir o exemplo de Júnior e começar a gostar de Betas.


Ou seguir o de Aline e começar a curtir mais cachorros que gente!

Rambo: eterna criança de Aline!
Eu duvido que Rambo maltrate Aline afectivamente algum dia ou que as betas de Júnior sejam cruéis com ele, mesmo sem querer querendo... Ah, mais eu duvido mesmo!!! E nesse ritmo eu começo até a entender porque Rafaela comprimenta primeira Pi e depois as outras pessoas da casa. Começo a pensar se isso é absurdo ou simplesmente é um reconhecimento a fidelidade canina da cachorra dos zoião!

A cara de Pi!
Eu devia aprender com meus irmão menores a ser menos tola e presumida... Começo a pensar que meu pecado capital é a presunção... Eu presumo demais sobre as pessoas, que elas são legais, que nada de ruim vai acontecer, que não vão me pisar, que eu não vou pisar e me arrepender em seguida... Que não vai haver abuso, excesso, maldade, uso... É tão ruim se sentir usada... Isso está se transformando em uma coisa tão comum em minha vida... Já tá ficando rotineiro de um jeito que eu começo a pensar onde vou parar nesse ritmo!

O pior é que a essa altura do campeonato eu já convivi com tanta gente que algumas coisas já consigo prever, sei onde vai dar, mas, e talvez esse MAS seja minha maior presunção, eu sempre penso que vou aguentar, que sei que é assim mesmo... que não vou sofrer, que não vou chorar... que vou consegui manter o sorriso no rosto, o ar amigo... e seguir em frente!

Achar que vai dar para suportar talvez seja a maior das minhas presunções idiotas, mais pouca idiotice para mim é bobagem néh!!! Não dá para sorrir sempre. Nem todas as pessoas valem a pena o estrago. Eu não suporto mais ser quebrada desse jeito.

Estou cansada!

Começo a pensar seriamente que entre gostar de cachorros, peixes ou gente, o estúpido é gostar de gente, talvez os meus irmãos estejam certos!
_________
Ainda hoje eu li um texto da Cris, lá do Cafofo, falando sobre blogueiros malas, depois que escrevi esse post eu pensei: realmente eu sou uma mala... Esse post ficou enoooorrrrmeeeeeee.... Eu fiz o blog de diário de novo e sim... sou irremediavelmente mala! kkkkkkkk....

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram."

Sinceramente concordo plenamente com Rose Walker: "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram.".

Parece uma coisa estranha ouvir isso de mim, uma dorminhoca profissional, mas essa afirmação realmente me impactou de maneira que eu não resisto e tenho que escrever sobre a obra de onde essa frase saiu, especificamente o volume 1 da "Edição Definitiva" de Sandman que, a parte o fato de ter me custado os olhos da cara, é simplesmente uma das melhores coisas que já adicionei a minha modesta, porém graciosa biblioteca pessoal:.


Sandman é uma história em quadrinhos que sai direto da década de 1980 e junto com Cazuza ocupam o roll das coisas que amo nesse recorte temporal. Morfeus, o personagem principal dessa história é simplesmente encantador. Ele charmosamente pula fora das páginas e envolve a nossa imaginação. Neil Gaiman não cria histórias, ele cria mitos! Acho que qualquer um que ler Gaiman tem essa sensação... ele criou um universo tão rico, tão sofisticado, tão incrível que é quase palpável, além de muito instigante.

Alias, a temática sonho, em si já é muito instigante. Afinal, os sonhos realmente formam um mundo a parte. E um mundo complicado, onde tudo é possível, onde os quadros barrocos que misturam luz e trevas, vida e  morte, sacrifício e gloria, perdão e culpa não são apenas ilustrações fixadas na parede para  a nossa apreciação e reflexão, são realidade.

Nos sonhos luz e as trevas se mesclam, somos jovens e velhos, vivemos o presente no cenário  do passado, reencontramos nossos mortos, perdemos os vivos, o tempo se bifurca diante de nós e  não existe da mesma forma que na "realidade", aliás a própria realidade toma formas difusas... é claro que sonhos me apavoram e Sandman me encanta.

Me encanto com essa obra e morro de amores pelo Senhor dos Sonhos pq através dele temos diante de nós uma linda discursão a cerca de várias questões que envolvem o sonhar de forma lúdica, inteligente, profunda, problematizadora... e sim sou fã tá, posso tecer tantos elogios tanto quanto queira a uma obra que gosto táh! rsrs...

E sim, mesmo sendo o tipo que dormiria por cem anos, dormiria se estes fossem cem anos sem sonhos, nenhum sonho, nada... Não gosto de sonhar ou dos sonhos que tenho..


Fala sério! Oxe... Meus sonhos quase sempre terminam em pesadelos! Tenho até classificação para eles: pesadelos asmáticos, tipo tenho uma pavorosa crise asmática e não acho meu salbutamol em lugar nenhum, acordo morrendo claro, cinco minutos depois passa na cama mesmo, é só susto; pessadelos filme de terror, tipo minhas amigas morrem ou eu perco uma prova importante e coisa do gênero; pesadelos que começam com sonhos, tipo cawboys viram elevadores claustrofobicos menores do que eu (eu até entendo os cawboys, eles tem haver com excesso de Sabrina, mas e o elevador?); pesadelos história sem fim, tipo desperto dentro de outro pesadelo umas três vezes e coisas assim... a lista é imensa... sintetizo ela no "sonhar me apavora".

Desde criança que em minhas orações noturnas um pedido se repete: "Senhor, dai-me um noite  de paz, sem sonhos!". Deus tem atendido a essa oração.

E falando em sonhos e orações lembrei de Freud, diz ele, ou disse ou dizia ele, que a religião é um ilusão, não necessariamente um erro, mas uma ilusão, um tipo de neurose universal que nos livra de um tipo de neurose individual. Depois o povo se pergunta pq as pessoas tem problemas afetivos com a psicanálise, vc dizer que as crenças das pessoas são ilusões e neuroses é uma coisa, querer que elas gostem é meio que pedir demais.

Ops... o que Freud está fazendo aqui... está postagem é sobre Sandmam, não sobre ele... e só a titulo de conclusão, outra personagem encantadora dessa história é a Morte, irmã do Senhor dos Sonhos, achei interessante que Neil colocasse a morte como irmã dos sonhos... sempre acho essa associação interessante... sempre fico curiosa para conhecer mais a cerca dessa história,  mergulhar dentro dessas páginas e perceber pelos caminhos e descaminhos de Gaiman, não só como ele pensa tudo isso, mas como  os homens do fim do século XX, história recentíssima, refletem sobre esses temas.. afinal a arte sempre é um tipo de reflexo da realidade... os homens não conseguem viver sem narrar e arte é uma grande forma de narrativa onde sonhos e realidade se misturam para dar a tonalidade dessa experiência dura, esquisita, idiota, apavorante e fascinante que é viver!