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sábado, 5 de abril de 2014

"Múltiplo Leminski" na Torre Malakoff do Recife Antigo [Desafio 12 Lugares #03]

"Múltiplo Leminski" é o nome de uma exposição cujo objetivo é trazer a luz dos olhos do público o resultado de anos de pesquisa sobre a história e a vida de Paulo Leminski. A exposição já esteve em vários lugares do Brasil e entre Abril e Maio ancorou em Recife e eu fui ver no dia 30 de março de 2014.

Para dizer a verdade, não sou uma pessoa de explorar os mil cantos de minha cidade, ir a exposições de arte ou eventos curiosos. Sempre fui mais de "escola-casa-igreja" e depois "trabalho-faculdade-casa-igreja". Mas, de muitas formas viver esse tipo de rotina não me fazia feliz, viver assim me faz sentir que acordo sempre para a mesma vida para a qual tinha dormido e assim não dar para viver. Os livros e a graduação em História me ensinaram sobre a amplidão do mundo e eu quero desfrutar dela.

Decidi abraçar o Desafio 12 Lugares da Luciana Tazina por isso e no dia 30 de março de 2014 voltando para casa depois de visitar a Torre Malakoff para ver a exposição itinerante  "Múltiplo Leminski" percebi o quão certa foi essa decisão. Se não tivesse abraçado esse desafio, por maior que seja minha vontade de deixar meus horizontes eternamente abertos jamais teria força para fazer o percurso da Zona Norte do Recife para o centro em um domingo a tarde no penúltimo dia de um mês trabalhoso.

Então, graças ao desafio tive o prazer de conhecer melhor o Paulo Leminski, curitibano que viveu durante a segunda metade do século XX e foi poeta, pensador cultural, haicaísta, tradutor, biógrafo, jornalista da impressa escrita e televisiva, ensaísta, contista, romancista, autor de experimentações verbais e visuais, "polemista", roteirista, professor, roteirista de história em quadrinhos, judoca, publicitário, compositor... Ufa... Cansei... Sinceramente não sou uma pessoa interessada na vida pessoal de meus autores prediletos, então confesso: lendo Leminski jamais pensei que sendo um ele conseguiu ser tantos.


A exposição reuniu com critério e beleza uma enorme amostra da vida do poeta conduzindo os interessados pela vida dele para dentro dela através dos textos de Leminski, de suas fotos, registros visuais, biblioteca e mesmo da sua própria maquina de escrever. São tantas informações que é possível passar horas e horas na Torre Malakoff e não consegui ver tudo com cuidado. Aliás, a sensação que tive depois de ter saído da exposição foi a de que preciso voltar a ela ante de 30 de maio para apreciar com calma o ambiente e o acervo selecionado.









A exposição em si foi um momento rico e delicioso de ter sido experimentado, mas pesando e medindo preciso confessar que o melhor do Desafio 12 lugares de março não foi bem a exposição e sim ter saído de casa no domingo a tarde na companhia da minha irmã para explorar a minha cidade. As vezes eu esqueço do quanto minha irmã é uma pessoa querida e uma boa companhia, do quanto é importante fortalecer nosso vinculo em experiencias agradáveis fora das paredes de nossa casa. Eu sou apaixonada por minha irmã e caminhar com ela pelos lugares de Recife Antigo culminando com a exposição foi uma experiencia magica e inesquecível. Nós caminhamos, brincamos, conversamos e nos fotografamos em momentos ruins só por sacanagem.




A parte o fato de minha perna está totalmente cheia de marcas eu amei essa foto.

Ah, só a titulo de registro, fiz a bondade de convidar o namorado dela para o passeio e ele foi muito solicito em nos fotografar juntas.



O Recife Antigo vibra nos fins de semana com vários espaços culturais abertos e uma feirinha na qual se encontra de tudo um pouco e um pouco de tudo. Eu não fazia noção disso! Foi uma descoberta fascinante!





O Desafio 12 Lugares é uma ideia da Lu Tazinazzo do blog "Aceita um Leite?".



domingo, 2 de março de 2014

Das agitações de Fevereiro e de como conheci o "Centro Cultural Rossine Alves Couto" [Desafio 12 Lugares - 02]

Fevereiro foi um mês bem corrido para mim, pois é a época de inicio do ano letivo e para minha alegria e pena, além de enfrentar os sabores e dessabores da educação infantil, resolvi enfrentar os sabores e dessabores da docência em História. Não é que tudo seja uma grande bolha de enfado e cansaço, ambos os trabalho possuem seu lado bom, mas é que eles também cansam bastante, e irritam, e tiram a força da gente para passear em fins de semana.

Ah, mas para dizer que não falei de flores deixo algumas cenas do minha rotina na educação infantil [trabalho que mais amo no mundo].

Criatura fofa e dengosa que foi com minha cara de primeira e tem pulado em cima do meu colo em qualquer oportunidade, mas não faz parte do meu grupo e quase compensa uma das crianças do meu grupo que não vai com minha cara mesmo kkk...

"Tava chorando, mas sentei no colo da tia e parei!"

Inicio do trabalho com leitura e contação de história:


Existe coisa mais fofa que  pé de criança?


Menina mais inteligente do mundo fazendo dengo!


Vamos construir castelos?


Pois é, devido a intensidade dos trabalhos de fevereiro quase não consegui cumprir o de "Desafio 12 Lugares" e conhecer um lugar diferente esse mês. No entanto, aos 43 do segundo tempo, precisei ir ao centro do Recife no dia 28 de fevereiro [véspera do carnaval], vivi uma grande frustração, tive um ataque de choro sentido [TPM MONSTRO] e no meio do ataque de choro sentido me lembrei do desafio, respirei fundo e me peguei olhando em volta em busca de um lugar público no qual eu ainda não tivesse posto os pés. Encontrei no meio desse olha o "Centro Cultural Rossine Alves Couto" na Rua do Hospício.


Confesso que já tinha curiosidade por esse espaço, pois ele abriga o "Núcleo da Diversidade do Ministério Público de Pernambuco" e ao mesmo tempo é vizinho dos templos centrais de diversas denominações de igrejas evangélicas do Recife, as quais não são bem símbolos de tolerância a diversidade. A parte esse detalhe, no centro funciona uma biblioteca e foi ela o objeto de minha exploração.

Recife é uma cidade na qual o Carnaval é vivido livremente. Aqui a festa é de rua, congrega todo tipo de pessoa possível e imaginária e a sexta-feira [28/02/2014] foi o dia anterior ao Sábado de Zé Pereira e dia da abertura dessa festa. Ou seja, enquanto mundo chamado Recife mergulhava em um caos quente com metade das pessoas fugindo do centro e da festa e outra metade vindo para o centro e para a festa e eu mergulhando no silêncio de uma biblioteca. Terry Pratchett disse uma vez "bibliotecas são buracos negros que pensam", para mim, ele tem razão.

O "Centro Cultural Rossine Alves Couto" é um órgão ligado ao Ministério Público de Pernambuco, logo o acervo da sua biblioteca é quase totalmente voltado para a área do Direito Civil. Enquanto eu andava no meio daqueles calhamaços nos quais homens e mulheres explicam como podemos nos defender dos vilipêndios cotidianos eu esquecia da vida, da morte, do carnaval e dos problemas.

Foi terapêutico, especialmente porque lembrei que tenho direitos e me peguei com vontade de vez em sempre da uma pausa na vida e me da ao trabalho de conhecer melhor meus direitos. Afinal os livros estão lá super acessíveis a qualquer pessoa capaz de por eles se interessar, não são propriedade exclusiva dos advogados do Brasil.

 



Ah, lá também tem alguns documentos interessantes sobre a história de Pernambuco, para quem interessar possa:


E alguns poucos livros de outras áreas do conhecimento:



Acabei escolhendo folhear alguns dos livros da biblioteca e o meu preferido foi o "Titãs da Literatura", relembrando um velho exercício que eu costumava fazer nos meus anos de biblioteca escolar.


Alguns dos autores citados:


Em tempo, Rossine Alves Couto foi promotor público da cidade de Cupira, semiárido do estado de Pernambuco. Ele foi assassinado em 10 de maio de 2005, enquanto almoçava em um restaurante em frente ao fórum da cidade. Na época foram realizados vários atos públicos com o intuito de não deixar a morte brutal e precoce dele passar em brancas nuvens como é comum no Brasil, mas tenho minhas duvidas se os reais responsáveis pela morte do jovem promotor sorridente das fotos foram realmente punidos.

Infelizmente o Brasil e o brasileiro ainda tem um caminho a percorrer no sentido de fazer os direitos civis se tornarem uma realidade cotidiana. Eu não sei, porém suspeito, conhecer as leis pode fazer  pate desse caminho.


sábado, 11 de janeiro de 2014

Fazendo turismo na própria cidade.

Existe uma lenda urbana que diz: "Todo recifense é bairrista!". Particularmente eu não sei se essa lenda é verdadeira ou falsa, mas sei de uma coisa: eu sou bairrista. Então, desfrutando das minhas férias não podia deixar de separar um dia para fazer turismo nos espaços disponíveis aos turistas no Marco Zero da minha querida "Veneza Pernambucana".

Então junto ao Alexandre, embarquei na aventura de ir ver a exposição "Marianne Peretti - 60 anos de arte" na Caixa Cultural Recife. Nessa exposição a gente pode ver pequenas obras da autora e inúmeras fotos, tiradas originalmente para o livro da artista com destaque para a sequência de imagens da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como a Catedral de Brasilia, porque a Marianne foi uma das pessoas que se envolveram no projeto da capital do Brasil junto com o Oscar Niemeyer.

Sei lá, se um dia eu poderei ir a Brasilia, na dúvida ao menos queria conhecer algo sobre a cidade sem ir a cidade e não me arrependi nem um pouco.





Eu não sou bem uma especialista em arte, mas adorei as curvas que existem em tudo que a Marianne Peretti criou e estavam expostas ali.




Além da exposição da "Marianne Peretti", estava exposto a videoinstação "Insustentável Leveza" da Giovana Dantas e claro que algo feito tendo como referencia o meu muito amado Milan Kundera não poderia deixar de ser lindamente visitado por minha pessoa. A videoinstalação é composta por sete trabalhos que fazem uma metáfora da relação peso e leveza coexistindo na vida cotidiana. A Giovana tentou explorar os movimentos produzidos pelo vento e água em objetos e me encantou. De alguma forma ela enxerga o mundo através de um filtro com o qual me identifiquei.

Até meu amado Van Gogh estava lá, só para da uma ideia do nível de identificação.

Van Gogh e o vento, animação da obra "Le Moulin de la Galette" de Vicente Van Gogh
Tem um vídeo mostrando o balançado de um tecido que cobre um prédio em construção. Quantas vezes em minha vida não me peguei parada observando esse tipo de coisa solitária no meio do caos do Recife... Essas pedras evoluídas construídas com a força de pedreiros suicidas pesam com o peso do mundo, mas o véu que as cobre é leve e flutua com vento de um dia nublado. #Amei

Insustentável Leveza II
E o que dizer de um vídeo com as sombras do rodar das elicies de um catavento no qual um jogo de luz mistura a nossa própria sombra?

DESIGUAL-EM-SI: ALGO SOBRE O TEMPO
Enfim,  adorei como a Giovana brincou com a "Insustentável Leveza" que há nas coisas pesadas. Ela conseguiu provocou inúmeras reflexões.

E para completar o passei, eu o Alexandre aproveitamos a beleza da Praça do Marco Zero de Recife.



Fachada do Caixa Cultural Recife
 

Meu querido Ascenso Ferreira


Está escrito: "Deste Marco Partem as distancias para todas as terras de Pernambuco", mas deveria está "do mundo".
Aproveitando demos uma passada "Centro de Artesanato de Pernambuco no Recife", um espaço no qual o artesanato tem um preço salgadinho, mas tem a vantagem de ser climatizado, organizado e oferecer peças "realmente artesanais" se é que vocês me entendem. Inclusive todas as peças vem com o nome do artesão ou artesã, telefone e derivados e isso compensa o preço nada camarada.


Ah, o que comprei no Centro de Artesanato foi para presente e já foi embrulhado, mas deixo a fotinho das coisitas que eu e o Alexandre acabamos resgatando na livraria e o catalogo da exposição da Giovana Dantas.