segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Organizando livros, relembrando e construindo novas lembranças...

Existem formas e formas de se relaxar quando se está vivendo um momento de grande pressão, tensão ou que quer que seja... Hoje minha forma de relaxar foi organizar meus livros eternamente bagunçados!


É sempre tão melancólico organizar livros... parece que as histórias brotam deles.... tantos as histórias contidas neles quanto as histórias que a gente viveu enquanto lia cada um deles... as pessoas que se ligaram a nós através deles...

A minha edição velha de guerra de "Os novos trajes do Imperador" de  Hans Christian Andersen testemunha de um tempo em que eu lia livros infantis na biblioteca com minhas amigas durante as aulas vagas... era ótimo. Esse hábito que marcou nossa vida escolar começou no dia em que elas perguntaram para onde eu ia quando eu sumia, respondi que estava na Biblioteca, um dia todas elas apareceram lá, gostaram e ficaram, vcs entendem se eu disser que no começo eu gostava e não gostava ao mesmo tempo?!?!?



Outro reencontro memorável foi com Danielle Steel, "O anel de noivado", esse livro foi presente de Vanessa... já faz um tempinho... quase dez anos, eu sinto falta de Vanessa, sinto falta dessa leitura... Meu Deus... como minhas amigas eram barulhentas... como era bom ser adolescente quando eu estava com elas! Mesmo com todos os "mas e menos mas" era bom estar com elas e ler Danielle Steel e comentar com elas...


"Doze Reis e a moça no labirinto do vento" foi outro presente, foi presente de Natally... Marina Colasanti, escreveu e ilustrou um livro de contos infantis lindo, lírico, doce... com um gosto de sonho!!!


Muitos dos meus livros estão cheios de histórias entranhadas neles, não só as que os autores contam... eles tem vida própria e deles saem borboletas, girassois, passarinhos, corvos, sons, lágrimas, sorrisos, dores e alegrias que foram vividas enquanto as histórias eram lidas. Ao menos eu sinto boa parte dos meus livros dessa forma, através do que vivi durante a leitura e como a leitura afetou ou não a experiência que vivi!!!

E, para além do tchim... tchim... que cerca o mexer nos livros, sempre surgem novas histórias... novas lembranças para os próximos momentos em que eu for mexer neles. Cada titulo de um livro é na verdade uma senha para um mundo de lembranças, como no titulo do livro de poesias de Drummond que eu ofereci para a apreciação de Júlia hoje.


Júlia é uma criança doce, das muitas crianças doces que enchem minha casa, de todas ela é mais silenciosa,  ri baixinho, fala baixinho, tem aquela delicadeza que todas as mulheres sonham ter e só algumas realmente tem naturalmente; quando ela me viu mexendo nos livros logo se juntou a mim, quando eu a vi mexendo nos livros logo ofereci "A senha do mundo" de Carlos Drummond de Andrade, pq se é para encontrar com a literatura tem que encontrar direito néh?!?!

A senha do mundo é um livro de poesias que remetem a infância, mas não essa infância do século XXI e sim a infância que se vivia no inicio do século XX... Drummond fala, eu acho, sobre coisas que marcaram a infância dele... o lago tão grande quanto o mar, as mãos que faziam um doce que, mesmo que ele use os mesmíssimos ingredientes, hoje não consegue alcançar o mesmo sabor, o primeiro automóvel que chegou na cidade dele... tantas outras coisas típicas de uma infância de outros tempos... Um livro lindo demais... é claro que minha a escolha foi consciente.


E é claro que o livro que ela escolheu livremente e conscientemente foi uma edição de "Para Gosta de Ler Poesias", presente de uma amiga pedagoga, ela foi direto ás poesias de Vinicius de Morais néh?!?! As poesias de "A Arca de Noé" continuam encantando gerações. Não tem erro, as crianças amam a sonoridade de "era uma casa muito engraçada... não tinha teto não tinha nada" e de um Relógio "tic tac... tic tac... dia e noite... noite e dia...".

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu e Meus Bebês ou Meus Bebês e Eu

 Kelly virada da estrela subindo na cadeira pela minhas pernas, não, ela não cai ela senta e brinca com minhas pernas... é um momento doce... esse bracinho lindooo... é do Ray estávamos vendo e tirando fotos nossas... achei bonitinho e tirei a foto, essa foto saiu por engano, mas gostei dela...

Ela tem um pedaço de nós três, os dois junto com Vitor (que não veio nesse dia) são os últimos a sair quase todo dia, então acaba que temos um vinculo diferente, sei lá... é estranho, crianças cujos responsáveis demoram sempre criam um laço diferente com o educador, a espera é um momento melancólico e intimo, a ausência de outras crianças, o cansaço do dia, a chegada da noite, o silêncio que preenche o barulho, o vazio que ocupa o que antes estava cheio...

Ray, Vitor, Kelly e eu somos quatro esperando... nosso vinculo  nasce da melancolia de uma espera que se prolonga... nessas horas eles ficam mais próximos a mim, mais carinhosos, mais grudados no meu colo... curtimos juntos a tristeza da nossa espera... a diferença é que já passei do tempo em que esperava minha mãe chegar, minhas esperas agora são outras, logo chegará o tempo em que eles também esperarão por outras coisas... espero que eles achem nesses momentos o afago, a companhia e o sorriso que eu encontro neles.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Em dias de verão e saudades do mar: "Onda" de Suzy Lee

Em dias de tristeza com causas e de saudades do mar lembrei de um livro da coreana Suzy Lee que adoro, amo e etc... um livro só de ilustrações que com o titulo "Onda" conta a história de uma garotinha que vai a praia com sua mãe.... a experiência dela com o mar é narrada totalmente através de imagens.

Várias capas diferentes: um livro que correu o mundo!!!

E que narrativa!!! O livro é simplesmente perfeitooooooooo com todos os "oooosss" do mundo!!!


Ah, a garotinha parece com uma das pequenas que eu tive a honra de "cuidar" em meus caminhos na educação infantil, ela é a cara de Bia, esperta, brincalhona... é um livro ótimo para crianças muito pequenas e para crianças grandes também, afinal o mar fascina a todos nós.

"Onda", na minha opinião, já nasceu clássico e o povo parece concordar comigo, afinal ele já conquistou o prêmio de "Melhor Livro Ilustrado 2008"  pelo The New York Times, "Melhor Livro do Ano 2008 – Álbum Ilustrado Infantil" da Publishers Weekly e "Melhor Livro Infantil" do Ano 2008 da Kirkus Review.

Não digo que indico, pq não sou muito fã de indicar livro o que me agrada muito pode não agradar a outra pessoa... e, a parte brincadeiras, eu não sou lá o que possamos chamar de critica literária néh?!?! Porém, no entanto, todavia... esse livro é apaixonante demais...

Ah e só para constar, como está escrito na RevistaPontoCom, "com poucos traços a carvão, Lee ilustrou em azul, preto e branco o ruído das águas, o bater de asas das gaivotas, o vento que balança o vestido da criança e a conversa silenciosa que se estabelece ao longo da narrativa.". 

E eu digo que Lee mostrou:

A alegria da chegada: sempre me sinto assim quando vou a praia!!!

O espanto da criança diante do mar!!!

O medo diante da força, do bramido das grandes ondas!


E que dançar com as gaivotas e com as ondas é a melhor coisa que existe!

 
O olhar e o sorriso da mãe a observar a filha!

 
O adeus... Ah... A gente vai, mas volta!

 
As lembranças que se leva para casa e para a vida, assim como o sorriso satisfeito \o/!



domingo, 17 de outubro de 2010

E o verão chegou... e eu não me reconheço!!!

Pois é... o verão chegou em Recife, eu sei, dizem por ai que é Primavera... mas eu sei que é Verão... e eu não me reconheço mais...

Rejeitei um glorioso feriado na praia... Minha amigas foram ao parque aquático e eu não fui... Quase todos os dias vejo pessoas indo a praia com sua crianças e não dou meia volta no trabalho e fico melancólica.... Não consegui ainda parar para apreciar o sol do meio dia queimando (tem quem não goste_eu gosto)....

O Sol queima e eu não sinto. É a TPM que está chegando, eu acho...

Esse verão está sendo doloroso de uma forma estranha e sombras roubam o sol de mim... ou talvez eu esteja apenas triste pq ainda não fui ver o mar de perto...

Respiro fundo.... bem fundoooo.... quero me reencontrar... quero ir a praia, ao parque aquático... ficar parada no Sol... não quero acordar cedo todo dia e sim.... quero descer na parada errada sem querer querendo, chegar na praia e cantarolar em pensamento os versos daquela música que eu adoro:

"Vento, ventania...
Quero juntar-me a você
E carregar
Os balões pro mar
Quero enrolar
As pipas nos fios
Mandar meus beijos
Pelo ar...
Vento, ventania
Me leve prá qualquer lugar
Me leve para
Qualquer canto do mundo"