sábado, 4 de julho de 2015

Saudades [Blogagem Coletiva do 1º Sábado #2]


Em algum momento desse período entre os 25 e 30 [tenho 29 anos agora] ocorreu-me: viver é também acumular saudades. Não sou nem mesmo uma pessoa idosa, mas já acumulo tantas saudades.

Tenho saudades da biblioteca da escola do ensino fundamental 2 e média, mas não a de agora. Meu sentimento é por aquela versão localizada na penúltima e imensa sala do terceiro corredor. Tinha uma árvore na frente dela na sombra da qual um dia a professora Christianne decidiu dar uma aula para uma turma que não era a minha... Por dentro ela era dividida em quatro partes, arejada, com muitos basculantes e ventiladores. Silenciosa, mas permitia ouvir os barulhos de fora. Sem condicionadores de ar. Perfeita... Quando eu preciso de paz, fecho os olhos e volto para lá.

Tenho saudades da Erica, de seu sorriso cujo som lembrava o tinir de sinos... Ela tinha longos cabelos castanhos, era muito magra, alta, falava alto, era conscienciosa com a condição de moradores de ruas... Alegre... Entre os 13 e 14 anos, adorava romances de banca... Quando leio meus diários simplesmente gostaria de não ter desperdiçado o tempo brigando tanto... Eu lamento tanto cada discussão desnecessária. Nós vamos nos encontrar na Eternidade e no entanto, nesse exato momento, gostaria de poder me encontrar com ela nas redes sociais ou na esquina de qualquer rua de Recife... Me pergunto se um dia, vai doer menos encontrá-la na paginas dos diários.

Tenho saudades do meu amigo Felismino, da confiança mutua na opinião um do outro, dos encontros na igreja nas manhãs de domingo, das caminhadas para casa. Nossas conversas eram feitas de planos para o casamento dele, conflitos do meu namoro/não-namoro, experiências de escrita, coisas da docência, família... ternuras... Aquela rotina de fazer acontecer as aulas e as festas de um departamento infantil com cerca de uma centena de crianças sustentado por menos de uma dezena de adultos mal pagos, porém capazes de atitudes de desprendimento sem tamanho. Certos amigos ajudam a construir nosso caráter, são moralmente edificantes, deixam marcas na forma através da qual decidimos quais atitudes tomar diante das situações da vida. Essas amizades só podem ser interrompidas por algo definitivo. São inesquecíveis.

Tenho saudades das sombrinhas com as quais Voinha me presenteava. Sou uma pessoa área e esquecida, completo ano no penúltimo dia de Maio, Junho é tradicionalmente um mês chuvoso em Recife e por isso Voinha sempre me presenteava com sombrinhas. Sinto saudades não só das sombrinhas, sinto saudades do jeito resmungão de Voinha, de como ela comia pouco e ainda xingava a pobre comida, do seu sarcasmo, do seu cheiro, da pele dele... Meu Deus como Voinha reclamava das coisas kkk... Parece uma versão minha 50 anos mais velha... Ou eu sou uma versão dela 50 anos mais jovem? Eu me encontro com ela cada vez mais, enquanto me vejo instintivamente fazendo coisas como ela fazia, especialmente aquelas que me aborreciam profundamente... kkkk...

Me pego descobrindo várias e variadas saudades:

De quando meus tios me colocavam em cima de seus ombros e eu era um gigante;
De dormir com tia Neide;
Da terceira série;
De conviver diariamente com Aline;
Do gosto dos chocolates trazidos por meu pai para mim e meu irmão;
Dos brinquedos vindos dos interiores do Nordeste;
Das enormes barras de doce de leite da minha infância;
Dos litros de mel vindo do Sertão;
Das longas conversas com seu João lá da venda;
Da turma do ônibus dos meus dias de graduação;
Do tom de voz e da forma de se expressar da minha orientadora do mestrado;
Das visitas ao arquivo em minha época de mestrado;
De ir sozinha ao cinema depois de passar a tarde pesquisando no arquivo da Fundação Joaquim Nabuco;
De encontrar a Bella na parada do ônibus, esquecer o cinema e ficar de papo sobre tudo e nada;
Da primeira infância de algumas crianças, hoje na segunda infância;
Da segunda infância de alguns adolescentes;
Da terrível adolescência (quem diria?) de algumas mulheres e homens agora adultos...

Quanto mais me concentro, mas penso nas coisas das quais sinto saudade... Mas, vejam só, nesse esforço de memória, constato absurdada: saudade não é propriamente sinônimo de falta ou de ausência.

Todas as coisas das quais sinto saudades são coisas minhas... Experiências, pessoas amadas, conversas, realizações, fazes da vida presas no passado, mas não necessariamente perdidas...

Nossa... De repente me pergunto se essas experiencias e pessoas das quais tenho saudades não estão necessariamente perdidas, se elas não estão logo ali ao alcance da lembrança... Embora não possa mais morar com elas, posso visitá-las, cultivá-las, não deixar que se percam.

Lembrar talvez seja uma eterna forma de resgate.

Saudade talvez seja um sinal de vida; espaços preenchidos; sonhos sonhados; experiências vividas, desejos realizados...

Talvez sentir saudade não seja, como estive pensando até um momento atrás, um tipo de estranha coleção de ausências. Talvez, seja o contrário, talvez saudade seja um conjunto de inúmeras presenças.

Quem sabe saudades não é a soma das pessoas e experiências marcantes ao ponto de não poderem ser esquecidas ou ignoradas, mesmo quando fazem parte de um passado impossível de ser recuperado por qualquer caminho além do oferecido pela memória.
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Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva promovida pela Ana Paula e pela Tina Bau Couto.
Para conferir as outras participações basta ir lá no "Lado de fora do coração".

quarta-feira, 24 de junho de 2015

TAG Neil Gaiman

Há algum tempo encontrei no .Livro a "Tag Neil Gaiman". A primeira coisa que pensei quando vi foi: "Isso é coisa da Lu!" e a segunda: "É obvio que vou responder!". Realmente era coisa da Lu, lá no "Aceita um leite?" é possível conferir as respostas dela e aqui vão as minhas.



1 - Coraline - Coraline: Aquela vez que você precisou tomar cuidado com o que desejava.

Tentei lembra um momento especifico para contar. Não consegui. Explico: acredito em um "Deus que realiza os desejos do nosso coração" e no poder das palavras (o próprio Deus criou o mundo a partir delas), para completar, sou o tipo de pessoa que leva TUDO a sério... assim... todos os dias tomo cuidado com meus desejos e tenho certo medo deles e onde me levarão.

2 - Richard Mayhew - Lugar Nenhum: Aquela vez que você se sentiu em casa longe de casa.

Em uma paráfrase descarada: Basicamente em São Paulo.

A parte isso, sempre que abro um livro de um autor querido me sinto em casa, por isso independente do destino levo a Bíblia, o Kobo e um livro físico comigo.

3 - Shadow - Deuses Americanos: Aquela vez que você se viu rodeado de pessoas incríveis.

Quando estou com os irmãos da minha mãe, eles são meus heróis de infância.

4 - Wednesday - Deuses Americanos: Aquela vez que você precisou batalhar por si mesmo.

Quando precisei conquistar uma profissão para chamar de minha. Uma coisa é desejar ser uma coisa, outra é conseguir ser, há todo um caminho a percorrer: conquistar uma vaga no pré-vestibular, conseguir a inscrição (na minha época era paga, cara e eu não queria pedir a ninguém #orgulhosa), o nome no listão, todo o processo da graduação, o emprego...

5 - Anansi - Os Filhos de Anansi: Aquela vez que o mundo foi seu parque de diversões.

Naqueles momentos no quais consigo envolver as crianças/adolescentes nas atividades propostas e a aula flui... Nesses momentos o mundo é um carrossel de parque de diversão... Eu rio alto e sinto o sabor do vento enquanto galopo no cavalo de madeira azul.

6 - Timothy Hunter - Os Livros da Magia: Aquela vez que você descobriu os próprios poderes.

Quando soube que meu nome estava no listão dos aprovados na seleção do "Pré-Acadêmico da UFRPE". Sentir a distancia entre mim e meus sonhos diminuir ali.

7 - Orquídea Negra - Orquídea Negra: Aquela vez que você precisou mostrar os seus poderes.

Abril de 2014, foi um mês tenso e houve dois momento, um para cada instituição na qual trabalho, nos quais todos os super-poderes foram revelados.

Foi assustador, empolgante e surpreendente colocar tudo para fora e nunca me senti tão exposta, frágil e forte. Foi épico! Houve quem dissesse "é mais macho que muito homem". Ganhei repeito, amores e ódios, alguns dos quais perduram até o momento.

Há bem e mal em mostrar seu modulo 100%,  mas todo mundo devia mostrar seus super poderes uma vez na vida, só pelo prazer de se sentir protagonista da história.

8 - Destiny - Sandman: Aquela vez que você percebeu que não dava para lutar contra a corrente.

Em novembro de 2013 meu mantra era: "A gente não pode consertar o mundo sozinha!", me sentia sufocada, caindo, desaparecendo, me afogando. O jeito foi me deixar levar pela corrente. No momento me sentir vencida, mas agora, nesse exato momento, isso não é uma metáfora, entendo o quanto parar de brigar com a corrente me fez ser capaz de reunir a energia necessária para a catarse de abril de 2014.

9 - Death - Sandman: Aquela vez que você precisou dar uma lição em alguém.

Se eu disser que agora mesmo tenho uma lista de pessoas com as quais vou ter uma conversa séria vocês acreditam? Sou professora e irmã mais velha de um cara "mala sem alça", é parte constitutiva da profissão dar lições.... hohohoho Por isso amo a Death, ela faz o trabalho dela porque é o trabalho dela e ainda se importa a ponto de se encontrar com a pessoa e dar lições.

10 - Dream - Sandman: Aquela vez que você aprendeu uma grande lição.

Quando eu vi Mainha cuidando do pai do meu pai - Voinho - durante a convalescença dele diariamente. Voinho foi um ótimo avó durante toda minha vida, mas nem sempre foi um ótimo sogro para minha mãe. E isso não fez diferença no julgamento dela. Ela me deu a maior lição de cristianismo.

domingo, 21 de junho de 2015

Volume 1 de "Os miseráveis": Fantine

Honestamente, preferia não comentar "Os miseráveis". Apenas o exercício de ler o livro em si já é doloroso, escrever então é sofrível. Chego a me contorcer contemplando a página em branco, maaaasss faz parte das regras do jogo, ou do "Projeto Victor Hugo" escrever sobre a leitura e cá estou eu. O livro é dividido em 5 volumes, os quais são: Volume I: Fantine; Volume II: Cosette; Volume III: Marius; Volume IV: Idílio da Rua Plumet e epopeia da Rua Saint-Denis; Volume V: Jean Valjean. Como o titulo do post anuncia, aqui vou falar sobre o vol. 1 "Fantine".

Segundo consta Victor Hugo levou 40 anos para escrever esse livro e se ele escreveu sem pressa é melhor ler sem pressa também. Como o livro já tem lá seus 153 anos é fato publico e notório ser a trajetória de Jean Valjean o coração da obra e senti uma enorme ansiedade pelo encontro com ele, porém minha ansiedade foi devidamente trabalhada, para não dizer martirizada, pisada, oprimida e assassinada, até o ponto de definhar e morrer.

Antes de conhecer Jean Valjean, somos apresentadas ao Bispo Myriel, Dom Bienvenu. Cristão consciencioso, ele é capaz de transforma a confortável casa paroquial em hospital, doar a maior parte de sua renda para os pobres, jamais fechar a porta da sua casa, viver unicamente para servir e servir para viver. Fica claro o porquê desse homem ser capaz de abrigar Jean Valjean, então um "mal elemento" recém saído de um carcere de 19 anos anos, com tendencia a violência, ares de louco, fedegoso e desesperado.

Assim como a trajetória do Bispo Myriel, a vida de Jean Valjean é descrita longa e detalhadamente. Nenhum ponto é ignorado: sua vida dura como irmão de uma mulher com muitos filhos e nenhum marido, o fatídico episódio do roubo de um misero pão, o castigo desproporcional e desumano como trabalhador forçado galés por 19 longos anos, as fugas, a dolorosa consciência de ser vitima de injustiças, a construção da brutalidade no coração daquele homem e transformação que ocorreu após o seu encontro com o Bienvenu.

Amo a Fantine da Anne Hathaway 
Só depois de vislumbrar a vida desses dois sujeitos, e o seu encontro, nos é dado a conhecer a trajetória da moça Fantine.  Um moça órfã, de origem desconhecida, que se envolve com um mauricinho rico e prepotente e herda dessa relação uma filha sem pai. Mãe conscienciosa, ela faz todo tipo de esforço possível e imaginável para manter essa filha... quando não tem mais o que vender para manter a menina Fantine vende a si e encontra a degradação... É no meio da degradação assim como Jean Valjean encontrou a benevolência do Bispo Myriel ela vai encontrar a dele.

Uma velha máxima diz: "Todos possuem uma história.", tal máxima parece que a força motriz de Victor Hugo ao escrever. Em sua narrativa nenhum caráter fica descoberto ou descrito superficialmente, todos os personagens a entrar na história tem sua trajetória contada em detalhes. Não há pontas soltas ou detalhes não revelados. Os pobres, os ricos, os oprimidos, os opressores... as misérias humanas são exploradas enquanto os miseráveis levam suas vidas até o seu limite.

Não canso de contemplar absurdada a atualidade dessa história, como em 153 anos o Ocidente caminhou tão pouco na direção da diminuição das desigualdades sociais, da miséria humana, da fragilidade da infância, da hipocrisia dos que possuem muito.

A miséria humana denunciada no século XIX é atual no século XXI.

E no Brasil a comissão Câmara dos Deputados que discute a maioridade penal aprovou no ultimo dia 17 o relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF) que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para os crimes considerados graves.

Por favor me belisquem, me acordem, eu estou tendo um pesadelo terrível. O "momento presente" é uma distopia, o texto escrito por Victor Hugo continua sendo necessário e eu gostaria que não fosse.
"Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiro infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos, enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorancia e miséria, livros como este não serão inúteis." (Victor Hugo, Hauteville-House, 1862).

Esse texto pertence ao "Projeto Victor Hugo"


sábado, 13 de junho de 2015

A leitura da vez [Blogagem Coletiva do Sábado]

A Ana Paula e a Tina, propuseram uma vez por mês, nos sábados, um dia meio parado na blogosfera, a realização de uma "Blogagem Coletiva". Funciona mais ou menos como se a blogosfera fosse um varal no qual as pessoas interessadas podem pendurar coisas nele. Essa semana é a primeira experiencia, para ela a ideia é pendurar "A leitura da vez".

Não costumo ler um livro só por vez, leio alguns livros ao mesmo tempo. Então vou citar aqui apenas os livros que monopolizaram minha atenção durante essa semana.

Os infantis foram "Tem bicho que sabe..." de Toni & Laíse e o "Meu coração é um Zoologico" de Michael Hall.


Ambos pertencem ao acervo da creche na qual trabalho e foram lidos e relidos durante essa semana. Confesso, enjoo dos livros primeiro que as crianças, aos dois anos elas gostam muito de repetição, eu também gosto, mas... essa semana vou para uma temática nova. [Mentira, quando as crianças lembram de uma história a ponto de saber pedir com clareza, fico tão emociona e reconto. #Molenga]

Quanto aos adultos os lidos durante essa semana foram:


"Noites sem fim" do Neil Gaiman, trata-se de uma coletâneas de contos sobre os cada um dos Sete Irmãos Perpétuos (Death, Sandman, Delirium, Destino, Destruição, Desejo, Desespero). Para mim o Gaiman é um autor amigo, sempre tenho um livro dele não lido na estante para quando eu preciso de um ombro amigo e nessa semana precisei.

"Cordeluna" da Élia Barceló é uma aventura na qual presente e passado se encontram por meio de magia. Parte dela se passa na Península Ibérica na época das Guerras das Reconquistas e parte dela na Espanha atual. Solicitei ele através da parceria do "O que tem na nossa estante" como a Editora Biruta justamente por essa jogada da autora.

"Os miseráveis" do Victor Hugo está sendo lido a trocentos anos atrás devido ao meu projeto com o Alexandre do #DoQueEuLeio. Essa semana finalmente desatolei de Waterloo. O livro é dividido em 5 volumes, o "Volume 1: Fantine" é sofrido, mas tem uma história cativante do inicio ao fim. Já o "Volume 2: Cosette".... Noooooossaaaaaa... O Victor Hugo começa esse voluma com uma narrativa densa e quase espiritual da Batalha de Waterloo. Gente, não estudei "História da Educação" por amar narrativas de guerras! Foi sofrido ler sobre Waterloo, mas finalmente vou avançar na história. #Aleluias
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Essa foi minha participação, se você quiser participar pode pendurar sua leitura, a forma é livre, nas palavras da Ana Paula é:
"Tudo livre e leve, feito vento a balançar o varal - vale resenha, foto do livro, revista, frase, motivo da leitura, o que você quiser. Sob o sol da blogosfera, vamos espiar os comentários, chamar um vizinho a participar!"
E se não deu para participar hoje,  no primeiro sábado de julho tem mais. No dia 04 de Julho o tema será comida.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Projeto Victor Hugo 2015


No inicio de 2015, livrarias acima... livraria abaixo... eu e o Alexandre atinamos de falar dos clássicos da literatura universal... Conversa vai conversa vem decidimos ler "Os miseráveis" de Victor Hugo, virou nosso projeto pessoal e, depois de uma ou duas protelações aqui e ali, acabamos chamando a nossa experiencia de "Projeto Victor Hugo 2015".

Esse projeto tem se revelado uma verdadeira aventura literária, uma Odisseia literária particular e agradável na qual estamos descobrindo a velha novidade desse autor francês tão comprometido com os problemas sociais e as possibilidades de resolução para eles. Nós nos encantamos a cada capitulo e faze da história e talvez por isso de repente nos vimos na iminentes necessidade de partilhar com o mundo nosso entusiasmo.

E o Alê resolveu convidar os nossos companheiros de virtualidade a ler conosco, fez um banner e me convidou a escrever com ele sobre essa viagem. O nosso post em dupla está disponível no blog dele #DoQueEuLeio

E a proposta eu roubo as palavras do Alê para explicar
"A proposta não é que você pare de ler todos aqueles maravilhosos livros que você já está lendo ou pretende ler e focar só em Os Miseráveis, muito pelo contrário, decidimos fazer uma leitura lenta, degustando a narrativa, e claro, intercalando com outros livros que por acaso deseje ler...
SE você não tem Os Miseráveis, não tem problema, é só uma sugestão. Pode ler outro do autor. E então, escolheu um livro? Ou já está lendo algum desses? Posta no teu Intagram uma foto do teu livro com a hashtag #ProjetoVictorHugo2015 , mas se você já leu, então conta aqui pra gente sua experiência com esses clássico, e se quiser participar dessa jornada com a gente, é só começar. " 
Endossando as palavras dele, deixo aqui o meu convite aos companheiros de virtualidade a encarar essa experiencia.

Em tempo, preciso dizer, tenho consciência de que ano de 2015 não tem sido frutífero em experiencias de escrita aqui nesse blog. Sempre fui uma blogueira sem muita pressa para escrever sobre as coisas, sem agenda fixa, amante da slow blog, mas tenho a impressão de está levando esse descompromisso as rais da loucura... Desculpem as ausências amigos!

domingo, 10 de maio de 2015

Pequena nota sobre um certo pacote de 3,243 kg

Se alguém dissesse a criança que eu fui há 20 anos atrás que um dia ela ia esta sentada olhando para um pacote enfeitado por 31 selos e pesando 3,243 quilogramas acho que ela teria delirado... Bem, eu, sentada bem no limiar dos 30, certamente delirei!

Isso acontece no dia 27 de Abril, hoje já dia 10 de Maio e eu ainda não consegui escolher de forma adequada as palavras para escrever sobre isso... Me pego contemplando essa foto e pensando: "Meu Deus, como vou exprimir a sensação de ganhar o MELHOR PRESENTE DO MUNDO?".

Mas, por outro lado também não posso deixar a vida passar adiante sem registra que no dia 27 de Abril do ano de 2015 eu cheguei em casa e tinha um pacote de três quilos, duzentas e quarenta e três gramas, selado com trinta e um selos esperando por mim...

Quando vi o pacote fiquei loucaaaaa.... Não sabia se ria ou chorava e na duvida, como é de praxe vindo de gente da minha estirpe, fiz os dois... Delirei \o/ E então, para alivio da planteia ansiosa, a qual estava prestes a arrancar o pacote da minha mãe e abrir por conta própria para conhecer o conteúdo, decidi abrir e dei de cara com seis livros e uma bomba.


Os livros são um presente e também um incentivo... Deus, quando pedi ao Rafael para me da uma força no plano de fazer um curso de inglês não imaginei que ele fossem me mandar duas edições de Fabulas emprestadas ou um Gaiman de presente.

Aliás, também não imaginei que a bomba era de verdade... Nem a Ana foi tão eficiente... o confete impregnou o sofá, minha roupa, o chão da sala... e sabe Deus o que mais... Na sobra, precisei utilizar medidas emergenciais de contenção!

Em resumo, ainda não consigo me conter... Ainda não sei se abraço ou mordo o Rafael por tudo isso... Na duvida, posso fazer os dois!

domingo, 3 de maio de 2015

Tag 7 Coisas

O Luciano do .Livro fez, a Lu do Aceita um leite? fez, então eu disse de mim para comigo: "Por que não eu?!?!?" e ainda roubei a imagem do Luciano.


A Tag consiste em citar sete coisas dentre as pedidas.

7 coisas que mais falo:

Nossa!
Psiu!
Só a graça!
Misericórdia!
Vamos bater palminhas? (não se passa uma tarde sem essa bendita música)
Sófiaaaaaa!
Kauãããããã!

7 coisas que faço bem:

Dormir
Ler
Conversa sobre tudo e nada
Entrar em crise existencial
Esquecer o que precisava fazer ou colocar na bolsa
Ser trolada
Falar a coisa errada na hora errada

7 coisas que não faço bem:

Comer (Quem já fez uma refeição comigo sabe como funciona.)
Exercícios físicos
Organizar as coisas
Acordar cedo
Paquerar
Brincar (É quase uma unanimidade que não sei brincar!)
Descobri que as pessoas não estão sendo sinceras

7 coisas que me encantam:

Textos bem escritos, independe da forma e do tema
Meus livros
Atos de Afeto
Van Gogh
A textura, cheiro, cor da pele das pessoas que amo
Cheiro de criança pequena (aquela mistura de inocência, expectativa, suor e, nos bebês, baba)
A espontaneidade (as vezes perversa) dos adolescentes

7 coisas que não gosto:

Falsidade
Angustia
Saudades
Insegurança
Medo
Acordar cedo
Segundas-feira

E vocês, quais seriam suas respostas? Deu vontade de fazer a Tag? Se deu faz e me conta!
Cheros a todos e todas!
Boa Segunda!


domingo, 26 de abril de 2015

Receita para acalmar menino e menina MUITO peralta...

INGREDIENTES

Livros Coloridos cuja história você conheça bem.
Uma pitada de "Boa Vontade".
Doses grandes de Paciência.

MODO DE FAZER

Pegue a Boa Vontade e misture bem com a Paciência
Adicione o livro bem colorido cuja história você conheça bem,
Sente com menino ou a menina e comece a conversar,
Conte a história do seu jeito,
De o bendito livro para a criança ler,
Preste atenção quando ela estiver contado a história a você,
Fique bem quietinha quando ele/ela for ler sozinho/sozinha,
Desfrute dos minutos de paz.

Obs.: Recomenda-se repetir essa receita com frequência e se o primeiro livro não funcionar, tente outros. Insista!

Quando se tem dois anos ser peralta é quase uma regra. Mas, algumas crianças conseguem ser ativas e enlouquecedoras para além da média, são MUITO peraltas.

Para os muito peraltas o sono vem rápido, mas também passa rápido, meia hora antes de todos já estão de pé, acordam procurando novidades para esgotá-las antes dos outros...

O interesse também vem rápido e igualmente rápido se vai! Muito fácil eles desconstruírem os brinquedos feitos para durar uma vida em uns poucos minutos...

Os muito peraltas são um dilema... E pelo amor de Deus, medicar ou encontrar etiquetas psiquiátricas para eles não é uma opção muito legal néh?!?! Afinal peraltice não é doença, é saúde

Mas não sejamos hipócritas, ela trás questões de difícil resolução para pais e educadores, especialmente em escolas públicas com pouco equipamento e pessoas.

Questões do tipo:

Como envolver esses meninos em uma atividade? \o/
Como faze-los se concentrar? \o/ 
Como conseguir fazer eles não dispersarem a atenção dos outros usando força? \o/
Como impedi a desconstrução dos poucos brinquedos? \o/
Como, por fim acalmá-los por um tempinho? \o/

Para mim, a literatura tem sido uma salvação! Sempre me surpreendo com a força de uma contação de história que da certo, com um livro bem feito, com o vinculo afetivo que surge entre criança e livro.

Já rendi minha homenagem ao "Da Pequena Toupeira que Queria Saber Quem Tinha Feito Cocô na Cabeça Dela" do Werner Holzwarth. Adiciono a  lista das homenagens:

"Uma arara e sete papagaios" da Ana Maria Machado ilustrado pelo Claudius: uma história sobre a qual preciso escrever mais que duas linhas e um dia escreverei.


"A Bruxa Catuxa" da Marlene de Fátima Gonçalves: companheirão dos últimos dois anos e meio!


"Os Dez Amigos" do Ziraldo: livro lindo e engraçado, que prende por sua simplicidade e humor.


"Amigos de Casa" do Stephen Barker: colorido, interativo, as paginas abrem \o/. Todos amam livros cujas paginas abrem e tem surpresas.


sábado, 18 de abril de 2015

10° BookCrossing Blogueiro


E mais um BookCrossing Blogueiro chegou huhu! Dessa vez, para variar, eu vou postar dentro do prazo! Mereço até uma estrela néh?!?!? Ta bom, vou parar de lesar e contar a contar a história de como aconteceu essa edição do bookcrossing em minha vida.


Há algumas semanas atrás eu adoeci e, por milagre da Divina Providencia, a doutora me deixou de molho por seis dias! Quando os funcionários da Prefeitura do Recife recebem um atestado a partir de 3 dias isso já é considerado licença médica e nós somos encaminhados a "Junta Médica" localizada ali, pertinho, lá "Nos Cafundós do Judas" onde aliás o dito cujo perdeu as botas.

Foi no caminho da "Junta Médica" que descobri o lugar no qual desapeguei dos meus livros esse ano. Uma arada de ônibus pouco antes do viaduto encontrei um lugar destinado ao desapego.

Amei ter encontrado essa caixinha e marquei o lugar, decidindo deixando os meus livros nessa caixinha feita pela "Biblioteca do Amaral" apoiada pela "COTEMAR Cultural".

Há, da primeira vez que passei por ai não tinha visto livro nenhum, da segunda encontrei livros didáticos, revistas, Novo Testamento, alguns livros. Uma das pessoas que estava na parada informou que a caixinha tem sido bem utilizada, os livros não ficam encalhados, são recolhidos e sempre aparece quem coloque mais. Gostei de saber disso e vou me juntar a essas pessoas.

Esse ano decidi desapegar de meus romances açucarados, geralmente quem ler esses romances trocar dois por um e eu tinha essa pratica, no entanto sempre ficava com os mais significativos. Eles não são jovens, quando eu os comprei já não eram, mas tenho um apego por eles fora do comum, ou comum em relação aos leitores, a leitura deles foi significativa em fazes duras da minha pós-adolescência, no meu processo de amadurecimento eles foram boas e leiais válvulas de escape.

Desapegar deles também tem haver com desapegar de más recordações, hábitos de fuga e uma tentativa de abrir qualquer coisa como espaço para outras experiências, afetivas inclusive.

Deus me ajude, disposição afetiva nunca foi o prato especial da casa enquanto adiar, protelar, não atender telefones, intimidar e desligar o botão realidade jamais saíram do cardápio, mesmo nos tempos de disponibilidade afetiva considerável.


Saindo do momento divã, voltando ao que interessa, acima, estão alguns dos livros que foram libertados. Adicionei uma edição de três livros fofos da minha estante "A Sabedoria do Condado", "Cartas Marcadas" e "Travo", para não passar vergonha.

A minha edição de "Critica da Razão Prática" vai para um amigo da escola, ele manifestou o desejo de ter o livro... E bem, uma pessoa que ganha "Além do Bem e do Mal" de presente de Natal (Por favor, alguém me diga que também já ganhou um livro assim de Natal!) pode se tornar o tipo de pessoa que oferece Kant a um amigo no dia do Bookcrossing Blogueiro. Nada está tão ruim que não possa piorar né mesmo?!?!

Como sempre, foi um prazer e uma aventura participar do Bookcrossing Blogueiro. Um momento marcante na trajetória de leitora e que venha o próximo.

Ah, a Aleska Lemos decidiu desapegar sorteando no blog dela alguns livros em uma promoção que ela chamou de "Coruja Literária", clica na imagem para saber como funciona, é fácil.


Ah, para conhecer outros participantes e todos os detalhes sobre o evento, vai lá no Luz de Luma, yes party!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Balanço de 7 anos e mudanças no visual

Em fevereiro esse blog completou sete anos. Talvez no fundo do meu coração, sembre tenha sabido que esse blog ia durar, mas não tenho certeza.

A minha unica certeza quando a escrita é, como já disse mil vezes, sempre fui de escrever, especialmente diários. E as possibilidades oferecidas pelo blogger para quem gosta desse gênero são fascinantes. Graças a elas, esse blog tem guardado memórias de meus barulhos e silêncios, alegrias e tristezas, sonhos e realizações, medos e coragens, promessas e fracassos.

Eu amo escrever aqui. Mesmo quando sinto a minha vontade de escrever se fragilizar, e tudo começar a parecer a mesma coisa, continuo escrevendo pois continuo sentindo uma sensação de satisfação catártica a cada texto publicado.

Fazendo um balaço, nos últimos 7 anos por escolha me graduei em História, por necessidade me tornei Educadora Infantil. Pesquisei um período de tempo no passado e escrevi uma dissertação de mestrado. Não conseguir me tornar professora universitária, me tornei professora de História. Me deprimi bastante, perdi pessoas tão amadas, encontrei pessoas para amar e as amo. Me desapaixonei, não voltei a me apaixonar por uma pessoa minimamente possível ou acessível. Viajei... Emagreci e engordei e emagreci e engordei... Estive doente e fiquei saudável novamente. Deixei de ser uma professora da Escola Dominical, mas ainda ajudo de forma indireta as crianças de certa igreja. Me espalhei blogosfera a fora, com a descrição medrosa que me é particular, mas me espalhei. Cometi milhares de erros de grafia, acentuação e pontuação. Fui prolixa até não mais poder e deixei tudo registrado em mais de seis centenas de postagens!

E se escrever foi bom, saber que há pessoas lendo meus escritos tem sido maravilhoso! Assim como ler o que outras pessoas escrevem e construir entre escrita e leitura vínculos afetivos, parcerias, reflexões e amadurecimento.

A quem passa por aqui, muito obrigada por todas as vezes que vocês me deram atenção, ouviram/leram minhas histórias e falaram comigo... Me emociona cada comentário!

Uma vez mais: Obrigada pela gentileza da companhia.

Por fim em comemoração ao número 7, o blog ficou visualmente diferente! O meu amigo Alexandre Melo, do blog Do Que Eu Leio, gentilmente se propôs a não só me convencer a mudar o visual do blog como a projetar as mudanças. Eu ainda estou encantada com tudo o que ele fez, me pego contemplando o espaço absurdada... Ficou lindo, limpo e ainda parece comigo!

Estou nas nuvens com esse presente \o/ Não poderia ser diferente \o/  Alegria... Alegria... Alegria... 3 vezes para a enfase não se perder \o/

Obrigada Ale, por ser meu amigo, companheiro de virtualidade e por se importar com esse aspecto tão frágil, delicado e intimo da minha vida chamado blog... Obrigada mesmo! Essas coisas não tem preço!
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P.S.: O presentinho que a Silvana Haddad do "Meus Devaneios Escritos" me enviou: