"Digam-me. Já mataram alguém antes? Já foram mortos por alguém? Já tiveram braços e pernas arrancados em uma explosão? Ouviram o som de ossos quebrando? Sentiram o cheiro de carne apodrecendo? Viram os destroços das casas esmagarem seus pais e irmãos bem na sua frente? E quanto a pedaços da pessoa amada grudados na parede? Já chegaram a morder cascas de árvore, de tanta fome? E carne humana? Alguma vez já chegaram a cozinhá-la? Já viram alguém próximo seguir desumanizando e matando o inimigo e uma vez de volta à vida civil, ficar transtornado chorar e vomitar de arrependimento e vergonha e acabar tirando a própria vida? Pelo visto, não aprenderam nada sobre "GUERRA" na faculdade, hein, garotos?" (Fala de Sylvia, Handler do Serviço Secreto de Inteligência de Westalis, personagem de Tatsuya Endo em Spy x Family, vol. 4.)
"Spy X Family" da Tatsuya Endo é aquele mangá leve e divertido que a gente lê gostando. Nele a gente encontra as aventuras de uma família com uma composição muitíssimo única. O pai, Loid, é um espião cuja profissão de disfarce é psiquiatra; a mãe, Yor, uma assassina profissional cuja profissão de disfarce é funcionária da pública; e a filha adotiva do casal, Anya, é uma criança paranormal que lê mentes, fruto de experiências com humanos.
Todo ambiente da história contada em "Spy X Family" remete ao mundo da Guerra Fria surgido após a II Guerra Mundial quando a extinta URSS e o EUA protagonizaram uma luta às vezes silenciosa, às vezes nem tanto, pelo topo do Mercado Econômico Mundial, o palco lembra um pouco Berlim dividida entre as potências, os personagens todos eles carregam traumas de uma guerra recente.