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domingo, 18 de março de 2012

O velho desejo de voar...

Fim de domingo e inicio de segunda-feira, como grande parte dos meus companheiros de virtualidade sabem, é um momento pra lá de tenso para mim... Não tem jeito, me da arrepios pensar que mais uma segunda tá chegando com a aurora...

Porém eu já percebi que reclamar não ajuda, apenas agrava, então, por hoje, decidi pensar e escrever sobre algo diferente, algo agradável.

Decidi pensar em coisas positivas, ter um momento Pollyana. Nesse esforço acabei recordando um desejo antiquíssimo, anterior até mesmo ao meu velho desejo de dormir uma noite de 100 anos: o velho e bom desejo de voar!!!


Quem nunca sonhou em ganhar os céus, mergulhar nas nuvens e descobrir surpreso e sem prantos que elas são feitas de algodão doce e que os livros de geografia estão errados, pois o azul do céu é infinito?!?! Eu tenho certeza que cair pra cima não deve doer nada e se voar for coisa restrita apenas ao sonho eu me apego as palavras de um dos meus poetas prediletos e grito ao mundo que não faz mal:


"Um pouco mais de sonho para aquecer a alma,
Para alegrar os abismos do espírito.
Para dar à meia-noite as cores de uma tarde quente,
Enquanto não cessa o cortante hálito gelado do inverno.
De todo modo, vou optar por cair pra cima..."

Sim, eu confesso sem culpa nenhuma que tenho inveja dos pássaros. Afinal, são capazes de romper os limites da gravidade, ganhar o infinito, ir além e depois voltar a terra para cantar suas canções.

Sempre que vejo um pássaro em uma gaiola tenho vontade de abrir tudo e deixa-los voar. Há algo de perverso em pássaros engaiolados. Eu nunca aprendi a voar e está presa no chão já me sufoca, imagina os pássaros que nasceram com o azul por destino?!?!?!


Pássaros só tem lirismo quando rompem os limites da terra e ganham o céu voando em revoada, e já disse Salgado Maranhão:



"Os pássaros quando voam
Não deixam sequer rastro ao vento
Porque não voam com as asas
Apenas com o sentimento...
Os pássaros em revoada
Não buscam tão simplesmente
O ninho de algum lugar
Porque já estão pousados
No próprio ninho do ar."

Bem, mas falando em pássaros eu começo a considerar que é certo, aos seres humanos foi negado as asas. Contudo, talvez não nos tenha a Providencia negado o direito a voar.

Quem sabe haja na arte a possibilidade de vencer os limites da gravidade? Quem nunca voou com um bom livro, canção ou apreciando um quadro de Van Gogh?



Não sei... sei apenas que nesse papo de pássaros, não posso deixas de citar um "pássaro gente coisa linda", ou seja, o César Passarinho, cantor gaúcho querido que a Seerig me apresentou, escuto sua voz agora, ele canta as coisas que quer pra si, e só para jogar o desanimo de segunda longe eu me junto a ele:

"Eu quero ser gente igual aos avós
Eu quero ser gente igual aos meus pais
Eu quero ser homem sem máguas no peito
Eu quero respeito e direitos iguais
Eu quero este pampa semeando bondade
Eu quero sonhar com homens irmãos
Eu quero meu filho sem ódio nem guerra
Eu quero esta terra ao alcance das mãos
Que sejam mais justos os homens de agora
Que cantem cantigas, antigas e puras
Relembrem figuras sem nada temer
Procurem um mundo de paz na planura
E encontrem na luta, na força e na raça
Um novo caminho no alvorecer"

E ponderando sobre o velho desejo de voar ouvindo, ouvindo  a voz do gaúcho soando baixinho pelo meu quarto, já um tanto quanto sonolenta, decido tatuar pássaros na alma enquanto começo a pensar no dia de amanhã com seu Sol, nuvens brancas e todo azul do céu...Vou dormir.

Quem sabe ao acordar eu não me descubra possuidora de asas?!?!

domingo, 4 de março de 2012

Para começar a semana: "Comédia Simples"

Comédia Simples


Por alguma razão, as pessoas evitam aquele banco. Preferem ficar de pé a sentar nele. Alguém pode dizer que dá enjôo, outro que é desconfortável; existem, afinal, mil razões pra não sentar naquele banco. Eu, de minha parte, até o acho bastante divertido. Acho uma graça sentar de costas pro motorista e ver os demais passageiros de frente, sem falar na diversão de ver tudo se afastar pela janela.

Naquele banco, tudo é visto ao contrário, já que a impressão é de que está se andando de marcha-ré. Muitas pessoas se incomodam com isso, creio, se incomodam em ver as coisas do avesso, ver de outro ponto de vista, sair do comum. Qualquer bobeirinha, como ver pela janela a pessoa que está na calçada se afastando e não se aproximando, é motivo para as pessoas se sentirem mal.

Eu me divirto bastante com isso, sem um pouco de controle, facilmente seria encontrada no banco que fica de costas pro motorista rindo como uma maluca. É tão engraçado olhar pro caminho que o ônibus deixa pra trás, quanto é engraçado lembrar das brincadeiras e tolices de infância. Comédia simples, risadas sinceras.

Mas as pessoas parecem se incomodar com as coisas deixadas pra trás. Não olham, não pensam e, alguns, preferem fingir que esqueceram e, a simples menção de algo passado, é razão de angústia. Besteira, na minha opinião. Rir de piadas e idiotices passadas é altamente divertido! Mas o maior desperdício mesmo, penso eu, é ignorar os erros e fracassos, tê-los como vergonha. Com um erro, aprende-se a ser um melhor profissional. Com um relacionamento ou uma amizade que falhou, aprende-se a conviver com as pessoas.

Sim, devo admitir que, em algum ponto, olhar pra trás nos deixa tontos. Mas isso é simples: somos feitos para olhar pra frente. O passado ensina e diverte, mas não podemos viver nele. Do mesmo modo, é bom não andar como um cavalo selado, que vê só o que está na frente. É bom e necessário saber de onde se veio e para onde se vai, mas quando se está sentado num banco qualquer, é tolice não olhar para os lados e descobrir a melhor maneira de aproveitar o momento.

Viver da melhor maneira é tirar o melhor proveito da vida; é olhar pra todos os lados; é passado, presente e futuro; é não se deixar parar por uma alegria, uma dor ou um amor, é buscar por mais. Viver é apenas isso: viver, e não se deixar parar por mais difícil que possa ser.

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."
(Oscar Wilde)

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Esse texto, expressa muito da minha forma de ser e estar no mundo, o meu jeito historiadora de ser... Olhando para o passado, para os lados e para o futuro... Dei de cara com ele no blog da Alguma coisa a mais para ti ler da Ana Seerig... Espero que ela não se importe com o empréstimo, começo a semana com ele, para ter um pouco mais de coragem nessa sempre difícil e sufocante segunda-feira!!!


Link do texto aqui.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cartas...

 
Outro dia em uma dos meus passeios pela livraria eu dei de cara com um livro com o titulo Correspondência, nele está contido um conjunto de 53 cartas que formam o conjunto da correspondência que foi trocada entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco, o livro foi organizado inicialmente por Graça Aranha e editado por Monteiro Lobato, que por essa quase se redimiu comigo, quase porque eu amo implicar com Lobato e não vou deixar de fazer isso só porque ele foi responsável por trazer a público um conjunto de cartas que eu adoro ler. (Implicar com morto é o cumulo da implicância, eu sei... Relevem... isso deve ser falta de lavagem de roupa, namorado ou derivados...)

Quem faz a introdução desse livro é um historiador famoso, José Murilo de Carvalho, e entre muitas coisas lindas ditas sobre um e sobre outro, ele reflecte sobre essa pratica da troca de cartas, diz ele:

"Revelar intimidades, é o que se supõe cartas deverem fazer. E é sorte dos historiadores que se escrevesse muita carta nos tempos de Machado e Nabuco. Futuros pesquisadores não terão tanta facilidade depois que a carta impressa foi substituída, inicialmente pelo telefone, depois pela correpondência eletrônica, apressada, desleixada, descartável."
(CARVALHO, José Murilo de. Correpondência, pg. 11-12)


Eu achei essa opinião curiosa de José Murilo porque ironicamente foi a Internet que me fez escrever cartas e manter uma correspondência com alguém pela primeira vez na vida, ainda que de forma eletrônica. Aliás, grande parte da minha correpondência eletrônica não é nada descuidada, descartável ou desleixada, ainda que muitas cartas tenham sido escritas com pressa ... Ah, foi também a virtualidade que me levou a frequentar os correios e escrever cartas impressas e recebe-las vez ou outra, a Ana Seerig do Alguma coisa a mais pra ti ler... que o diga rsrsrs... E sim foi a Internet que me fez pela primeira vez na vida me preocupar com greve de correios.

E sim, a titulo de conclusão, esse post começou porque hoje eu fui convidada a escrever uma carta para alguém muito especial, nada mais nada menos que nossa respeitável PresidentA, Dona Dilma Rousseff, a convite da Emília do blog "As histórias de Emília", hoje estou lá no 4 por 4, junto com, nas palavras a Emi, mais três feras.



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A propósito, não posso deixar de registrar minha satisfação diante da informação que acabei de receber através da Celina Dutra do Colheita de Girassóis néh que a Caixa tirou do ar o comercial onde Machado de Assis aparece branco com direito até a pedido de desculpas!

Nessas horas eu até me animo, os tempos estão mudando, os que não tinham voz agora tem, Machado não será mais embranquecido e eu tenho esperança que talvez estejamos um pouco mais próximo do dia em que racismo será uma coisa do passado, deixo o link que a Celina me deixou e agora só falta a Caixa responder a respeito do que será feito em relação ao nosso rico dinheirinho que foi gasto nessa mal fadada propaganda!

domingo, 28 de agosto de 2011

Filosofia para Segunda-feira...

Néh por nada não, mas todo vez que o domingo começa a virar uma segunda-feira eu tenho vontade de postar algo assim:


"Eu, eu odeio Segunda-feira" e adoro repetir isso!


Para esse dia a única boa Filosofia é a de Ascenso Ferreira:

"Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!

Hora de trabalhar?

— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!"


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Segunda-feira!!!



É, pois é, néh?!?!? Fim de férias... De volta a rotina de todo dia... Acordar cedo, dormir tarde... Ler o que eu não quero... Minha vida estava tão boa... Trabalho de meio expediente... o resto do dia livre... acorda a hora que quer...

É, mas o ano letivo começou e a primeira segunda-feira chegou com tudo... Eu gosto do meu trabalho, mas também estava gostando das minhas férias \o/


E sim, eu detesto Segunda-Feira! Pense em um dia que me da até uma angústia... 

Eu concordo com o Garfield, o ar da segunda da alergia, já acordo sufocada, angustiada, tudo de novo, as mesmas mães ignorantes, as mesmas mães que pensam que você é uma idiota, a mesma gestora insuportável, as mesmas dificuldades de estrutura, o mesmo salário triste...

Depois Rafa pergunta pq o despertador do meu celular é They Say. É tão óbvio, meu mal-humor matinal precisa desse tônico, depois eu vou no ônibus escutando Sérgio Lopes para ter paciência e Cazuza, pq... ah, pq eu gosto de escutar Cazuza.


E sim, é preciso ter muita paciência para aguentar o aperto, as cutuveladas na cara, a péssima qualidade do transporte urbano, o calor matinal, aquele congestionamento monstro de todo dia, alguém que sempre acerta o foco da dor do meu ombro...

Uma vez alguém me disse que eu devia ficar feliz, afinal "eu tenho ombro pra doer, tenho emprego, não sou apenas eu que sofro no transito, no ônibus...no aperto...".


Tudo verdade!!! Só que na segunda, jogo do contente não dá, não consigo da uma de Poliana no primeiro dia da semana... a partir da terça a coisa já melhora, mas na segunda... realmente não dá, não sou eu, é ela... Segunda não devia existir, mas já que existe devia ser feriado!


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Recife, 03 de Julho de 2011.

É impressionante como todo domingo e toda segunda esse post sempre é super consultado... Na verdade eu mesma morro de vontade de repostar ele toda segunda-feira....