terça-feira, 20 de julho de 2010

O dia do amigo!!!

20 de Julho de 2010, dia do amigo... e como amo cada um dos meus próximos e distantes amigos!!!

É curioso como algumas vezes os amigos geograficamente próximos ficam emocionalmente distantes e como os amigos geograficamente distantes ficam próximos e como próximos ou distantes amigos são sempre amigos e podemos contar com eles quando precisamos... No entanto é sempre bom lembrar que nem todos os nossos conhecidos são nossos amigos, amigo é uma peça rara demais para se ter em grande quantidade.

Em relação aos amigos geograficamente próximos nunca consigo entender como as vezes estando tão perto conseguimos ficar tão distante, como permitimos que a rotina e as correrias da vida nos separem com tanta facilidade... E em relação aos geograficamente distantes nunca vou deixar de achar surpreendente amar pessoas que nunca vi ou ouvir na vida, mas que estão tão presentes em meus pensamentos, orações e sonhos quantos as que toco, beijo e cheiro cotidianamente!

No mais, se hoje é Dia do Amigo, então é necessário comemorar!!!

Comemoremos então com poesia???

Primeiro o Soneto do Amigo, para lembrar amigos os nos cercam todas as horas, todos os dias e por todos os lados... Que ligam; deixam e recebem recados de três frases no orkut, tipo: "Tou com saudades de tu! Te cuida! Bjs", três frases que traduzidas para o português formal significam: " Por favor, aparece no msn preciso falar com vc!"; te visitam no sábado; aparecem no trabalho ou escrevem e recebem e-mails quilometricos.

Soneto do Amigo
Vinicius de Moraes

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge no outro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contém o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo, um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minh'alma multiplica.

E o Soneto da Separação, no qual venho pensando muito nos dois últimos dias... Eu me recuso a deixar de sentir saudades daqueles que marcaram a minha vida, me ensinaram grandes e pequenas coisas, estiveram presentes em grandes momentos, fizeram de pequenas coisas algo memorável, mas que não estão mais em qualquer lugar onde eu os possa achar... Amigos que se foram para nunca mais e deixaram um grande buraco no meu estomago. Uma vez minha mãe me disse: "Viver também é colecionar perdas!", perder amigos doí demais!


Soneto da separação
Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Um comentário:

  1. Amo vinicius demais!!! Sabe que ele escreveu uma antologia sobre meu bisavo? (Vicente de Carvalho) Nos temos uma copia, acho que da segunda edição aqui em casa. Sou louca pra mandar restaurar, mas... Minha mãe insistiu que ra besteira na epoca, e acabei deixando rpa la, ja que os livros são dela. Agora, fico me perguntando onde eles estarão guardados, juntando pó, esperando serem encontrados e relidos, como velhos amigos. :) Bjs!

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