sábado, 5 de setembro de 2015

Uma foto da infância pendurada no varal...

Escolher uma foto da infância para mim não foi um exercício fácil. Há quase 30 anos atrás a sensibilidade das mães e pais na hora de fotografar os filhos era outra. Os momentos a serem fotografados eram escolhidos com cuidado, só os momentos significativos ganhavam a honra do registro.

A foto que escolhi não é minha melhor foto de infância, talvez se minha mãe chegar a vê esse texto ela vá brigar um pouco comigo, afinal ela expõe a parte de trás do quintal da vizinha da frente (na época minha tia) e ele não está apresentável.


Essa foto foi tirada por Painho, eu tinha dois anos e três meses, nesse dia Mainha não estava em casa ela tinha ido dar a luz a Junior e eu estava sob os cuidados de Tia Neide, todas as vezes que olho essa foto tenho a sensação de voltar no tempo sabe... Eu lembro desse ocasião, de vê Painho desarmando o berço, de ver ele mexendo nas peças, de sair de casa e fazer perguntas a ele, do sentimento de ansiedade, um pouco de tensão diante da situação nova, lembro dele decidindo tirar a foto.

Não lembro de tia Neide protestar contra o vandalismo fotográfico de tirar uma foto com a menina vestindo roupas de casa e com pés descalços, mas Tia Neide diz que houve e ainda reclama quando vê essa foto, mas faz isso rindo. Também costumo me perguntar como fiquei sem sandálias tempo suficiente para a foto se  uma das lembranças mais fortes da minha infância é da grande proibição de sair de casa sem sandálias nos pés.

Acabei escolhendo essa foto porque no ultimo dia 3 de Setembro meu irmão completou 27 anos, pensei em escolher uma foto com ele, mas me ocorreu que essa foi a minha primeira foto com ele, acho que foi nesse dia que meu irmão nasceu para mim, o dia que virei irmã mais velha, umas das minhas "identidades" favoritas e mais definidoras das características gerais da minha personalidade.

Se você quiser conhecer um pedacinho de outras infâncias,

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que farei e o que não farei [Citação 011]

"Eu vou dizer-te o que farei e o que não farei. Não irei servir mais aqueles nos quais eu já não acredito, quer seja a minha casa, a minha pátria ou a minha igreja: e vou tentar exprimir-me nalguns modos de vida ou de arte tão livremente quanto possa e durante o tempo que puder, utilizando para minha defesa as únicas armas que me permito usar: - Silêncio, Exílio e Astúcia." (James Joyce - A Portrait of the Artist as a Young Man)

Encontrei há muito tempo essa fala do James Joyce pelos descaminhos da internet em um lugar que, hoje descobri, já não existe mais.

A parte isso, já há muito tempo adotei essa expressão do James Joyce como lema de vida e vou seguindo... Não sou muito boa em astúcia, mas exílio tem se tornado uma especialidade e espero logo aprender as artes do silêncio.

domingo, 19 de julho de 2015

Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Möebius?

Você já ouviu falar da "Síndrome de Möebius? Não? Pois é, até conhecer a Erica Ferro eu também não tinha ouvido NADA sobre essa síndrome, mas um belo dia no Twitter eu conheci essa pessoa e descobrir com ela algumas coisas que eu não sabia.

Hoje a Erica escreveu um texto com cara de confissão no qual ela conta sobre a Síndrome de Möebius, me emocionou, fez pensar. Como disse a Erica lá no blog dela, crescemos e nos desenvolvemos ouvindo várias mentiras, tais como:
  • Existe um padrão de beleza que nos torna felizes;
  • Existe um jeito certo de ser;
  • Existe um tal de padrão de normalidade.
  • Se as pessoas não te acham bonita, então você é feia.
A gente escuta tanto essas mentiras que boa parte das pessoas acreditar nelas e vive buscando esse estilo de vida que para mim é um tipo de morte. Porém, muitos não são todos, há aqueles que descobrem as suas verdades sobre beleza, normalidade e formas diferentes de ser... Algumas dessas pessoas prefere se esconder do mundo e viver se achando um floco de neve único, especial e solitário, outros gritam ao mundo suas descobertas, pois sabem que, como diz a Bíblia, quando a gente conhece a verdade pouco a pouco ela vai nos libertando.

A Erica Ferro é esse tipo de pessoa com personalidade e capacidade de gritar ao mundo, ela explica direitinho o que é "Síndrome de Möebius". Só desejo divulgar o texto dela aqui.


Ah, só para constar: pessoas com Möebius são expressivas!

terça-feira, 14 de julho de 2015

Quando me encontrei em um livro...

Encontrar-se consigo mesmo dentro de um livro não é raro para pessoas para as quais a leitura é uma rotina. Vez ou outra estamos lá lendo aquele livro e de repente acontece... e quando acontece não é raro que a gente tenha um momento de catarse emocional.

Há alguns dias atrás, a convite do Alexandre Melo me peguei lendo "A lista" da Cecelia Ahern. Não foi meu primeiro encontro com a autora, então apesar de esperar um bom texto e uma boa história, não esperava esse tipo de encontro.

Engraçado, no meu primeiro encontro com a Cecelia espera muito dela e ela me deu bem menos, nesse segundo encontro não esperava nada e ela me deu uma pequena porção de tudo. Bem, isso me leva a pensar que quando dizemos "todos merecem uma segunda chance" é bom incluir autores nisso.

A história contada em "A lista" me pegado desde o começo, sentir empatia pela protagonista nas primeiras páginas, mas foi o encontro com a história da Eva Wu na reta final a minha grande catarse. A Cecelia me enterneceu e surpreendeu!


Não escrevo nesse blog diariamente, mas esse blog tem mini-pretensões à diário e um diário também se faz de pequenos registros... Esse post foi escrito pela minha necessidade de guardar em um lugar quente e pessoal esse acontecimento, mas se alguém desejar saber um pouco mais sobre minhas impressões a respeito desse livro pode passar lá no blog do Alexandre, fiz a resenha do livro para ele e deixo o link.



sábado, 11 de julho de 2015

Era uma vez uma turminha de crianças...


Era uma vez uma turminha de crianças de dois a três anos de idade, eles amavam livros e leitura.
Todas as tardes, mesmo quando a educadora estava indisposta, eles exigiam seus livros e suas histórias.
Essas crianças amavam tanto as histórias a ponto de serem capazes de contagiar quem estava em volta.
Eles levavam até pós-adolescentes que não leem nem pra si a se debruçar sobre livros.
Todas as tardes essa turminha renova a crença de uma certa educadora em seu trabalho.
Graças a eles todas as tardes a educadora volta a acredita em si, no seu trabalho, em suas escolhas.
Olhando eles agarrarem cada um seu livro preferido ela se sente estranhamente realizada.
As vezes ela não sabe se ri ou chora e na duvida, sendo geminiana, faz os dois.