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domingo, 5 de julho de 2015

Top 10: Melhores Livros de 2015.1

Já é tradição, em Julho, seguindo o ideia do Luciano do .Livro, faço a lista dos dez melhores livros do semestre. Segundo ele mesmo disse, essa post é um ode ao "tempo que não para".

Sobre a lista, ela foi feita seguindo a ordem da conclusão de cada livro e não de preferência. Os livros citados aqui se equivalem em questão de qualidade. Como não escrevi resenha para cada um deles, optei por comentar cada um deles.


"Ratos e Homens" de John Steinbeck, o Luciano foi o responsável por colocar John Steinbeck no meu mapa afetivo. Em fins de 2014 vi a resenha desse livros no .Livro, o interesse foi imediato. Steinbeck é um observador atento e um contador de histórias consciencioso, a história de todos os personagens é contada de uma forma ou de outra e no final... no final não tem como não se emocionar. "Ratos e Homens" tem peso emocional, nele conhecemos o cotidiano de trabalhadores rurais temporários, homens que vagam de lavoura em lavoura trabalhando muito para ganhar pouco.


"Universo Desconstruído: Ficção Científica Feminista" é trata-se de uma coletânea de contos de diferentes autores e autoras com uma abordagem feminista. Quem me conhece sabe que sou feminista, consequentemente atormentada consciência de que mulheres são seres humanos plenos em possibilidades de ser e está no mundo. Navegar pelas histórias contidas nesse livro é uma experiencia deliciosa, inquietante, instigante e diferente, devo a ele uma resenha completa, sei disso. Por hora, você podemo conferir a opnião da Sybylla lá no Momentum Saga, o e-book é gratuito.


"Morte: Edição Definitiva" de Neil Gaiman. Morte dos Perpétuos tem sido minha personagem preferida do universo de "The Sandman" desde o primeiro encontro. Foi uma realização pessoal ter em mãos todas as suas histórias em um volume. E sim, a caneca da foto foi um presente do Alexandre. Como não amar pessoas que respeitam meu gosto por essa personagem conscienciosa, empática, amorosa e fiel aos seus princípios e responsabilidades?


"Mentirosos" de E. Lockhart, ganhei esse livro em um evento promovido pela Editora Seguinte aqui em Recife. De cara classifiquei ele como "drama dos muitos ricos" e rejeitei por longo tempo. Mas, um dia o livro chamou o meu nome, respondi e me deparei com uma autora surpreendente. E. Lockhart é uma mestre contadora de histórias, certeira, não desperdiça palavras, nos faz caminhar em sua história sem que sintamos o peso dos passos e então nos oferece um desfecho inacreditável do tipo "só lendo para saber".


"Kiki de Montparnasse" de Catel e Bocquet. Aaah como não amar a história da simpática Kiki de Montparnasse? Só de pensar nessa HQ me vem um sorriso ao rosto. Kiki viveu no inicio do século XX em meio a boemia francesa, foi uma mulher dona de si e de seu corpo com um coração enorme capaz de inspirar vários artistas tanto no terreno da pintura quanto no da fotografia. Ela foi uma mulher livre, viveu segundo suas normas e desfrutou da experiencia de exercer sua liberdade. A forma despretensiosa, quase zombeteira, com a qual ela sustenta a si nos quadros e fotos já me inspirava antes de conhecer sua história.


"Violent Cases" de Neil Gaiman e Dave McKean. Minha coleção de Neil Gaiman só cresce, assim como minha sensação de intimidade ao adentrar nesse mundo despretensioso, porém cativante criado por ele. Em "Violent Cases" um homem rememora um episódio de sua infância onde o osteopata de Al Capone, festas infantis e situações de violência se encontram. A proposito, o produto da soma "Gaiman + McKean" tende a ser algo levemente perturbador.


"Precisamos Falar Sobre o Kevin" de Lionel Shriver: por esses dias um rapaz entrou em uma igreja americana e matou várias pessoas. Tal fato causou comoção, o próprio presidente Obama esteve no velório das vitimas, citou cada uma delas pelo nome, entoou um cântico espiritual com os parentes e amigos das vitimas. Me arrepiou a situação, me arripa a recordação. Situações assim parecem ser dolorosamente comum nos EUA e Lional Shriver se propõe a refletir sobre como esse tipo de jovem é gestado ao contar a história de Kevin Khatchadourian, 16 anos – autor de uma chacina que liquidou sete colegas, uma professora e um servente no ginásio. Quem narra a história é a mãe dele, sempre o réu principal no tribunal social no qual são distribuídas as culpas.


"Azul é a Cor Mais Quente" de Julie Maroh. Pensando nesse livro me pergunto se houve algum momento na história do Ocidente no qual a homoafetividade fosse tão discutida e os homossexuais brigassem com tanta coragem por seus direitos. Uma das personagens de "Azul é a cor mais quente" é militante nessa batalha, mas o HQ não é sobre isso. Ele é sobre amor, solidão, dor, desamparo. Como disse o Rafael, em raro momento de lucidez: "Não é uma história de amor, é um drama!". Mas também não é só drama, é belo, humano, cálido e inesquecível. Obrigada Rafael!


"A Vida Privada das Árvores" de Alejandro Zambra. Pense em um texto no qual não sobra uma misera palavra, virgula ou adjetivo. Pensou? Pois eu também, e a minha resposta imediata foi: "A vida privada das árvores". Esse chileno escreve com lirismo, atenção ao cotidiano e economia de palavras. Em um mundo cada vez mais prolixo, onde é comum usar muitas palavras para dizer "pouco e menos ainda", ler um texto assim é um refrigério para a alma, uma lição de escrita também.


"O Príncipe dos Canalhas" de Loretta Chase, esse livro foi quase um alivio cômico em um "TOP 10" onde reinaram dramas. A Loreta Chase é divertida, tem escrita leve e um pouco fora do comum. Ri muito lendo "O príncipe dos canalhas", me apaixonei pelo Lord Belzebu, estou pedindo mais dessa autora para a minha vida. Como ela escreve bem e é humorada!



Menções Honrosas: nesse primeiro semestre de 2015 tive o prazer de reencontrar dois velhos e queridos amigos. Eles estava com roupas diferentes das usadas em nossos encontros anteriores, mas não menos honrosas. "O Amante" de Marguerite Duras veio em forma de e-book e "Stardust: O Mistério da Estrela" de Neil Gaiman em formata de livro ilustrado. Esses livros são velhos amigos, com os quais é bom reencontrar pois trazem consigo tanto novidades como histórias inesquecivelmente acolhedoras, reler é como reencontrar consigo mesmo em tempos diferentes.

Ponderações sobre as leituras a partir da lista:
  • O kobo me conquistou, possui um grande espaço em minha rotina de leituras. Metade de meu top 10 ser composto de e-books denuncia isso;
  • Neil Gaiman pode não ser meu autor preferido, mas é mais lido. É o único autor com 2 livros na lista;
  • HQs é definitivamente um dos meus gêneros textuais preferidos, dos 5 livos físicos, 4 são HQs; e
  • Nossa como teve drama nesse "TOP 10", ao menos 4 livros tiveram essa pegada, para o próximo semestre mais amor por favor!
Para conferir a lista do Luciano, clique na imagem abaixo!