Eu, se tivesse cinquenta e três minutos para gastar...

“Eu” – pensou o Pequeno Príncipe, – “se tivesse cinqüenta e três minutos para gastar, iria caminhando calmamente em direção a uma fonte..."

Outro dia estava caminhando  na Praça da Matriz de Santo Antão e ao me deparar com a fonte ligada em um dia morno, lembrei dessa frase contida no livro "O Pequeno Príncipe". Não sou uma grande fã dessa obra, mas li ela e, apesar de achar que a Raposa roteiriza demais a amizade, considero esse um livro muito terno e doce e querido.

Assim como todos os meses de 2022 tem sido, junho foi um mês longo repleto de acontecimentos, reviravoltas e movimento. As vezes tenho a impressão de tudo e todas as pessoas estarem firmemente compensar os dias de imobilidade da  pandemia... e nesses trinta dias de junho vi enchentes, passei uma semana isolada na casa dos meus pais, aulas foram canceladas, estudantes brigaram e se entenderam, ministrei tantas aulas que me senti cansada de estar cansada, viajei para Caruaru, voltei e fui mais uma vez para Lagoa do Ouro.

Coloquei essas fotos aqui antes das enchentes, das viagens, brigas e entendimentos dos meus estudantes. Não sei mais qual foi minha intensão ao tirar essas fotos e colocar as imagens aqui, mas suspeito que foi o sentimento de satisfação presente na rotina e desrrotina dos meus em Vitória de Santo Antão. Moro nesse bairro tranquilo, nesse apartamento de primeiro andar que me cabe, olho para o lado e vejo meus livros, minha mesa segue sem cadeira, as vezes acordo cedo e limpo a casa toda, boto e tiro a roupa da maquina, arrumo o banheiro, leio uma HQ, vejo um filme, vou caminhar no fim da tarde. É minha vida agora e me sinto grata por ela, mesmo quando o Brasil me deprime.

Dentro desses dias completei meu 36º aniversario, me sinto com todas as partes do corpo em seu devido lugar, não estou caindo e tenho cinquenta e três minutos para gastar caminhando calmamente em direção a uma fonte.