sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dos poesia que reencontrei entre meus papeis...

Para uma orgulhosa portadora de rinitis, sinositis e todas as itis do mundo... mexer em papeis já antigos não é tarefa fácil, mas na aula de ontem a tarde um colega de curso me falou de sua necessidade em relação a um determinado texto e eu lembrei que tinha esse texto cometendo em seguida a temeridade de dizer a ele.

Resultado: tive que abrir as pastas de guardados de 2009... Tou espirrando até agora e acho que vou caminhar até o meu lindo broncodilatador do coração um doce amigo para todas as horas amargas!

Mas, não é isso que eu queria compartilhar, o que gostaria de partilhar são os versos que achei entre meus papeis não tão antigos, são uns versos com os quais me encontrei pela primeira vez através dos mares virtuais, na época me tocaram profundamente e eu, felizmente, tive a ideia de imprimir e guardar, na impressão só faltou, creio eu, o titulo, não sei bem porque, acho que na ansiedade ou pressa por fazer alo que não me recordo mais... não copiei e colei... Sei lá...

Mas, a questão que realmente martela em minha mente nesse momento é, afinal de contas:

Quem é mais afetado pelo choque;
o Sândalo caído
ou o machado perfumado?

É curiosos como ao rever as palavras as emoções voltam na mesma intensidade, é um tipo de sensação agridoce... Uma nostalgia... Um peso... E também alguma leveza...

Enfim, deixo os versos por aqui para guardar a lembrança, para encontros menos asmáticos e para compartilhar uma poesia que amo, claro.

"De todo o conhecimento que posso buscar
de toda a riqueza que posso alcançar,
de toda a virtude a que minha alma anseia,
e por tudo o que me esfolo e sondo
e sonho,
nem a sabedoria dos mestres,
nem a pureza dos santos
me ajudam a responder essa indagação:

Quem é mais afetado pelo choque;
o Sândalo caído
ou o machado perfumado?
Ironia cruel, vendo o gigante caído,
Penso que o gume frio do machado
Nada vale sem um cabo que o empunhe.
O Sândalo o forneceu a mão que o deitou.

Observo-o caído interrompendo a passagem.
Caiu sobre a trilha antiga, obrigando os passantes a darem a volta.
Eu o deixarei lá, o bravo gigante!
Ficará ali até que seu tronco se desfaça sob a chuva e o sol.
Um testemunho incômodo, de que ali viveu e floriu.
Perfumou o ar com sua extinção...
Breve a trilha se desviará para o canto
E os viajantes, evitando o tronco,
Passarão ao largo do lago morto.

E entre essas duas coisas mortas,
A trilha da vida dará uma pausa,
Suspirará e tomará um novo alento.
Talvez o lago volte a brilhar, talvez o toco de árvore
Reviva seus galhos de folhas e sombra.
Talvez...

Atrás de mim, sinto a lareira arder suavemente,
Uma frágil flama que se apaga em lento crepitar.
Sua forma delgada lembra a figura de uma mulher
Dançando lenta e sensualmente.
Sinto um impulso de avivar-lhe as brasas
Lançar-lhe uma nova acha que fortaleça suas chamas
Mas não me movo.
Tudo tem um inicio e tudo tem um fim.
Sinto isso, mesmo que minha razão fraqueje em aceitá-lo.

E por mais que eu lamente a queda da árvore
E tema o frio que se instalará na casa e na minha alma
Quando a labareda delicada se apagar
Deixo que o mundo pulse e siga.
Deixo que a chama apague."

(Sahge)

11 comentários:

  1. Lindos versos!
    E não vale a pena uma rinite e outras ites por um pouco de poesia?


    Bjs

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  2. Ahhhh.... mas as vezes uma crise alérgica faz valer a pena por achar preciosidades! Sou exatamente como vc! Só de arrumar o armário já começam os atchins! rs!

    Bjos linda!

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  3. Nossa, amei!!! Mas já to passando pelo Facebook uma dica para a nossa caçadora de tesouros poéticos acabar com a rinite.

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  4. Melhoras das "ites"! Mas valeram para nos trazer esse belo poema!

    Girassóis nos seus dias.
    Beijos

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  5. Posso apostar minhas fichas no machado? Ele é mais "afetado" porque recebe um bônus.

    Acordei com uma visão romântica da vida, nem eu estou me aguentando hoje.

    ;)

    Beijos mil, vou puxar um banquinho aqui, tá bem?

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  6. Lindo poema!

    Tudo cumpre sua sina, o sândalo perfuma, o machado corta...e a vida segue, nem sempre como queríamos, mas sempre em frente.

    Estou fazendo tardiamente devido à falta tempo o balanço da blogagem coletiva que prometi, mais tarde estavá no blog.

    Um beijo Pandora!

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  7. Olá Pandora! !

    A rinite e todas as outras ites passam. Versos como esses ficam, perfumando o espírito.

    Um abração e perfumoso fim de semana.

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  8. Ainda bem que eu nao sofro com essas itis ai.. não é facil.
    Tambem adoro encontrar textos e poemas perdidos na minha papelada.. faz a gte lembrar de tanta coisa, tanta lembranças.

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  9. Eu não sei Senhor Verden, não sei mesmo!!! Talvez seguir em frente, mas é apenas um talvez, não tenho certezas!!!

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  10. HACE RATO NO VENIA POR TU BLOG, A QUIZAS ALGUNAS COSAS NO ENTENDIA POR LO DEL IDIOMA... QUE TONTO, YA CONSEGUI Y AGREGUE A MI BLOG UNA APLICACION PARA TRADUCIR JEJEJE. YA NO TENGO EXCUSAS EN VENIR.
    "NADIE SABE LO QUE TIENE, HASTA CUANDO HACE ASEO EN SU HABITACION" LO DIGO POR MI JAJAJAJAJAJA

    BYE HERMOSA
    VISITAME, TE INVITO A UN CAFE Y UN BESO JEJEJE

    UN PLASER ESTAR DE NUEVO AQUI YEAHH.

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