Eu tenho um habito terrível, antigo e grande causador de quedas e afins... eu ando de cara para cima! Ou seja, vou contando as nuvens e olhando o céu... Como resido nas áreas elevadas da cidade as vezes também paro e fico olhando o meu horizonte e pensando na vida, se brincar até sento na calçada e tiro uma foto.
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| Foto tirada da calçada em um dia qualquer. |
Não é ruim, tem um vento forte e embora eu costume andar com meus cabelos trançados nessas horas até desfaço a trança e deixo o vento me descabelar a vontade enquanto eu penso na minha vida, na vida dos meus entes queridos e oro por todos nós...
Ah, engraçado que as vezes acontece de alguém passar e me vendo parada parar também e ficar papeando comigo sobre a vida, geralmente pessoas mais velhas, senhoras, senhores também... Olhando os prédios quase sempre a conversa recai sobre o que mudou nos últimos 50 anos no Recife, os prédios que se avolumam em nosso horizonte. Vez ou outra há quem fale também sobre os que moram nos prédios, ex-empregadas domesticas que me segredam os problemas dos vivem do outro lado da cidade.
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| Foto de um dia abafado qualquer! |
Mas hoje não foi dia de papo, hoje eu só encontrei com o céu com umas nuvens tão branquinhas que pareciam ser de algodão e um azul perfeito que entre as muitas coisas nas quais ando pensando incessantemente lembrei de minha irmã dizendo que o Soneto do Desmantelo Azul de Carlos Pena Filho, é o meu soneto, segundo ela é pq essa coisa de "Então pintei de azul os meus sapatos/ Por não poder de azul pintar as ruas" é minha cara rsrs.
Eu não sei se ela tem razão ou não, o que sei é que olhando o céu, no meio dos meus muitos pensamentos, lembrei do Carlos e passei o dia inteiro com esse soneto na cabeça.
Eu não sei se ela tem razão ou não, o que sei é que olhando o céu, no meio dos meus muitos pensamentos, lembrei do Carlos e passei o dia inteiro com esse soneto na cabeça.
Soneto do Desmantelo Azul
Carlos Pena Filho
Então pintei de azul os meus sapatos
Por não poder de azul pintar as ruas
Depois vesti meus gestos insensatos
E colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
E aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
Azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
Que no excesso que havia em nosso espaço
Pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
E vimos que entre nascia um sul
Vertiginosamente azul: azul.
Passou o dia muito bem acompanhada! O soneto é lindo! Os pensamentos, a vida devem também ter ficado de tão bela cor, tanta serenidade. Adorei o post. Beijo
ResponderExcluirAh menina, você é mesmo um encanto... Bjo
ResponderExcluirPois é, minha irmã!!!
ResponderExcluirEu gosto muito de Carlos Pena Filho e em especial desse soneto. Essa parte me faz pensar em vc, pq eu entendo que quando carlos fala: "Então pintei de azul os meus sapatos/ Por não poder de azul pintar as ruas" ele se refere a primeiro mudar quem eu sou, meu modo de agir para depois tentar mudar as outras pessoas...e eu penso que vc é assim, por isso, logo que lir esses versos me lembrei de vc!!!
Bjs!!!
texto e soneto muito bonitos!
ResponderExcluirAdorei essa vista! Se eu abrir a janela do meu ap. dou de cara com uma parede ou do outro lado com outro prédio... rs
ResponderExcluirAi, ai, fiquei imaginando... rs
Beijocas
Oi,Pandora. Tudo bem? Vim dar uma olhadinha no seu cantinho e parei para ler esse lindo soneto que há muito não lia. Adorei! E seu horizonte ainda está muito bonito. O meu, apesar de dar nome à cidade, tem deixado muito a desejar. Parabéns pelo post. Bjs.
ResponderExcluirOI Pandora,
ResponderExcluirEu também ando assim: de cara pra cima e comigo já acoteceram acidentes terríveis, mas não vou contar micos rs.
Querida, esse post me remeteu a minha infância lá na Bahia, eu exatamente igual a você sentava nos lugares mais inusitados da cidade e ficava olhando, olhando..
E sempre achava uma proza, geralmente com pessoas mais velhas e sábias.
Pandora, eu não troco uma proza com alguém com mais de 70 anos por nada desse mundo...
cheiro
De cara prá cima, rs
ResponderExcluirLindo poema, acho que ás vezes tudo que nos consola é o azul do céu.
bjs
Jussara
ADOREI AMIGA.
ResponderExcluirNADA MAIS LINDO QUE O AZUL DO CÉU!!!
BEIJOS
Bacana o post.De cara pra cima é ótimo!rsrs
ResponderExcluirEstou esperando teu ping pong essa semana,de preferência ate sexta ok?Se não puderes,por favor me avise.
Boa semana e ótima Páscoa pra vc querida
bjka
Lindo texto, lindo soneto!
ResponderExcluirTb adoro me encontrar à sós com o céu...
Bjos