Como, acho que todo mundo por aqui sabe, eu sou educadora infantil em uma creche municipal do Recife e literatura infantil é algo que faz parte da minha rotina.
Durante esse ano investi muitas de minhas fichas em um trabalho pesado e constante com livros infantis de todos os tipos, formas, cores e tamanhos com as "minhas"crionças crianças do Grupo Infantil 3. E quando estava no meio da confecção da minha lista dos melhores livros do ano me deu vontade de registra a minha gratidão ao livro "Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela" do Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch.
Durante esse ano investi muitas de minhas fichas em um trabalho pesado e constante com livros infantis de todos os tipos, formas, cores e tamanhos com as "minhas"
A principio eu ODIEI a proposta desse livro. Achei nojento, mal pensando, nojento de novo, mil vezes ecaaaaaaaaaaaaa... Eu já falei que acho nojento?!?! Gente, eu trabalhei três anos em um grupo infantil 1, vocês tem noção de quanto cocô já limpei nessa vida???? Eu definitivamente não tenho nojo de cocô de criança ou idoso, na boa eu limpo sem crise e até faço a coisa ficar divertida para a criança.... Mas eu ODEIOOOOOOOOOO falar de cocô!!! Imagina ler sobre cocô?!?!
Enfim... Essa implicância com o livro se perpetuou por muito tempo. Sempre que eu ia na estante selecionar os livros para serem trabalhados no mês eu deixava ele de lado. E foi assim até o dia no qual a implicância foi tão grande que precisei coloca-lo na lista. O resultado não poderia ter sido melhor!
A pequena Toupeira que recebe um belo dia, ao sair debaixo da terra, um cocozinho na cabeça e sai por ai investigando quem foi o autor cativou as crianças e em especial o K., um dos meninos mais dispersos com o qual já trabalhei até hoje.
Ele riu tanto da história, gostou tanto, achou tão legal que sentou no meu colo pela primeira vez para me ouvir contar uma história e teve paciência para ir até o fim. Eu me emociono só de lembrar! Foi um momento lindo. É muito mágico! Quem vive ou viveu momentos assim há de entender!
A partir da toupeira, o K. passou a se interessar vivamente pelos livros. Não só passou a prestar atenção na contação como passou a pedir para que eu lesse, escolher livros da caixa, recontar para os amigos sua história preferida... E isso se refletiu em outros aspectos da convivência, diga-se de passagem. Com a leitura, ele chegou ao ponto de trazer alguns livros que a prefeitura mandou para seus irmãos (e geralmente ficam jogados em qualquer canto da casa e vão para o lixo na faxina de fim de ano) à creche para que eu os lesse para ele.
Enfim, apesar de continuar achando "Da pequena toupeira que..." um livro nojento, ele virou um dos meus livros preferidos.
Para crianças pequenas, que nunca limparam tantos bumbuns como eu, cocô é um assunto para lá de divertido kkkk... e a forma como os autores trataram o assunto no livro foi perfeita. Na hora de contar eu escolhi usar do mesmo tipo de humor que usava com as crianças de um ano, foi assim que descobri que K. gosta de livros bem humorados, o que foi comprovado cientificamente outro dia quando ele disse: "Tia conta uma história engraçada.".
Para crianças pequenas, que nunca limparam tantos bumbuns como eu, cocô é um assunto para lá de divertido kkkk... e a forma como os autores trataram o assunto no livro foi perfeita. Na hora de contar eu escolhi usar do mesmo tipo de humor que usava com as crianças de um ano, foi assim que descobri que K. gosta de livros bem humorados, o que foi comprovado cientificamente outro dia quando ele disse: "Tia conta uma história engraçada.".
Bem, pode parecer pouco, quase nada, mas sei lá... Mas, eu tenho dado tantas bolas fora nos últimos tempos que essa bola dentro com o K. fez toda a diferença em minha vida... Um capitulo de minha história de educadora para não ser esquecido.
K. em momento super-herói. |