terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Joana D'arc: Médium de Leon Denis [40 Livros Antes dos 40/1]


Incluí "Joana D'arc: médium" do Léon Denis na minha lista de "40 livros antes dos 40" por ele ser parte da lista dos muitos livros com os quais a Ana Seerig me presenteou ao longo de pouco mais de década de amizade. Esse livro chegou na minha casa em Janeiro de 2020 em circunstâncias muito especiais, a dedicatória, a carta e toda história na qual essa edição está envolvida é muito tocante e um dos episódios mais especiais da minha vida adulta. Só de olhar para esse livro me sinto de alguma forma reconfortada dos muitos males do mundo.

De muitas formas me sinto uma pessoa emocionalmente privilegiada por ser cercada de pessoas e livros carregados com tantos bons sentimentos. Nunca pensei ter na minha estante livros com dedicatórias, histórias e bilhetes de afeto e ternura. É um mundo atroz esse no qual vivemos, mas nele existem pessoas com as quais construímos vínculos de solidariedade e ternura.


Nasci no dia de Santa Joana D'arc, mas confesso, até a leitura do livro de Leon Denis, pouco saber sobre ela a não ser o básico. Joana D'arc foi responsável por fazer pender para o lado francês a balança na qual as forças bélicas se equilibravam nos anos finais da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. Ela era uma simples camponesa até ouvir um chamado Divino, então se dirigiu ao Rei Carlos VII, conquistou a liderança do Exercito Francês, venceu batalhas, foi vendida aos ingleses, julgada pelo Tribunal da Santa Inquisição, assassinada em uma fogueira pela mesma instituição, Igreja Católica Apostólica Romana, responsável por a torna uma mulher santa.

Costumo resgatar Joana D'arc nas minhas aulas de história descrevendo-a como um mulher armada até os dentes, montada em um cavalo negro, ouvindo vozes das Santas Catarina e Margarida e do Anjo Miguel. Sua grandeza fazia as pessoas questionarem se ela era uma Santa ou uma Bruxa, na duvida decidiram queima-la viva. Depois de morta se tornou mais confortável decidir para qual lado da balança pendia a genialidade, a loucura e a sanidade dela.

Leon Denis resgata Joana defendendo a ideia dela ter sido entre santa e bruxa uma mulher com forte mediunidade, ou seja, capacidade aprimorada ao longo de muitas vidas de se comunicar com as dimensões espirituais da vida, com seres de luz há muito desencarnados com forte intensão e capacidade de ajudar a humanidade a resolver suas pendências e evoluir em seu dialogo com o mundo.

Para tanto Denis consultou documentos históricos sobre as ações de Joana, livros produzidos sobre ela, biografia espirita especifica sobre mediunidade além de visitar os lugares nos quais os episódios da vida dela aconteceram. Quem nunca leu um trabalho de um pesquisador espirita se surpreende com a pesquisa conscienciosa feita pelo autor para provar o seu ponto de vista.


"Joana D'arc: médium" foi publicado originalmente em 1910, então os livros consultados pelo autor são oriundos do fim do século XIX e inicio do século XX e a racionalidade do autor também é característica desse período histórico. A minha edição é de 1981, a décima reedição publicada no Brasil. Até 2014 esse livro estava em sua vigésima quarta edição. O livro é best-seller da literatura espirita e faz jus a esse status, pois é realmente resultado de uma pesquisa criteriosa. Posso até divergir das opiniões e analises do Leon Denis, mas o mérito de uma pesquisa bem feita é preciso sempre registrar.

Em geografia existe o conceito de LUGAR definido como a parte do espaço geográfico com a qual temos alguma relação de afeto, percepção ou pertencimento. O Espaço Geográfico é o planeta inteiro, mas a parte dele com a qual nos relacionamos intimamente é o LUGAR. A memória das pessoas do passado e as pessoas do presente também fazem parte do Espaço Geográfico, seus corpos e memórias são Territórios e talvez possam ser ou não um Lugar quando nos aproximamos delas e com elas nos relacionamos. O livro do Leon me levou a construir uam relação com a memória da Joana D'arc de maneira a tornar ela para mim um lugar, algo com o qual tenho um vinculo afetivo, e talvez essa seja a magia das biografias tão defendidas pela Ana Seerig.

5 comentários:

  1. Também foi a primeira biografia espírita que li e o que me surpreendeu muito foram as referências - especialmente as do processo, com registros das falas e mesmo postura dela. Fico mesmo feliz que tenha gostado. É dos livros que quero reler para dar atenção maior a detalhes que provavelmente eu deixei passar de primeira.

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  2. eu vi filmes e uma peça muito enigmática sobre joana d´arc, fiquei com vontade de ler o livro. beijos, pedrita

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  3. Eu não conheço esse livro, leia por favor e nos fale a respeito. Amei a sua estante, por causa dos títulos e diversidade de autores, faz gosto de ver. Um abração e muito obrigada pelos comentários tão gentis no meu espaço.

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  4. Olá, Pandora.
    Quanto tempo! Eu também me sinto assim privilegiada pelas pessoas que conheci na minha vida e que me cercam de uma forma ou outra. Sobre o livro não leria por ser espirita e é uma coisa minha, não gosto. Mas tenho curiosidade sobre a vida dela porque não sei quase nada.

    Prefácio

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  5. Nunca li nenhum livro sobre ela, mas assisti um filme uma vez e fiquei encantada com a sua história. Deu até vontade de assistir outra vez!

    =)

    Suelen Mattos
    ______________
    ROMANTIC GIRL

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