quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Minha recente descoberta sobre o amor...


Tenho a leve impressão de está prestes a escrever uma obviedade sem tamanho, mas as vezes me ocorre que viver é uma experiencia de reinventar a roda, redescobrir velhas novidades. Então me perdoem se minha  recente descoberta soar meio velha.
Fui educada em uma comunidade religiosa conservadora, fui educada para viver sobre regras rígidas regulamentando tudo e todas as coisas. Me ensinaram regras sobre a forma de vestir, falar, andar, usar o cabelo, as unhas, viver a sexualidade, expor e esconder os medos-sonhos-ideias em um sistema organizado e meticuloso para regular minha forma viver nesse mundo.

Óbvio, todo esse sistema organizado de valores e formas de interpretar a vida, ser e estar não foi de todo ruim. Ele me apresentou Jesus, pessoas muito incríveis e me deu uma forma de enfrentar a Universidade, o Trabalho, a Família, as Amigas, os Amigos e criar vínculos enquanto vivia tudo isso. 

Nenhum sistema de valores, crenças, cultura é completo e perfeito e incapaz de criar neuroses. Não existe perfeição entre grupos humanos. No entanto, não consigo deixar de sentir rancor em relação ao fato de terem me ensinado que o amor é condicional. 

Vivendo minhas histórias, experimentando essa coisa maravilhosa, assustadora, opressiva e liberdade chamada "VIDA". Sendo protagonista de minhas aventuras, coadjuvante, antagonista, figurante, vilã e heroína das aventuras de outros e de próximos; criando vínculos, sentindo o calor das paixões, o desespero das perdas, a alegria do encontro e a dor da separação percebi absurdada que "O AMOR NÃO É CONDICIONAL".

Quando se ama alguém, simplesmente se ama.

Se a pessoa amada fizer todas as coisas que te ensinaram a reprovar é possível continuar amando aquela pessoa.

Se ela quebrar todos os tabus possíveis e imagináveis é muito fácil continua amando.

Se todos os conceitos de moralidade forem desafiados por um ser amado, o amor se conserva.

Se acontecer uma traição, uma sangria desatada, uma quebra de confiança gravíssima, o amor desenvolvido persiste.

Se todos os pactos forem quebrados, uma magoa gigante for gerada e de repente conviver se tornar impossível, isso não significa que o amor acabou ali na esquina.

Se a pessoa errar, falhar, faltar... não adianta, a gente pode sofrer com a ausência, a falta, a falha e ainda assim continuar amando a pessoa.

Se uma pessoa querida estiver há um Atlântico de distancia, ainda assim ela continua querida.

Se você só consegue ver a pessoa 1 vez a cada dois anos... não adianta, se há amor o amor da um jeito de perdura, manda carta, e-mail, mensagem.

Se você nunca viu a pessoa em carne e osso e sangue e tudo... mas construiu um vinculo de confiança, afeto e ternura... o sentimento persiste atravessando seja lá o for que tiver de atravessar.

Se a pessoa falar muitas bobagens nas redes sociais, não adianta, por mais decepção que se sinta... o afeto está lá. Você tem vontade de esganar a pessoa, bate a cabeça no monitor do PC, briga, se irrita até a morte, mas... não tem jeito... não existe um botão "DESAMAR" no coração.

Se o inacreditável acontecer e de repente um ser amado viajar para outro lado da vida e todas as experiencias vividas, boas e más, virarem lembranças, o amor conserva sua força imbatível.

A convivência e a confiança e a credibilidade e a admiração são condicionais. Existem realmente situações nas quais continuar convivendo, confiando, acreditando, admirando, esperando é impossível.

Algumas vezes, por mais que se ame, a relação se torna tóxica, erramos ou sofremos a força do erro do outro, falhamos ou presenciamos a falha do outro, pecamos ou sofremos com o pecado do outro, traímos e acusamos sem saber ou somos traídos e acusados injustamente, somos imaturos, cometemos vilezas, sofremos, desconfiamos, desacreditamos, pegamos ranço, rancor, fúria e nos separamos.

Contudo, quando amamos não existe "E se..." capaz de nos fazer deixar de amar. Esquadrinhando minhas memórias e sentimentos, descobri recentemente: "O amor não é condicional! Não existem condições para amar!".

10 comentários:

  1. Olá, Pandora.
    Acredito que o ser humano não sabe amar incondicionalmente. Talvez algumas mães. Como acredito que o amor é algo a ser cultivado dia a dia, se a pessoa te decepciona dia após dia, o amor se extingue sim. Por isso que acredito que esse tipo de amor só recebemos através de Deus que sim nos ama independente do que fazermos ou como agimos.

    Prefácio

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  2. Eu não sei se acredito em qualquer amor. Na verdade, para mim, amor é quando você mataria, morreria ou tiraria a própria vida pela pessoa. Não é por qualquer um que faríamos uma coisa dessas, e quando digo fazer é fazer mesmo, não só da boca para fora. As únicas pessoas que eu amo são meu pai, minha mãe e minha irmã, só. São as únicas pessoas que eu faria qualquer loucura por elas sem nem pensar duas vezes. Eu não faria isso por mais ninguém na vida, absolutamente ninguém. Isso é amor, o resto é "gostar".
    Eu não acredito em amor a primeira vista, nem a segunda vista nem terceira. Amor para mim é tempo, tempo este que ninguém mais vai passar comigo do que minha família, que já estavam comigo desde que nasci.
    Não sei se isso que eu escrevi é radical demais, mas é a minha única opinião sobre amor. E sim, concordo com você, quando se ama alguém, não importa o que ela faça, o amor ainda fica.

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  3. Olá, Pandora.
    Realmente concordo com tudo o que você disse.
    É incrível como o amor é algo incontrolável, intransponível. Ninguém o vence, apenas o sente.

    Abraços,
    Natalia
    http://www.revelandosentimentos.com.br/

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  4. Oi Jaci! Penso que leva um tempo o "desamar"...normal. Aos poucos vamos percebendo que alimentar um amor apesar de tantos pesares, diminuímos nosso amor próprio e isso dificulta o "levar a vida", que é curta, principalmente quando já estamos em uma idade mais madura.
    Ótima reflexão.
    Abraço!

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  5. Engraçado, eu já me senti lesada por ter aprendido que o amor é incondicional. Quer dizer era sofrível ter que continuar amando quem me fazia mal. Tenho a impressão de que existem muitos tipos de amor, os incondicionais : os dos filhos e o dos pais; e os condicionais: o romântico e até o de amigos. Digo isso porque a condição desses é ter algum tipo de afinidade.

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  6. Esse amor incondicional é bem o que Jesus mostra. Mas acho que, além de Jesus, quase ninguém (ou ninguém) sabe amar assim. As mães seriam bons exemplos de quem sabe mar alguém de forma incondicional. Mas no geral somos aprendizes, e como todo aprendizado requer tempo, o nosso "saber amar" também. Talvez a gente ainda não ame incondicionalmente também por medo, por não saber equilibrar. Porque o "incondicional" também pode ser mal interpretado, levando muitos a permanecerem em relacionamentos totalmente abusivos, ou que acabam anulando a si mesmos em nome do que chamam de amor.
    Acho que amor implica sim em sofrer, mas também em fazer bem. Mas só acho, porque também sou uma aprendiz... Rs

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  7. Oi Pandora!
    Que texto maravilhoso. Eu li duas vezes aqui e ainda quero ler de novo... Você me fez pensar muito nesse assunto.

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  8. O amor é uma coisa louca, né?! incrível como ele mexe com a gente e nos torna capazes de fazer coisas antes inimagináveis!

    =)

    Suelen Mattos
    ______________
    ROMANTIC GIRL

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  9. Oi, oi...
    Aprendi com Carlos Drummond de Andrade a melhor definição de amor. Não gosto da forma de amar de Vinícius de Moraes. Aprendemos a amar primeiro em família, mas o amor romântico aprendemos primeiro nos livros. Existem muitas teorias e com o passar dos anos, com as experiências pessoas nos identificamos. Pra mim "Amar se aprende amando" é o livro! (rs*) Amor cresce na proporção que nos dedicamos. Se esforço, ele perece. Existem condições para nascer, viver e morrer. É sentimento limitrofe...
    Beijus no coração!!

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