Meu Sabrina Encardido!

Durante anos a Nova Cultural publicou seus livros no Brasil divididos em basicamente 3 categorias: Julia, Bianca e Sabrina que formavam praticamente um código para o tipo de história contada nos livros. Os Biancas eram mais engraçados, os Julias mais apimentados e os Sabrinas mais dramáticos. Meu senso de humor é péssimo, as pimentas dos Julias não me agradavam, eu era fã mesmo é dos Sabrinas.

Durante meus anos de graduação em História, quando minha vida se resumia a trabalhar 8 horas na creche, ir a universidade durante a noite e passar os sábados e domingos cuidando das coisas da igreja, os Sabrinas eram um conforto certo. Lia nos ônibus, nas horas de almoço, nas férias.

A constate repetição dos enredos, a segurança do final feliz, a linguagem fácil escolhida pelas autoras, a mensagem constante da editora Janice Florido funcionavam como um abraço quentinho, um sopro de ar no meu juízo constantemente pressionado por choro de crianças, pelos conflitos de uma comunidade religiosa atritosa e pelas urgências da vida acadêmica.

Cheguei a ter uma coleção numerosa desses  romances empilhados na estante, mas com o advento do Kobo e depois do Kindle de repente ter o formato físico desses romances se tornou um luxo do qual eu não conseguia mais dispor. Há alguns nos atrás comecei lentamente a me desfazer da coleção de "Sabrinas", porém "Cinderela Moderna" da Myrna Mackenzie se recusou a sai de minha estante, ele ficou sozinho. Como um velho amigo, ele permaneceu ao alcance de minhas mãos, 125 páginas de um amigo-abrigo, meu Sabrina Encardido do ❤!