"Aquilo que em seu sentido mais estrito é chamado de felicidade surge antes da súbita satisfação de necessidades represadas em alto grau e, segundo sua natureza, é possível apenas como fenômeno episódico. Toda permanência de uma situação anelada pelo princípio do prazer fornece apenas uma sensação tépida de bem-estar; somos feitos de tal modo que apenas podemos gozar intensamente o contraste e somente muito pouco o estado. Dessa forma nossas possibilidade de felicidade já são limitadas pela nossa constituição. Muito menores são os obstáculos para experimentar a infelicidade. O sofrimento ameaça de três lados: a partir do próprio corpo (...); a partir do mundo externo (...) e, por fim, das relações com os outros seres humanos." [Sigmundo Freud. O mal-estar da cultura. pg. 63, 64].
Ler Freud não é um exercício fácil, mas, para a minha pessoa, a dificuldade do exercício não decorre da dificuldade de leitura do texto. Confesso que me preparei para essa aventura através da leitura de bons textos introdutórios além de hoje conhecer regulamente bem o período histórico que pariu Freud.
A dificultada da leitura de Freud provem da necessidade de manter uma postura alerta para não confundi a maneira dele de interpretar e descrever o mundo com a verdade. A psicanalise é uma possibilidade de interpretação da realidade e não a interpretação definitiva da realidade. Em todo o tempo o Freud parece ter necessidade existencial de está sempre parindo uma verdade última para a humanidade e em todo tempo eu tenho necessidade de duvidar de verdades últimas [com uma honrosa exceção para o Cristo].
Ah, a parte isso, sinto-me obrigada a confessar: esse exercício cansa a minha pouquíssima e já mui cansada beleza dos quase 30; tenho consciência de meu estado de desvantagem nesse exercício; e quando Freud citou "Cândido ou o Otimismo" de Voltaire eu "senti uma súbita satisfação de necessidades represadas em alto grau" tipo "rá eu esse texto eu conheço velho prepotente!".
Ah, a parte isso, sinto-me obrigada a confessar: esse exercício cansa a minha pouquíssima e já mui cansada beleza dos quase 30; tenho consciência de meu estado de desvantagem nesse exercício; e quando Freud citou "Cândido ou o Otimismo" de Voltaire eu "senti uma súbita satisfação de necessidades represadas em alto grau" tipo "rá eu esse texto eu conheço velho prepotente!".
rsssssssss...Não precisamos de definições nem de Freud,nem de ninguém. Podemos definir o que sentimos, quando ela acontece!rs bjs,chica
ResponderExcluirChica, adorei essa sua sacada!!! \o/
Excluirem resumo tivestes uma treta divertida com o velho bode míope. kkkkk
ResponderExcluirQue ótimo que duvida e questiona essas "verdades"! Ah e não canse tanto assim tua beleza com o velho Freud!!!
ResponderExcluirBeijo
Pandora:
ResponderExcluirSou super suspeita pra comentar qualquer coisa a respeito do meu queridinho, rsrsrsrs.
Quando cursei a facul de Psicologia, minha imaginação adolescente corria solta nos textos densos de Freud, Lacan, Yung (desse último eu não gosto muito, rsrsrs).
Nossa mente é uma caixinha totalmente insatisfeita....
Que fica incessantemente na dependência alheia pra se sentir feliz.
Só quando aprendermos que essa tal felicidade só depende de nós mesmos, aí Freud não vai precisar explicar mais nada, rsrsrsrs.
Bjs.:
Sil
Não me lembro de ter tido contato com trechos de Freud antes (apenas com algumas de suas teorias, sabe, como a que ele reserva para os sonhos), e neste pude perceber que é uma leitura que requer cuidados... Quero dizer, não pode ser lida superficialmente: requer reflexão. E você soube explicar muito bem sua reflexão nos parágrafos que vieram logo abaixo dela!
ResponderExcluirBeijos ♥ Jeito Único
Oi minha linda... saudade.. saudade.. saudade..
ResponderExcluirMenina, quanto tempo não vinha aqui..
Quanto tempo não me deliciava com seus posts e pensamentos que tanto me encantam.
Eu nem vou ousar falar de Freud porque porque confesso que não sou íntima de seus textos. Aliás uma coisa que me encanta muito quando fico lendo seus posts ou os debates de vocês no facebook é o quanto tem intimidade com os escritores (alguns eu não conheço nem de nome).. eu fico só de fora olhando srs
Outro dia estava aqui em casa assistindo "Os Vingadores" e lembrei-me de você.. e do seu texto lindo que me fez chorar e que me emociona sempre que releio.. aquele em que compara seus familiares com os heróis..
Na minha opinião um texto lindo que merece ser relido incansavelmente..
Beijo minha linda.. e que sua tarde de domingo seja mais que especial..
Posso confessar uma invejinha branca, do bem? Invejo esta sua proximidade com os escritores, esta ânsia de saber. Nos últimos tempos ando tão envolvida com atividades menores que sobra muito pouco tempo para isto. E como faz falta...
ResponderExcluirAmei o que a Chica disse! Felicidade é mesmo um troço tão simples, né?
ResponderExcluirAcredito que nunca li nada de Freud. Acho muito para a minha beleza...rsrs...
Beijos
Adriana
Hehehehe velho prepotente!! Mas é isso mesmo! Para que o interlocutor acate a informação de forma a crer em seu conteúdo, quem a passa tem que ter uma certa arrogância ou petulância de se achar o "inédito" (rs*) enfim, Freud me convenceu: "somos feitos de tal modo que apenas podemos gozar intensamente o contraste e somente muito pouco o estado". Um momento feliz somente é reconhecido quando estamos passando por um momento triste, e vice-versa para tudo na vida! ;)
ResponderExcluirBeijus,
Primeira vez que tive o prazer de ter contato com algo escrito por Freud. Contato com ele só em seu filme Além da Alma.
ResponderExcluirLeitura persistente essa. "...nossas possibilidade de felicidade já são limitadas pela nossa constituição." Palavras fortes aliás.
Até breve