Hoje, enfim, o correio entregou o edição do "I ching" encomendada há duas semanas atrás. Me peguei folheando o velho sobrevivente de um antigo império asiático perdido para sempre nas brumas do tempo e tentando compreender como posso aplicar sua velha sabedoria a minha vida...
"O rojão não ruge o tempo todo. Na ocasião própria, ele fica silencioso. Da mesma maneira, o homem sábio não se desgasta com ação e luta constantes. Há ocasiões em que o repouso e a recuperação são essenciais. Se necessário adapte-se a uma situação difícil." (17. SUI Discípulos, Tui sobre Chen/Lago sobre Trovão - A imagem).
Não, eu não sei jogar o "I Chig", a Tita jogou para mim quando estávamos no ônibus a caminho de Porto Alegre e meu folhear no livro também tem haver com uma tentativa de reencontrar as palavras que ouvi naquela ocasião. E embora esta não esteja sendo uma tarefa amarga tão pouco está sendo das mais fáceis.
"O progresso a partir de uma posição inferior deve ser feito apenas para alcançar alguma coisa, e não meramente para fugir dessa posição. Não há mal na simplicidade. Trabalhe com serenidade para conseguir sucesso." (LU Conduta correta, Ch'ien sobre Tui/Céu sobre Lago - 9 na linha).
"Cordialidade", "Estagnação", "Ação Conjunta", "Seguir Adiante", "Dedicação", "Tempos de Prosperidade", em síntese, como gerir situações corriqueiras da vida, como viver estados de humor, como obter serenidade vivendo são coisas sobre as quais versa esse livro milenar. Aos meus olhos ocidentais, ele emerge como um manual pratico de como existir no mundo em meio as diversas situações nas quais um ser humano pode se meter. O tipo de coisa boa de se ler antes de se tomar uma decisão difícil ou depois de tomar uma decisão difícil.
"A água de um lago, quando evapora, pode enriquecer a montanha nua que lhe fica acima, em vez de correr borbulhando do lago, quando ela transborda. Da mesma maneira, as pessoas precisam conter seus instintos naturais e desenvolver seu interior, de forma que uma personalidade equilibrada se desenvolva." (41. SUN Deficiência, Kem sobre Tui/Montanha sobre lago - A imagem)Como tenho a impressão de já ter dito, ele é um sobrevivente, tem experiencia de mais de mil vidas embrenhadas em suas linhas e isso da a ele uma mistura de peso e leveza com uma aura de credibilidade por cima.
Pensando bem, não a toa, foi a Tita a primeira pessoa a me apresentar esse livro... Ela também tem em si essa mistura de peso e leveza misturada a uma aura de experiencia de vida, o tipo de pessoa capaz de ser fortalecer sem enrijecer. Como a Rynn, protagonista do livro "A menina do fim da Rua", solida, inteligente e tão diferente de qualquer outra criança da literatura.
A cidade na qual a Tita mora é Gramado, sendo essa o ponto final de "minhas aventuras pelo Sul". Tal como os outros pontos de minha andança, foi ótimo conhecer a cidade mágica. Nunca tinha ido a uma cidade de contos de fadas, com as casinhas tão bonitas, as pessoas tão educadas, as ruas tão belamente asfaltadas com direito a canteiros de flores pelos cantos.
Amei a Rua Coberta, a Igreja de Pedra, ou Matriz de São Pedro Apostolo, e o Mini-Mundo...
Mas, o legal mesmo foi ficar na casa da Tita... fazer as caminhadas com ela e com o Krucho depois da novela das seis, bater papo tomando chá gelado com cuca na companhia do Krucho e das gatinhas, apreciar a arte da Dona Coisinha, a Dona Dulce Hart, exposta por vários cômodos da casa inclusive no meu quarto, abrir a janela pela manhã e contemplar as araucárias traçando arcos e ogivas, as vaquinhas pastando, o verde, as montanhas...
____________________________
P.S.: Só para constar, trouxe do sul além das memórias e das fotos, doces, mel, geleia, cucas, roupas do brecho, os livros com os quais a Ana e a Tita me presentearam:
Entre os quais abramos um destaque especial para o "Dju-Dju, a joaninha", cuja autora é a própria Tita, pense em um charme de livro infantil todo feito em madeira. Todas as pessoas para as quais eu mostro ficam maravilhadas e algumas perguntam como faz... outras até dizem que sabem como a Tita faz para fixar as imagens na madeira... mas elas não sabem kkkk...
Indico a quem gosta de literatura que de uma olhada no perfil da Tita Hart no face, vocês vão ficar babando!
Ah, antes que me esqueça, a Ana, me presenteou com uma cuia, uma bomba e um quilo de erva, ando mateando regularmente aqui em Recife... Isso vicia.
Alias, mesmo agora nesse inicio de noite no Recife, enquanto escrevo esse texto, em meio a uma bagunça terrível a minha cuia está aqui me fazendo companhia.... e me lembrando de coisas boas... Me ocorreu agora que nas minhas próximas aventuras, além de uma toalha, a Bíblia e um livro, vou levar uma cuia, uma bomba e um pouco de erva...
.
Ah, só para constar, fiz um video lá na casa da Ana, explorando a estante dela, quem quiser ver pode conferir clicando em "Vlog: O dia em que minha estante foi invadida".
Ah, que maravilha essa sua visita ao sul. Eu te disse que adoraria conhecer Gramado, não disse? Então... é uma viagem que eu quero muito fazer :D. Vou adorar conhecer o mundo da Tita. É tão convidativo e mágico.
ResponderExcluirQuero pegar nesses livrinhos da Tita. Fico impressionada em imaginar que é feito de madeira. Quando digo que essa Tita é uma artista das mais lindas e talentosas que há no mundo, falo mais que sério. Sem falar na pessoa fantástica que ela é.
E... quer dizer que a Seerig te viciou na erva, foi? Que coisa, dona Jaci. Foi ao sul sem vícios em ervas e voltou ao nordeste com um quilo de erva. A polícia não te interceptou? Isso é algo grave! (risos)
Não poderia deixar de passar a piada.
Um abraço!
Sacudindo Palavras
De I-ching, nada sei. Mas de Gramado,entendo e adoro! è linda mesmo! Adorei o livro de madeira e ainda mais, com a joaninha,rs... Linas fotos e presentes! beijos,chica
ResponderExcluirPandinha, eu tb não conheço I-ching, mas fiquei curiosa! E olha, estou encantada com as fotos de Gramado que lugar LINDO!!!!
ResponderExcluirBjs, Mi
AH! Pandora:
ResponderExcluirSobre seu comentário no meu blog, quando se trata de gentileza, sempre cabe mais um, rsrsrsrs.
Quanto ao I Ching, sou fascinada pela sabedoria oriental.
Serenidade e equilíbrio, duas palavrinhas mágicas pra gente sobreviver em meio ao caos do mundo moderno.
Bjs.:
Sil
http://meusdevaneiosescritos.blogspot.com.br/
Não conhecia o I Ching, não sei, os orientais geralmente sabem das coisas -e considerando como tradicionalmente levam suas vidas, sabem bem mais do que nós. É muito bom viajar, mas principalmente trocar de ares, como você fez - pra que não se aguenta mais de calor feito eu acho o sul uma boa pedida.
ResponderExcluirMas eu tenho um problema com despedidas, sempre deprimo um pouco quando tenho que ir embora e deixar o lugar, dá um vazio enorme imagino como não deve ser ao se conhecer uma pessoa com quem só se tem contato através da virtualidade, e enfim conhecê-la em carne e osso e personalidade...deve ser interessante.
Acho que viajei um pouco. Jaci, você sabe contar muio bem suas viagens, é uma narradora com talento, nos faz acompanhar sorrindo.
Dois abraços.
Estou como a Chica: nada sei de I-Ching, só de Gramado!
ResponderExcluirFiquei encantada com aquela cidade onde carros respeitam a travessia de pedestres.
Agora o quintal da casa da tua amiga é de fazer inveja das bravas no povo aqui de Sampa onde não espaço para as formigas.
Fiquei com vontade de morar em Gramado. Será que resisto ao frio de lá?!
Beijo.
Gramado é realmente uma cidade encantadora e nos cativa. Mas eu não consegui aprender a tomar chimarrão. Gosto de chá, mas não do chimarrão. E adorei as fotos rolando na grama. Agora quero ver umas fotos rolando nas areias de Recife.
ResponderExcluireu gosto muito de gramado, masa amo mesmo canela, que cidade linda. amei as fotos. beijos, pedrita
ResponderExcluirFoi tão bom ter vc aqui... :)
ResponderExcluirE to te esperando, Erica. Só tem q manter distância da Ana pq essa guria coloca o povo.no vício da erva kkk
Existem diversas versões do I Ching e diversas traduções. .. eu tenho três rsrs
A mais completa e a do Richard Wilhelm, a mais recomendada para quem quer aprofundar.
Ganhei de uma amiga uma versão muito prática, "I Ching para iniciantes" de Mark McElroy - Universo dos Livros.
O trecho q vc queria está num terceiro livro, Jaci:
"A água é inexaurivel, mas a Água do Lago é limitada por suas bordas. Do mesmo modo, devemos impor a nós mesmos regras severas de comportamento. Seguindo-as, nos sentiremos mais livres".
Nossa, Gramado parece um sonho!!! Nem parece o Brasil, com um asfalto tão bem conservado, nossa! Sua viagem deve ter sido maravilhosa mesmo, que legal! E rolar na grama é uma delícia, né! Faz tempo que não faço isso hehehe
ResponderExcluirPor isso que aqui faz sentido dizer que alguém chegou de "mala e cuia", quer dizer, veio com tudo mesmo. Mas já ouvi gente de outras regiões usando essa expressão e não sei se há um sentido diferente nisso.
ResponderExcluirTu levou o Nebulosidade? kkkkkk
ResponderExcluirLevei sim... ele virou minha companhia!!!
Excluir