quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Blogagem Coletiva: Presentes que Desejei e nunca ganhei...

Ah, que eu zapeando pelos blogs cai no blog do Christian, Escritos Lisérgicos, e vi essa blogagem proposta pela Patricia do Café entre Amigos. Achei legal e resolvi embarcar na brincadeira e pensar naqueles presentes que eu desejei e não ganhei.


Vamos lá!!!

O primeiro presente que me vem a mente é aquelas pulseiras de molas coloridas. Todo mundo tinha eu achava demais e queria muito uma. Pedi a Painho, mas ele era meio averso a esses brinquedos da moda, filho de uma família evangélica meio louca via tudo que era muito colorido, popular e aparecia na televisão como coisa do diabo. Ele  me enrolou com outros brinquedos e nunca comprou a pulseira de mola. Foi triste porque eu era difícil de esquecer as coisas.

Outro presente que eu sempre quis e nunca ganhei foi um patins. Frustração mega reforçada de uma vida inteira. Sentiu o drama? Pois é, imagina quando Painho disse o redondo NÃO há 16 anos atrás!!! Oxeee, vcs não tem noção do que pedi, chorei, implorei, chorei mais, emburrei por dias, chorei mais ainda, fiz cara de nojo quando ele chegou de viagem com um brinquedo lá do Maranhão (nessa época ele era motorista de ônibus interestadual), chorei mais um pouquinho e nada.

Ele disse, gritou, que o patins era perigoso e muitas crianças ficavam seriamente machucadas com eles. Eu ainda apelei para meus tios e minha avó, mas aos 11 anos eu tinha um alto índice de quedas com meus pés no chão e ninguém me apoiou a tentar as rodas. #MundoCruelSanguinolento

Outro grande presente que eu quis muito e nunca ganhei, foi o tal do discman!

Esse eu pedi como presente de  15 anos e foi o mesmo sistema do patins: pedi, recebi o não e comecei a sequencia choro, mais choro, cara feia, bico, apelação, exposição de argumentos, busca de apoio familiar.

Painho novamente foi irredutível com o Não. Aliás eu acho que NÃO é a única palavra que meu pai conhece até hoje.

Meu pai disse, na verdade ele gritou, que o discman fazia mal aos ouvidos, que eu já havia tido dor de ouvido na infância (eu nem lembrava mais disso) e meu ouvido já havia estourando e podia voltar a estourar e era NÃO MESMOOO, papo encerrado.

Pois é... pois é... pois é... Como eu fui uma criança sofredora!!! Buaaaa... Como meu pai era mau e sanguinolentoooo!!!! buaaaaaaaa...


Pausa para questão existencial profunda:

"Qual criança na face da terra nunca teve um probleminha ou outro no ouvido, uma dor, uma inflamaçãozinha de nada???"

Aaaah, mas claro que quando eu comecei a trabalhar uma das minhas primeiras compras foi um MP4, na minha opinião uma evolução do discman. Custou caro para o meu salário de professora iniciante, mas a sensação foi ótima, compensou cada centavo. Meu mp4 era lindo, dava para ver videos, tinha 2G de memória e só não fazia chover e mais linda e perfeita foi a sensação de estar desafiando e vencendo meu pai!!!

É claro que não demorou muito para meu ouvido inflamar... Lembro que quando as pessoas me perguntavam: "Como foi isso?" Eu tinha vontade de responder: "Praga de pai! Sabia que elas também pegam?" (Na verdade eu dizia mesmo!).

Acho que esses foram os três presentes que eu mais quis ganhar e não ganhei! Claro, houveram outros, mas acho que esses foram os mais significativos. Ironicamente, apesar da frustração que geraram, lembrar deles foi até divertido. Eu amei escrever essa postagem.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sobre o PontoLivro e um livro de fantasia muito realista...

PontoLivro é o nome do blog do Luciano, lá ele conseguiu construir um espaço no qual podemos falar sobre literatura com a maior tranquilidade do mundo. Eu gosto, outras pessoas também, mesmo quando ele nos desafia a descobrir "Qual é o livro?" e nós não conseguimos.

Como eu já falei algumas vezes por essas páginas, o Luciano me convidou a ler O clã dos Magos, o primeiro livro da Trilogia do Mago Negro. Uma leitura que tinha tudo para ser apenas mais do mesmo e no entanto se mostrou algo bem diferente do que nos últimos tempos tem sido lançado em matéria de livros de fantasia.

Li que Trudi Canavan buscou inspiração para escrever seu livro em textos que falavam a respeito das pessoas sem teto que em Barcelona foram sendo encurraladas e movidas para fora da cidade um pouco antes dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, uma fonte de inspiração no minimo curiosa que deu um tom muito social e realista para uma narrativa fantástica.

Sua narrativa começa assim:

"Dizem que em Imardin o vento tem alma e chora lamentosamente pelas ruas estreitas da cidade porque se entristece como o que encontra por lá."
(O clã dos Magos, p. 11)

Hoje minhas opiniões a respeito desse livro estão disponíveis lá no .Livro e a titulo de registro deixo o link aqui, quem quiser conferir minhas ideias a respeito desse livro sinta-se a vontade para clicar e conferir também!!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Luiz Gonzaga, um grande de seu tempo.


O ano do Centenário de Luiz Gonzaga está gerando uma sequência de merecidíssimas homenagens, ao menos aqui no Recife. O sacal nessas situações são os chavões. Os dois que, como historiador, mais me irritam são "homem à frente de seu tempo" e "obra atemporal". Essas expressões tão repetidas partem da premissa absurda de que é possível escolher se você quer fazer parte do seu tempo ou não. Ou ao menos que os gênios têm esse poder.

Uma coisa é ouvir a inigualável música de Bach e se comover com sua beleza eterna. Outra coisa é você ignorar todos os sinais óbvios de que é uma obra indissociavelmente ligada à primeira metade do século XVIII, em especial das áreas protestantes da Alemanha.

O mesmo vale para Machado de Assis. Ler seus romances é excelente, mas tanto pelas convenções do romance realista como pela tematização obsessiva da crise da sociedade senhorial, são muito claramente obras do fim do século XIX brasileiro.

Essas obras não são "atemporais" e não estavam "à frente de seu tempo". Eram tão brilhantes e geniais que, a despeito de todo os seus aspectos datados, continuam tendo muita coisa a dizer para pessoas que vivem em contextos espaciais e temporais muitíssimos diferentes, o que é totalmente diferente.

Luiz Gonzaga era totalmente filho de seu tempo. Foi para o Rio como tantos jovens da época, tentando ser cantor romântico. Não conseguiu, mas percebeu que poderia tentar se destacar no nicho regionalista. A aposta foi certeira. Era o tempo em que a cultura de massas se segmentava, abrindo espaço para manifestações mais particularistas. E também era o tempo em que se cristalizava uma identidade "nordestina", separada de uma identidade "nortista" mais geral.

Ele foi filho desse contexto. Consolidou de forma irresistível o padrão sonoro e visual do que seria a identidade nordestina. Apresentou esse conceito de "nordeste" a milhões de pessoas que não o conheciam, de uma maneira genérica o bastante para ser aceito sem muitas ressalvas por nordestinos e forasteiros. Associou eternamente seu nome a essa identidade. Tudo isso enquanto cantava músicas absolutamente sensacionais.

Luiz Gonzaga não é atemporal nem estava à frente de seu tempo. Foi totalmente um filho de seu tempo. Um dos mais brilhantes. Ajudou a moldar sua época e deixou uma herança que, tantos anos depois, ainda orgulha profundamente a sua gente. Não tá bom?

terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu e o Gonzaga


Quando a Jaci começou a falar do Luiz Gonzaga lá no twitter eu me lembrei de imediato da minha infância, já que minha família é nordestina, sendo assim meu pai gostava, minha mãe adora e meu noivo ama o Rei do Baião!

Quando costumávamos ir à praia meu pai gostava de colocar músicas sertanejas no carro e eu as detestava. A única opção era pedir para colocar alguma do Luiz Gonzaga e assim eu ia feliz me encontrar com os pernilongos e com o sol de rachar!

No entanto, não era só nas minhas idas á praia que Luiz Gonzaga entrava na minha vida, toda festa de fim de ano eu me encontrava com ele novamente, pois antes desse forró moderno ocupar o som dos meus familiares, Luiz Gonzaga nos presenteava com sua música. Por isso, quando me perguntam se eu sei dançar forró eu digo: depende, é Luiz Gonzaga?

Dessa forma, o Rei do Baião sempre fez parte da minha vida e foi com grande alegria que eu descobri que o meu noivo também adorava o Luiz Gonzaga. Isso porque eu devo dizer que esse é o único ponto em comum que nós temos no quesito musical. E assim como noivo, eu gosto dos sucessos mais antigos: “A feira de Caruaru”, “Asa Branca”, “ABC do Sertão”, “Amor da minha vida”, “Assum-preto”, “Baião”, “De Fiá Pavi” (uma das preferidas do noivo), “Forró de Mané Vito”, entre outras.


No entanto, a minha preferida é “Riacho do Navio” e as pernas não ficam quietas quando escuto “Vem Morena” e “O Xote das meninas”.


Luiz Gonzaga, assim como Dominguinhos, marcou a minha infância e agora que o meu pai faleceu é inevitável ouvi-lo e não me lembrar dele.


Michele Lima
Notas de Rodapé
Um pouco de shoujo
____________
P.S.: Como bem lembrou a Ana, o noivo da Mi, agora é Marido, ela escreveu esse texto antes do casamento.

Enfim, como a Ana é cruel na forma como lembra das coisas rssrsrs #MeninaVelhaMáSanguinolenta

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fora de tempo...



Uma vez um amigo meu ao saber que eu tinha um blog me deu uma receita para bombar na blogosfera, ele me disse que o bom era sempre falar no assunto do momento na hora que ocorria. No dia que ele disse isso eu soube exatamente o que eu estaria sempre evitando de falar no blog, não digo que não seda a tentação de falar sobre os assuntos que viram noticia da noite para o dia, mas evito sim isso, até porque isso é um blog e não um jornal ora...

Mas, apesar dessa determinação não posso ignorar que esse ano é o ano do centenário de Luiz Gonzaga e me deu vontade de falar sobre os fios que me unem ao Velho Lua, filho de Januário. Uma vontade nada original visto que até escola de samba falou dele esse ano e ele também foi o tema do São João de Pernambuco sendo por isso abordado por várias Quadrilhas Juninas.

Eu, como boa nordestina, também tenho tenho minhas histórias, preferencias e tudo o mais com o velho Lua, ele é quase uma unanimidade. Eu nunca vi ninguém dizer que odeia Luiz Gonzaga, mesmo entre meus colegas de Escola Bíblica Dominical encontrei fãs dele, um dos meus amigos até biografia tinha. Então, depois de considerar isso, de repente me deu vontade de contar/registrar um pouco disso nesse blog.

O plano era fazer algumas postagens sobre elem então acabei convidando a Michele Lima, uma das pessoas mais orgulhosas de sua origem nordestina que conheço, para falar sobre Luiz Gonzaga e pedi ao Tiago do 171nalata para me emprestar a postagem que ele fez a "500 anos" sobre o Velho Lua e resolvi dedicar essa semana a Luiz Gonzaga meio fora de tempo mesmo.

Espero que haja quem curta essa homenagem meio fora de tempo. Eu curti ler os textos da Michele e do Tiago assim como curto escrever o meu.