sábado, 17 de abril de 2010

Por sugestão...

Há algum tempo, umas amigas do trabalho andaram visitando este blog.

Uma disse: "Pelo amor de Deus, vc gosta das mesmas coisas que meu filho!", obviamente ela só prestou atenção nas imagens de animes, especialmente as do meu querido e amado Naruto.

A outra disse algo mais interessante, ela falou que sentiu falta de algumas imagens do Alto Treze de Maio, que oferece uma das visões mais curiosa da Cidade do Recife.

Bem, eu gostei do comentário das duas, mas o da segunda me foi mais agradável, eu adoro sugestões, então tirei algumas fotos do Alto Treze de Maio, que aqui estão:















Essa foto me lembrou a música de Nação Zumbi que diz: "O sol nasce e ilumina as pedras evoluidas que cresceram com a força de pedreiros suicidas". Por trás das pedras evoluidas nasce as favelas onde moram os pedreiros suicidas, mas se você olhar do lado dos pedreiros quem está atras são as pedras...

















Essa faixa que começa depos dos prédios é o mar, nós não nos damos conta de como o mar está próximo de nossa cidade, o vento é constante em nossas vidas, como vai longe a influencia da maresia... é ótimo soltar os cabelos quando se está no topo do Alto e sentir o vento, ele é forte, há daí tb dá para ver o Estádio do Arruda, o quarto maior estádio particular do Mundo!!! Mas, em primeiro plano (eu acho) o que vemos é parte da subida que leva ao Alto!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Meu chodô!!!

Bem, desde os 18 anos que eu trabalho, o que não é uma coisa de outro mundo levando em conta que tem gente que perde a infância trabalhando e que eu fui trabalhar pq quiz (segundo a vontade do meu pai, eu ainda estaria sob a jurisdição dele)... Com 23 (quase 24) vejo que lá se foram cinco anos de trabalho mal remunerado, o que não é nenhuma coisa terrivelmente chocante uma vez que sou educadora.

No Brasil todos sabem que professor ganha mal, claro que não me conformo com essa situação, mas não me sinto vitíma dela uma vez que sempre soube dessa realidade e que AMO meu trabalho, desde aquele que desenvolvo com crianças de 2 anos até aquele que desenvolvo como formadora outros profissionais. Só que não é esse o chodô que quero comentar.

O fato que deu vontade de comentar, é a observação que já me acompanha por semanas é que observo que depois desse tempo de trabalho meus amigos, que começaram comigo a trabalhar, já conquistaram algumas coisas: alguns casaram com pompa, outros uma casa ou terreno popular também, ouve outros que compraram um carro popular e ainda os que se equiparam com aparelhos eletrônicos de alta tecnologia... e afinal de contas, eu me pergunto, "que diabos eu fiz com meu dinheiro?" "O que foi que construir como patrimônio para mim?"

Agora, enquanto eu concluia meus cinco minutos de estudo, me deu um estalo e eis que eu descobri qual é o meu patrimônio construido ao longo desses cinco pequenos anos de trabalho...

Eu construi uma pequena Biblioteca particular, minha biblioteca... rsrsrs... uma coisinha pequena e graciosa que se divide em três partes pela casa e que aos meus olhos é lindaaaaa... como não pensei nisso antes??? Vivo paquerando meus livros... eles são meus chodôs... meu investimento... pode parecer bobo, mas a verdade é que essa Biblioteca é meu maior bem e foi ela que eu construi nos últimos anos!

Aliás, pensando bem, ela é a realização dos meus sonhos de menina quando eu peregrinava pelas bibliotecas da escola onde estudava, de Casa Amarela e de Casa Forte!

Aliás [2], um ponto a destacar é a Biblioteca de Casa Amarela, ela é ótima, excelente mesmo, é clara, confortável, aconchegante, os funcionários não são chatos, vc pode pegar livro emprestado e o melhor é que se você estiver precisando descansar da sua própria casa pode ir para lá, pegar nem que seja um gibi e ler tranqüilamente aproveitando o silêncio que reina ao redor dela... Que saudade, tempo bom que não volta mais!!!

Mas, voltando a minha Biblioteca pessoal, ela é fofa demais, tem um pouco de tudo que eu gosto e um pouco do que não gosto também, mas que comprei por implicância ou ganhei por algum motivo... ela também é a cara de meus amigos... aiaiai... ninguém pode dizer que não construir nada... algo eu construir sim!!!

E, tal como os rapazes fotografam seus carros e colam em orkuts e afins, as noivas seus casamentos e algumas pessoas exibem seus acessórios altamente tecnológicos eu me dou ao direito de colar aqui as fotos de minha pequena, porém em estado de crescimento, biblioteca... e claro que com isso tenho o intuito de provar a mim mesma que não desperdicei dinheiro, apenas tinha um objetivo diferente dos que a maioria dos meus amigos tinham... E sonho é sonho, cada um tem o seu, eu acho, e cada um se esforça para torna-lo realidade... isso é o que importa... eu acho!

Parte 1: Livros, que já foram usados e vez ou outra gosto de ler...










Parte 2: Livros que estão sendo usados agora...








Parte 3: Livros que não estão sendo usados no momento...









Parte 4: A parte menos intelectualizada, esses livros eram para ser descartáveis, lidos e trocados, mas quem disse que tenho coragem de me desfazer deles...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Um dia ensina a outro dia e uma noite revela conhecimento a outra noite...


Onten foi um dia terrivel, mas nada como um dia após o outro... dias ruins podem até deixar sua marca, mas decididamente vão da mesma forma com que vieram, meio que do nada... graças a Deus meu dia ruim deu lugar a um dia tranquilo e enquanto eu estava no meu trabalho, ainda um tanto preocupada, lembrei do Salmo 19, o meu Salmo preferido, um Salmo que me parece bastante adequado para pessoas como eu.

Deixo então alguns versículos desse Salmo que em momentos de ansiedade costuma me consolar, há, também deixo devo admitir o quanto esse espaço ajuda a desabafar sem perder o prumo e agradeço a Elaine pela palavra doce de compreensão que sempre é muitoooo bem vinda nesses momentos chuvosos...


SALMOS 19:

"Os ceús manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos,
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite." (vers. 1)

"A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e da sabedoria aos simplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos." (vers.: 7,8)

"Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Também da sorbeba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim... sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, rocha minha e libertador meu." ( vers.: 12,14)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dias difíceis!!!
























Todos os dias são difíceis e em geral a vida não é fácil para ninguém, há até quem diga que "a vida só é dura para quem é mole", mas sempre existem aqueles dias que são tão piores que os outros...

Hoje foi o meu dia tão pior, estou exausta!!!

Estou cansada de tantas preocupações, a vida me preocupa e essa preocupação constante me cansa!

Minha irmã costuma dizer que eu já nasci preocupada, geralmente quando ela diz isso eu tenho vontade de dizer a ela que eu não nasci preocupada, ela é que inaugurou minhas preocupações ao nasce... mas eu não sei se isso é verdade, eu lembro que antes que ela nascesse eu já me preocupava com algumas coisas... rsrsrsrs... Preocupação e agunia parecem rotina na minha vida!!!

Gostaria de me desprender de tudo e curtir, largar os pesos pelo caminho... porém, largar não está em mim... Então me conformo em desabafar meu estado de preocupação no meu pequeno diário e me agarrar a minha sombrinha particular e me proteger dessa chuva... o sol vai voltar logo...

Alice no País das Maravilhas


Pois é, eu também li esse livro... Ooooh, como essa história está na moda muitas outras pessoas também devem está lendo e como é um clássico da literatura universal tantas outras devem ter lido em momentos anteriores, logo eu serei apenas mais uma a dizer de uma forma ou de outra que essa história é excelente.

Alice em sua caminhada para o país das maravilhas atrá de seu coelho branco nos conduz em uma aventura um tanto maluca, mas decididamente instigante, entre minha infância e adolescência li esse livros umas cinco vezes (e olha que eu era o tipo que lia livros emprestados da biblioteca) e ainda acho que foram poucas vezes e que não entendi tudo o que a história conta, lembro que foi uma leitura que ninguém me indicou eu apenas me encantei com o a capa do livro (essa que está ai em cima) e com as primeiras linhas da história e no final das contas me deparei com um livro é fantastico que me despertou pela primeira vontade de aprender outra língua para poder ter acesso a um livro em sua língua original (uma vontade que ainda não transformei em realidade por preguiça ou falta de tempo...).

Decididamente essa é uma a história que merece ser lida e relida, contada e recontada, comentada e recomentada e sem dúvida vez ou outra se torna a melhor forma de falar a respeito de algo importante, o que me faz lembrar de algo que recentemente um amigo me falou a respeito da eterna busca humana pela verdade, algo semelhante a jornada de Alice atrás do coelho branco, uma busca na qual é boa idéia fazer tal como Alice e seguir o coelho branco, sem deixar de eventualmente parar e tomar um chá com um chapeleiro maluco.

Na verdade desde o Natal de 2008 e o inicio de 2009 que eu penso em escrever algo sobre essa história, foi que uma amiga me perguntou o que eu queria ganhar de presente de aniversário e eu falei nesse livro, mas coisas aconteceram e mesmo ela sendo uma boa amiga acabou que fiquei sem o presente rsrsrsrsrs... que tristeza imensa rsrsrs... hoje me deparei com a promoção do Fio de Ariadne, um dos blogs que acompanho... e decidi que já era hora de transformar minha experiência com esse livro no tradicional amontoado incompleto de palavras que são minhas postagens.

E a proposito das aventuras de Alice, não posso ou quero esquecer de deixar aqui um dos textos mais lindos com o qual me deparei nos descaminhos da net, é um texto de Paulo Mendes Campos, um texto belissimo diga-se de passagem, que ai vai.

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Para Maria da Graça


Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.

Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.

A realidade, Maria, é louca.

Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?”

Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é o lugar – comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.

A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria têm de ser grave.

A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: “Oh, I beg your pardon!” Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gosta de gatos, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: “Gostarias de gatos se fosses eu?”

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! mas quem ganhou ?” É bobice Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste.

Disse o ratinho: “Minha história é longa e triste!” Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: “Minha vida daria um romance”. Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: “Minha vida daria um romance!” Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.

Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: “Devo estar diminuindo de novo”. Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.

E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinicerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor.

Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: “Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas”.

Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.

CAMPOS, Paulo Mendes. Para Maria da Graça in Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1979.