sexta-feira, 12 de março de 2010

Cantares cap. 8, vers. 6

"Poe-me como selo sobre o teu coração,
como selo sobre o teu braço,
porque o amor é forte como a morte,
e duro como a sepultura o ciúmes;
as suas brasas são brasas de fogo..."

segunda-feira, 8 de março de 2010

Chico Science: Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu!!!


Ah, que para mim Chico Science é o cara... Achei essa desenho entre os arquivos da da TCPQZ (me pergunto até hoje que diabos significa TCPQZ, me parece um segredo que essas pestes vão levar para o túmulo)... ou seja, os arquivos dos meus irmãos, um consanguineo e um de coração, não sei ao certo qual deles desenhou, mas sei que ambos compartilham uma paixão latente pela música produzida por esse homem genial que foi o Chico.

Meus irmãos me ensinaram a amar a música do mangueboy, maloquero e intelectualmente inquieto que misturou sons, temas, formas e cores para cantar o mundo que o cercava, que nesse caso foi o Recife, nossa história, nossa geografia, nossos problemas sociais entre outros temas.

E já que ultimamente ando falando muito sobre os desenhos não tão famosos do Recife, nada mais adequado que uma das músicas que mais gosto de Nação Zumbi para fechar esse ciclo...

Ah, gosto dessa música especialmente por esses versos: "Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu/ Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu/ Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu" É bem esse o espírito de quem tenta navegar pelos mares da educação em qualquer lugar do mundo: fazer uma embolada que permita aos nossos educandos saírem da lama para enfrentarem os urubus, mostrando que não somos vitimas de uma carnificina, mas sim sobreviventes, não somos carne morta e sim espíritos vivos prontos para mais uma batalha e mais outra e quantas foram necessárias...

A Cidade
Nação Zumbi
Composição: Chico Science

O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metros
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce

A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce

Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu

Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu

Num dia de sol Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce

Imagem disponível AQUI! .

sábado, 6 de março de 2010

Sobre a cidade que eu conheço...

Eu não sei se acontece em todas as cidade do Brasil o que acontece em Recife, mas aqui quem mora nos subúrbios quando pretende ir ao centro da cidade, que aqui é o lugar do comércio, sempre diz: "Vou na cidade".

É consenso entre as pessoas que a cidade é o centro e o centro é a cidade, assim quando eu digo vou a cidade, estou dizendo que vou ao centro comercial, que diga-se de passagem é um lugar agitado, quente como o purgatório, barulhento e onde geralmente as pessoas não vivem apenas trabalham... com raras exceções... De dia o centro é o lugar do comercio a noite é o lugar dos ladrões, dos boêmios, daqueles que vagam pela cidade deserta em busca das diversões que a noite oferece! Para a maior parte dos que trabalham durante o dia, a noite a "cidade" é um lugar ameaçador e estranho e eu desconfio que isso seja mais ou menos assim em todas as cidades.

Mas, a questão não é essa... a questão é que a cidade que eu conheço realmente não é essa para onde a gente geralmente vai diariamente quando trabalha no comercio e vez ou outra quando precisa comprar algo, a cidade do Recife que eu conheço é a que nasceu nos lugares elevados do Recife, terrenos de antigos engenhos que na década de 50 do século XX foram ocupados pela população mais carente que foi sistematicamente expulsa do "centro da cidade" por um processo modernizador e por retirantes vindo do interior de Pernambuco e de outros estados próximos, como a Paraíba, por exemplo.

A outra cidade, a das pontes, casarios antigos, casas comerciais, museus, igrejas antigas, praias lindas, arranha céus gigantes, praças e derivados, claro, isso é Recife, mas Recife não é apenas isso.

Recife também é feita de seus morros, suas escadarias, suas ruas tortuosas, que parecem os braços de um polvo ou um rio que passa entre as casas, e isso também tem sua beleza... pq pessoas sobrevivendo dentro do improvável sempre é algo belo.

Outro dia uma de minhas amigas, uma professora primária, resolveu fazer um trabalho com seus alunos sobre a cidade do Recife e suas paisagens, só que ela não queria as paisagens comuns de cartões postais, ela queria algo com o qual seus alunos pudessem se identificar. Na verdade ela queria que os alunos e alunas dela entendessem que a casa deles também fazia parte da cidade, que o bairro deles também era parte do Recife, que o seu bairro tinha história e merecia ser bem cuidado e derivados, com isso ela queria trabalhar várias questões além de história, ela queria levar as crianças se valorizarem enquanto sujeitos e valorizarem também seu bairro (Eu sei, minha amiga é d+++!!!)

Eu me apaixonei pela idéia dela, claro, e lá fomos nós em busca dessas imagens no Google, como nós fomos inocentes... é claro que o Google não tinha imagens dessa cidade do Recife... então nós resolvemos fotografar nós mesmas algumas paisagens, eu mesma fotografei a partir da varanda da minha casa, da escadaria onde moro e também do Alto Treze de Maio, uma experiência legal, decidi fazer essa postagem com algumas dessas imagens e ir nos próximos dias colocando algumas outras, porque estou com medo de perder esse documentos nas sucessivas formatações e reformatassões do meu pc, que diga-se de passagem deve está em seus últimos dias, pobre criança atormentada por três irmãos impacientes e altamente dependentes dele para suas obrigações escolares, o que aliás me faz pensar se não seria boa idéia colocar nele algumas outras coisas que não quero perder...

Meu Deus... desse geito o blog vai passar de diario virtual a arquivo virtual de minha bobagens e afins... mas, o que é um diario senão um arquivo de bobagens e afins??

Ah, é bom lembrar, ou relembrar, que eu não tenho nada de fotografa... sou altamente sem noção para essas coisas, mas esse exercício é bom, acho até que vou tirar novas fotos e ir colocando por aqui, gostei dessa idéia!!!

Foto 1:



Gostei dessa pq nela aparece bem o traçado das escadarias, suas curvas, cada escadaria se conecta em algum ponto com outra escadaria, todas sempre dão em um alto que tem outras tantas escadarias, tudo junto é um verdadeiro labirinto, quem nasceu e cresceu aqui entende facilmente esses labirintos, quem nunca chegou aqui quando se ver dentro desses becos se sente perdido.

Foto 2:



Diretamente do teto da casa do meu visinho... é engraçado como as casas cobrem o morro totalmente formando o que a gente chama de Burity, um morro que virou bairro e que tem nome de fruta...

Engraçado também que todas as fotos de diferentes morros parecem iguais, mas não são iguais e os alunos compreendem isso perfeitamente, até mesmo aqui em casa quando passo as fotos para o pc e meus visinhos pequenos ficam em torno, como eles reconhecem as casas de seus amigos, os pontos de referencia, lembram histórias que ocorreram em determinado local... realmente... eu gostei dessa idéia de utilizar fotos do bairro para trabalhar com história da cidade.

Foto 3:



Gosto dessa foto pq ela mostra a rua principal do meu bairro Nova Descoberta, eu sempre tenho a impressão que essa rua é como um grande rio caudaloso, as escadarias são pequenos riozinhos, as águas são as pessoas... para que mar essas pessoas vão a partir do rio é uma questão que eu já não sei dizer...

Foto 4:



O bairro de Casa Amarela, alguns de seus prédios mais recentes e tantos outros bairros cujo nome eu ignoro...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Fullmetal Alchemist

Nos último tempos eu não vinha assistindo nenhum anime, estava com vontade de ver Inuyasha Kanketsu-hen, já que amo esse fofo que é o Inuyasha e me identifico com o gênio terrivel da Kagome (só me falta o corpo em forma dela e um Inuyasha na minha vida rsrsrs)...

Mas, na contra-mão de meus desejos acabei começando a ver Fullmetal Alchemist, os irmãos Edward e Alphonse Elric até aqui estão se revelando um par muito fofo, kawaii...

E, um episódio por dia, vagarosamente, vou descobrindo o que mais essa história reserva para mim, algo melhor que a novela das oito certamente será, e diga-se de passagem, um episódio de anime é muito mais curto que um episódio de novela!!!



P.S: Assim que tiver mais tempo, e uma internet mais decente,verei Inuyasha Kanketsu-hen"

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Um trecho do livro "A Insustentável leveza do ser" de Milan Kundera

"... na verdade, será atroz o peso e bela a leveza?

O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo, a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.

Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.

Então, o que escolher? O peso ou a leveza?

... o que é positivo, o peso ou a leveza?

... Uma coisa é certa. A contradição pesado-leve é a mais misteriosa e a mais ambígua de todas as contradições."