domingo, 15 de março de 2015

Para Sir Terry Pratchett

"Sir Terry Pratchett,

Obrigador ter sido meu autor favorito durante todo esse espaço de tempo confuso entre meus 20 anos e os 30. Por ter me feito sorrir aquele sorriso da cumplicidade. Todos dizem que eu não sei brincar, mas ler seus livros para mim é uma brincadeira deliciosa.

Obrigada por me fornecer uma forma inusitada, sarcástica, acida e ao mesmo tempo humorada de ver o mundo.

Obrigada pelo "Mundo do Disco", Discworld. Pela versão mais avacalhada, mordaz e inteligente do Apocalipse de "Belas e Precisas Maldições". Pelas melhores bruxas já inventadas! Sempre achei o senhor um grande feminista ;) ! Estou sempre tentando seguir os conselhos de Vovó Cera do Tempo, gostaria de ser mais como a Tia Ogg, mas sou muito Magrete, ainda tentando descobrir "o que é real, o que não é real e qual a diferença".

Obrigada, por ter sido, e ser, através de seus livros, um companheiro nos meus sofríveis passos no quase insuportável mundo dos adultos.

Tem sido um prazer conhecer um autor tão maravilhoso assim! Costumo indicar a meus amigos e alunos os seus livros, muitas vezes inicio minhas aulas com uma frase sua, meus alunos costumam saudar meu "excelente humor matutino" com "liricas" exclamações de "Quanto otimismo professora!", mas eu não ligo, afinal, é certo:

"Se você confiar em si mesma...
– ... e acreditar nos seus sonhos...
– ... e seguir a sua estrela...
– –... ainda assim vai ser derrotada por pessoas que gastaram o tempo delas dando duro, aprendendo coisas e que não foram tão preguiçosas."

É claro que...
"As estrelas não estão nem aí pro que você deseja, a magia não torna as coisas melhores e ninguém deixa de se queimar quando põe a mão no fogo. Se você quiser chegar a algum lugar... tem que aprender três coisas. O que é real, o que não é real e qual a diferença."
E não se deve esquecer: 

"A luz acha que viaja mais rápido que tudo, mas está errada. Não importa quão rápido a luz viaje, a escuridão sempre chega antes e está a sua espera."


No 12 de Março, quando cheguei em casa, como de costume, me vi na frente do computador para contemplar as novidades do mundo. Foi nesse momento que recebi a noticia do falecimento de Terry Pratchett. Naquele momento preferi não dizer nada, mas olhando em retrospecto, ele tem sido meu autor favorito pelos últimos 10 anos. Não sou de escrever cartas a meus autores, mas não posso deixar de registrar minha gratidão pelo seu trabalho.

Pratchett escreveu mais de 70 livros, vendeu mais de 85 milhões de exemplares em todo o mundo.
Foi diagnosticado em 2007 com Alzheimer, o que não o impediu de continuar escrevendo. Ele defendia a pratica da eutanásia e em nota oficial foi dito: "Terry morreu em casa, com o gato dormindo em sua cama e cercado pela família, no dia 12 de março de 2015"

Me sinto quase criminosa por está triste, foi feita a sua vontade e definitivamente me afligia a ideia de uma mente tão incrível definhar até o limite do senilidade, porém não sei como evitar a melancolia, há mais um espaço vazio nesse mundo, eu já sinto saudades!

Enfim, acho vou imitar os estudiosos da Literatura, ter uma crise de otimismo e guardar no coração a ideia de que autores geniais, através de seus livros, encontram uma forma de eternidade.



6 comentários:

  1. EEEEEEEEEEEEEI!!!
    Eu sou um estudante de Literatura e este finzinho é ofensivo!!

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    1. Não tanto quanto dizer que a produção dos historiadores feita a partir de criteriosa pesquisa documental "é só um tipo de literatura". No mais, também te amo Rafa, com chatice e tudo, diga-se de passagem!

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  2. Teve um vidão e uma morte aparentemente tranquila.

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  3. Eu não li os livros dele , mas já me identifiquei com magrete kkkk
    linda homenagem Jaci, muito merecida, beijos!

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  4. Bela homenagem e percebo como o leitor toma "posse" das palavras e da vida de quem nos encanta.

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  5. Acho que essa é a homenagem mais linda que já li para alguem. Nao conhecia esse autor, mas agora fiquei curiosa para ler um livro dele.

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