Quando a @Sybylla_ do Momentum Saga propôs a ideia de blogar a respeito dos "Livros que marcaram a infância" eu abracei de cara. Sim, eu sei que esse blog anda um pouquinho monocromático em relação a temáticas e eu tenho falado demais de livros... livros... livros... Mas gente, eu gosto tanto de falar de minhas leituras que não cair na tentação é impossível.
Enfim, a primeira grande marca literária de minha infância foi causada pela Bíblia, talvez por isso eu seja tão fascinada por literatura fantástica. Ela foi meu primeiro livro de leitura, claro a interpretação e acesso ao texto bíblico era mediada por uma versão infantil com linguagem mais acessível e pela presença de Voinho. Seu Pedro foi um avô carinhoso e excelente contador de histórias.
Para adultos, cujo pensamento é muito arraigado a logica e possuem uma cota de magoas significativas com os cristãos, a Bíblia pode não ter fascínio nenhum, mas para crianças o Velho Testamento tem seu charme. Ali encontramos um mundo criado em seis dias, Dilúvio, Torre de Babel, Jacó, José, Rebeca, crianças resgatadas do Nilo, pragas, nuvens de fogo, água fluindo da rocha, pão brotando da areia, pastor de ovelhas vencendo urso, leão e gigante para virar Rei. Talvez Davi tenha sido meu primeiro amor e decepção literária gritante, digo talvez pois mesmo agora não me sinto a vontade para admitir o meu amor infantil por ele. Demorei anos para perdoa-lo, minhas questões com ele eram capazes de azeda as pregações mais eloquentes kkkk
E bem, fora a Bíblia minha família não me colocava diretamente em contato com outros textos literários. Eu mesma costumava me colocar em contanto com os livros didáticos do meu tio. Livros didáticos de português são especialmente rico em diversos tipos de texto. E além disso eu dei a sorte de encontrar logo na primeira série a "Tia Shelly", quanto mais penso nela mais percebo o quanto ela era genialmente maluca. Tia Shelly falava sobre a necessidade das mulheres terem independência financeira com crianças de sete a oito anos, gritava muito e pedia desculpas por gritar muito, era meio barraqueira, fazia jogos de leitura e costumava nos levar para a biblioteca da escola nas sextas-feiras com permissão para levar 1 livro para casa, na próxima sexta nós devolvíamos e assim ia.
Foi graças a Tia Shelly que mergulhei no maravilhoso mundo de Hans Christian Andersen, Perraulte, Irmãos Grimm. Pois é, realidade não era o meu forte mesmo. Meu negocio era o mundo da fantasia. De todos os autores infantis o meu preferido sempre foi e continua sendo o Andersen. Chorei, sorrir e refleti com os textos dele! Amo a "Pequena Sereia" e seu amor resiliente e generoso, me inspiro no "Patinho Feio" para superar adversidades, me revolto com a continuidade da existência da "Pequena Vendedora de fósforos" em noites de Natal, me apaixono pelo "Soldadinho de Chumbo" e "O sino" continua sendo minha história favorita. Basta ouvir o sino da igreja tocando as seis horas que eu lembro e não consigo deixar de sorrir e ficar melancólica.
Depois da colaboração da Tia Shelly, eu contei com a ajuda da minha tia Neide, irmã da minha mãe que me presenteou com duas edições de compilações de contos infantis das "Mil e Uma Noites" e dos Irmãos Grimm tão amada que não sobreviveu a minha infancia.
Também contei com a ajuda básica da minha vizinhança para manter meu habito de ler. Aqui em Nova Descoberta privacidade é algo que não existe, todo mundo sabe que amo ler, e quando o patrão de minha vizinha deu a ela um bom acervo de livros dos filhos dele ela me emprestou e com a ajuda de Glauce conheci a mala sem alça do Monteiro Lobato, Ivanhoé,amoooo demais, e Simbad, eu ainda quero ser Simbad.
Também contei com a ajuda básica da minha vizinhança para manter meu habito de ler. Aqui em Nova Descoberta privacidade é algo que não existe, todo mundo sabe que amo ler, e quando o patrão de minha vizinha deu a ela um bom acervo de livros dos filhos dele ela me emprestou e com a ajuda de Glauce conheci a mala sem alça do Monteiro Lobato, Ivanhoé,
Apesar de não morrer de amores por Lobato e odiar a Emília sobre todas as coisas, "Saci" e "Os 12 trabalhos de Hércules" foram leitura importantes para minha pessoa. Eu amo o Saci e Mitologia Grega e Monteiro Lobato foi brilhante ao transformar todas as histórias de Saci que ele conhecia nesse conto infantil, me introduziu no universo da mitologia grega, tão caro a mim, e eu amo o Visconde até hoje.
Ah, não posso deixar de citar "Ulisses entre o amor e a morte" do O. G. Rego de Carvalho. Esse livro fala de memórias de infância e adolescência em uma prosa poética emocionante, não é um livro infantil, embora fale de infância. Eu tinha nove anos quando roubei ele da bolsa de trabalho do meu pai, naquela época ele fazia a linha "Recife - São Luiz do Maranhão", alguém presenteou ele com o livro, meti corretivo na dedicatória, assinei meu nome e ele se tornou meu melhor amigo por anos.
Já disse que não fui uma criança cuidadosa? |
Fica também a menção honrosa ao belíssimo "Entre a Espada e a Rosa" da Marina Colasanti, conheci esse livro na biblioteca da segunda escola na qual estudei, essa biblioteca nem existe mais, porém continua sendo meu lugar preferido no mundo o lugar no qual fui mais feliz. Ano passado reencontrei esse livro e quando volto a ler suas histórias é como se eu estivesse novamente nesse lugar de paz e luz do sol no qual eu consigo respirar.
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Esse post pertence a Blogagem Coletiva "Livros que marcaram a minha infância" proposta pelo Momentum Saga outros posts podem ser encontrados nesse link
Fran, Sybila, desculpem o atraso na postagem, eu passei o dia todo selecionando mentalmente as coisas que iria escrever, o post ficou enorme, eu sou prolixa, o texto deve está repleto de erros, depois revisarei tudo e linkarei todos os posts :)
eu adoro essa blogagem. não vou participar pq já fiz um post em 2008. eu tb participo muito pouco de blogagens coletivas, só qd o assunto tem a ver com o meu blog. eu amei soprinho e do lobato, reinações de narizinho. adorei a postagem. beijos, pedrita http://mataharie007.blogspot.com.br/search?q=Livros+inf%C3%A2ncia
ResponderExcluirA-ha! Você também entrou nessa de resgatar livros da infância! Acei linda a capa desse "A espada e a rosa" depois vc tem que me contar sobre o que é. Sabe, bateu vontade de participar dessa blogagem, mas também tô cheia de preguiça de postar no blog.
ResponderExcluirNão quero ganhar uma fama pior do que a que eu já tenho, mas eu ri muito com essa frase: "Enfim, a primeira grande marca literária de minha infância foi causada pela Bíblia, talvez por isso eu seja tão fascinada por literatura fantástica". Quanta acidez!
ResponderExcluirE acho incrível o fato de que, por mais que em casa nos incentivem a ler, sempre existe uma figura na escola que nos dá aquele incentivo e que guardamos com carinho, não tenho bem certeza se professores que não os do primário entendem a importância do incentivo à leitura, e isso vai além daquela coisa do "olha, vocês vão ter que ler Machado de Assis, resumir e apresentar seminário", porque, convenhamos, isso não incentiva ninguém.
Adorei o post, você é uma contadora de história nata. Não tem jeito. Dois abraços ;) e obrigado pelo convite.
Eu tive DUAS Bíblias em versão infantil, rsrsrs, só lembrei disso depois de ler seu texto. Uma era bemmmm resumida, praticamente só desenhos, a outra tinha um pouco mais de texto. Acho que ainda tenho a primeira, só não sei por onde anda (meu quarto tem uns buracos negros onde minhas coisas somem e depois aparecem quando bem entendem). Eu achava muito bobinha a forma em que essas versões contavam as histórias bíblicas, por ter crescido dentro na Igreja Católica, entre missas e encontros pastorais, eu sabia que havia mais sangue, morte e violência retratada na Bíblia dos "adultos" do que na minha Bíblia de criança. Sempre curti muito o João Batista, revolucionário, largou tudo por um ideal, e não retrocedeu mesmo diante da ameça de morte. Odiava Abrãao com aquele lance de quase matar seu filho Isaque, rsrsrs.
ResponderExcluirEu NUNCA li Monteiro Lobato, nem quando criança, nem já adulta, nunca tive vontade. Mas uma vez para a aula de português a gente teve que ler um fragmento de história do Sítio do Pica-Pau Amarelo e fazer uma maquete, sem modéstia, minha maquete ficou foda! rsrsrs ganhei a nota máxima e um ponto extra pela qualidade do meu trabalho (eu estava na 6ª série, atual 7ºano).
Adorei seu texto! =)
Beijão flor!
Fran
A proposta da Sybilla foi ótima. Preciso puxar na memória os livros que marcaram minha infância, porque antes de tudo me vem sempre à mente as histórias em quadrinhos. Lembro de títulos como Pollyanna ou livros da Série Vaga-lume.
ResponderExcluirBeijos!
Minha infância foi marca pel'A Ilha Perdida, de Maria José Dupré. Pena que não fui cuidadoso e perdi o volume que li.
ResponderExcluirOi, Pandora!
ResponderExcluirA Bíblia também fez parte da minha infância - a minha família sempre foi muito religiosa, mas depois me distanciei da "igreja" apesar de ter mantido a minha religiosidade e foi à partir disso que pude estudar a bíblia sem os apegos da igreja. Por sinal, citei no post da minha participação, um trecho de um texto de Frei Betto que tem tudo a ver com o que você escreveu sobre crianças e a bíblia.
Em comum, apenas Hans Christian Andersen e Monteiro Lobato :( Já li algumas crônicas da Marina Colasanti, mas nunca nenhum livro.
E a Tia Shelly estava certa... rs.
Beijus,
Gente, não podia faltar o post da Pandora!
ResponderExcluirAcho que muitas crianças começam a leitura, ainda que rudimentar, com essa versão da bíblia para crianças. Acho a linguagem da bíblia muito inacessível para as crianças, essa é uma maneira muito bacana de incentivar à leitura.
Não se preocupe com a capa do livro, eu mesma tinha uns capengando! rs
Muito bom seu post, Pandora! Teremos mais blogagens, então prepare-se!
BEJAS! =*
Eu vi um Belas Maldições naquela estante...
ResponderExcluirkkk Rá! O melhor autor do mundo na atualidade escreveu esse livro sabia?!? Terry Pratchett <3
ExcluirVocê não imagina o quanto despertou minha mem'oria, já que não guardei nenhum livro daquela época!
ResponderExcluirBeijo
Olá, querida Pandora
ResponderExcluirNada como guardar boas lembranças da fase infantil com boas leituras que tivemos a graça de ter tido...
Bjm fraterno
Vou revirar o baú da memória e tentar achar os meus livros. Foram muitos, vivi em uma casa cheinha de livros e vai ser gostoso lembrar um pouco deles.
ResponderExcluirEstou louca para participar dessa blogagem coletiva, vi la na Luma. Mas acreditas que ainda não tive tempo para parar e escrever. Eu tinha uma biblia dessas quando criança também. Adorava ler! Adorava as histórias do velho testamento. E que tias boas que vc tem! Que com certeza fizeram um bem danado a você! Bom demais ler e amar ler!!!
ResponderExcluirBeijos
Adriana
Ai como é bom viver essa nostalgia com todos os blogueiros que participaram! Eu também era muito ligada na fantasia, mas como o ser "overthinker" que sou, gostava também das histórias reais e contemporâneas. Vou cometer uma heresia aqui: não curto Lobato e, tirando o Curupira, acho o folclore brasileiro chato #prontofalei então essas histórias nunca me interessaram muito.
ResponderExcluirAi Pandinha, eu fiquei de fazer a blogagem, mas eu esqueci kkkkkkkkk O mais interessante Pandinha é que nenhum dos livros citados por vc marcaram minha infância! rsrsrsrs Eeu concordo com o Luciano, eu chorei de rir quando vc disse: Enfim, a primeira grande marca literária de minha infância foi causada pela Bíblia, talvez por isso eu seja tão fascinada por literatura fantástica kkkkkkkkkk
ResponderExcluirBjs, Mi
Jaci, eu realmente adoro ler seus posts sobre livros porque são tão empolgantes e emocionados. Dá pra sentir na gente esse seu amor, mergulhar no mundo de saudades da sua infância e abraçar a criança Pandora.
ResponderExcluirEscreva mais e mais sobre livros.
Um grande abraço.
Sacudindo Palavras
Jaci!!!
ResponderExcluirOs livros que mais marcaram a minha infância foram os da coleção vaga-lume...
Sério!!! Eu li muitos deles...
Hehehe...
Adorei o post...
Principalmente por conhecer um pouquinho mais de ti...
Bjo, bjo!!!