domingo, 13 de setembro de 2015

Ensino de história, alunos, docência e fracassos pedagógicos...

Nesse momento deveria está planejando as aulas de amanhã, mas acabei de corrigir umas provas, quase tive um ataque cardíaco de tanta raiva.

Precisei parar...

Fui botar meu almoço de amanhã no fogo, porque cozinhar me relaxa e agora preciso pensar.

Penso melhor quando escrevo, então estou aqui tentando avaliar o tamanho do estrago e o que fazer com ele.

Não tenho problemas com todas as minhas turmas. Na verdade esse ano está sendo um balsamo para as feridas do ano passado. Mudei totalmente minhas estratégicas didáticas com os sextos anos e vejo dia após dia o quanto eles facilmente se envolvem no conteúdo desde os nossos primeiros momentos.

A despeito das urgências tecnológicas, tenho usado muito com meus alunos do sexto ano objetos concretos, fotos palpáveis, livros, narrativas mitológicas, mapas, rodas de conversa, contação de história. Os resultados não podiam ser melhores! Eles viajam, exploram os documentos, boa parte dos alunos fazem analises interessantes, quando não chamam atenção para detalhes que até hoje tinham passados despercebidos a mim.

Me pego e me peguei muitas vezes me aprofundando nos meus próprios estudos da Antiguidade Ocidental e explorando a Oriental devido a debates nascidos nesses sextos anos. É uma delicia trabalhar com eles, está com eles. Aliás, esse fim de semana me peguei vendo um filme indicado por uma das minhas alunas do sexto ano.

"Mr. Peabody & Sherman" é uma interessante aventura pelo passado. Não cheguei a vê no cinema, adorei ter visto. Adorei mais ainda ter visto por indicação de uma aluna.

A Educação Infantil também não tem me oferecido desafios além da conta. Na verdade, percebo cada vez mais que a "Educação Infantil" como um lugar de conforto. Apesar de exigir muita transpiração, movimento e força, cumpri sua rotina se tornou algo fluido e intuitivo. Está com as crianças é exaustivo e trabalhoso, mas também prazeroso e reconfortante. Me sinto em equilíbrio comigo mesma quando vejo mais uma tarde indo embora.

Não contém a ninguém, mas tenho pensado muito na possibilidade de uma nova graduação em pedagogia focada em estudos voltado totalmente para a educação infantil. Me digam o que vocês acham! Sejam sinceros: é uma boa ideia, ou é loucura?

Meu desafio é esse sétimo ano! Fico me perguntando o que fazer e não chego a uma resposta satisfatória. Troco a didática e piora! Queria envolve-los, o conteúdo do sétimo ano é tão bom! Mas, só para citar um exemplos, se levo um livro de arte com obras de Leonardo da Vinci para debater o Renascimento, alguém jocosamente pergunta: "Professora, quando a aula vai começa?". Vou corrigir os livros... Oh Deus, parece que eu sou a única pessoa que costuma abri-los... Tem livro com cheiro de novo em SETEMBRO! Chamo os pais e mães dos mais negligentes, eles confessam não saber o que fazer. Depois do resultado de hoje penso seriamente em dar um esporro neles amanhã! Mas, se esporro resolvesse, bem, essa avaliação não teria sido um fracasso!

Também não me conformo com o fracasso, me RECUSO! Não gastei quase uma década da minha vida aprendendo história para ser facilmente vencida.

Estou aqui respirando fundo, olhando para meus livros, as avaliações empilhadas, minha inseparável caneca de café... O tempo de cozimento da se encerrou... Acho que vou voltar aos planos de aulas!

11 comentários:

  1. eu vi um filme agora com dois meninos nessa fase adolescente. eles acabam precisando viver por eles mesmos e as lógicas são lógicas, mas muitas vezes incomodam muito. é um filme e tanto pra pensar. marcas de guerra, um filme húngaro sobre dois gêmeos. beijos, pedrita

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  2. Sei bem dessa frustração que sentes com essa turma.São adolescentes e naquela fase de donos das verdades, das deles,rs... Neno está na 7 série por aqui.Adora estudar, vai tri bem, mas fico sabendo de cada uma! Incrível. pra te aliviar: Uma professora de alemão se dispõe, dá aulas sem nada cobrar à tarde, depois das aulas.Neno adora e aproveita. Sabe o que muitos fazem? ( Importante saber que não é obrigatória, vai quem quer aprender mais!) Vão pro clube que fica em frente ao colégio ou, se nas aulas aparecem, ficam bagunçando apenas. Eu morreria de raiva se fosse ela. Assim, te conforma.Não é apenas contigo! São os aborrecentes(alguns!!!)... bjs, chica

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  3. Difícil nossa profissão! Entendo quando vc tenta mudar suas aulas e também me pego nessa dúvida, o que fazer com esses alunos. Se descobrir me conta... Beijo e força na peruca!!

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  4. Olha, sei bem o que vc está passando. Fui professora de Matemática e Fisica durante alguns anos e tinha essa mesma sensação de desespero! Me cansava e as vezes me desmotivava total. Levava filmes, jogos e eles nada... Um saco isso. Mas respire fundo e paciência!
    Beijos
    Adriana

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  5. Amiga,
    Já tentou envolver os jovens numa batalha histórica??? valendo nota? Tipo gincana com conteúdos da matéria? Eu acho que pode funcionar. Até porque jovens nessa idade é muito competitivo e valendo nota pode ser uma boa aposta.
    Não sou educadora, mas já vi muita gente ganhar os seus alunos assim... Promova um campeonato, algo que movimente sua turma. Esse povo só quer saber de joguinhos, internet, redes sociais... etc.

    Boa sorte! Não desanime!
    Abraços,
    Drica.

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  6. A vontade de "chutar o balde" é enorme pois ao invés do fracasso ser deles parece que é somente da professora. E como o fracasso pode pesar nos nossos ombros...

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  7. Acho lindo vc querer fazer pedagogia! Eu queria fazer mestrado profissional nessa área (desejos recém descobertos rss) tô aprendendo que é um caminho muito iluminado estar com as crianças. Espero que vc descubra como lidar com o sétimo ano pq vou precisar ler o post sobre sua conclusão kkk Beijos!

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  8. Como eu abandonei a educação infantil, não sou a pessoa indicada para lher dar um conselho a esse respeito! Talvez eu lhe dissesse vá namorar, passear curtir. Bem... desconsidere meu desapreço por essa carreira tão linda, tão descuidada e que merece pessoas dedicadas como você.
    Esforce-se por ouvir teu coração. Beijo!

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  9. Também sou professor e sei bem como é difícil envolver uma turma que está com "dificuldades". Se você já mudou a forma de abordar o conteúdo e nada se alterou, talvez eles não queiram mesmo ter acesso a determinadas informações ou esse conteúdo é desinteressante para eles. É complicadíssimo.
    Boa sorte com o seu sétimo ano.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de setembro. Serão dois vencedores.

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  10. Que problemão. Sou filha de professora e meio que consigo entender o que se passas. Claro, cada caso é um caso. Espero que você consiga achar uma solução para esse sétimo ano. até

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  11. Olá Pandora, agora que vi esta postagem aqui... O mês de setembro eu andei meio distante dos outros blogs que acompanho pois estive muito ocupado lá no Verdades de um Ser. Por falar nisso, falta você ir lá dizer qual o presente que você escolhe viu?
    Sobre a postagem, é muito ruim essa sensação. Lembro bem quando acontecia comigo. Um sentimento de impotência, de incapacidade... Mas parece que você sabe lidar muito bem com tudo.
    Essa idéia de um novo curso eu acho excelente mas, sou meio suspeito pra falar. Afinal, eu fiz 4 graduações. Todas concluídas com êxito e mérito. Em duas delas eu quase fui laureado. Só não fui porque tinha entrado como portador de diploma e, neste caso, mesmo que você seja o melhor aluno, não entra na classificação.
    Mas, voltando à sua postagem. Lá no meu blog, na postagem do dia 30, eu falo de uma menina (Marli) que acredito, teria muito a trocar com você. Ela teve uma experiência linda com blogs. Criou um blog coletivo (Vamos blogar?) que ela compartilhava com os alunos. Dê uma olhada.

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Agora criei também um blog de viagens - O seu companheiro de viagem

    Verdades de um Ser
    O seu companheiro de viagem

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