sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Houve um tempo...


Houve um tempo no qual bastava qualquer coisa acontecer para desaguar aqui. Avalanches de sentimentos, momentos, viagens, livros, sonhos, inquietações, desejos, pesares escritos dessa forma meio desajuizada, intima, mal pontuada e cheia de erros de grafia tão típicos de mim. Eu poderia culpar os corretores por meus erros, equívocos e esquecimentos, mas seria desonesto, os erros são quase característicos de meu estilo.

domingo, 18 de novembro de 2018

Adão, Eva e Sete...



"Adão, Eva e Sete em algum lugar festejando a vida que continua mesmo depois das mais dolorosas tragédias domésticas."
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Em outubro visitei a cidade do Rio de Janeiro e tive a oportunidade de ir ao Museu Nacional de Belas Artes e encontrei a arte de Léon Pallière. Fiquei encantada, impactada, enquanto me aproximava da tela lembrava de Adão e Eva, de sua tragédia familiar, de suas perdas e também do nascimento de Sete como uma nova chance, um novo recomeço, um "talvez agora algo dê certo".

Me perguntei se enquanto Sete crescia em algum momento, em alguma festa de colheita ou depois da chuva ou na Primavera, essa família não chegou a dançar celebrando unicamente o agora, a sobrevivência, a vida resistindo as priores tragédias domésticas.

Ao me aproximar descobri o nome da tela,"Fauno e Bacante", o fluxo do sonho se rompeu, o devaneio se foi. Entendi o quanto minha interpretação diferia radicalmente da intencionalidade do autor da obra. Ainda assim, para mim, Léon Pallière pintou: "Adão, Eva e Sete em algum lugar festejando a vida que continua mesmo depois das mais dolorosas tragédias domésticas" e eu até me vejo lá, dançando com eles.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

"Caro Michele" de Natalia Ginzburg

"Desejo-lhe todo o bem possível e espero que você seja feliz, admitindo que a felicidade exista. Eu não acredito que exista, mas os outros acreditam, e ninguém disse que os outros não têm razão." (O Pelicano In: "Caro Michele" de Natalia Ginzburg, pág. 114).
Em "Caro Michele" encontramos um romance quase epistolar, ele começa com a mulher chamada Adriana escrevendo uma longuíssima carta para seu filho Michele. O rapaz acabou de sair meio fugido da Itália deixando para trás sua mãe, seu pai moribundo, seu melhor amigo (Osvaldo), duas irmãs (Angelica, Viola e "As Gêmeas"), enquanto ele foge essas pessoas escrevem cartas e é essa correspondência o somada a breves descrições do que acontece antes ou depois das pessoas escreve-las que se faz o livro. Todas as cartas são de uma sinceramente tocante, de uma lucidez incrível, um exercício de expor feridas sem procurar achar culpados ou acusar inocentes, todos parecem fazer terapia através da escrita, especialmente Adriana.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Livros sobre a História da África

Outro dia no meio de uma aula sobre "Reinos e Impérios" existentes na África enquanto Europa vivia sua "Idade Média" surgiu entre meus alunos a pergunta: "Professora, como a senhora sabe disso?". Esse tipo de pergunta faz minha professora interior dá saltos triplos, soltar fogos de artificio e se inspirar. Esse post é produto dessa minha inspiração, pois a pergunta me fez tirar a poeira de minha estante e kindle e mergulhar uma vez na História do continente no qual a aventura humana na terra teve inicio há cerca de 100 mil anos atrás.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

"Mamãe e Eu e Mamãe" da Maya Angelou


Quando um livro nos emociona muito se torna difícil escrever sobre ele, "Mamãe & Eu & Mamãe" é justamente esse tipo de livro emocionante. Maya Angelou tem uma escrita clara, assertiva, não faz drama ou usa meias palavras para falar de sentimentos inteiros quando ela conta sobre a grandeza, a ternura e a resiliência de sua relação com sua incrível mãe não existe um caminho através do qual um leitor não se sinta tocado.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

"Ligeiramente Perigosos" de Mary Balogh


Em "Ligeiramente Perigosos" Mary Balogh concluir a séries "Os Bedwyns" com chave de ouro ao contar a história de Wulfric e de Christine. Ele, o Duque de Bewcastle, um homem que aprendeu a ser frio e preciso em suas decisões a ponto de aparentar não ter coração. Ela, uma viúva jovem, sobrevivente de um casamento psicologicamente abusivo, tem uma vivacidade interior incrível, é um pequeno sol para os que estão em volta.

De muitas formas Christine e Wulfric são pólos opostos e podem se completar e se completam. Achei apaixonante a forma como Mary Balogh contou essa história. Os personagens se equivalem, vivem um romance incrível, cheio de cenas impagáveis e muita ternura. Como não amar?

Perdi a conta de quantas vezes li esse livro desde abril de 2017 e não canso dele de jeito nenhum. Agora mesmo estou aqui me apaixonando novamente por esses dois. O livro novo da Mary está ali pronto para ser lido junto com tantos outros, mas eu só quero reviver essa história. Wulfric, Christine, toda a família, sorrisos, um pouco de drama e um final incrivelmente feliz!

O Mundo Ardendo nesses dias intempestivos, eu sentido as queimaduras, pois não estou indiferente ou fora da guerra. No entanto, para equilibrar os desmantelo emocionais, releio meus velhos romances, procuro neles uma dose de alento.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

"O Exílio e o Reino" de Albert Camus


Quando eu estava no 1º ano do Ensino Médio tive um professor de Filosofia excelente, capaz de figurar entre os melhores professores da vida, uma inspiração para mim. Um belo dia ele escreveu no quadro 5 livros o quais, na opinião dele, todo mundo devia ler ao menos uma vez na vida:

sexta-feira, 20 de abril de 2018

"Manual da Demissão" de Julia Wähmann


"Manual da Demissão" é um livro narrado em primeira pessoa no qual Julia Wähmann descreve, entre o dialogo e parodia com com manuais de autoajuda e "faça você mesmo" as várias facetas da vida de uma pessoa recém demitida no Brasil entre esses dias de Crise Econômica, Impeachment, Golpe, Fora Temer etc e tal. Se valendo de humor ela conta sobre o desamparo que acompanha a pessoa demitida, a tristeza do pós-demissão, as burocracias legais e o mar de vazio e autopiedade no qual uma pessoa recém demitida pode se deixar mergulhar.

terça-feira, 10 de abril de 2018

"O Bestiário Particular de Parzifal" de Hiro Kawahara


Em "O Bestiário Particular de Parzifal" Hiro Kawahara conta a história tocante de Parzifal, uma mulher que cresceu isolada na floresta protegida por uma gama de amigos imaginários. Quando nós a encontramos pela primeira vez, ele tem 24 anos, está grávida e seus amigos estão lhe informando que ela precisa saí da floresta e enfrentar o "Mundo lá fora" e, de fato, é isso que nossa heroína faz.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cadê o banheiro das estações?


Ser usuária do Metrô Recife sempre rende histórias. Algumas são até ternas, a maioria é aflitiva. Como sou do tipo que conversa com as pessoas, meus encontros tendem a serem temperados por confissões inusitadas, questionamentos e situação meio esquisitas.