sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Saudade da paixão possível...

Faz tempo, ou melhor, parece fazer muito tempo desde a ultima vez que me sentir apaixonar por alguém minimamente possível e repentinamente me bateu uma saudade da paixão.

Os historiadores que trabalham com fontes orais, tipo entrevista por exemplo, dizem que as memórias são altamente inexatas, a gente não lembra do que ocorreu, nós lembramos apenas da lembrança do que ocorreu. Assim quando lembramos da dor dente, não é especificamente da dor de dente que lembramos e sim da lembrança dela e isso ocorre com tudo. Afinal sistema nervoso nenhum aguentaria reviver exatamente cada memória.

Bem, talvez eu esteja com saudade da paixão porque faz tempo e o tempo levou as más sensações que costumam acompanhar esse sentimento. Lembro apenas da sensação de completude de estar junto de quem gostamos, da alegria de ver, ouvir, sentir o outro... De correr para encontrar, de encontrar... de apreciar o silêncio...

Aliás, a paixão é uma coisa que me deixa estranhamente muda, não sei se de emoção ou porque eu sempre me apaixonei por pessoas dadas a calmaria com tendencia a ficar caladas perto de mim nos momentos a sós. Bem, os motivos não são claros, mas quando me apaixono tenho a desagradável tendencia de perder a fala e descobrir a semente da timidez. Logo eu tímida!!! Isso é tão absurdo!!! Mas o amor é mesmo o reino do absurdo, do caos, do pânico e da paz dentro de tudo isso.

Por esses dias estive lendo um livro chamado Yume, o universo no qual a história foi construída remete ao rock, ao sonho e a cultura pop japonesa. Um dos personagens me fez lembrar minha paixonite adolescente por  um roqueiro com nome de czar.

O roqueiro foi, e talvez ainda seja para a esposa dele, uma pessoa boa de se gostar. Apesar de sempre saber de meus sentimentos nunca pressionou, pediu algo ou me azucrinou os sentidos com cobrança alguma... Entre as dadivas de amar homens calmos e corretos está o fato deles nunca encherem o saco, se aproveitarem de você ou espalharem boatos por ai. #EuAconselho.

Da ultima vez que nos vimos, a beira dos trinta aninhos, casado e pai de um menino fofo, estava bem cabeludo, um alargador em cada orelha, camisa de banda e tatuagem de samurai muito bem feita arrematava o visual. Algumas pessoas ficaram olhando enquanto ele me dizia sorrindo largamente a frase de sempre: "Você não mudou nada Jaci!".

Eu me pergunto, o que ceus uma adolescente membro de uma comunidade evangélica altamente conservadora, fazia apaixonada por um amante do rock. E sim, existem amantes do rock que não fazem absolutamente questão de aparentarem isso, como a descrição acima demonstra, não era e não é o caso de minha paixonite adolescente.

A incoerência era tanta que uma vez ele me comparou com a Miyazawa Yukino de Karekano, segundo ele eu aparentava uma coisa e era bem outra. Só fui assisti Karekano alguns anos depois da observação do roqueiro com nome de czar e até hoje não consigo descobrir se foi um elogio, critica ou os dois.

Enfim, apesar da nostalgia advinda das memórias é bom lembrar desses dias. As lembranças me deixam saudosa, mas de uma forma positiva... Amores foram que venham outros maiores, melhores e mais duradouros.

E sim, coração da próxima vez que você se interessar por um amante do rock seria pedir demais que seja um carinha que goste de rock gospel?!?! :)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ideias da Aleska!


Não, não é aniversário da Aleska, não há bolo a cortar.
Mas eu queria tirar o dia para das suas ideias falar!
Tentei fazer isso em versos por ela a poesia amar,
Mas não sou mesmo boa nisso será que vai dar?

Tá desisto, queria mesmo escrever uma poesia mais não deu, não sou boa com isso. Minha poesia se perdeu em alguma esquina onde encontrou um pé de vento, começou a dançar com ele e esqueceu de mim... Mas ainda assim eu preciso falar uma vez mais das Ideias da Aleska.



Honestamente eu conheço muitas poucas pessoas que achem importante mudar o mundo, se interessam por qualquer coisa que melhore a qualidade de vida de alguém ou se importe ao menos em polemizar e debater formas de tornar o mundo um lugar melhor para se viver, mas a Aleska tem tudo isso, de forma muito natural, sem pantinho, sem querer ser mais tudo que todo mundo e isso sempre me cativa nela.

Quando esse texto for publicado aqui nós já teremos saído de mais uma de suas ideias, a Blogagem Coletiva sobre o Corpo Feminino e ela já deve ter se metido em mais alguma história envolvendo vegetarianismo, veganismo, algo contra o machismo... ou vai está ponderando sobre algo a respeito de alguma causa nobre...

Ela vai ter alguma ideia, vai buscar alguma ideia, vai se juntar a alguém que tem alguma ideia e vai continuar fazendo da net um espaço para proliferar sua forma particular de ver, compreender e tentar mudar o mundo!!!


Lembro da primeira ideia que a Aleska compartilhou comigo, nossa primeira Blogagem, através da qual discutimos "Possibilidades para inclusão de portadores de necessidades especiais!". Foi uma das coisas mais maravilhosas que já me ocorreu via blog, me apresentou a um mundo novo cheio da famílias incríveis que lutam por acessibilidade para seus filhos e uma cidade melhor para todos.

Depois nós ainda falamos sobre Educação Escolar e sobre O Amor. Tentamos falar sobre nossas esquisitices, mas acho que não deu muito certo. O que deu certo foi a parceria com a Irene, a nossa M@myrene, sempre ajudando, e inclusive já fez dois lindos selos para divulgar mais ainda as Ideias da Aleska!



Não deu certo também o Folhetim Utopia, mas o Diários de Bordo continua firme e forte como lugar no qual podemos ler os versos, os sonhos e as ideias da Aleska, ele está completando três anos e eu não quero, não posso e não vou deixar de comemorar!!!

Parabéns Aleska!!!
Boa sorte com suas ideias Aleskita!!!
Espero que você consiga sempre ser original no meio desse mundo tão cheio de coisas genéricas!!


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vícios... Vícios... Vícios... Meu mais novo vício!!!

Eu sou uma pessoa cheia de vícios! #Fato


Sou um ser humano facilmente viciavel, adoro uma repetição, quando gosto de algo vejo e revejo, leio e releio, escuto e reescuto e se for de comer, babou néh?!?! Passo um tempão comendo degustando só aquilo.

E senta que meus vícios são muitos, o primeiro e mais grave é o vício de ler! Desde aquele momento fatídico aos sete anos quando eu li aquela palavrinha "garimpeiro" a coisa desandou de vez! Sai da sala lendo tudo... tudo lendo... lendo... e qualquer dia desses eu vou ter que sair do quarto para os livros entrarem.

Quando eu encontrar o meu nerd encantado, um nego pra chamar de meu, a mudança vai ser basicamente assim:


Depois dos livros tem os doces!!! Como diz minha irmã: "Meus preciosos!!!" O mundo seria um lugar muito mais ruim sem as preciosas jujubas, os deliciosos chocolates, os confeitinhos de frutas tão gostosos!!!


Como se não fosse pouco, depois do advento do trabalho assalariado eu descobrir aquelas lindas séries da Jane Austen feitas pela BBC e minha vida nunca mais foi a mesma...


Ainda tem os animes providenciais e, conforme Rafaela disse, se eu continuar com essa lista o post vai ficar gigante... Acho que com esses exemplos já deu para ver que realmente eu sou muito viciável!

Mas, convenhamos, tem coisas, pessoas e hábitos muito fáceis de gostar \o/!!!

O revoltante é realmente quando algumas amigas achando pouco tantos vícios (estou falando de você dona Mifeinha do meu coração) ainda me apresentam um negócio chamado dorama.

Segundo a Wikipédia:

"Dorama: a definição generalizada do gênero série de televisão oriental, seja ela J-Drama (drama japonês), K-Drama (drama coreano), TW-Drama (drama taiwanês, C-Drama (drama chinês) e até mesmo os Live-Action (séries ou novelas baseadas em títulos de sucesso de mangá ou anime)."

Segundo eu: "Droga oriental pesadíssima, altamente viciante."

Gente o que é isso?!?! Você começa a ver e ai não consegue mais parar. Morre de ri, ama, detesta, se afeiçoa, torce desesperadamente, quer que dure, quer que terminar logo para você ver o próximo e já vai fazendo listinha dos próximos a serem vistos.

Meu primeiro dorama é o Fated to Love you, eu me identifiquei tanto com a protogonista em alguns sentidos. To gostando tanto da história, já ri tanto, já torci tanto e continuo torcendo, claro.

Dorama é uma forma muito fofa de contar uma história quase como novela, só que menos, tão bom quanto anime e também da para ver comendo chocolate na hora do almoço ou do jantar!!!


Ah, só para constar, se nos próximos tempos vocês se depararem com algum post sobre doramas e coisas do gênero não se espantem... Vocês sabem como é néh, dificilmente eu consigo fazer algo e não colocar aqui!!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Casamentos...


Quando eu era criança eu costumava ir a casamentos com Voinha Rita, mãe do meu pai... E sinceramente eu achava uma coisa chatinha, demorada e no final voinha dificilmente ia para as recepções, por algum motivo que eu ignoro, ela ia apenas para a cerimonia na igreja, dava os votos aos noivos e "Beijinho, beijinho! Tchau tchau!"

Então demorou um bom tempo para que eu entendesse qual é a graça de um casamento e aprendesse o porquê de minha avó valorizar tanto a cerimônia até em detrimento da festa. E talvez a compreensão só tenha vindo de fato quando comecei a ver meus amigos e amigas namorando, noivando e casando...

Quando vi o esforço que eles empreendiam para fazer a bendita cerimônia, como as noivas são seres humanos nervosos e os noivos ainda mais, aprendi também a valorizar como Voinha o momento da troca de alianças e peguei junto uma forte tendencia a me emocionar quando vejo que minhas pessoas queridas conseguiram fazerem seus votos seja diante de um pastor, juiz de paz ou padre.

E essas reflexões sobre casamentos nasceram hoje quando recebi algumas fotos do casamento da Mi, pode me chamar de boba, mas bateu uma emoção... Uma emoção que parece ser comum quando o assunto é casamento, eté minha mãe, que geralmente não entra no clima das coisas da virtualidade, ficou toda boba com as fotos!!!




Eu não acho que toda mulher quer ou tem que casar, menos ainda considero o casamento formal uma prerrogativa para um relacionamento a dois feliz e saudável, mas não da para deixar de ressaltar a beleza desse momento e o lirismo que existe em dar esse passo!! É lindo, ah isso é!!!

E Mi, te desejo o melhor!!!
Todo azul do mundo para a sua nova vida a dois!!!


domingo, 19 de agosto de 2012

Sobre a cidade...

Agora a pouco me peguei folheando um do livro que tenho por aqui, chama-se Gota de Sangue, e apesar de ser um romance dito policial, um dos gêneros que menos gosto, é um livro pelo qual tenho afeição.

Acho que o Lúcio, o detetive da história, deve ser o investigador policial mais reflexivo já visto na história da literatura policial, mas é apenas achismo porque eu realmente não li muitos livros nesse estilo, ele deve ter algum parentesco, ou no minimo um ancestral primitivo comum, com o Alec Leamas de "O espião que saiu do frio" ou com o Tomas de "A Insustentável Leveza do Ser".

Imagem daqui

A parte isso, no inicio do livro Lúcio vislumbra o amanhecer na cidade de São Paulo, na primeira vez que li essa descrição eu grafei e agora transcrevo:

"Mendigos, putas, policiais, drogados, bandidos, miseráveis, bêbados e doentes esticando a noite pelas calçadas, bares, cortiços, cines pornôs, puteiros e hotéis baratos. Vendedores, secretárias, advogados, PMs, funcionários públicos, lojistas, office-boys e donas de casa afirmando a fronteira do dia desde as primeiras horas. A guerra é por território, nada mais. A noite se estica sob as marquises das lojas fechadas, nos bancos das praças, nos bares infectos, nos cinemas mofados e no bafo quente da ventilação nas calçadas. O dia avança pelas avenidas, descendo dos ônibus, emergindo do metrô, abrindo portas, fazendo barulho, gritando ofertas, ocupando as calçadas e marchando em compras. A noite recua e se esconde nas ruas menores, nas esquinas modestas, nos hotéis, teatros explícitos e moradias caóticas enquanto o dia sobe pelos prédios e se espalha pelas ruas armado de gravatas, pastas, bolsas e sacolas. Afronta-se por doze horas até o dia bater em retirada no desespero do transporte e do transito. Noite novamente. Os molambos retomam suas posições no deserto de portas fechadas e nas ruas sujas da refrega."
(Gota de Sangue_Fábio Brazil_ p. 14-15)

Lembro que grafei essa passagem porque achei que nela o Fábio incluiu sujeitos que usualmente costumam ser ignorados das descrições literárias e descreveu um capitulo do cotidiano da cidade comum a quase todas as cidades. Quando li tive aquela sensação de que a realidade plausível caiu de repente sobre mim.

A cidade descrita nessa passagem foi São Paulo, mas eu acho que podia ser Recife e talvez pessoas de outras cidades também possam traçar paralelos com a sua realidade... O ano no qual se passa a história é 1985 e não é que a pesquisa do autor não foi bem feita ou haja anacronismos no livro, mas francamente, eu tenho a impressão que nos ultimo 27 anos pouca coisa mudou no cotidiano da cidade, nos sujeitos da cidade, na forma como o dia sucede a noite e para piorar as semelhanças, 2012, assim como foi 1985, é ano de eleição...


E curiosamente, as eleições municipais colocam em evidencia que é hora de pensar na cidade, hora de pensar nos diversos sujeitos que formam a cidade, os que aparecem na descrição feita pelo Fábio e os mais que eu e você podemos vim a lembrar e que não foram incluídos.

É hora de pensar no que será de nós e nossas cidades nos  próximos 4 anos, que terão direito a Copa e Olimpíadas diga-se de passagem...

Eu confesso que as vezes o processo eleitoral no Brasil me desanima, os caminhos da politica me deprimem e a forma como nós dialogamos com isso tudo me frustra as expectativas de um futuro melhor... E para piorar enquanto pesquiso uma imagem mais ou menos para essa postagem encontro um site/blog todo trabalhado na proposta de uma propaganda politica vitoriosa.


Ai!!! Cansei!!! E olha que ainda nem começou a palhaçada!!! Eu já começo a concordar com o Lúcio: "Distintos empresários manipulando a cidade, distintos políticos sugando a cidade, distintos engenheiros destruindo a cidade, distintos doutores matando pela cidade." (Gota de Sangue_Fábio Brasil_ p. 16).

Só que a cidade não é deles, ou melhor, a cidade não é apenas deles. A cidade é minha e de todos os que vivem e morrem nela e sendo assim também é responsabilidade nossa.

Talvez não apenas os assuntos de nossa sala, cozinha, banheiro e vida afetiva sejam de nossa alçada, mas os assuntos da cidade inteira... Todo dia é dia para pensar na cidade, mas acho que na época das eleições é hora de decidi algo em relação a cidade, a saber: quem será responsável pela gestão dela pelos próximos 4 anos.

Nos cabe lembrar quem farrapou, quem não cumpriu promessas, o que fizeram e não fizeram os prefeitos e vereadores... Os ditos e os não-ditos... Avaliar propostas de gestão dos bens públicos... Isso tudo me cansa só de pensar quer dirá de votar.

Mas, eu desconfio que enquanto os muitos sujeito que são a cidade, entre eles eu, não começarem a si sentirem na obrigação de cuidar da cidade pessoalmente em todos os sentidos ela continuará sendo manipulada, sugada e assassinada cada dia um pouco mais...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os 7 Pecados, não os Capitais, mas os Literários!!!


Engraçado, eu leio a Bíblia desde pequena, devido a minha orientação religiosa (tem gente que ler por outros motivos), mas nunca vi na Bíblia nenhuma referencia a esses pecados... Deu até vontade de saber a história de como surgiu essa lista. Se alguém souber me conta?!?!

O que vi de mais próximo encontro de sete pecados de difícil perdão são os listados em Provérbios cap. 6 vers. 16 ao 19:

“Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: (1) Olhos altivos, (2) língua mentirosa, (3) mãos que derramam sangue inocente,(4) O coração que maquina pensamentos perversos, (5) pés que se apressam a correr para o mal, (6) A testemunha falsa que profere mentiras, e (7) o que semeia contendas entre irmãos.”

Mas, esse post não é sobre os Sete Pecados Capitais e sim sobre Os sete Pecados Literários, um meme que vi no blog do Luciano o PontoLivro.

A brincadeira consiste em responder a algumas perguntas relativas aos nossos hábitos literários baseadas nos sete pecados capitais. Vamos lá!!!

Ganância: Qual seu livro mais caro? E o mais barato?

O livro mais caro que comprei foi o meu "Sandman, edição definitiva vol. 1", comprei a vista, tinha acabado de receber meu decimo terceiro, estava me sentindo muito rica e só de olhar para ele sei que foi um dinheirinho bem gasto \o/ Adoro parar, encostar na estante e dar uma olhadinha nele!

O mais barato são os Sabrinas da Nova Cultura, geralmente eu ganho eles, toda vez que começo a negociar o preço dos livros no Sebo que frequento a anos e o dono ver que estou irredutível na luta pelo desconto ele faz um desconto menor e dispara "Fica por esse preço e te dou dois romances?" Geralmente eu aceito o arranjo!!!

Ira: Com qual autor(a) você possui uma relação de amor/ódio?

Nietzsche e Freud, dois velhos rabugentos e implicantes!!


Quase me esquecia dela, a Emily Bronte!
Sim, vivo eternamente entre o amor e o ódio com O Morro dos Ventos Uivantes!


Gula: Qual livro você devorou sem vergonha?

Difícil... Porque eu sou uma leitora sem vergonha por natureza, minhas amigas do Twitter que o digam a julgar pelo espanto que fizeram quando descobriram a minha ultima leitura, mas, vou citar o "A Guerra dos Tronos", volume 1 dAs crônicas do Gelo e Fogo. Martin tem uma narrativa tão envolvente que a gente não ler, devora, é pior que droga pesada para viciar uma alma desavisada.

Preguiça: Qual livro você tem negligenciado devido à preguiça?

A Crítica da Razão Pura de Kant, já comecei a ler, tenho vontade de ler, mas sinceramente... Basta começar para dar uma preguiça terrível!!!

Orgulho: Qual o livro que você tem orgulho de ter lido?

"Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis. Me orgulho de todos os livros que li dele. Ele é o melhor autor em língua portuguesa que conheço.


Luxúria: Quais atributos você acha mais atraentes em personagens masculinos e femininos?

Inteligência, pensamento critico, sarcasmo e capacidade de ser passional quando se percebe amando alguém.

Inveja: Quais livros você gostaria de ganhar de presente?

Eu gostaria de ganhar qualquer livro que eu não tenha. E não, isso não é bondade de meu coração, se a pergunta fosse "Quais livros você gostaria de poder comprar?" eu teria resposta assertiva, mas presente a gente não escolhe especialmente se tratando de livros, nesse ponto sempre é melhor deixar o outro a vontade para escolher!

É isso, esses são meus pecados literários!!!
Ah, a gente pode indicar alguns amigos blogueiros para responder ao meme...
Mas, eu vou deixar isso em aberto, quem quiser pode responder e se responder me avisa para eu conferir \o/

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Quando a gente fica repetitiva...

Pois é, eu acho que depois de algum tempo postando você vai ficando repetitivo... Voltando a assuntos já tratados e quando dar por si começa a fazer surgir as séries de postagens.

Por exemplo, sem querer querendo eu vi surgir nesse blog a série: "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram.", que a julgar pela bagunça que anda meu mundo onírico só tende a aumentar.

Bem, minha teoria é que todo mundo é meio repetitivo, todo mundo conta as mesmas histórias mais de uma vez e as vezes até troca um detalhe ou outro... Particularmente não tenho problema em ouvir a mesma história duas vezes, especialmente quando gosto da história.

Depois de 4 anos blogando fico me perguntando o que existe na minha vida sobre o que já não tenha falado. Meu pai, meus irmãos, minha profissão, solteirice, animais de estimação, minhas preferencias literárias... Caraca... tudo isso já virou tema de postagem... Para falar de algo novo só me apaixonando, coisa que nos últimos quatro anos não aconteceu...

Agora me ocorreu, como seriam minhas postagens apaixonada ein?!?!? #Medo

Agora eu tava olhando minha postagem da semana no Em Quantos... e vi o quanto ela está semelhante a postagem sobre a Dignidade dos Gatos... Acho que nasceu mais uma série essa vai ser "Falando de Animais".

Se a moda pega daqui a pouco eu vou falar do zoológico inteiro nesses blogs rsrs... Dessa vez o bicho escolhido por mim foi o danado do Corvo qualquer dia desses eu vou falar da angustia que me dar olhar nos olhos do macaco, eles parecem tão humanos!!!

Enfim, já que acabei falando do Em Quantos, vou deixar o link da postagem e o titulo para quem quiser conferir:

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Blogagem Coletiva: Presentes que Desejei e nunca ganhei...

Ah, que eu zapeando pelos blogs cai no blog do Christian, Escritos Lisérgicos, e vi essa blogagem proposta pela Patricia do Café entre Amigos. Achei legal e resolvi embarcar na brincadeira e pensar naqueles presentes que eu desejei e não ganhei.


Vamos lá!!!

O primeiro presente que me vem a mente é aquelas pulseiras de molas coloridas. Todo mundo tinha eu achava demais e queria muito uma. Pedi a Painho, mas ele era meio averso a esses brinquedos da moda, filho de uma família evangélica meio louca via tudo que era muito colorido, popular e aparecia na televisão como coisa do diabo. Ele  me enrolou com outros brinquedos e nunca comprou a pulseira de mola. Foi triste porque eu era difícil de esquecer as coisas.

Outro presente que eu sempre quis e nunca ganhei foi um patins. Frustração mega reforçada de uma vida inteira. Sentiu o drama? Pois é, imagina quando Painho disse o redondo NÃO há 16 anos atrás!!! Oxeee, vcs não tem noção do que pedi, chorei, implorei, chorei mais, emburrei por dias, chorei mais ainda, fiz cara de nojo quando ele chegou de viagem com um brinquedo lá do Maranhão (nessa época ele era motorista de ônibus interestadual), chorei mais um pouquinho e nada.

Ele disse, gritou, que o patins era perigoso e muitas crianças ficavam seriamente machucadas com eles. Eu ainda apelei para meus tios e minha avó, mas aos 11 anos eu tinha um alto índice de quedas com meus pés no chão e ninguém me apoiou a tentar as rodas. #MundoCruelSanguinolento

Outro grande presente que eu quis muito e nunca ganhei, foi o tal do discman!

Esse eu pedi como presente de  15 anos e foi o mesmo sistema do patins: pedi, recebi o não e comecei a sequencia choro, mais choro, cara feia, bico, apelação, exposição de argumentos, busca de apoio familiar.

Painho novamente foi irredutível com o Não. Aliás eu acho que NÃO é a única palavra que meu pai conhece até hoje.

Meu pai disse, na verdade ele gritou, que o discman fazia mal aos ouvidos, que eu já havia tido dor de ouvido na infância (eu nem lembrava mais disso) e meu ouvido já havia estourando e podia voltar a estourar e era NÃO MESMOOO, papo encerrado.

Pois é... pois é... pois é... Como eu fui uma criança sofredora!!! Buaaaa... Como meu pai era mau e sanguinolentoooo!!!! buaaaaaaaa...


Pausa para questão existencial profunda:

"Qual criança na face da terra nunca teve um probleminha ou outro no ouvido, uma dor, uma inflamaçãozinha de nada???"

Aaaah, mas claro que quando eu comecei a trabalhar uma das minhas primeiras compras foi um MP4, na minha opinião uma evolução do discman. Custou caro para o meu salário de professora iniciante, mas a sensação foi ótima, compensou cada centavo. Meu mp4 era lindo, dava para ver videos, tinha 2G de memória e só não fazia chover e mais linda e perfeita foi a sensação de estar desafiando e vencendo meu pai!!!

É claro que não demorou muito para meu ouvido inflamar... Lembro que quando as pessoas me perguntavam: "Como foi isso?" Eu tinha vontade de responder: "Praga de pai! Sabia que elas também pegam?" (Na verdade eu dizia mesmo!).

Acho que esses foram os três presentes que eu mais quis ganhar e não ganhei! Claro, houveram outros, mas acho que esses foram os mais significativos. Ironicamente, apesar da frustração que geraram, lembrar deles foi até divertido. Eu amei escrever essa postagem.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sobre o PontoLivro e um livro de fantasia muito realista...

PontoLivro é o nome do blog do Luciano, lá ele conseguiu construir um espaço no qual podemos falar sobre literatura com a maior tranquilidade do mundo. Eu gosto, outras pessoas também, mesmo quando ele nos desafia a descobrir "Qual é o livro?" e nós não conseguimos.

Como eu já falei algumas vezes por essas páginas, o Luciano me convidou a ler O clã dos Magos, o primeiro livro da Trilogia do Mago Negro. Uma leitura que tinha tudo para ser apenas mais do mesmo e no entanto se mostrou algo bem diferente do que nos últimos tempos tem sido lançado em matéria de livros de fantasia.

Li que Trudi Canavan buscou inspiração para escrever seu livro em textos que falavam a respeito das pessoas sem teto que em Barcelona foram sendo encurraladas e movidas para fora da cidade um pouco antes dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, uma fonte de inspiração no minimo curiosa que deu um tom muito social e realista para uma narrativa fantástica.

Sua narrativa começa assim:

"Dizem que em Imardin o vento tem alma e chora lamentosamente pelas ruas estreitas da cidade porque se entristece como o que encontra por lá."
(O clã dos Magos, p. 11)

Hoje minhas opiniões a respeito desse livro estão disponíveis lá no .Livro e a titulo de registro deixo o link aqui, quem quiser conferir minhas ideias a respeito desse livro sinta-se a vontade para clicar e conferir também!!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Luiz Gonzaga, um grande de seu tempo.


O ano do Centenário de Luiz Gonzaga está gerando uma sequência de merecidíssimas homenagens, ao menos aqui no Recife. O sacal nessas situações são os chavões. Os dois que, como historiador, mais me irritam são "homem à frente de seu tempo" e "obra atemporal". Essas expressões tão repetidas partem da premissa absurda de que é possível escolher se você quer fazer parte do seu tempo ou não. Ou ao menos que os gênios têm esse poder.

Uma coisa é ouvir a inigualável música de Bach e se comover com sua beleza eterna. Outra coisa é você ignorar todos os sinais óbvios de que é uma obra indissociavelmente ligada à primeira metade do século XVIII, em especial das áreas protestantes da Alemanha.

O mesmo vale para Machado de Assis. Ler seus romances é excelente, mas tanto pelas convenções do romance realista como pela tematização obsessiva da crise da sociedade senhorial, são muito claramente obras do fim do século XIX brasileiro.

Essas obras não são "atemporais" e não estavam "à frente de seu tempo". Eram tão brilhantes e geniais que, a despeito de todo os seus aspectos datados, continuam tendo muita coisa a dizer para pessoas que vivem em contextos espaciais e temporais muitíssimos diferentes, o que é totalmente diferente.

Luiz Gonzaga era totalmente filho de seu tempo. Foi para o Rio como tantos jovens da época, tentando ser cantor romântico. Não conseguiu, mas percebeu que poderia tentar se destacar no nicho regionalista. A aposta foi certeira. Era o tempo em que a cultura de massas se segmentava, abrindo espaço para manifestações mais particularistas. E também era o tempo em que se cristalizava uma identidade "nordestina", separada de uma identidade "nortista" mais geral.

Ele foi filho desse contexto. Consolidou de forma irresistível o padrão sonoro e visual do que seria a identidade nordestina. Apresentou esse conceito de "nordeste" a milhões de pessoas que não o conheciam, de uma maneira genérica o bastante para ser aceito sem muitas ressalvas por nordestinos e forasteiros. Associou eternamente seu nome a essa identidade. Tudo isso enquanto cantava músicas absolutamente sensacionais.

Luiz Gonzaga não é atemporal nem estava à frente de seu tempo. Foi totalmente um filho de seu tempo. Um dos mais brilhantes. Ajudou a moldar sua época e deixou uma herança que, tantos anos depois, ainda orgulha profundamente a sua gente. Não tá bom?