segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Segunda-feira!!!



É, pois é, néh?!?!? Fim de férias... De volta a rotina de todo dia... Acordar cedo, dormir tarde... Ler o que eu não quero... Minha vida estava tão boa... Trabalho de meio expediente... o resto do dia livre... acorda a hora que quer...

É, mas o ano letivo começou e a primeira segunda-feira chegou com tudo... Eu gosto do meu trabalho, mas também estava gostando das minhas férias \o/


E sim, eu detesto Segunda-Feira! Pense em um dia que me da até uma angústia... 

Eu concordo com o Garfield, o ar da segunda da alergia, já acordo sufocada, angustiada, tudo de novo, as mesmas mães ignorantes, as mesmas mães que pensam que você é uma idiota, a mesma gestora insuportável, as mesmas dificuldades de estrutura, o mesmo salário triste...

Depois Rafa pergunta pq o despertador do meu celular é They Say. É tão óbvio, meu mal-humor matinal precisa desse tônico, depois eu vou no ônibus escutando Sérgio Lopes para ter paciência e Cazuza, pq... ah, pq eu gosto de escutar Cazuza.


E sim, é preciso ter muita paciência para aguentar o aperto, as cutuveladas na cara, a péssima qualidade do transporte urbano, o calor matinal, aquele congestionamento monstro de todo dia, alguém que sempre acerta o foco da dor do meu ombro...

Uma vez alguém me disse que eu devia ficar feliz, afinal "eu tenho ombro pra doer, tenho emprego, não sou apenas eu que sofro no transito, no ônibus...no aperto...".


Tudo verdade!!! Só que na segunda, jogo do contente não dá, não consigo da uma de Poliana no primeiro dia da semana... a partir da terça a coisa já melhora, mas na segunda... realmente não dá, não sou eu, é ela... Segunda não devia existir, mas já que existe devia ser feriado!


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Recife, 03 de Julho de 2011.

É impressionante como todo domingo e toda segunda esse post sempre é super consultado... Na verdade eu mesma morro de vontade de repostar ele toda segunda-feira....

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um encontro com o Carnaval!

Pois é, hoje, andando pelas ruas do centro do Recife eu topei com o Carnaval, personificado na sonoridade do frevo ele sorriu para mim largamente, mas, tragédia das tragédias, seus olhos estavam tristes.

Eu explico:

Graças a minha orientação religiosa eu não brinco o Carnaval e nem sou uma grande fã, mas moro em Recife e todo recifense sente o Carnaval de alguma forma e tem algo que marca os carnavais de sua infância  e uma opinião a respeito da festa e de seu significado: orgia, bagunça, a melhor coisa do mundo, exemplo de diversidade cultural, alegria, alienação, gasto desnecessário de dinheiro público, um feriado legal... etc... E olha, néh que para mim o Carnaval é "um frevo que sorri com olhos tristes".

Acho que tenho essa ideia por causa do meu pai que sempre escutava o Moacir Franco cantando Turbilhão desde o Natal até a Pascoa, em todas as bebedeiras dele tem obrigatoriamente que tocar,  e, por incrível que pareça, eu gosto dessa canção, escutando o frevo lembrei dela.

Turbilhão sempre me parece uma musica melancolicamente verdadeira, não fala do Carnaval, ela fala da vida... Ele coloca o Carnaval como uma metáfora da vida, por trás do barulho agitado, da correria desvairada das pessoas, das festas, alegrias, trabalhos, lutas, bagunças, dos sorrisos, da busca incessante por um sentido para tudo a gente vive apenas escondendo as muitas dores com fantasias, correndo atrás de uma Colombina que está sempre um passo a nossa frente, corremos e nos cansamos, então paramos, respiramos, pensamos em esquecer... Esquecer? Que nada! Só estamos recarregando para continuar, para recomeçar nossa caça as "colombinas azuis".

Queria dizer alguma coisa a mais, algo que lembrei enquanto caminhava ouvindo o som de Turbilhão pelos ouvidos da memória. Algo me fez ver no céu tons de lilás, mas não estou encontrando as palavras certas... Então vou terminando esse post com a letra e a canção, acho que vale a pena ouvir, meu gosto musical não é, nas palavras da minha irmã, "essa coca-cola toda", mas essa não é das piores.




Moacir Franco - Turbilhão

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Turbilhão
Moacir Franco

A nossa vida é um Carnaval
A gente brinca escondendo a dor
E a fantasia do meu ideal
É você, meu amor

Sopraram cinzas no meu coração
Tocou silêncio em todos clarins
Caiu a máscara da ilusão
Dos Pierrots e Arlequins

Vê Colombinas azuis a sorrir laiá
Vê serpentinas na luz reluzir
Vê os confetes do pranto no olhar
Desses palhaços dançando no ar

Vê multidão colorida a gritar lará
Vê turbilhão dessa vida passar
Vê os delírios dos gritos de amor
Nessa orgia de som e de dor

La lalaia lalaia lalaia



História+bom humor+quadrinhos = Persépolis.

Meu primeiro volume
Eu comprei minha edição de Persépolis há uns três anos atrás, um pouco antes de ter saído o filme francês que tratava da mesma história e eu estava tão atolada de coisas para fazer que só agora depois da faxina de Dezembro quando eu reencontrei minhas duas edições, o volume 1 e volume que tem a história completa., que tive tempo de terminar de ler tudo, tanto que ainda estou entre encantada com a história e digerindo ela.

Persépolis é um trabalho lindo, com ele Marjane Satrape brincando de contar sua história, acaba contando  uma face da história do seu povo, dos Iranianos descendentes dos antigos e poderosos Persas. E sim, quando os artistas decidem contar episódios da história de seu povo é sempre bom a gente se segurar, pq costuma sai dessa experiência coisas muito boas.

Ela coloca a gente pra fazer uma viagem que começa quando os árabes invadem a Pérsia em 642 d. C. e derrubam a dinastia dos Sassânidas, passa pelo século XII e os mongóis, caminha pelas idas e vindas dos mundo muçulmano, chega nas Guerras do século XX e cai em 1980, um ano após a Revolução islâmica e enfim chega a garotinha fofa que ela era aos 10 anos de idade.

Então a gente conhece uma menina iraniana  "normal" que vive o inicio de uma revolução com toda as suas problematicas e é isso mesmo que ela mostra com seus traços vigorosos e seu bom humor, tanto que o primeiro "capitulo" diz respeito ao uso de véu, que em 1980 passou a ser obrigatória e como as crianças encaram isso de forma super descontraída na escola sem entender o porque daquela novidade, aliás, as questões referentes ao uso do véu vão ir e voltar nessa história todo o tempo e geram de boas piadas a boas reflexões.

No mais a família de Marjane não é uma família tão comum assim, eles eram, nas palavras de Marjane, até que modernos, possuem uma posição economica consideravelmente boa, então ela tem acesso a cultura e se percebe que na vida dela desde cedo fé, politica, economia e diferentes visões da História se misturam de um jeito tão louco que sonho de infância dela era ser profeta.

Ela pensava em ser a primeira Profeta mulher e ao mesmo tempo admirava os grandes heróis socialistas da década de 80 do século XX. Tipo, Che Guevara, Fidel e Trotsk, chegando até a achar semelhanças entre Deus e Marx. Aliás, é verdade que as representações comuns de Marx são muito parecidas com as representações clássicas de Deus como homem velho e barbudo.

E essa coisa de mostrar ângulos diferentes, pessoas diferentes e junções subjectivas meio estranhas como Marx e Deus dialogando e uma menina que quer ser profeta, mas admira Fidel Castro são coisa que me fizeram amar Persépolis de cara.

Logo de cara fiquei fascinada, achei que os quadrinhos eram um ótimo recurso didático, já que trata de história de uma forma descontraída e real, mostra o macro das grandes propaganda estatais e o micro das reações das pessoas a elas, as peculiaridades da cultura persa, a forma como as pessoas reagiam a revolução, ao menos as pessoas da classe média.
Satrapi se permite falar de tudo; da revolução que tirou  o Rei do poder; das subtilezas do regime islâmico que impôs depois dele; das mulheres e dos homens em seu cotidiano; das estratégias que as pessoas tinham para conseguirem ter mais liberdade; de quando sua família assustada com bombardeios e perseguições durante a longa guerra Irã x Iraque envia ela com 14 anos para a Áustria e o que aconteceu por lá; da sua depressão pós-guerra; da bagunça que fica quando 1 milhão de pessoas são mortas, tantas outras são mutiladas e família ficam destruídas no espaço de oito anos; da vida nas universidades; da vida familiar: namoro, casamento; das relação regime x população; do processo de alienação cultural; do que choca e do que emociona.
 
Enfim, eu sou suspeita para falar porque gostei muito desse trabalho e fiquei/estou com muita vontade de ver o filme e tudo o mais e foi porque tenho como tenho  o volume completo, acabei decidindo sortear o meu volume 1, entre as pessoas que se propuserem a participar da blogagem colectiva que a Aleska e eu decidimos fazer no dia 5 de Fevereiro.

Ah, ilustrei essa postagem com algumas passagens do livro que achei interessante e que mexendo aqui e acula até cabem bem em uma possível aula de história. E sim, é só clicar em cima que aumenta. Ah [2], engraçado, sempre acho biografia um gênero textual bastante chato, no entanto misturando Quadrinhos, franqueza, notas históricas e bom humor fica até legal!!!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Do aniversário do Blog: Xi, eu esqueci!!

Xi, eu esqueci do aniversário do blog...

Pois é, não parece, olhando assim ninguém diz, mas esse blog fez três anos ontem! Com três a crianças já é uma elegante falante da língua portuguesa, anda, corre, se alimenta sozinha e é capaz de enlouquecer qualquer tia rsrsrrsr... Já esse blog, bem... ele é capaz de receber nada menos que o carinho da Lindalva da Ilha da Lindalva, uma amiga que eu conheci meio que por engano, mas que já chegou chegando e presenteando e emocionando!

Muito OBRIGADA mesmoooo Lindalva, emocionou mesmoooo mesmoooo!!!


Adorei a citação, Fernando Pessoa é meu lindo e essa Pandora muito sexy, quem sabe uma dia eu vire uma mulher fatal assim ein???Ai eu desencalho de uma vez néh?!?!?

Fazendo o tradicional balanço de aniversário, percebo que blogar se tornou uma experiência deliciosa: escrever, ler, comentar e receber comentários são coisas impagáveis... Sempre acho engraçado encontrar prazer na experiência de ser lida e comentada, especialmente pq durante muito tempo eu me ressenti cruelmente por não saber no momento em que criei o blog que podia tornar ele visível apenas para mim, hoje agradeço aos céus por minha ignorância tecnológica... Ironias da vida...

Ah, sem contar que o blog me trouxe um tipo de alivio psicológico também... Não consigo esquecer da daquela observação directa: "O pior cego é que não quer ver, o pior escritor é o que sabe escrever e não escreve." Ninguém nunca me disse nada parecido, mas para terror do meu orgulho, depois dessa bofetada, eu passei a dar mais atenção ao blog e sim Goretti teve uma grade parcela de culpa nisso, pq ela sempre fica no pé mandando eu escrever sobre uma serie de coisas que eu penso que ninguém quer saber... 

Ah, não posso deixar de ESCREVER isso para Goretti: "Gô, cada comentário que recebo é uma homenagem a você e esse selo LINDOOOOO  também, afinal de contas é você quem fica mandando eu escrever... "Escreve sobre isso Jaci..." Eu te agradeço mesmo Gô!

E sim, tem a OUSADIA FINAL, esse ano estou propondo, ousadia das ousadias, em comemoração ao aniversário do blog, junto com a Aleska do DIÁRIOS DE BORDO uma Blogagem Colectiva, confira a ideia aqui.

 
Sim, já vou também agradecendo as pessoas que passam por aqui, que deixam comentários e que não deixam também... A todas e todos que passam por aqui deixo meu MUITO OBRIGADA, vocês enchem minhas madrugadas silenciosas com seus blogs e minhas tardes com seus comentários... Tem sido um prazer blogar, comentar, seguir, ser seguida, ser comentada... Que venham mais três anos se tiverem que vim!!!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Literatura com gosto de África!

Eu lembro que ano passado quando eu acompanhava as transmissões da Copa do Mundo eu ouvia muito os repórteres dizendo: "Os africanos são parecidos com os brasileiros."!

Assim, néh por nada não, mas por uma questão de ordem, pensemos: o brasileiro é resultado de uma mistura, mestiçagem, de africanos, portugueses e dos povos que já viviam aqui antes da chegada dos portugueses genericamente chamados de índios. Logo por uma questão de ordem primeiro venho o africano e só depois o brasileiro de maneira que não são os africanos que são parecidos conosco, somos nós que somos parecidos com eles.

 E eu estou falando isso só pq quero comentar a minha mais recente aquisição, que demorou tanto a chegar que eu comecei a pensar que Belo Horinte deve ficar do outro lado do mundo ou que o livro era de rosca.

"Literaturas africanas e afro-brasileiras na prática pedagógica" é resultado de um curso de aperfeiçoamento em História da África e das Culturas Afro-brasileiras oferecido pela UFMG, através dele nos somos inseridos de uma forma muito didática no mundo das Literaturas Africanas de língua portuguesa e Afro-brasileira. É um trabalho introdutório a esse universo literario, as autoras começam discutindo a Lei 10.639/63 que torna obrigatório o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e História da África e dos Africanos nas escolas públicas e privadas do Brasil. "Qual a importância dessa Lei? O que ela trás de novo?" "Pq ela é importante para a nossa sociedade?" São os primeiros temas abordados pelas autoras, só depois que estamos situados, começa realmente o trabalho sobre Literaturas Africanas e Afro-brasileiras e o processo do redescobrir.

Estudar a Literatura Africana, especialmente a de língua portuguesa, tem sido uma aventura onde a redescobrimento predomina, é incrível como me descubro como herdeira de uma África que vai muita além da visão exotica que as pessoas gostam tanto de divulgar.

O universo literário africano é profundo, revoltado, quente, angustiado, guerreiro e esperançoso em relação a possibilidade de um mundo melhor para todos nós. Um universo simbólico rico ao qual estamos definitivamente ligados, como algúém me disse uma vez entre os meus caminhos e descaminhos virtuais: "A África é o berço da humanidade e no caso do Brasil, ela é o útero, o leite e a alma".

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ponte JK, em Brasília, é interditada!

Essa semana vi essa matéria no Jornal Nacional, confesso que foi meio que sem querer, não sou o que poderíamos chamar de telespectadora, mas vi essa matéria e fiquei devidamente chocada.

Fatima Bernardes e William Bonner informaram mais ou menos isso:  

"A Ponte JK, em Brasília, interditada desde o início desta manhã, devido a um desnível no piso, foi parcialmente liberada no final da tarde para veículos leves, como carros de passeio e motos. Além disso, a velocidade permitida enquanto persistir o problema será de 40 quilômetros por hora (km/h)."

No site do Globo tem uma matéria sobre o assunto cujo texto resume muito bem o que foi dito na matéria divulgada pela televisão que seguiu o padrão do jornalismo global, aquele que não tem como prática problematizar demais certas realidades, informam daquele jeito pretensamente imparcial.

Quanto a mim estou falando sobre isso por não poder resistir a tentação, estou eu aqui escutando Lenine  na minha paz doméstica e eis caiu na canção "A PONTE", onde Lenine e Gog contam a deliciosa história dessa LINDA, UTIL E BARATA ponte, enfim, eu gosto de histórias, não resisti a tentação de registrar essa por aqui.
 

A ponte
(Lenine e Gog)

(Eu canto pro rei da levada
Na lei da imbolada, na língua da percussão)
Lenine, mestre e inspiração
Eu já atravessei a ponte do Paraguai
Um filme inspirou a ponte do rio que cai
É sucesso em campinas e na voz dos racionais
Mas a ponte da capital é demais
Projetada pra aproximar
Do centro o São Sebastião, o Lago e o Paranoá
Desafogaram o tráfego na região
Visitantes de chegada, nova opção
Fique ligado, acompanhe passo a passo
Condomínios luxuosos de todos os lados
O congresso e o planalto colados
"Aqueles barraco alí ó, vão ser retirados"
A ponte é luxo, nada é mono, só estéreo
Mil e duzentos metros, louco visual aéreo
Quem sobe só pra regular a antena
Reforça as pontes-safena
A ponte começou depois mas terminou
Bem antes que as obras do metrô
Quem mora fora do avião
Bate palma, aplaude, apoia, pede diversão
A ponte é muito, muito iluminada
O pôr-do-sol numa visão privilegiada
O povo quer passar, vê nela algo místico
A ponte virou ponto turístico
(esse lugar é uma maravilha,no horizonte, no horizonte)
A ponte é um vai e vem de doutor
Tem ambulante, tem camelô
Olha pra baixo, vê jet-ski e altos barcos
Olha pra cima, lá estão os três arcos
A ponte saiu do papel, virou realidade
Novo cartão postal da cidade
Um quer transformar ela em patrimônio mundial
Um outro num inquérito policial
Então, então, então na sua opinião, Lenine,
Tá normal ou existe crime?
Se souber o caminho de rocha, me aponte
É...a ponte simboliza união
No nosso caso, Brasília e o Sertão
(a ponte não é de concreto, não é de ferro, não é de cimento)
É do vermelho, é do azul é de cada elemento
Leva o nome de JK
Que transferiu a capital do litoral pra cá
Lenine, te peço mais um favor (diz aí)
Cante a origem deste preto que se apresentou
(nagô, nagô, na Golden Gates...)
(quem foi?)
O projeto é do arquiteto Alexandre Shan
(comprasse, pagasse?)
Todas as contas foram aprovadas pelo TCU
(me diz quanto foi)
164 milhões de reais

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ivanhoé!

A Wikipédia tem uma definição interessante para o Ivanhoé, ela diz que: 

"Ivanhoé é um romance do escritor britânico Walter Scott, publicado em 1819. Narra a luta entre saxões e normandos e as intrigas de João sem Terra para destronar Ricardo Coração de Leão.  Primeiro romance de enredo histórico. O livro, que conta a história de  um cavaleiro da época em que João Sem-Terra havia usurpado o trono do  irmão Ricardo Coração de Leão, deu origem a um seriado de televisão, filmado em 1958 e 1959, e exibido no Brasil na década de 1960, cujo personagem principal era interpretado por Roger Moore" 

Roger Moore como Ivanhoé!
Bem, eu não tenho uma definição melhor, mas Ivanhoé é um pouco mais que isso, reza a lenda que Walter Scott foi o criador do romance histórico, esse gênero que nos encanta até hoje... Inclusive nosso igualmente clássico José de Alencar me lembra muito os escritos de Scott, e Ivanhoé é um clássico que merecia bem mais que um paragrafo na Wikipédia!

Miniaturas do Instituto Ricardo Brennand.
É um trabalho lindo, a partir dele a moderna identidade inglesa começava a ser construída discursivamente, ele narra em suas linhas mais do que as venturas e desventuras do caveleiro deserdado e sim as venturas e desventuras dos que romanticamente falando formariam o povo inglês.

Do acervo do Instituto Ricardo Brennand
Carregada de romantismo, dos ideais da época em que foi escrita e antes de falar da Idade Média dos homens e mulheres dessa época eu acho que Ivanhoé fala do século XIX e de como a Idade Média era vista nessa época. Ajuda a entender porque esse povo se sentia o último biscoito do pacote, os donos de todos os dons morais e intelectuais, prontos a levar civilização e ordem para os quatro cantos do mundo, se já eram capazes de tão grande nobreza durante os idos tempos medievais o que se diria de suas capacidade durante o glorioso século XIX?

Mas quando eu li Ivanhoé aos nove anos em uma versão adaptada cheias de ilustrações do tipo tapeçaria medieval eu nem sonhava com essas ideias e ele era meu livro favorito e eu adorava todos os personagens, o Cavaleiro Deserdado, tão nobre, o Cavaleiro Negro, Ricardo Coração de Leão, Robin dos Bosques e até aquele cavaleiro templario Brian Gilbert.

Eu imaginava a Idade Média a luz de Ivanhoé, um tempo que se lutava em nome de Deus, da  Honra e do Rei, era meu mundo ideal, o mundo dos sonhos dos meus sonhos infantis com homens e mulheres nobres vencendo o mal, ganhando as batalhas no último momento... Um mundo onde o fraco justo vence o forte injusto, onde a pelica vence o aço.

Várias armaduras do instituto Brennand!
Meu personagem favorito era a júdia Rebeca, ela era apaixonada por Ivanhoé que por sua vez morria de amores por uma loira aguada, a Lady Rowena, mas nem por isso Rebeca deixava de auxiliar Ivanhoé. Uma mulher a frente de seu tempo, nobre, justa, inteligente, destemida, reflexiva e termina solteira, voltando para Jerusalém para trabalhar como enfermeira dos cruzados feridos... Mil vezes aff... Mas, nem por isso Rebeca deixa de ser "A MELHOR!".

A judia Rebeca, minha heroína de infância.
Ah, outro personagem pelo qual eu nutria um amor meio que recalcado era Brian de Bois Guilbert, inimigo mortal de Ivanhoé, eu não achava ele muito nobre, justo, ou coisas do gênero, mas eu gostava dele porque ele reconheceu o valor de Rebeca, era apaixonado por ela, mesmo sendo um Cavaleiro Templario... Algumas vezes ele pisa na bola geral, mas ainda assim tem um chame e tanto \o/.

Brian de Bois Guilbert, com cara de garoto mau.
Foi doloroso quando meu professor de história chato, ranzinza e marxista esclareceu a todos nós que durante a Idade Média os nobres cavaleiros de nobres não tinham nada, que eles não tomavam banho, exploravam os camponeses e viviam uma vida de fartura e opulência enquanto os camponeses sofriam a amargura do frio, da penúria e da fome, morrendo de velhice antes dos 30, morando em taperas, vivendo oprimidos e que mesmo as mulheres nobres não passavam bons bocados não... Vigiadas, normalizadas, punidas, Rebecas não teriam sobrevivido ao fogo ou ao claustros. Ele acabou com minha Idade Média em três tempos e tchau para meu castelo medieval onde Brian de Bois Guilbert se redimiam e viviam felizes para sempre com Rebecas que deixavam de ser otárias.
Clio é a musa da história.
Eu lembro bem dessa aula que provalmente meu professor esqueceu na multidão de aulas que ele já deu. Nessa época fiquei com a impressão de que a História é uma dama muito cruel e que não existe compaixão no coração dela, rsrsrs... Hoje já sei que a História não é uma dama cruel, é apenas melancolica e cansada., afinal se detem na tentativa de compreender um mundo que nunca foi um lugar fácil de se viver, não existe Idade de Ouro e Gloria para a História.

Sir Walter Scott, Monumento, Edinburgh.
Mas, afinal o que é a Glória para que eu a deseje néh? Como já questionava  a minha sempre querida Rebeca de seu longínquo lugar em uma Idade Média sonhada, ou mesmo da pena de um autor sonhador do século XIX: 

"- Glória?... É ela a ferrugenta armadura pendendo sobre o esquecido e triste túmulo do guerreiro? A inscrição apagada que o monge mal sabe traduzir para o peregrino que o interroga? Serão estes os prêmios, correspondentes ao sacrifício de todas as afeições, para se viver uma vida de sofrimento, fazendo os demais sofrerem? Ou será que há tanto mérito nas toscas limas dos bardos errantes, para se porem de parte amores, afeições, paz e felicidade, para nelas se ser mencionado por menestréis vagabundos, cantando-as em tavernas para os bêbados?"
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P.S.: As imagens do acervo do Instituto Ricardo Brennand que ilustram a postagem cada uma delas sozinha daria uma postagem e muito mais, estão aqui pq ilustram muito bem a idéia de Idade Média que eu tinha durante a adolescência, foram todas tiradas por mim durante as visitas que fiz ao Instituto.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eu falo pernambuquês e vocês???_ Até rimou!!!


Só quem é pernambucano entende

Botão de som é pitôco;
Se é muito miúdo é pixototinho;
Se for resto é cotôco;
Tudo que é bom é massa ;
Tudo que é ruim é peba;
Rir dos outros é mangar;
Já faltar aula é gazear;
Quem é franzino (pequeno e magro) é xôxo;
O bobo se chama leso;
E o medroso se chama frouxo;
Tá com raiva é invocado;
Vai sair, diz vou chegar;
"Caba" (homem), sem dinheiro é liso;
A moça nova é boyzinha;
Pernilongo é muriçoca;
Chicote se chama açoite;
Quem entra sem licença emburaca;
Sinal de espanto é "vôte";
Quem tem sorte é cagado;
Pedaço de pedra é xêxo;
Quem não paga é xexêro;
O mesquinho ou sovina é amarrado, muquirana, mão de vaca, pirangueiro;
Quem dá furo (não cumpre o prometido ou compromisso) é fulero;
Sujeira de olho é remela;
Gente insistente é pegajosa;
Meleca se chama catota;
Catinga de suor é inhaca;
Mancha de pancada é rôncha;
Briga pequena é arenga;
Performance ou atitude de palhaço é munganga;
Corrente com pingente é trancilim;
Pão bengala é tabica;
Desarrumado é malamanhado;
Pessoa triste é borocoxô, macambúzo;
"É mesmo" é "Iapôis";
Borracha de dinheiro é liga;
Correr atrás de alguém é dar uma carrera;
Fofoca é fuxico;
Estouro aqui se chama pipôco;
Confusão é rolo;
É assim que acontece, visse?
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Eu achei esse texto nos descaminhos da net, achei interessante, além de verdadeiro... Só faltou emendar que pernambucanos não mandam beijos, eles mandam chero!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"Minha Declaração de Amor"

A vida de uma guerreira está completando um ano e para comemorar a proposta é que se faça um Blogagem coletiva declarando o amor a alguém, algo... Sei lá... Cada um escolhe o objeto de seu amor...


Bem, quanto a mim desde o primeiro momento soube do que falaria... e a quem declararia meu amor... sobre o amor de quem faria declarações.

Minha declaração eu deixo a minhas amigas, aquelas pessoas que são tão frequentes em minha vida, que ligam para o meu celular 5 vezes seguidas porque sabem que a probabilidade de serem atendidas na primeira é vaga; que me dão aqueles presentinhos legais, tipo ursinhos de pelúcia; que lembram que eu adoro ler e me dão livros; que são constantes; que aguentam a TPM; que aguentam meu jeito bruto de dar afeto: cheiro, abraço, beijo e ocasionalmente mordo; que riem dos meus enganos; que corrigem quando escrevo quase ou quiser com z ou alma com u (isso só amiga faz); que me dão chocolate na semana dos namorados; que me dão doces em qualquer semana; que não me elogiam quando eu emagreço de repente; que perguntam se eu almocei; que pegam no pé para que eu coma direito; que mentem que eu sou bonita, mentiras sinceras me interessam; que conversam comigo no ônibus; deixam recados no orkut; sobem a escadaria para virem me visitar mesmo com a coluna doendo; sobem a escadaria para virem me visitar de qualquer jeito; levam frutas para o trabalho pq sabem que eu gosto, mas só oferecem depois que eu como pelo menos a metade do almoço (aff!!!); que entendem quando faço drama; que escutam eu falando de história, mesmo sem terem o mínimo interesse no assunto; que choram comigo; que oram comigo; que riem comigo; que fazem doação de confeito/cola/papel/qualquer coisa que eu peça para a escola dominical, mesmo sem serem cristãs; que fazem as lembrancinhas (centenas delas) comigo ou até sozinha só por amor; que me dão sobrinhos lindos; que enchem os meus dias e que me mandam poesias (até rimou)... Que passam pelo blog de vez em quando ou de vez em sempre e comentam ou não, mas vem aqui, que não olham o blog pq não curtem isso, mas ponderam minhas esquisitices... Que perdoam quando eu erro, firo, falo demais, esqueço, lembro demais, adoeço por imprudência e tudo o mais...

A essas meninas, a todas elas, deixo minha declaração de amor e minha gratidão!