quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Queima não pastor, da esse Alcorão para mim!!!

Qual não foi minha surpresa quando a meia hora atrás vi no noticiário que tem um pastor dizendo que vai queimar o Alcorão... Não acreditei... Como alguém pode ter coragem de queimar um dos livros mais importantes, mais lindos, mais líricos escritos até hoje pelos homens????? 

"Queima não pastor!!! Dá esse Alcorão pra mim, eu guardo pra você!!!"

Falando sério, eu já estava pensando há algum tempo em escrever algo a respeito do Alcorão, mas eu estava com vontade de escrever sobre ele por causa de Simbad, que é um dos meus personagens favoritos, eu li muito  uma edição das "As aventuras de Simbad" entre os 9 e os 12 anos e ultimamente estava com saudades desse livro, aliás ainda estou com saudades, pq usei tanto que estraguei o coitado, mainha jogou fora junto com meu Ivanhoé, uma crueldade sem tamanho! Simbad e Ivanhoé foram meus heróis de fim de infância... era louca pelos dois, queria casar com Ivanhoé e ser Simbad, esse adorador de Alá  marcou fundo, acho que é por causa dele que adoro viajar.

 Essa não é a capa do livro que li, mas serve de ilustração!

Voltando ao assunto: Fala sério!!! Queimar um Alcorão já seria um pecado gravíssimo, imagina queimar um monte??? Pocha vida!!! Isso é loucura, é ignorância, não tem nome.

Antes de queimar, censurar, destruir é preciso entender que esse livro tem um papel essencial em grande parte de diversos acontecimentos em todo o mundo, no Oriente Médio tantos  os grandes chefes de estado  que tem a cabeça no lugar, como os Reis da Arábia Saudita e do Marrocos,  quanto os  mais agitadinhos  do juízo lançam mão dele para justificarem suas atitudes. Esse livro, hoje, é reverenciado como sagrado por um sexto de toda a raça humana como um milagre, como sabedoria máxima, como verdade absoluta e só isso já seria argumento suficiente para fazer qualquer um de nós pobres mortais que jamais escreveremos algo tão alto, tão nobre e tão... tão... morrer-mos de vontade de ler as 114 suras (capítulos) que formam o livro...


MAS, não é só isso!!!

O livro todo na verdade é um grande (na verdade imensoooo) poema!!! É a maior expressão da poesia árabe, uma pérola, um sobrevivente de um mundo que não se comunicava através da escrita, de um mundo onde as pessoas gravavam suas crenças em versos que eram recitados e repetidos de pai para filho, ele foi escrito em pedra, em madeira, em peles de cabras, omoplatas de camelos, folhas de tamareira, pergaminhos, até chegar por fim ao papel, sobreviveu a séculos e séculos e chega até hoje... O livro é poético!!! É muito absurdo tratar uma obra prima da humanidade com tamanho desrespeito...


Alguém que tem coragem de jogar poesia na fogueira... bem não devo julgar!!! Se existem lideres que fazem mal uso do texto sagrado isso realmente não é culpa do livro, muitos cristãos usaram o texto da Bíblia como argumento para roubar, torturar e matar milhares de pessoas ao longo da história e isso não torna a Bíblia um livro ruim ou capaz de orientar mal uma pessoa, pelo contrario a beleza dos Cânticos de Salomão continuam encantando gerações (minhas alunas que o digam), os Provérbios continuam sendo um guia pratico para viver bem e o Pentateuco, os Livros Históricos e etc.. uma fonte valiosa para entender o Mundo Antigo!

E eu me arrepio toda toda vez que leio:

"Recita em nome do teu Senhor que criou,
Criou o homem de sangue coagulado.
Recita. E teu Senhor é o mais generoso,
Que ensinou com a pena,
Ensinou ao homem o que não sabia."


Esses são os primeiros versículos do Alcorão e eu me arrepio pq sinto o peso dessas palavras, o peso de uma crença que atravessa o tempo, que move homens e mulheres, que cria pesadelos e sonhos, essas palavras tem força e merecem ser estudas e protegidas para que outras pessoas as estudem, as persigam e não queimadas em uma fogueira... o fogo não tem subjetividade suficiente para entender poesia, amor, morte, dor, sonhos, medo e tristezas... nós temos...

Ah, para os que acham que o livro sagrado do Islamismo ensina a intolerância, não é bem assim que as coisas são não viu.



"A boa ação e a má ação não são iguais. Repele o mal da melhor maneira, e verás aquele que era teu inimigo agir como se fosse teu amigo leal." 
(Surra 41:34)

Ele ensina generosidade:

"Nos vossos bens, que haja sempre um quinhão para o pobre e o deserdado" 
(Surra 51:18)

"E aqueles que vencem a própria avareza, são eles os vitoriosos." 
(Surra 59:09)

Ele ensina de um Deus justo:

"Naquele dia, os homens comparecerão, debandados, para ver suas obras:
Quem tiver feito um bem do tamanho de uma formiga, o verá. 
E quem tiver feito um mal do tamanho de uma formiga, o verá."
(Surra 99: 8)

Ele ensina de um Deus misericordioso:

"Quem dentre vós cometer um mal por desconhecimento e se arrepender e conciliar, Deus é clemente e misericordioso."
(Surra 6: 54)

Ah, toda essa paixonite pelo livro, eu nem tenho uma edição, no máximo uma edição baixada da net, que tristeza!!! Também não sou muçulmana, nem pretendo vim a ser, minha ideia de paraíso não é um lugar onde  há para cada homem sete virgens, se para cada mulher houvesse sete negros lindos eu podia pensar em uma possível conversão... e ouvir dizer que o pastor desistiu de seu projeto, não sei, sou péssima em acompanhar a mídia televisiva... Mas, amei falar do Alcorão... e me sinto devendo menos uma a mim mesma.. agora só falta falar de Ivanhoé e da Idade Média de Walter Scott.

Por fim, deixo ao pastor uma mensagem:

"Pastor, já que o senhor vai queimar tudo mesmo, o senhor não podia me doar um... só um?"

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ao aniversário da nação... não que eu seja patriota!!!

Há algum tempo atrás achei um soneto em um jornal da cidade do Recife, nesse época eu estava pesquisando e no emaranhado de vida que ficou registrado nos jornais do longooooo século XIX encontrei o soneto "Ao aniversário da nação"... que não tem nada de especial em si, ao não ser o fato de que celebrava a Independência do Brasil no ano de 1829, inicio do século XIX, primeiros anos da nação Brasil que surgia no horizonte...

Uma nação não é algo que nasce do nada, não nos enganemos, toda nação é algo que, como tudo na vida, se constroe primeiro através do reino mágico das palavras e apenas posteriormente em ações. 

Uma nação é primeiro pensada, e nessa poesia agente percebe como a nossa nação começou a ser pensada, como se deseja que ela seja, o que se desejava festejar no 7 de Setembro... O soneto não carregava junto a si o nome do autor, ou eu não vi... copiei apenas o texto e guardei na intenção de usa-lo em uma aula de história da vida, essa aula de história ainda não chegou (Chegará, queira Deus!) então resolvi nesse nobre aniversário aqui deixar essa pérola do patriotismo, verdadeiro culto cívico onde a divindade maior é a pátria, essa entidade quase mística que existe no nosso imaginário e não encontra expressão na realidade (ou encontra e eu é que não vejo?).

 Pátria, Pedro Bruno, Museu da Republica.

Ah, e se você ler o que eu escrevo e consegue compreender, apesar das distâncias (e da minha capacidade de cometer erros absurdos de ortografia), é porque temos uma língua oficial na qual escrevemos, muito embora essa língua varie de região para região, lemos, escrevemos e falamos em português, temos a idéia de que no final das contas somos brasileiros com pontos em comum, nos identificamos com o verde e o amarelo, em época de copa falamos de futebol, seja para enaltecer ou reafirmar nosso desgosto, comemos arroz e feijão e tantas outras coisas que atestam que temos em nós, apesar das inúmeras diferenças regionais, essa noção tão "alta, nobre e lúcida" de que somos um único povo e consequentemente o sucesso do projeto dos intelectuais do século XIX que idealizaram a ideia de NAÇÃO BRASILEIRA, aos trancos e barrancos esse ideal deu certo, para nosso azar ou sorte.

Ah, não é que tudo que nos contaram seja mentira... é que toda verdade é uma construção discursiva, o que achamos verdadeiro, alto, nobre, interessante e bom para ser ensinado a nossas crianças hoje não é a mesma coisa que esses homens e mulheres que viveram e morreram antes de nós pensavam ser bom, nobre, lúcido e mesmo o que os homens e mulheres que viverão por aqui daqui a 200 anos não será a mesma coisa que pensamos ser bom hoje... as concepções mudam e não podemos dar uma de Juiz, promotor e júri dos que aqui estiveram antes de nós.

Quando se olha para o passado, para o ontem, é sempre bom ter em mente o  que escreveu Mary Shelley em seu Frankenstein "O amanhã jamais igualará o ontem; Nada, exceto o mutável, pode perdurar!" (adoro essa frase, um dia desses tomo vergonha na cara e leio o livro, por enquanto aproveito que existem amigos que parecem ter lido todos os livros possíveis e imaginados e estão dispostos a falar a respeito). Da mesma forma como algo a duzentos anos atrás parecia bom e hoje não é tão legal assim, o que é legal hoje poderá não ser legal amanhã, é bom ter cuidado.

Enfim, cá está o soneto, copiado da mesma forma que estava no jornal... Feliz feriado para todos! 

Ao aniversário da Independência


Brasileiros!... de novo o dia assoma
Natalício feliz da Independência!
Mais fausto, mais brilhante, e de excellencia,
Que os aureos dias que viu Grecia, e Roma!

Cessou da escravidão males sem soma
Cessou de Lysia injusta e prepotente
E da Gloria exaltada a suma essencia
Hoje na Patria, por Pedro o septo toma.

Briozos da ventura que gosamos,
Distintos na virtufe, e lealdade,
Somos livres! He quanto dezejamos!

Ferros não mais, avulte a Integridade!
Prosperem nossos fados, defenda-mos,
A Lei, o Throno, a Patria, a Liberdade.


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Referencia:

Diário de Pernambuco, nº 161, pg. 1, 7 de Setembro de 1829.

sábado, 4 de setembro de 2010

Vertigem... Milan Kundera


"O que é vertigem? Medo de cair? Mas porque temos vertigem num mirante cercado por uma balaustra sólida? Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrai e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados."

(Milan Kundera)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Frase interessante!!!

Navegando pelos mares da Net encontrei a história de Virginia Woolf e algumas citações e afins... Duas me chamaram a atenção e deixo por aqui uma com a qual concordei em amplo grau...

"A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata."
Virginia Woolf.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um video muito fofo!!!

Sabe como é, cá estava eu, usando o tempo que eu não tenho para navegar pela blogosfera e eis que vou parar no site do GREEN NATION FEST, mais especificamente no vídeo do Acacio Alves, um vídeo de 2 minutos... Fiquei encantada... que robozinho mais lindinho, e feito todo com sucata... não resistir e trago o video e o robozinho para cá. Não posso deixar de me dar ao luxo de adicionar esse fofo a minha caixa!!! Essa coisa de trabalhar com animação tem todo um tom de mágica para mim, acho lindo demais, sem contar com a mensagem que a história trás!!!



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Ah, pelo prazer de assistir a essa animação agradeço a Mari Amorin do blog Mari Amorin Brincando com a Rima, ela indicou o vídeo pq ele está concorrendo no GREENNATIONFEST, um festival de vídeos com temática ambiental e ela indicou para quem quizer ver e votar, deixo o linck também para quem gostar do curta e quiser votar nele.