terça-feira, 13 de abril de 2010

Um dia ensina a outro dia e uma noite revela conhecimento a outra noite...


Onten foi um dia terrivel, mas nada como um dia após o outro... dias ruins podem até deixar sua marca, mas decididamente vão da mesma forma com que vieram, meio que do nada... graças a Deus meu dia ruim deu lugar a um dia tranquilo e enquanto eu estava no meu trabalho, ainda um tanto preocupada, lembrei do Salmo 19, o meu Salmo preferido, um Salmo que me parece bastante adequado para pessoas como eu.

Deixo então alguns versículos desse Salmo que em momentos de ansiedade costuma me consolar, há, também deixo devo admitir o quanto esse espaço ajuda a desabafar sem perder o prumo e agradeço a Elaine pela palavra doce de compreensão que sempre é muitoooo bem vinda nesses momentos chuvosos...


SALMOS 19:

"Os ceús manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos,
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite." (vers. 1)

"A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e da sabedoria aos simplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos." (vers.: 7,8)

"Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Também da sorbeba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim... sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, rocha minha e libertador meu." ( vers.: 12,14)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dias difíceis!!!
























Todos os dias são difíceis e em geral a vida não é fácil para ninguém, há até quem diga que "a vida só é dura para quem é mole", mas sempre existem aqueles dias que são tão piores que os outros...

Hoje foi o meu dia tão pior, estou exausta!!!

Estou cansada de tantas preocupações, a vida me preocupa e essa preocupação constante me cansa!

Minha irmã costuma dizer que eu já nasci preocupada, geralmente quando ela diz isso eu tenho vontade de dizer a ela que eu não nasci preocupada, ela é que inaugurou minhas preocupações ao nasce... mas eu não sei se isso é verdade, eu lembro que antes que ela nascesse eu já me preocupava com algumas coisas... rsrsrsrs... Preocupação e agunia parecem rotina na minha vida!!!

Gostaria de me desprender de tudo e curtir, largar os pesos pelo caminho... porém, largar não está em mim... Então me conformo em desabafar meu estado de preocupação no meu pequeno diário e me agarrar a minha sombrinha particular e me proteger dessa chuva... o sol vai voltar logo...

Alice no País das Maravilhas


Pois é, eu também li esse livro... Ooooh, como essa história está na moda muitas outras pessoas também devem está lendo e como é um clássico da literatura universal tantas outras devem ter lido em momentos anteriores, logo eu serei apenas mais uma a dizer de uma forma ou de outra que essa história é excelente.

Alice em sua caminhada para o país das maravilhas atrá de seu coelho branco nos conduz em uma aventura um tanto maluca, mas decididamente instigante, entre minha infância e adolescência li esse livros umas cinco vezes (e olha que eu era o tipo que lia livros emprestados da biblioteca) e ainda acho que foram poucas vezes e que não entendi tudo o que a história conta, lembro que foi uma leitura que ninguém me indicou eu apenas me encantei com o a capa do livro (essa que está ai em cima) e com as primeiras linhas da história e no final das contas me deparei com um livro é fantastico que me despertou pela primeira vontade de aprender outra língua para poder ter acesso a um livro em sua língua original (uma vontade que ainda não transformei em realidade por preguiça ou falta de tempo...).

Decididamente essa é uma a história que merece ser lida e relida, contada e recontada, comentada e recomentada e sem dúvida vez ou outra se torna a melhor forma de falar a respeito de algo importante, o que me faz lembrar de algo que recentemente um amigo me falou a respeito da eterna busca humana pela verdade, algo semelhante a jornada de Alice atrás do coelho branco, uma busca na qual é boa idéia fazer tal como Alice e seguir o coelho branco, sem deixar de eventualmente parar e tomar um chá com um chapeleiro maluco.

Na verdade desde o Natal de 2008 e o inicio de 2009 que eu penso em escrever algo sobre essa história, foi que uma amiga me perguntou o que eu queria ganhar de presente de aniversário e eu falei nesse livro, mas coisas aconteceram e mesmo ela sendo uma boa amiga acabou que fiquei sem o presente rsrsrsrsrs... que tristeza imensa rsrsrs... hoje me deparei com a promoção do Fio de Ariadne, um dos blogs que acompanho... e decidi que já era hora de transformar minha experiência com esse livro no tradicional amontoado incompleto de palavras que são minhas postagens.

E a proposito das aventuras de Alice, não posso ou quero esquecer de deixar aqui um dos textos mais lindos com o qual me deparei nos descaminhos da net, é um texto de Paulo Mendes Campos, um texto belissimo diga-se de passagem, que ai vai.

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Para Maria da Graça


Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.

Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.

A realidade, Maria, é louca.

Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: “Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?”

Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é o lugar – comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.

A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria têm de ser grave.

A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: “Oh, I beg your pardon!” Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gosta de gatos, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: “Gostarias de gatos se fosses eu?”

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! mas quem ganhou ?” É bobice Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste.

Disse o ratinho: “Minha história é longa e triste!” Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: “Minha vida daria um romance”. Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: “Minha vida daria um romance!” Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.

Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: “Devo estar diminuindo de novo”. Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.

E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinicerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor.

Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: “Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas”.

Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.

CAMPOS, Paulo Mendes. Para Maria da Graça in Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1979.



sábado, 10 de abril de 2010

Noites eternas e Abdicações...


ABDICAÇÃO

Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho... eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.

Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços

Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.

Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.


Fernando Pessoa, 1913
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Esse, decididamente é um dos poemas que mais gosto. Li esses versos pela primeira vez em um jornal que um tio meu comprou. Caraca isso faz um tempão! Foi amor a primeira vista.

Não resisti, automaticamente peguei a tesoura de costura de minha avó e recortei o poema do jornal. O que não foi um ato ilegal, minha avó deixou eu cortar o jornal, era velho mesmo e ia para o lixo, menos um pedaço não ia fazer falta!

Desde então, vez ou outra lembro dessa poesia, desse desejo enorme de ser tomada nos braços da noite tal como uma filha que voluntariamente abandona os cançasos nos braços de uma mãe afetuosa...

Penso que de certa forma, todo mundo já quiz abdicar de seu trono, seu lugar seguro na vida onde vc tem a plena consciência de que é REI, seu elemento primordial que é feito de força, certeza, alegria, vaidade e também de tristeza, cansaço, pesadas armaduras, grossas e inúteis cotas de malha e tantas coisas fúteis.... quem nunca quis largar tudo e se entregar ao nada... ou ao menos a alguma coisa mais leve, calida, menos rude e pesada... alguma coisa tão eterna e constante e antiga quanto a noite... eu não faço questão de ser excessão a regra alguma, me enquadro entre os que sentem vontade de despir-se da realeza de corpo e alma e encontrar a noite antiga e calma.

O problema é que sempre tenho o triste e fatal habito de lembrar que a calma da noite é um disfarce macabro, não existe calma na escuridão... A aparência tranquila é um engodo, dentro da escuridão silenciosa da noite borbulham e queimam milhares de vidas, milhares de movimentos... a noite é antiga, mas não é calma... talvez o dia seja mais calmo que a noite...

Quantos animais perigosos não escolhem a noite para caçar, quantos pesadelos tenebrosos não separaram a noite para tornarem-se realidade, quantos desvarios não saíram de mentes tão grandiosas quanto tenebrosas enquanto as sombras cobriam a terra com seu véu negro???

OOoooohhh.... Que triste a vida de alguém que não consegue se render nem mesmo a um de seus mais antigos desejos infantis sem antes questiona-lo!!!

Sim... pode até ser meio triste, mas é claro que alto-piedade não consta entre os meus atributos... ainda não é hoje que vou me render a minha antiga vontade de ABDICAR de meu espírito (metaforicamente e concretamente) a noite é eterna ela não precisa de mim e se quer tanto meu sangue para se importar a ponto de me tentar a verte-lo com tanta constância e desde tão cedo pode esperar mais um pouco... talvez tenha que esperar o tempo de uma vida inteira... podemos nos encontrar tarde, muito tarde... quando não houverem mais cetros e coroas a serem feitos em pedaços...

Além do mais, abandonar não está em mim... Não abandono nem mesmo espadas, mesmo as mais pesadas; cetros e coroas, que ficariam bem melhor feitos em pedaços; cotas de malha, que já foram feitas inúteis; ou mesmo esporas de tinir fútil... deixar pela escadaria não faz parte de meus hábitos... E mesmo quando fazem parte de algum plano, é um plano que já nasce morto...

Minha Abdicação sempre e sempre é adiada... mas enquanto a noite é eterna a minha carne foi feita para morrer... certamente me encontrarei com a noite em algum lugar... e se meu espírito é eterno ele se irmanara a essa noite e seremos um só... penso como esperança que um dia meu espírito regressará a "essa noite antiga e calma como a paisagem ao morrer do dia"!

P.S.: A julgar pela hora em que escrevi isso... deve ter tanto erro ortográfico... rsrsrsrs... depois corrijo com calma!!!
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Realmente haviam muitos erros de escrita... minha pérolas!!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Muleque, Solano Trindade

Muleque
Solano Trindade

Muleque, muleque
quem te deu este beiço
assim tão grandão?

Teus cabelos
de pimenta do reino?

Teu nariz
essa coisa achatada?

Muleque, muleque
quem te fez assim?

Eu penso, muleque
que foi o amor...

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Pessoalmente acho esse poema encantador, mas eu lembrei de colocar esse poema aqui, pq ele é especial para uma pessoa que amo muito, um amigo meu que costuma dizer que esse poema é dele... e sinceramente deve ser mesmo, pq ele é a figura viva desse muleque feito de amor.