segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Inimiga da Tristeza!!!!!

Hoje eu sou uma fervorosa inimiga da tristeza, enquanto o sol brilha e aquece a todos nós, enquanto o vento sopra, eu, eu me recuso a ficar triste por qualquer motivo, acordo ergo os braços e paro no ponto mais alto que tenho acesso, deixo o sol queimar um pouco meu rosto, abro os olhos e me permito apreciar a luminosidade do dia aceitando que o vento coloque meu cabelo em desordem e tente inutilmente erguer minha sai, faço isso literalmente e guardo a lembrança pelo dia inteiro, conservando a felicidade desse momento...

Tristeza alguma vai me alcançar, ao menos por hoje...





Vou guarda a tristeza para os dias de chuva que virão, dias de sol e vento não merecem choro, cara amuada, desalento ou medo, merecem toda a minha capacidade de ser feliz a 220, me nego a ficar em 180 ao menos enquanto o Sol, o vento e a luz estiverem tão densos que quase são palpáveis...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Trapo: o dia deu em chuvoso...

É, não tem como, tem dias que mesmo ensolarados acabam dando em chuvoso, não importa o quanto a manhã esteja clara, enquanto o Sol brilha, tem dias que simplesmente dão em chuvoso e você se sente um pequeno trapo esfarelado, para dias assim nada melhor que uma poesia de Fernando Pessoa!




Trapo
Álvaro de Campos

O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.

Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.

Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...

O dia deu em chuvoso.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Vai passar como tudo nessa vida ????

Nos descaminhos e caminhos da internet, em um dos muitos espaços que freqüento pouco e mal, mas freqüento, achei uma mensagem com esse titulo: "Vai passar como tudo nessa vida!!!" e eu fiquei pensando que tem coisa que realmente passa, mas algumas parecem que não vão passar mesmo, como por exemplo a saudade enorme que um amor vivido deixa no coração, todos os dias essa saudade apenas aumenta, ela nunca, absolutamente nunca passa...







VAI PASSAR COMO TUDO NESSA VIDA.......!!!!


Vvv, vvv.


Vvv, vvv.


Vibra o telefone no bolso de trás da minha calça jeans.


Atendo.


Do lado de lá, soluços.


- Estou te ligando pra você me dizer, mais uma vez, que vai passar.

- Vai passar, vai passar. Claro que vai!

No caminhar dos ponteiros do relógio da Central, depois de três ou quatro luas cheias, no dia seguinte em que aquele filme sair em DVD, quando o seu cabelo crescer dois dedos e nascer uma flor no pé de maracujá, vai passar.



‘Mas vai passar, eu garanto. Se não for por um golpe de sorte, será por esforço e merecimento. E, se tardar, por necessidade e instinto de sobrevivência, vai passar

Se contar com a companhia de amigos com quem você possa chorar ou dar risada (a escolher) passará mais rápido. Se tiver sorvete de chocolate no congelador passará ligeiro. E se tomar com calda de caramelo passará como um raio.


Às sete da manhã, vai passar. Quando começar a fazer calor, vai passar. Depois que você chorar a última de tantas lágrimas, vai passar. Como um mantra, vai passar.


O bom de se estar vivo , é a certeza da sobrevivência pós-separação. Eu sei que agora está doendo e que é uma dor tão profunda que fica difícil acreditar que um dia ela não estará mais aí, apertando suas costelas e molhando seus travesseiros. Mas vai passar, eu garanto. Se não for por um golpe de sorte, será por esforço e merecimento. E, se tardar, por necessidade e instinto de sobrevivência, vai passar.


E toda essa tristeza vai dar lugar a um novo amor. E ele há de ser grande para preencher tanto espaço. E, acredite, você será feliz com ele. Muito feliz, insuportavelmente feliz. E vai maldizer os últimos dias com o outro, quando nem se lembrava da sensação de ter as bochechas mais coradas da festa.


Aí você vai pensar no dia de hoje como se ele pertencesse a uma vida passada, há muito tempo, lá longe. E essa lembrança virá com desdém e um pouco de mágoa. Talvez traga uma ponta de saudade - às vezes, muitas, os sentimentos não se casam. O importante - pode confiar - é que você estará tranqüila, sem o assombro nem os olhos tristes de agora.


Em nome da nossa amizade: vai passar, eu juro - beijo os dedos em xis.


Ela soluça alto do lado de lá.


- Se, por ora, estiver doendo em demasia, tome metade de um remedinho e vá para debaixo das cobertas.Não sem antes consultar um médico .


Desligo.


Enfio o celular no bolso de trás da calça jeans. Fecho os olhos, recapitulo a minha fala (a parte do "merecimento" e do "instinto" até que foi boa) e me pergunto se fui mesmo convincente.

Texto de Rossana Caiado

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Um trechinho do Canto IV da Odisseia

De todas estas Dádivas
Só quero a Taça de Ouro trabalhada a Fogo.

Facilmente, em teu reino de chão fértil,
Nascem Trigais de espigas ondulantes;
Minha terra porem não possui Campos
É Sagrada, selvagem, pedregosa
Tudo, ali, são Pastagens e rebanhos
de jumentos, de ovelhas e Cabras

Não quero chegar lá de mãos vazias.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quem morre lentamente????????




Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente