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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Romeu e Julieta de William Shakespeare [40 Livros Antes dos 40 Anos/05]


Comecei a ler Shakespeare na adolescência com uma versão adaptada de "Sonhos de Uma Noite de Verão" e não gostei muito, porém, nada como um dia depois o outro somando anos para trazer juízo a pessoa. Passar a vida toda sendo leitora e ignorando o Bardo do Avon é muita desonra! Ao longo dos anos acabei me pegando lendo "Macbeth" e no segundo encontro foi amor, acabei decidindo ler tudo dele... e estou fazendo esse exercício ao longo dos anos. Já foi "Hamlet: o Príncipe da Dinamarca", "O Rei Lear", "A tempestade", uma releitura de "Sonho de Uma Noite de Verão" e em Setembro de 2021, finalmente, um dos livros mais famosos da história da Literatura: "Romeu & Julieta".

sábado, 19 de fevereiro de 2022

O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brontë [40 Livros Antes dos 40/4]

Li "O Morro dos Ventos Uivantes" no final de 2021, passei pela estante, avistei ele e me perguntei: "Quantas vezes vou precisar ler esse livro para decidi se gosto ou não dele?". Quanto mais as leituras se somam umas as outras mais me absurda a genialidade feroz da Emily Brontë e sua capacidade de descrever a perfeição a crueldade, intensidade, passionalidade e imprevisibilidade das pessoas moldadas por relações abusivas, desconhecem outra forma de sociabilidade e em grande medida rejeitam e desprezam qualquer coisa longe disso.

Mesmo agora não consigo definir com clareza meus sentimentos em relação a Catherine & Heathcliff. Dentro do meu coração "O Morro dos Ventos Uivantes" permanece sendo um conto de terror mais sombrio, oposto simétrico do conto de amor mais luminoso contido em "Orgulho e Preceito". Assim como Jane Austen, Emily Brontë é seminal em minha trajetória de leitora, parte do Yin Yang de minha personalidade construída em torno de aproximações de opostos.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Debaixo Do Vulcão de Malcolm Lowry

"Quauhnahuac era como o tempo sob esse aspecto, para onde quer que alguém se voltasse o abismo estava à espera logo depois da esquina."

"Debaixo do Vulcão" do Malcolm Lowry foi um das melhores e mais difíceis leituras que fiz nos últimos tempos. É um livro com pouquíssimos personagens, apenas quatro: Cônsul britânico Geoffrey Firmin, o protagonista, seu meio irmão Hugh, seu amigo de infância M. Jacques Laruelle e sua esposa Ivonne. Toda ação acontece na cidade mexicana fictícia de Quauhnahuac no "Dia dos Mortos" de 1938 e o nome do livro se deve ao fato da cidade ser sombreada por dois vulcões, o Popocatepeth e o Iztaccihiath.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

"Rei Lear" de William Shakespeare


"Rei Lear" de William Shakespeare é uma peça teatral, uma tragédia escrita em 1606. Nela se conta a história do que aconteceu a família do Rei Lear quando ele, já idoso, decide dividir seus bens entre suas três filhas (Goneril, Regana e Cordélia) e viver sob a tutela delas o resto de seus dias.

O plano de Lear era brilhante, conferindo independência as filhas ele desejava poder gozar de seus últimos anos de vida com tranquilidade e sem o peso das responsabilidades, no entanto, os resultados de sua ação são catastróficos para todos e infinitamente mais para ele.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Peter Pan de J. M. Barrie [Literatura Infantil]

  
Se eu tivesse me auto-desafiado a ler e resenhar clássicos da literatura infantil e contos de fadas em 2017, não estaria lendo e resenhando com tanta frequência esses gênero. Como não me auto-desafiei, aqui estou para comentar mais um clássico da literatura infantil.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá

Alguns livros são tão incríveis e exercem sobre nós um fascínio tão grande que uma leitura não basta. É como se eles tivesse voz e desejos próprios e de tempo em tempo simplesmente nos chamam para voltar e desesperadamente precisamos ir lá e reler por pura necessidade existencial.


"Aventuras de Alice no País das Maravilhas" e "Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá" se encontra entre os livros que mais tenho relido nos últimos 15 anos e por incrível que pareça sempre me pego achando uma coisa diferente da que achei antes. Invariavelmente tenho concluído a leitura do texto do Lewis Carroll dizendo: "Agora eu entendi a história!", para depois de 2, 3 ou 5 anos reler e dizer: "Nossa! Como isso estava aqui e eu não vi?".


Não sei se os livros são possuidores do dom da transmutação ou se as pessoas se transformam através dos anos, talvez sejam os dois, livros e humanos, seres em constante processo de mutação. Quando mergulhei com Alice na "Toca do Coelho" rumo ao "País das Maravilhas" e "Através do Espelho" pela primeira vez senti uma aflição terrível. Tudo nos livros tinha tons de pesadelo, ninguém parecia dizer coisa com coisa, todos respondiam com perguntas... Nossa, quão grande foi meu alivio quando vi a menina acordar! Me senti acordando com e ela e decidi voltar a ler novamente sem a aflição de não saber se aquilo era real ou não.

Incrível como a gente se engana nessa vida! Viajar pelo Mundo das Maravilhas e Através do Espelho sem aflição não existe e não teria a minima graça. Se for para não me sentir aflita com as questões existenciais propostas pelos personagens é melhor nem ir.

Essa nova leitura da obra de Lewis Carroll colocou em grande evidencia para mim o quanto ele era critico a uma educação escolar meramente informativa. Enquanto cai na "Toca do Coelho" Alice tenta rememorar as coisas aprendidas na escola, informações enciclopédicas empurradas nela goela adentro, e mostra o quanto tentou digerir tudo e quão poucos resultados trouxeram esse esforço. Indo de encontro a forma como a educação infantil funcionava em meados do século XIX os habitantes do "País das Maravilhas" não empurram em Alice formulas e informações prontas, eles questionam, instigam e empurram a menina para o caminho da experiência.

Geralmente quando temos uma criança sob nossa tutela a sanidade nos leva a oferecer a ela orientações muito precisas, baseadas em nossas experiencias, de como ela deve agir ou não para obter sucesso. Porém, as pessoas com as quais Alice se encontra no mundo além da "Toca do Coelho" são loucas, elas não tem resposta nem para suas próprias charadas quanto mais para as da menina! Para aprender ela precisa encontrar pessoas, experimentar, caminhar, desbravar, ouvir, falar, correr, recitar as poesias...


Também é imperativo falar dos encontros da menina com os habitantes do estranho mundo no qual ela cai. A começar pela exótica Lagarta com seu narguilé que não pergunta: "Qual seu nome?", mas "Quem é você?". Em um dia normal essa já não é uma pergunta das melhores, imagina em um dia no qual você diminuiu, cresceu, falou com animais, foi confundida com outra pessoa, foi pra lá e pra cá meio sem rumo em um lugar desconhecido? Difícil! Alice se enerva, quer ir embora, da meia-volta, MAS a Lagarta não deixa:
"Volte!"chamou a Lagarta. "Tenho uma coisa importante para dizer!"
 A menina se vira e volta para ouvir:
"Controle-se", disse a Lagarta.
Já perdi as contas de quantas vezes na vida precisei me controlar para encontrar alguma ajuda para um problema difícil. No entanto, quando a Lagarta disse isso, fiquei na duvida entre chorar ou rir. Gente, isso é trolagem pura! Todos os outros encontros da criança parecem ser pontuados por esse tipo de sacanagem

Na frente da casa da Duquesa, Alice pergunta ao Lacaio: "Como faço para entrar?". O danado simplesmente tasca nela um: "Mas, afinal, você deve entrar? Essa é a primeira pergunta." Ela se irrita, resmunga e tudo e tal e pergunta: "Mas o que devo fazer?". Ao que ele responde: "O que quiser...". Junto com o fabuloso Gato de Cheshire, com o querido Chapeleiro Maluco, a Lebre de Março, o Lacaio com cara de sapo está no roll dos meus personagens favoritos.


Ainda sobre o roll dos personagens favoritos preciso reafirmar o quanto acho sensacional o dialogo de Alice com o Bichano de Cheshire:
"Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?"
"Depende bastante de para onde quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importa muito para onde", disse Alice.
"Então não importa que caminho tome", disse o Gato.
"Contanto que eu chegue a algum lugar", Alice acrescentou a guisa de explicação.
"Oh, isso você certamente vai conseguir", afirmou o Gato, "desde que ande o bastante." (pag. 76/77)
Novamente não sei se é para rir ou chorar... Depois dessa só posso deixar registrado que o esforço da minha vida consiste em andar o bastante.

E o que fazer quando a gente escuta/ler o Chapeleiro falando do Tempo?
"Se você conhecesse o Tempo tão bem quanto eu falaria dele com mais respeito." (pag. 84)
Estou a trinta anos convivendo com o Tempo e cada ano tenho por ele mais respeito. Ele não é linear, constante ou medido tão facilmente quanto o relógio comum faz supor que seja. É conveniente acreditar que um dia tem 24 horas e um ano 365 dias, mas quem viveu suficiente sabe o quanto há anos que não cabem em um dia e dias que não cabem em um ano. Há eternidades que acabam em segundos e segundos que duram uma eternidade.


Apesar de ter a impressão de todos os habitantes do País das Maravilhas serem confusos e pouco dado a respostas fáceis, também tenho a sensação de não existir um senso de perigo no mundo abaixo da Toca do Coelho ou uma urgência na viagem feita pela menina. Bem diferente da trajetória dela "Através do Espelho", durante essa leitura se impregnou em mim uma sensação de insegurança profunda.


No "Outro Lado do Espero" a criança mais obtêm ajuda, pessoas para caminhar com ela e menos perguntas isso tudo parece existir para equilibrar um perigo real sempre a espreita. Alice parece correr o risco constante de se perder até mesmo de si mesma. Lembrei muito do mundo do "Outro Lado da Muralha" criado por Neil Gaiman que aparece em obras como "Stardust: o mistério da estrela" e "Os livros da magia" entre outros. No mundo invertido do espelho é possível encontrar personagens lendárias tradicionais saídos do folclore inglês seus contos populares, poesias e canções. Ela ainda precisa entrar na floresta e enfrentar trilhas perigosas para sua memória e identidade.


Gosto muito das considerações da Rainha Vermelha:
"... você tem que correr o mais que pode para continuar no mesmo lugar. Se quiser ir a alguma outra parte, tem de correr no mínimo duas vezes mais rápido!" (pag. 186).
"... lembre-se de quem você é." ( pág. 188)
Só Deus sabe o quanto uma vez dentro de uma floresta pode ser fácil esquecer quem se é ou seder a tentação se deixar seduzir pessoas e situações prontas a nos levar a esquecer nosso nome, origem, desejos e sonhos. Existe alguém que vez ou outra não foi convidado a barganhar qualquer parte de si em troca de uma ninharia e precisou se agarrar em um amigo tal como Alice se agarrou na Corsa para atravessar o bosque "em que as coisas não tem nome"?

E se eu gostei da Rainha Vermelha novamente me apaixonei pela generosa Rainha Branca. Quando Alice se desespera ela não oferece consolos vãos, doces ou ilusões, simplesmente diz:
"Considere a menina grande que você é. Considere a longa distância que percorreu hoje. Considere que horas são..." (pág. 227)
Não é sem motivos que o Gato questiona Alice em relação a quem ela é. De muitas formas, em momentos de desespero, o que nos salva é a possibilidade de considerarmos quem somos. Aliás, também acho delicioso o fato da Rainha Branca colocar em evidencia a distância percorrida, até mesmo as horas.


Desse encontro também destaco as coisas faladas a respeito de acreditar no impossível:
Alice riu. "Não adianta tentar", disse; "não se pode acreditar em coisas impossíveis.""Com certeza não tem muita prática", disse a Rainha. "Quando eu era da sua idade, sempre praticava meia hora por dia. Ora algumas vezes cheguei a acreditar em até seis coisas impossíveis antes do café da manhã..." (pág. 227/228)
Sei o quanto esse texto já está quilométrico, mas ainda gostaria de destacar o encontro da Alice com a Ovelha e o Unicórnio, pois ambos disseram coisas sobre as quais me pego pensando com constância.
"Pode olhar para a sua frente, e para os dois lados, se quiser", disse a Ovelha, "mas não pode olhar para tudo a sua voltar... a menos que tenha olhos na nuca." (pág. 230).
"Bem, agora que nos vimos um ao outro", disse o Unicórnio, "se acreditar em mim, vou acreditar em você..." (pág. 264).
Por todos os motivos aqui citados, e outros tantos não citados, só posso concluir esse texto gigantesco reafirmando meu amor pela obra de Lewis Carroll e meu desejo de continuar sendo um pouco Alice na vida. Ainda quero forças para consegui seguir o Coelho Branco, mergulhar na toca, chegar um mundo de maravilhas ou encontrar uma forma de ir através do Espelho para um mundo invertido perigoso mas cheio de pessoas generosas capazes de ajudar qualquer um a acreditar em si, no seu nome e na possibilidade do impossível.

Ah, fiz a releitura desse clássico em conjunto com o Alexandre do blog #DoQueEuLeio. Clique AQUI para conferir a resenha dele, bem mais sintética que a minha.

segunda-feira, 14 de março de 2016

"Hamlet: Príncipe da Dinamarca" de Shakespeare

Era uma vez uma pessoa mergulhada em um momento de total bad vibe. Passeando pela floresta do alheamento ela decide fazer algo inusitado. Mas, qual seria esse algo?

Passear no parque?
Assisti uma comédia no cinema?
Ir a praia com as amigas?
Nãooooooooooooooooooooooo!
Nada disso!
Isso tudo não convém!
Ela vai ler uma das tragédias mais famosas dos últimos séculos!


Meu desejo de ler "Hamlet: príncipe da Dinamarca" não é recente. Essa edição chegou até mim em 2011 através de uma brincadeira de troca-troca de livros entre blogueiros e quando eu o o Alexandre do #DoQueEuLeio começamos a falar sobre ler algo de Shakespeare foi só unir a sede a vontade de beber.

Apesar de ser uma tragédia, não achei o texto pesado e o final é tão demasiadamente trágico que chega a ser cômico. Varias vezes me coloquei no lugar de uma plateia do século XVI olhando o desenrolar dessa trama e pensando em escanda-los públicos e escondidos das famílias reais europeias e rindo sozinha de mim para mim mesma no meio dos monólogos angustiados e delirantes do Príncipe Hamlet.

Como o titulo do livro anuncia em "Hamlet", Shakespeare nos conta a história de um príncipe melancólico divido a perda precoce do pai e a frustração de ver sua mãe desposar seu tio antes mesmo do fim do período de luto. Somado a esses dois traumas, como se sua melancolia revoltada não fosse suficiente para enlouquecer o vivente, o fantasma de seu pai lhe aparece anunciando uma traição e clamando por vingança.


Como disse Horácio, amigo do Hamlet: "Não sei, mas há algo de pobre no Reino da Dinamarca." e para Hamlet cabe a ele colocar essa podridão em evidência e encontrar para ela um vingança digna de um rei cuja coroa foi indignamente usurpada. Para executar sua vingança nosso herói usa o artificio de "da uma de louco".

Obviamente Hamlet não esperava descobrir com seu ardil o quanto "um homem pode sorrir, sorrir e ser um celerado" não faz nenhum bem. Sua loucura fictícia conduz ele a loucuras concretas, macula o amor dele pela jovem Ofélia, intoxicando a moça com uma loucura real, constrói uma trilha de sangue e tragédia para todos a sua volta.

Apesar do fim arrasador e de realmente ter tido trabalho com a tradução rebuscada de Mario Fondelli e a formatação do texto da coleção "Clássico Econômicos Newton" ter me feito sofrer, adorei a leitura. Furiosamente anotei várias citações das perolas sobre comportamento, sociedade, cultura e politica espalhadas pelo texto de shakespeariano.

Muitas vezes me peguei pensando o quanto foi capcioso escrever, produzir e encenar em um mundo no qual os reis reinavam por “direito divino” uma história na qual a família real era uma verdadeira celerada, fadada ao fracasso por manchas de envenenamento, incesto e traições. Se, nas palavras do próprio autor "um pingo de mal contamina a substancia mais pura", imagine essa quantidade gigantesca de maledicências e crueldades em uma família que advogava para si o titulo de sagrada?

E sim, o autor conhecia muito bem o poder dos atores, como eles influenciam a opinião publica e podem ajudar ou prejudicar caso queiram ou precisem. O próprio Hamlet afirmou: "... os atores são como que o compendio e a crônica do nosso tempo e mais vale que vós tenhais um epitáfio ruim depois de morto do que serdes por eles escarnecidos em vida." (p. 45). Essa passagem é quase uma ameaça, não por acaso os políticos brasileiros proíbem os humoristas de zuar com eles em época de eleição na TV aberta.

Em síntese, não é sem motivos a popularidade da obra de Shakespeare e os muitos estudos sobre ela. Trata-se de um texto rico, com potencial para a reflexão e, mesmo na pior tragédia, com uma dose de comédia. Afinal como não ri diante do dialogo dos coveiros ou do espetáculo de ver um fidalgo e um príncipe se engalfinhando em cima de um caixão diante do Rei e da Rainha?

Apesar da dificuldade com a tradução e a formatação do texto, gostei muito da experiencia de ler Shekespeare. Quero ler muito mais dele, aliás, quero ler TUDO dele.

"Hamlet: príncipe da Dinamarca" contém o monologo mais famoso de todos os tempos, o qual senti necessidade existencial de transcrever por sua genialidade e impacto reflexivo.
"Ser ou não ser... Eis o problema. Será mais nobre suportar as pedradas e as flechadas de uma fortuna cruel, ou pegar em armas contra um mundo de sofrimentos e, resistindo, acabar com eles? Morrer, dormir, nada mais, e com o sono dizer que demos cabo da aflição no coração e das demais enfermidades naturais da carne: consumpção a ser desejada como graça. Morrer, dormir. Dormir? Sonhar, talvez, é este o ponto que nos detém, é a duvida que prolonga por tão largo tempo a vida dos infelizes. Pois quem quereria suportar o chicote e as injúrias do tempo, as injustiças do tirano, as afrontas do orgulhoso, as torturas do amor não correspondido, as demoras da justiça, as insolências do poderoso, os pontapés que o mérito paciente recebe dos indignos, quando ele mesmo poderia alcançar a paz com a mera ajuda da ponta de um punhal? Quem quereria suar e praguejar sob o fardo de uma vida ingrata, não fosse pelo receio das terras incógnitas do além, país do qual ninguém jamais voltou? Eis o que estorva a vontade e nos decide a suportar os males que sofremos, com medo de enfrentarmos outros que não conhecemos. Eis por que as cores vivas da resolução desmaiam no clarão indefinido do pensamento e os projetos de grande alcance e momento perdem o rumo, voltando ao atoleiro da imaginação. Mas... silêncio! Agora a bela Ofélia se aproxima - Ninfa, lembra-te dos meus pecados nas tuas orações." (Shakespeare, "Hamlet: o príncipe da Dinamarca, pg. 48).

domingo, 15 de março de 2015

Para Sir Terry Pratchett

"Sir Terry Pratchett,

Obrigador ter sido meu autor favorito durante todo esse espaço de tempo confuso entre meus 20 anos e os 30. Por ter me feito sorrir aquele sorriso da cumplicidade. Todos dizem que eu não sei brincar, mas ler seus livros para mim é uma brincadeira deliciosa.

Obrigada por me fornecer uma forma inusitada, sarcástica, acida e ao mesmo tempo humorada de ver o mundo.

Obrigada pelo "Mundo do Disco", Discworld. Pela versão mais avacalhada, mordaz e inteligente do Apocalipse de "Belas e Precisas Maldições". Pelas melhores bruxas já inventadas! Sempre achei o senhor um grande feminista ;) ! Estou sempre tentando seguir os conselhos de Vovó Cera do Tempo, gostaria de ser mais como a Tia Ogg, mas sou muito Magrete, ainda tentando descobrir "o que é real, o que não é real e qual a diferença".

Obrigada, por ter sido, e ser, através de seus livros, um companheiro nos meus sofríveis passos no quase insuportável mundo dos adultos.

Tem sido um prazer conhecer um autor tão maravilhoso assim! Costumo indicar a meus amigos e alunos os seus livros, muitas vezes inicio minhas aulas com uma frase sua, meus alunos costumam saudar meu "excelente humor matutino" com "liricas" exclamações de "Quanto otimismo professora!", mas eu não ligo, afinal, é certo:

"Se você confiar em si mesma...
– ... e acreditar nos seus sonhos...
– ... e seguir a sua estrela...
– –... ainda assim vai ser derrotada por pessoas que gastaram o tempo delas dando duro, aprendendo coisas e que não foram tão preguiçosas."

É claro que...
"As estrelas não estão nem aí pro que você deseja, a magia não torna as coisas melhores e ninguém deixa de se queimar quando põe a mão no fogo. Se você quiser chegar a algum lugar... tem que aprender três coisas. O que é real, o que não é real e qual a diferença."
E não se deve esquecer: 

"A luz acha que viaja mais rápido que tudo, mas está errada. Não importa quão rápido a luz viaje, a escuridão sempre chega antes e está a sua espera."


No 12 de Março, quando cheguei em casa, como de costume, me vi na frente do computador para contemplar as novidades do mundo. Foi nesse momento que recebi a noticia do falecimento de Terry Pratchett. Naquele momento preferi não dizer nada, mas olhando em retrospecto, ele tem sido meu autor favorito pelos últimos 10 anos. Não sou de escrever cartas a meus autores, mas não posso deixar de registrar minha gratidão pelo seu trabalho.

Pratchett escreveu mais de 70 livros, vendeu mais de 85 milhões de exemplares em todo o mundo.
Foi diagnosticado em 2007 com Alzheimer, o que não o impediu de continuar escrevendo. Ele defendia a pratica da eutanásia e em nota oficial foi dito: "Terry morreu em casa, com o gato dormindo em sua cama e cercado pela família, no dia 12 de março de 2015"

Me sinto quase criminosa por está triste, foi feita a sua vontade e definitivamente me afligia a ideia de uma mente tão incrível definhar até o limite do senilidade, porém não sei como evitar a melancolia, há mais um espaço vazio nesse mundo, eu já sinto saudades!

Enfim, acho vou imitar os estudiosos da Literatura, ter uma crise de otimismo e guardar no coração a ideia de que autores geniais, através de seus livros, encontram uma forma de eternidade.



sábado, 14 de fevereiro de 2015

"De Profundis e outros escritos do cárcere" de Oscar Wilde


Um dia desses sai afobada de casa para entregar um documento na UFRPE, peguei o ônibus errado, ele era expresso, o motorista se negou a parar e fui parar em uma cidade vizinha. Foi nessa viagem que li "Retrato de Dorian Gray" e contemplei absurdada a genialidade de Oscar Wilde pela primeira vez na vida.

Sua intensidade emocional, sensualidade, autenticidade, coragem e poderoso poder de síntese me cativou a ponto de tornar irrelevante qualquer aborrecimento e me fez não exitar nem um pouco quando ouvir "De profundis e outros escritos de cárcere" chamar meu nome das profundezas do meu e-reader .

"De profundis..." contém cartas escritas por Wilde durante o período no qual ele ficou preso por "acusado de crimes de natureza sexual". O pai do seu amante o processou por algo semelhante a "corrupção de menores" (mesmo que o filho em questão estivesse longe de ser "de menor" na época). A carta mais pungente, cheia de sentimentos, na qual ele pega sua experiencia de dor e perda e transforma em literatura é endereçada a seu amante, que segundo a lenda foi o Lord Alfred Douglas.

Wilde e Alfred Douglas, segundo a lenda, seu amante. Disponível aqui

Como o nome sugere, o livro é profundo mesmo. Chega a ser pungente, passional e acima de tudo LINDO de todas as formas que a arte consegue ser LINDA e me peguei vivendo variadas emoções. Tanto rolando de ri (isso não é uma metáfora, eu estava deitada no chão, e não aguentei mesmo) quanto me peguei no limite da lágrima.


Gente, talvez Oscar Wilde tenha sido o protagonista de um dos maiores passa-foras já escritos na história da literatura inglesa! No minimo ele deu uma aula de como mandar alguém "procurar o seu lugar na cesta básica" com estilo, elegância e cultura erudita! 
"Pois o que pretendia provar com seu artigo? Que eu havia gostado demais de você? Os gamin de Paris sabiam disso muito bem. Todos eles leem os jornais e a maioria escreve neles. Que eu era um homem de gênio? Os franceses entendiam isso e também entendiam as características especiais do meu gênio melhor do que você jamais poderia fazê-lo. Sabiam também que muitas vezes os gênios possuem paixões e desejos curiosamente pervertidos. Admirável, mas o assunto pertence muita mais a Lombroso do que a você. Além do mais o fenômeno patológico em questão também pode ser encontrado entre aqueles que não possuem nenhum talento em especial." (Oscar Wilde, De profundis..., pag. 48)
E além disso, o recorte ainda é um documento privilegiado capaz de informar como a sociedade em fins do século XIX dialogava com a homoafetividade, vista então como "curiosa perversão" e "fenômeno patológico" "objeto de estudo" de médicos como Cesare Lombroso, um dos cientistas cujas teses mais me dão nojo por associar características físicas a tendencias criminosas (mais sobre isso clique aqui). Aliás, esse fragmento também nos diz que a homoafetividade não era um privilegio de boemias artísticas... Torna inverossímil a ideia de que antigamente foi um tempo no qual "essas coisas" não existiam entre pessoas comuns, como alguns moralistas defendem por ai.

E já que falei em história, emendo mais: é pavoroso constatar o quão pouco mudou a forma como a sociedade lida com a comunidade carcerária. A observação feita por Wilde em 1895 sobre o nosso estranho dialogo com quem comete um crime permanece atual, cento e vinte anos depois de ter sido feita.
"A sociedade, que se arroga o direito de infligir ao indivíduo os mais medonhos castigos, comete também o supremo pecado da negligência ao não perceber as consequências de seus atos. Depois que o homem cumpre a sua sentença, ela o abandona, isto é, ela o deixa entregue à própria sorte no exato momento em que seria seu dever maior zelar por ele. Mas a verdade é que se envergonha de seus próprios atos e despreza aqueles a quem puniu, assim como as pessoas costumam desprezar o credor cuja divida n ão tenham como pagar, ou a alguém contra quem tenham cometido um ato irreparável e irredimível." [Oscar Wilde, De profundis..., pg. 65]
Todo o texto me levou aquela sensação gostosa de está diante de algo inesquecível e precioso. Cada paragrafo lido e página virada (mesmo que virtualmente) me fez sentir plena e com aquela vontade de espalhar pelo mundo meu amor a obra. Por isso, não da para fechar esse texto sem registrar algumas das minhas passagens favoritas falando sobre amor, ódio, sofrimento, lamento, perdão e superação.
"O amor é alimentado pela imaginação, através da qual nos tornamos mais sábios do que sabemos, melhores do que nos sentimos, mais nobres do que somos, capazes de ver a vida como um todo; através da qual, e só através dela, chegamos a entender os outros tanto em sua relação real quanto ideal. Só o que é superior e superiormente concebido pode alimentar o amor, mas qualquer coisa alimentará o ódio." [Oscar Wilde, De profundis..., pg. 36]
"Mas o amor não é algo que possa ser negociado num mercado ou pesado na balança de mascate. Sua alegria, como as alegrias do espírito, é sentir que está vivo. O único objetivo do amor é amar." (Idem, pg. 44).
"... se sob o aspecto intelectual o ódio é a eterna negação, sob o aspecto emocional ele é visto como uma forma de atrofia que destrói tudo, menos a si próprio." (Oscar Wilde, De profundis..., pg. 42 ) 
 "O sofrimento é um longo momento. É impossível divido-lo em estações. Só podemos registrar os seus humores e relatar suas idas e vindas." (Oscar Wilde, De profundis..., pg. 50)
 "A prosperidade, o prazer e o sucesso podem ter um caráter grosseiro e vulgar, mas o sofrimento é a mais sensível de todas as coisas já inventadas." (Oscar Wilde, De profundis..., pg. 52)
"Por essa razão, não há verdade que se comparte ao sofrimento. Há momentos em que esta me parece ser a única verdade. Outras coisas podem ser ilusões dos olhos ou apetite, feitas para cegar um e saciar o outro, mas é o sofrimento que tem construído os mundo, há sempre dor no nascimento de uma criança ou de uma estrela." (Oscar Wilde, De profundis..., pg. 70).
"Lamentar as experiencias vividas é uma forma de impedir o próprio desenvolvimento. Negá-las é colocar uma mentira nos lábios da própria vida. É nem mais nem menos do que a  negação da alma." (Oscar Wilde, De profundis..., pg. 64).
"Não se pode manter para sempre uma víbora presa ao seio para que ela se alimente do nosso sangue, nem é possível levantar todas as noites para semear espinhos no jardim da alma." [Oscar Wilde, De profundir..., pg. 59].
__________________________

P.S.: Christian V. Louis, não sei por onde você anda, mas lembrei muito de você quando li esse livro. Você sempre dizia que Oscar Wilde era seu autor favorito, eu entendo você plenamente agora!
Se puder, mande um sinal de fumaça qualquer dia desses tá!

domingo, 16 de março de 2014

O oceano no fim do caminho [Desafio Calendário Literário]

Eu estou aqui tentando lembrar em qual mares de literatura li pela primeira vez a frase: "O menino é pai do homem.". Estou tentando resistir a tenção de consultar ao google e força a memória... Mas Deus sabe que quando tudo está a um clique de distancia tudo é mais difícil. Acho que foi Machado de Assis, desconfio que foi em "Memórias Póstumas", quase tenho certeza que no capitulo ele fez desfilar diante de meus olhos absurdados os moldes terríveis da educação das crianças da elite imperial. Mas a certeza mesmo é, independente de quem [onde e com qual propósito] tenha cunhado a expressão, ela me parece ser muito verdadeira agora.

sábado, 25 de maio de 2013

Instruções, Neil Gaiman

TOQUE A PORTA DE MADEIRA na parede que você nunca viu antes.
Diga “por favor” antes de você abrir o trinco,
passe,
desça o caminho.
Um monstrinho de metal vermelho se pendura da porta da frente
pintada de verde,
como uma aldrava,
não o toque; ele morderá seus dedos.
Ande pela casa. Não pegue nada. Não coma nada.
No entanto,
se qualquer criatura disser que está com fome,
alimente-a.
Se ela dizer que está suja,
limpe-a.
Se ela gritar que está sofrendo,
se você puder,
alivie seu sofrimento.

Do jardim dos fundos você poderá ver a floresta selvagem.
O poço profundo pelo qual você passa leva para o reino do Inverno;
há outra terra no fundo dele.
Se você virar aqui,
poderá voltar em segurança;
você não passará vergonha. Não pensarei mal de você.
Depois de atravessar o jardim, você estará na floresta.
As árvores são velhas. Olhos espreitam dos arbustos.
Sob um carvalho retorcido, uma velha está sentada. Pode ser que lhe peça algo;
entregue a ela. Ela
apontará o caminho para o castelo. Dentro dele estão três princesas.
Não confie na mais jovem. Siga em frente.
Na clareira depois do castelo os doze meses sentam-se ao redor de uma fogueira,
aquecendo seus pés, trocando contos.
Eles podem fazer favores para você, se você for educado.
Você pode colher morangos no gelo de Dezembro.

Confie nos lobos, mas não diga a eles onde você esta indo.
O rio pode ser cruzado de barco. O balseiro vai levar você.
(A resposta à sua pergunta dele é essa:
Se ele der o remo ao seu passageiro, ele será livre para abandonar o barco.
Mas lhe conte isso a uma distância segura.)

Se uma águia lhe der uma pena, mantenha-a segura.
Lembre-se: o sono dos gigantes é pesado demais; as
bruxas muitas vezes são traídas por seus apetites;
dragões tem um ponto fraco, em algum lugar, sempre;
corações podem ser escondidos,
e você os trai com sua língua.

Não sinta ciumes de sua irmã.
saiba que diamantes e rosas
são tão desconfortáveis quando saem dos lábios de alguém quanto sapos e rãs:
mais frios, também, e mais pontiagudos e cortantes.

Lembre-se do seu nome.
Não perca a esperança – o que você procura será encontrado.
Confie nos fantasmas. Confie naqueles que você ajudou vão ajuda-lo por sua vez.
Confie em seus sonhos.
Confie em seu coração, e confie na sua história.

Quando você  regressar, volte pelo caminho por onde veio.
Favores serão devolvidos, dividas serão pagas.
Não esqueça as boas maneiras.
Não olhe para trás.
Monte na águia sabia (você não cairá).
Monte no peixe prateado (você não afogará).
Monte no lobo cinzento (agarre-se bem ao pelo dele).

Há um verme no centro da torre; por isso que ela não ficara de pé.

Quando você chegar à pequena casa, ao lugar onde sua jornada começou,
você a reconhecerá, embora ela há de parecer menor do que você se lembra.
Ande pelo caminho, e atravesse o portão do jardim que você viu só uma vez.
E então volte para casa. Ou faça uma casa.

Ou descanse.

Neil Gaiman
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Neil Gaiman é um autor inglês que ficou mundialmente conhecido na década de 1990 por ser o autor da série de quadrinho The Sandman, mas além dos quadrinhos ele também escreve em prosa e verso. Em seus textos ele dialoga com a obra de autores clássicos como Freud, Shakespeare, Allan Poe, os irmãos Grimm, entre outros. Adora flertar como mitos judaicos-cristãos, gregos, muçulmanos, árabes, hindus e etc.

Eu sou aquele tipo de pessoa que é fã dele.

Já faz tempo que não posto aqui textos de outra pessoa, mas hoje acordei com esse texto na cabeça e fiquei com vontade de vim aqui e compartilhar. Espero que gostem!

Ah, só para constar, o texto foi retirado da coletânea de contos e poesias "Coisas Frágeis, volume 2". Recentemente também foi transformado em um livro infantil ilustrado por Charles Vess chamado: "Instruções - Tudo que você precisa saber durante sua jornada".

Bom Fim de Semana a todos e todas!!!


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

200 anos de Orgulho e Preconceito!


"O maior clássico de Jane Austen, e um dos meus livros preferidos, fez 200 anos e eu não fiz nem um postizinho a respeito disso!"

Acordei constatando isso e me senti profundamente envergonhada! Como pode? Onde esse mundo vai parar desse jeito? Que absurdo dos absurdos! Preciso mudar esse quadro catastrófico e me redimir com Mr. Darcy, Elinor Dashwood, Elizabeth Bennet, Fanny Pride, Anne Elliot, Emma e toda a turma.

E foi com o intuito  de me redimir de tamanho crime fui remexer em minha coleção de tralhas relíquias Austerianas e é impossível não sentir uma sensação gostosa de familiaridade, nostalgia e beleza.


Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, Mansfield Park me levam  para muitas das melhores lembranças de minha adolescência só de ler o primeiro paragrafo.


Adquirir as séries da BBC foram uma das maiores satisfações do meu inicio de vida adulta. Na minha opinião, outras adaptações podem vim a ser feitas nos próximos duzentos anos, mas dificilmente elas poderão superar em capricho e qualidade o trabalho dos autores, pesquisadores, roteiristas, direção de arte e derivativos responsável por essas produções.


E claro, além dos livros e séries, tem os sem número de produtos feitos a partir da poderosa inspiração de Jane. Por mim eu teria uma amostra de tudo o que sai de qualidade inspirado em Orgulho e Preconceito & Cia. Maaaaas, por hora, eu me conformo apenas com o fofo filme "Clube de Leitura de Jane Austen" e "O diário de Bridget Jones" e alguns marcadores fofos que a Irene me enviou da última bienal de São Paulo.


E para concluir, sem concluir, pois sei que cedo ou tarde vou novamente querer escrever algo sobre Austen aqui ou em outros espaços, deixo um trecho final da matéria escrita por Raquel Sallaberry Brião e publicada na revista "Conhecimento Pratico Literatura" n. 39, cuja copia colorida a Ana Seerig me enviou pouco antes de viajar para a Alemanha e fez a minha alegria por dias.


Para ler Jane Austen 

Jane Austen é para ser lida com prazer. A começar por Orgulho e Preconceito, o "mais leve, luminoso e cintilante", segundo as palavras da própria autora. É fácil encantar-se com Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, e se divertir a valer com Mr. Collins. A seguir, apaixonar-se sem medidas junto com Marianne Dashwood, com o sempre amoroso apoio de Elinor, com plena Razão e sentimento. E, sem susto, prosseguir viagem até A Abadia de Northanger, pois o senhor Tilney garantirá o riso. A próxima anfitriã é ninguém mais do que Emma, disposta a nos fazer felizes, nem que para isso cisme em nos casar. Para repousar dessa maratona e meditar sobre a vida, nada melhor do que o silêncio de uma propriedade rural e a companhia da amável Fanny Price, em Mansfield Park. Mas não se enganem! O campo também pode ser movimentado com os irmãos Crawford!

Ainda não se convenceu a ler Jane Austen?

Só me resta a Persuasão de Anne Elliot, perfeita conhecedora do coração de homens e mulheres.

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Raquel Sallaberry Brião edita o site Jane Austen em Português e a sua matéria sobre Jane Austen pode ser encontrada clicando AQUI