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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

"O Minotauro" de Monteiro Lobato


Comecei a ler Monteiro Lobato com nove anos, quando minha vizinha ganhou edições de "Caçadas de Pedrinho" e "O Saci" do patrão dela e me emprestou. Naquela época achei uma leitura muito divertida, gostei muito de acompanhar as aventuras de Pedrinho mata adentro, quis ser Pedrinho, procurava um Saci dentro de todos os pequenos redemoinhos formados por folhas de árvores da vida. Quando encontrei na 5ª Série, atual 6º Ano, um vol. de "Os 12 Trabalhos de Hércules" na biblioteca da escola e fui lá ler novamente.

domingo, 26 de março de 2023

"Ana Sem Terra" de Alcy Cheuiche

Todo livro tem uma história pessoal de como chegou a nossa estante. Alguns tem uma história bem trivial, foram simplesmente comprados e pronto. Outros tem uma história mais interessante, "Ana Sem Terra" de Alcy Cheuiche, por exemplo, chegou a minha vida através da Ana Seerig. Ele é um dos livros com os quais ao longo do tempo ela foi me presenteou, está em minha estante desde 2016, tem uma dedicatória carinhosa, só o peguei para ler  Janeiro deste ano de 2023, mas li mesmo em Fevereiro animada pelo fato de uma das amigas de virtualidade que compartilho com Dona Ana ter lido e comentado o livro "Ana Terra" do Erico Verissimo.

domingo, 12 de março de 2023

Coleção África e os Africanos


Como Professora de História, tenho vivido a saga da construção de uma bibliografia robusta sobre os temas integrantes do currículo escolar brasileiro. Apesar da crescente desvalorização da Educação Escolar; do fato das aulas de histórias serem apenas três por semana, com sorte meus estudantes, frequentes, terão, ao final do ano letivo, 130 horas de estudo da História; tenho horror a ser propositalmente uma professora desatualizada. Então, quando descobri a "Coleção África e os Africanos" da Editora Vozes senti imensa alegria.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares em Recife


A parte isso, outro dia, estava passando no Centro do Recife e me deparei com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares. No meio de uma rua comercial, som alto anunciando promoções, sol queimando do corpo a alma... Não perdi a oportunidade e entrei para desfrutar de sua sombra e proteção.

domingo, 12 de outubro de 2014

Estatuto da Criança e do Adolescente

Outro dia li um texto no qual o facebook era chamado de "besta do apocalipse". Confesso: ri muito e cheguei a concordar um pouco. Mas, como toda geminiana bem sabe, nada e ninguém é uma coisa só, todas as coisas possuem lados divergentes e convergentes, capacidade para a ternura e fúria, malefícios e benefícios e as redes sociais também tem disso.

O facebook tende mesmo a se comportar como uma besta do apocalipse sedenta de sangue e caos. compartilhando as indiscrições alheias. Mas, também tem seu lado A, seu lado bom.

Por exemplo, hoje encontrei nos descaminhos do "quase sempre insuportável" face a pagina do "Conselho Superior da Justiça do Trabalho". Na "Semana do Dia das Crianças" eles resolveram destacar alguns artigos que servem como premissa para o combate ao trabalho infantil" e, na minha opinião, para outras coisas também.

O Brasil e os brasileiros são criaturas que em geral pouco se importam com a infância, ou melhor, pouco se importam com a infância pobre e a pequena infância carente. O "Bolsa Família" garante a frequência escolar de milhares de crianças em todo território nacional, porém é apelidado carinhosamente de "Bolsa Esmola"; a escola pública não é prioridade e quando se fala em creches as pessoas defendem que a creche é "importante para as mães que trabalham" e não para as crianças.

Para as crianças pobres e a pequena infância carente tem sobrado o pior pedaço do bolo dos recursos públicos. Quem se compromete em lutar pelos direitos deles costuma ouvir coisas como: "Seu trabalho não tem futuro!"

Como educadora coleciono pequenas derrotas diariamente. Para cada passo dado a frente muitas vezes é preciso dar dois para trás. Me pego imaginando o quanto as pessoas que me antecederam também sofreram derrotas em suas lutas.

Mas, como nem só de derrotas vivem os que batalham por um mundo no qual a infância seja respeitada, nós temos o "Estatuto da Criança e do Adolescente" (ECA), lei nº 8.069 de 1990, um conjunto de normas que tem como objetivo a proteção integral das crianças e adolescentes.

Muita gente se recente dele, muita gente desconhece ele, muita gente luta contra ele e clama por "Redução da Maior Idade Penal" antes de clamar por "Respeito ao Estatuto", "Respeito aos Direitos das Crianças". Combater o menor infrator nunca vai produzir um mundo mais pacifico, combater aquilo que produz o menor infrator já é outra história.

Compartilho, guardo, aqui os artigos destacados pelo "Conselho Superior de Justiça do Trabalho" com a esperança de que cada um de nós consiga fazer algo a respeito cada vez que ver uma criança em estado de fragilidade social. Que possamos travar pequenas lutas a favor das crianças diariamente e que junto com as muitas derrotas venham também vitórias tão grandes quanto a construção e aprovação do ECA foi em 1990.

Ah, deixo também meu obrigada a cada cidadão que militou em favor do ECA, se a vida das crianças já é dura com ele, imagina sem!





quinta-feira, 31 de julho de 2014

Centro Cultural Correios – Recife [Desafio 12 Lugares #6]

Se eu fosse uma blogueira mais disciplinada, hoje deveria ser o dia no qual se falaria sobre o lugar número 7 do "Desafio 12 Lugares", proposto pela Lu Tazinazzo do blog "Aceita um leite?"Mas como eu sou como eu sou¹ vou falar sobre o lugar número 6, a saber: "O Centro Cultural Correios - Recife", localizado na Av. Marquês de Olinda, 262, centro antigo da cidade, uma área tombada pelo IPHAN, considerada Zona Especial de Proteção Histórica desde 1997.


O centro funciona em um prédio é uma construção do início do século passado e foi adquirido pelo ainda "Departamento de Correios e Telégrafos – DCT" em 1921 e tornou-se sedo dos Correios em Pernambuco. Como muitas coisas no Brasil foi vitima de um bom período de deterioração de uma reforma superfatura [uma micharia de 5 milhões], mas em julho de 2009 foi devolvido a população com direito salas de exposição, auditório, restaurante (bistrô), agencia postal e uma históricas permanentemente aberta a visitação gratuita.



O lugar por mim visitado foi justamente a "Sala Histórica", nela estão guardados todos os tipos de objetos antigos relacionado a história das comunicações no Brasil, consistindo assim em um prato cheio para mim, uma historiadora de profissão.


Como estava com tempo e sem ninguém para me apressar, passei uma boa parte da minha tarde explorando com paciência e calma a sala inteira e seus objetos. Os historiadores cujo objeto de estudo é a cultura material, costumam dizer: "o homem faz o objeto e o objeto faz o homem".


Os objetos preservados nessa sala falam de uma época na qual as coisas eram feitas mais lentamente e a vida não corria como corre hoje. Não que não houvesse pressa, mas é que não havia a possibilidade de se comunicar com os extremos do mundo com a velocidade que temos hoje, era preciso ter paciência para esperar as cartas chegarem através de profissionais que não usariam avião ou carras velozes.







Os objetos também falam da ânsia constante do ser humano em diminuir suas esperas consolidado na figura do telefone e outros aparelhos.



O telefone, assim como o computador não reduz distancias, mas nos possibilitam a divina dadiva da comunicação, o que não é pouco definitivamente. Ah, bom notar também o quanto esses aparelhos são sólidos, falando de um tempo quase pré-industrial no Brasil no qual objetos como esses eram feitos de forma quase artesanal. 





Observando a solidez desses aparelhos, que parecem ter saído de obras steampunk², [obviamente é o contrario, eles inspiram os autores desse gênero] penso nessa época na qual não se produzia ferozmente produtos descartáveis. Eu entendo os autores de steampunk, é fabuloso pensar em tempo no qual os objetos eram feitos para atravessar gerações e havia tanta esperança na ciência e sua potencialidade para criar coisas capazes de melhorar nossa qualidade de vida.

A segunda metade do século XIX e o inicio do século XX foi uma época de muitas expectativas e esperanças. Basta olhar para a ficção cientifica da época. Os olhos sensíveis dos escritores desse gênero anteviam grandes descobertas e a possibilidade da melhora da qualidade de vida de uma parcela significativa das pessoas do mundo, o ideal positivista estava no auge, havia fé na potencialidade da humanidade evoluir para o mais e o melhor.

Nossa época não costuma produzir muitas coisas capazes de durar até a próxima geração, talvez seja mesmo verdade a máxima "o homem faz o objeto e o objeto faz o homem". Nós costumamos nos perguntar se haverá uma próxima geração, então para que produzir coisas solidas? Há guerras, pragas, fome e crianças morrendo gritando no momento no qual escrevo esse texto e possivelmente no momento no qual alguém o ler... Quem não olha para suas crianças e sente medo atire a primeira pedra! Talvez não haja nem humanos no planeta daqui a 100 anos, não há mesmo sentido em produzir coisas duradouras.

E como o pessimismo tomou conta de mim, eu vou me  jogar nele com fé. Sempre que visito o passado anterior a década de 1930 através dos vestígios por ele legado a nós eu vejo por toda parte tanta esperança, tanta fé em qualquer coisa chamada humanidade e então me recordo de duas guerras mundiais, uma bomba atômica, o rastro de doença, fome e peste deixados pelos europeus durante da descolonização da África e da Ásia e as catástrofes do presente me sinto em uma pavorosa distopia.
_________
¹ Essa expressão foi tirada de um post da Lu Tazinazzo

²A Sybilla responde muito bem a pergunta "O que é steampunk?"

Essa foi a minha participação no Desafio 12 Lugares do blog "Aceita um leite?"



domingo, 2 de fevereiro de 2014

Nos descaminhos de Nova Petrópolis [Minhas aventuras no Sul do Brasil - Parte II]

Caraca, fevereiro já chegou e eu ainda não terminei de registrar por aqui as minhas aventuras pelo Sul, da até uma vontadezinha de não registrar, mas, apesar do atraso, me nego a deixar em branco essa página. Um diário é feito de lembranças e esquecimentos. Eu sei, mas essa aventura do lado oposto do país é uma página na minha história para ser bem destacada.

Enfim, depois de passar dois dias na casa descobrindo o "Incrível Mundo da Ana", eu peguei o busão e fui para Nova Petrópolis, a cidade que a Tita Hart ama e queria muito me apresentar por vários motivos. Só o caminho que peguei de Caxias do Sul para Nova Petrópolis já mereceu uns cliques.





Afinal, para mim, essa paisagem e tipo de vegetação eram coisas antes vista apenas em livros, filmes e documentários. De certa forma tudo para mim tinha o encanto do novo e o Salomão estava certo: "os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir" (Eclesiastes 1:8).

O primeiro de parada em Nova Petrópolis foi a "Praça das Flores", lugar lindo de morrer e no qual, na minha opinião está a resposta a pergunta: "Se o gaúcho e o recifense são tão bairristas por que o sul é tão superior em desenvolvimento?". Bem,  o "Monumento ao Cooperativismo" com seus sete personagens localizado na Praça das Flores responde a pergunta.

Enquanto Pernambuco ainda se contorce nas garras do coronelismo, o qual se sustenta em cima da manutenção da miséria alheia com politicas eternamente paliativas. Enquanto ainda como governador o Eduardo Campos, simbolo máximo das elites agrarias da região, para quem não interessa uma revolução social,  o sul optou por pelo por uma filosofia cooperativistas baseada na "adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica, autonomia e independência, educação, formação e informação, intercooperação e compromisso com a comunidade". E acreditem, esse ideal funciona lindamente.






Precisa dizer que eu me apaixonei pelo monumento construído pelo artista Gustavo Nagler ou o quanto achei magnifico ter na Praça das Flores de Nova Petrópolis além de flores a reafirmação de uma formula de sucesso para chegar a um estado de bem-estar social?

E sim, além das flores e do monumento, encontrei na praça uma homenagem a Bíblia Sagrada. Nova Petrópolis é uma cidade construída por alemães e, diferente dos italianos, eles são protestantes. E eu adorei ver algo que me é tão familiar em um lugar que me é tão estranho.

Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho." (Salmos 119:105-106)

No entanto, famoso mesmo é o Labirinto do Minotauro Verde, no qual eu me perdi lindamente e precisei da ajuda da Tita, que também se perdeu, para encontrar o centro e depois a saída.




Também foi em Nova Petrópolis que finalmente inaugurei a minha bota. Impossível de ser usada no Recife.


E fui fotografada pela Tita naquelas sequencias de foto que chamei de "Jaci, aos 27 anos". Mas, pessoas que não me conhecem pessoalmente, eu não sou tão fofinha quanto pareço nessas fotos!





Mas, o melhor ainda estava por vim, a saber: a visita a linda Biblioteca de Nova Petrópolis, a qual possui uma bibliotecária dos sonhos chamada Susana Carrasco.


A Susana é show! Ela desenvolve mil e um projetos interessantes, desde bookcrossings com livros repetidos, até "noites do pijama" na biblioteca e muito mais... Além de ser um amor, super organizada e uma multiplicadora do ato de ler. Sabe aquele tipo de pessoa que faz do mundo um lugar melhor? Pois é!


A Susana, me mostrou o acervo da Biblioteca que inclui de livros de gibis da Turma da Mônica, passando por livros pops com vampiros brilhantes, príncipes tigres, historiadores heróis, clássicos, livros infantis em alemão, um acervo de livros em Alemão até chegar ao suprassumo do charme: livros em tcheco.


Aliás, quem se interessar pode se inscrever um curso de Tcheco inteiramente de graça na biblioteca e começar a ler lá mesmo.


Depois de toda aventura na biblioteca foi a vez de ir ao brecho de lá, o qual lindamente estava em queima de estoque com peças a R$1,50. Lá eu me entusiasmei tanto que troquei meu modelito rosa por um vestido de egípcia.



Aliás, eu peguei um calorão terrível no sul, não estava tão quente como Recife, mas também não estava frio, e eu acabei trocando a bota por uma rasteirinha e jogando a meia na mala antes de ir visitar o brecho e chegando no brecho troquei o vestido rosa pelo o que estou vestindo ai em baixo deixando no "Parque Aldeia Alemã".

Agora sim, com roupa adequada ao clima.
"O Parque Aldeia Alemã" foi a reta final de minha aventura com a Tita em Nova Petrópolis, não tirei mais fotos lá porque a bateria da câmera acabou. Mas, o parque é um lugar impressionante, cheio de verde, com várias arvores da flora nativa preservada e que conta com praticamente um conjunto de mini-museus. Ou seja, lá eles tentaram reconstruir uma aldeia alemã nos primeiros tempos da colonização com igreja, casa, escola e outros espaços incluindo cemitério.









Igreja alemã
Os objetos expostos nos espaços são todos doações feitas pelos familiares dos primeiros colonos a chegar no Brasil.



"Uma igrejinha singela como esta aqui,
Edificada com aplicação germânica,
tornou familiar ao 1º imigrante,
pioneiros das matas virgens,
os arredores estranhos.

A velha pátria está para ele perdida,
a nova confiante aqui ele achou,
filhos e netos lhe foram nascidos,
trabalho penoso ao país o legou."





Eu e a Tita amamos história, o que fez do passeio uma oportunidade unica para debater, refletir e aprender. No final eu concluir que o Brasil pode até não ter memória, mas o sul, caros amigos, tem e gosta de mostrar que tem!

Ah, detalhe, para quem mora em Nova Petrópolis a visita ao parque é gratuita [Fica a dica para a prefeitura do Rio de Janeiro/Recife/Bahia/Olinda].