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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Professora...

Faz pouco menos de três meses que comecei em uma nova escola, em uma nova cidade além dos trilhos do metro. E hoje fui recebida por um abraço apertadoooo de um aluno e um confeito do outro... É claro que o dia transcorreu como costuma transcorrer, com trancos, barrancos, aulas boas, ruins e péssimas...

Mas eu chego em casa e sei que essa é profissão que escolhi, acho que sei fazer isso acontecer, mesmo sabendo o quanto também erro.

Se quiser me ver triste, muito triste, infeliz, apenas sugira de leve, de levinho, que talvez ter me tornado professora tenha sido uma péssima ideia.

De muitas formas essa é a coisa que faço por escolha, por amor e é o que me cola quando me quebro inteira. Pensar em fazer outra coisa é como ter uma lança cravada no peito.

Sou grata a todas as crianças e adolescentes que passaram pela minha vida, me ensinaram coisas que eu não sabia e me tornaram uma pessoa melhor.

Mesmo sendo incompleta, fragmentada e limitada, me esforço diariamente para ser a melhor professora que posso ser, a melhor versão de mim mesma.

sábado, 21 de novembro de 2015

Livros Infantis para quem tem entre 2 e 3 anos!

Esse texto poderia ter o título "Os 5 livros preferidos do "Grupo Infantil II" ou "Uma homenagem aos guerreiros", pois os livros aqui citados tem sido guerreiros da Educação Infantil. Ser lido, amado e compor o cotidiano de duas dezenas de filhotes de humanos entre os 2 e 3 anos não é para qualquer um. Precisa ter resiliência e esses livros abraçam essa valorosa missão.

Olhem com carinho seus semblantes cansados, dobrados, amassados, rasgados nas bordas, colados e grudados, são as marcas do valor que cada um deles tem. Esses livros aguentam ser manuseados, babados, dobrados, mordidos, servem de assento, mega fone e o mais que a imaginação infantil dita e permanecem fortes. Sem eles, e minhas amadas estagiarias, eu não passaria.

Sem mais delongas, vamos a eles:


1. "Tem bicho que sabe..." de Toni & Laíse é um livro de dimensões grandes e cores fortes. Ele é o top 1 na preferencia das crianças. Nele os autores mostram uma sucessão de diferentes animais e uma de suas habilidades. Nele as crianças são apresentadas a abelha, lontra, flamingo, morcego, camaleão, dromedário e etc. 

As ilustrações são enormes, coloridas e expressivas. A principio as crianças estranham alguns animais, mas logo elas aprendem os novos nomes e suas respectivas habilidades de cor e salteado e ainda assim não param de pedi e pedi, aliás a essa altura elas mesmas contam essa história, eu só observo.



2. "Sim" de Jez Alborough conta a história de um dia de banho do macaquinho Zezé. Depois de brincar muito com a mamãe na água, Zezé não quer ir dormir e faz uma birra danada. A mamãe simplesmente se afasta e fica observando ele... Logo chegam um lagarto e um elefante que se juntam ao Zezé. "Sim" é um daqueles livros sem conteúdo moralizante, o macaquinho esperto não recebe broncas ou coisa do gênero da mãe. Ela simplesmente se afasta e observa ele brincando com os companheiros até que ele se cansa, dorme e é posto na cama.

Eu tenho a teoria de que as crianças adoram o Zezé porque se identificam com ele. O segundo ano de vida de um filhote de gente pode vim, geralmente vem, temperado com muitas birras, as crianças testam a paciência do adulto até o limite. Quanto a mim gosto dele porque a Mãe do Zezé me inspira, manter o equilíbrio emocional não é fácil e ela mantém.


3. "Amigo de casa" de Stephen Barker é um coringa, como todos os livros desse post. Ele é daqueles livros cujas páginas abrem. O texto não ajuda muito caso você não o saiba de cor e tenha que ler para uma turma como a minha. Fora isso, as figuras de cada animal são 4 vezes maior que o livro, gato, coelho, cachorro e peixe são 4 animais comuns ao universo infantil, as crianças curtem muito. Sempre que leio ele puxo as tradicionais musicas do cancioneiro popular infantil, as crianças acompanham.


4. "Eu gosto de mim!" da Beatriz Monteiro da Cunha não é dos preferidos das crianças. #ProntoConfessei, mas é dos meus preferidos. Nele um elefantinho muito fofo mostra como gosta de si ao cuidar de si mesmo, fazer coisas divertidas, brincar com os amigos. Um daqueles livros para ajudar a criar um sentimento de boa alto-estima e o cuidado de si.


5. "Tanto, tanto!" escrito por Trish Cooke e Helen Oxenburg é daqueles livros tão lidos, mais tão lidos que eu já sei a história praticamente de trás para frente. Mas está na lista de "meus preferidos" e "preferidos das crianças". Atualmente eu só tenho um volume em sala, então ele é muito disputado, tem quase 4 anos de uso, já sofreu diversos acidentes de percurso. Há, ele conta a história de um bebê que "não estão fazendo nada, nada mesmo" e então vão chegando vários membros da família... para quem ninguém sabe... até que chega o Papai e... 




6. "Sou a maior coisa que há no mar" de Kevin Sherry conta a história de uma Lula gigante muito cheia de si e convencida. Ela se compara a vários animais marinhos e se sente a maior e melhor... até que é devorada por uma baleia... mas nem isso abala a alto-estima dela! kkkk...

Uma característica comum a esses livros é o fato de nenhum deles ter conteúdo moralizante. Apesar de terem um teor pedagógico proposital e serem propositalmente escolhidos para compor as bibliotecas escolares por isso, os autores não contam fabulas morais. Todos eles são capazes de ampliar vocabulário infantil, apresentar diferentes situações sociais, assim como diversos seres vivos em diferentes habitats (casa, savana, fundo do mar), ensinar o cuidado de si eles não fazem isso através de lições de moral ou um jogo de "fazer algo errado, se dar mal, se redimir", eles apenas contam uma história com a qual os pequenos se identificam, aprendizado vem como consequência.

Recomendo cada um deles, porém vale lembra: cada pessoa é unica e por mais que minhas crianças amem isso não garante que todas vão amar. O legal é ir testando os gostos da criança, as coisas pelas quais ela tem interesse e oferecer a ela trabalhos que dialoguem com os prazeres delas. Para a primeira infância ler tem que ser sinônimo de brincar.

domingo, 13 de setembro de 2015

Ensino de história, alunos, docência e fracassos pedagógicos...

Nesse momento deveria está planejando as aulas de amanhã, mas acabei de corrigir umas provas, quase tive um ataque cardíaco de tanta raiva.

Precisei parar...

Fui botar meu almoço de amanhã no fogo, porque cozinhar me relaxa e agora preciso pensar.

Penso melhor quando escrevo, então estou aqui tentando avaliar o tamanho do estrago e o que fazer com ele.

Não tenho problemas com todas as minhas turmas. Na verdade esse ano está sendo um balsamo para as feridas do ano passado. Mudei totalmente minhas estratégicas didáticas com os sextos anos e vejo dia após dia o quanto eles facilmente se envolvem no conteúdo desde os nossos primeiros momentos.

A despeito das urgências tecnológicas, tenho usado muito com meus alunos do sexto ano objetos concretos, fotos palpáveis, livros, narrativas mitológicas, mapas, rodas de conversa, contação de história. Os resultados não podiam ser melhores! Eles viajam, exploram os documentos, boa parte dos alunos fazem analises interessantes, quando não chamam atenção para detalhes que até hoje tinham passados despercebidos a mim.

Me pego e me peguei muitas vezes me aprofundando nos meus próprios estudos da Antiguidade Ocidental e explorando a Oriental devido a debates nascidos nesses sextos anos. É uma delicia trabalhar com eles, está com eles. Aliás, esse fim de semana me peguei vendo um filme indicado por uma das minhas alunas do sexto ano.

"Mr. Peabody & Sherman" é uma interessante aventura pelo passado. Não cheguei a vê no cinema, adorei ter visto. Adorei mais ainda ter visto por indicação de uma aluna.

A Educação Infantil também não tem me oferecido desafios além da conta. Na verdade, percebo cada vez mais que a "Educação Infantil" como um lugar de conforto. Apesar de exigir muita transpiração, movimento e força, cumpri sua rotina se tornou algo fluido e intuitivo. Está com as crianças é exaustivo e trabalhoso, mas também prazeroso e reconfortante. Me sinto em equilíbrio comigo mesma quando vejo mais uma tarde indo embora.

Não contém a ninguém, mas tenho pensado muito na possibilidade de uma nova graduação em pedagogia focada em estudos voltado totalmente para a educação infantil. Me digam o que vocês acham! Sejam sinceros: é uma boa ideia, ou é loucura?

Meu desafio é esse sétimo ano! Fico me perguntando o que fazer e não chego a uma resposta satisfatória. Troco a didática e piora! Queria envolve-los, o conteúdo do sétimo ano é tão bom! Mas, só para citar um exemplos, se levo um livro de arte com obras de Leonardo da Vinci para debater o Renascimento, alguém jocosamente pergunta: "Professora, quando a aula vai começa?". Vou corrigir os livros... Oh Deus, parece que eu sou a única pessoa que costuma abri-los... Tem livro com cheiro de novo em SETEMBRO! Chamo os pais e mães dos mais negligentes, eles confessam não saber o que fazer. Depois do resultado de hoje penso seriamente em dar um esporro neles amanhã! Mas, se esporro resolvesse, bem, essa avaliação não teria sido um fracasso!

Também não me conformo com o fracasso, me RECUSO! Não gastei quase uma década da minha vida aprendendo história para ser facilmente vencida.

Estou aqui respirando fundo, olhando para meus livros, as avaliações empilhadas, minha inseparável caneca de café... O tempo de cozimento da se encerrou... Acho que vou voltar aos planos de aulas!

sábado, 11 de julho de 2015

Era uma vez uma turminha de crianças...


Era uma vez uma turminha de crianças de dois a três anos de idade, eles amavam livros e leitura.
Todas as tardes, mesmo quando a educadora estava indisposta, eles exigiam seus livros e suas histórias.
Essas crianças amavam tanto as histórias a ponto de serem capazes de contagiar quem estava em volta.
Eles levavam até pós-adolescentes que não leem nem pra si a se debruçar sobre livros.
Todas as tardes essa turminha renova a crença de uma certa educadora em seu trabalho.
Graças a eles todas as tardes a educadora volta a acredita em si, no seu trabalho, em suas escolhas.
Olhando eles agarrarem cada um seu livro preferido ela se sente estranhamente realizada.
As vezes ela não sabe se ri ou chora e na duvida, sendo geminiana, faz os dois.

sábado, 13 de junho de 2015

A leitura da vez [Blogagem Coletiva do Sábado]

A Ana Paula e a Tina, propuseram uma vez por mês, nos sábados, um dia meio parado na blogosfera, a realização de uma "Blogagem Coletiva". Funciona mais ou menos como se a blogosfera fosse um varal no qual as pessoas interessadas podem pendurar coisas nele. Essa semana é a primeira experiencia, para ela a ideia é pendurar "A leitura da vez".

Não costumo ler um livro só por vez, leio alguns livros ao mesmo tempo. Então vou citar aqui apenas os livros que monopolizaram minha atenção durante essa semana.

Os infantis foram "Tem bicho que sabe..." de Toni & Laíse e o "Meu coração é um Zoologico" de Michael Hall.


Ambos pertencem ao acervo da creche na qual trabalho e foram lidos e relidos durante essa semana. Confesso, enjoo dos livros primeiro que as crianças, aos dois anos elas gostam muito de repetição, eu também gosto, mas... essa semana vou para uma temática nova. [Mentira, quando as crianças lembram de uma história a ponto de saber pedir com clareza, fico tão emociona e reconto. #Molenga]

Quanto aos adultos os lidos durante essa semana foram:


"Noites sem fim" do Neil Gaiman, trata-se de uma coletâneas de contos sobre os cada um dos Sete Irmãos Perpétuos (Death, Sandman, Delirium, Destino, Destruição, Desejo, Desespero). Para mim o Gaiman é um autor amigo, sempre tenho um livro dele não lido na estante para quando eu preciso de um ombro amigo e nessa semana precisei.

"Cordeluna" da Élia Barceló é uma aventura na qual presente e passado se encontram por meio de magia. Parte dela se passa na Península Ibérica na época das Guerras das Reconquistas e parte dela na Espanha atual. Solicitei ele através da parceria do "O que tem na nossa estante" como a Editora Biruta justamente por essa jogada da autora.

"Os miseráveis" do Victor Hugo está sendo lido a trocentos anos atrás devido ao meu projeto com o Alexandre do #DoQueEuLeio. Essa semana finalmente desatolei de Waterloo. O livro é dividido em 5 volumes, o "Volume 1: Fantine" é sofrido, mas tem uma história cativante do inicio ao fim. Já o "Volume 2: Cosette".... Noooooossaaaaaa... O Victor Hugo começa esse voluma com uma narrativa densa e quase espiritual da Batalha de Waterloo. Gente, não estudei "História da Educação" por amar narrativas de guerras! Foi sofrido ler sobre Waterloo, mas finalmente vou avançar na história. #Aleluias
_______

Essa foi minha participação, se você quiser participar pode pendurar sua leitura, a forma é livre, nas palavras da Ana Paula é:
"Tudo livre e leve, feito vento a balançar o varal - vale resenha, foto do livro, revista, frase, motivo da leitura, o que você quiser. Sob o sol da blogosfera, vamos espiar os comentários, chamar um vizinho a participar!"
E se não deu para participar hoje,  no primeiro sábado de julho tem mais. No dia 04 de Julho o tema será comida.

domingo, 26 de abril de 2015

Receita para acalmar menino e menina MUITO peralta...

INGREDIENTES

Livros Coloridos cuja história você conheça bem.
Uma pitada de "Boa Vontade".
Doses grandes de Paciência.

MODO DE FAZER

Pegue a Boa Vontade e misture bem com a Paciência
Adicione o livro bem colorido cuja história você conheça bem,
Sente com menino ou a menina e comece a conversar,
Conte a história do seu jeito,
De o bendito livro para a criança ler,
Preste atenção quando ela estiver contado a história a você,
Fique bem quietinha quando ele/ela for ler sozinho/sozinha,
Desfrute dos minutos de paz.

Obs.: Recomenda-se repetir essa receita com frequência e se o primeiro livro não funcionar, tente outros. Insista!

Quando se tem dois anos ser peralta é quase uma regra. Mas, algumas crianças conseguem ser ativas e enlouquecedoras para além da média, são MUITO peraltas.

Para os muito peraltas o sono vem rápido, mas também passa rápido, meia hora antes de todos já estão de pé, acordam procurando novidades para esgotá-las antes dos outros...

O interesse também vem rápido e igualmente rápido se vai! Muito fácil eles desconstruírem os brinquedos feitos para durar uma vida em uns poucos minutos...

Os muito peraltas são um dilema... E pelo amor de Deus, medicar ou encontrar etiquetas psiquiátricas para eles não é uma opção muito legal néh?!?! Afinal peraltice não é doença, é saúde

Mas não sejamos hipócritas, ela trás questões de difícil resolução para pais e educadores, especialmente em escolas públicas com pouco equipamento e pessoas.

Questões do tipo:

Como envolver esses meninos em uma atividade? \o/
Como faze-los se concentrar? \o/ 
Como conseguir fazer eles não dispersarem a atenção dos outros usando força? \o/
Como impedi a desconstrução dos poucos brinquedos? \o/
Como, por fim acalmá-los por um tempinho? \o/

Para mim, a literatura tem sido uma salvação! Sempre me surpreendo com a força de uma contação de história que da certo, com um livro bem feito, com o vinculo afetivo que surge entre criança e livro.

Já rendi minha homenagem ao "Da Pequena Toupeira que Queria Saber Quem Tinha Feito Cocô na Cabeça Dela" do Werner Holzwarth. Adiciono a  lista das homenagens:

"Uma arara e sete papagaios" da Ana Maria Machado ilustrado pelo Claudius: uma história sobre a qual preciso escrever mais que duas linhas e um dia escreverei.


"A Bruxa Catuxa" da Marlene de Fátima Gonçalves: companheirão dos últimos dois anos e meio!


"Os Dez Amigos" do Ziraldo: livro lindo e engraçado, que prende por sua simplicidade e humor.


"Amigos de Casa" do Stephen Barker: colorido, interativo, as paginas abrem \o/. Todos amam livros cujas paginas abrem e tem surpresas.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Pequenos prazeres do inicio do ano letivo de 2015!

A tônica do trabalho docente é a mistura das dificuldades com pequenas alegrias. Nos aborrecemos com o sistema aqui, nos encantamos com o desempenho de alguns alunos ali... Temos imensas dificuldades ali, descobrimos formas de contornar aqui... Nos vemos em um tipo de "Floresta do Alheamento" e de repente no algo do desespero encontramos uma trilha para nos levar a qualquer lugar onde há abrigo. Essa mistura de opostos e necessidade constante de superar desafios torna a profissão exaustiva, mas prazerosa também.

domingo, 26 de outubro de 2014

Uma História de Abraço [Coração 010]

Ele só queria.
Ele só queria alguém que se importasse com ele.
Alguém que lhe desse um abraço.
Alguém que lhe aquecesse.
Ninguém queria.
Quando eu te abraço no escuro, o escuro não vai embora.
Coisas ruins continuam a existir lá fora.
Os pesadelos ainda caminham.
Quando eu te abraço não é mais seguro, mas é melhor.
"Tudo bem", a gente sussurra.
"To aqui amor".
E mentimos: "Nunca vou te deixar".
Por apenas um instante o escuro não é assim tão ruim.
Quando te abraço.
(Neil Gaiman, Abraço, pg. 24 In: Dias da Meia-Noite, pg. 100)
_______________

Sexta-feira passada, para não variar, foi mais um dia cansativo. Cansativo o suficiente para me fazer abrir mão de meu orgulho de educadora capciosa. Decidi não fazer com as crianças a jornada do primeiro andar para o térreo e oferecer o lanche na sala mesmo. Consequentemente precisei subir  e descer a rampa com a bandeja do lanche.

Foi no momento da descida, um pouco antes de depositar na cozinha a enorme bandeja do lanche, que impede minha visão de qualquer coisa abaixo da altura do peito, que fui surpreendida pelo abraço do L.

O L. tem quase 4 anos agora, é um magricela enorme, de ossos agradavelmente pesados e carinha de criança bem nutrida. Nós nos apaixonamos a primeira vista. Ele sorriu para mim, eu sorri para ele e BUM, fez-se um mundo! Aliás, quando agarrou minhas pernas a bandeja também quase fez bum no chão com pratos, copos e restos de bolo. Por um golpe de sorte tudo se equilibrou e como em um fleche o L já estava nos meus braços para abraçar, cheirar, beijar e morder com amor, pois todos sabem que mordidas de amor não doem e fazem as crianças se derreter em sorrisos.

Abraços não resolvem os problemas do mundo, mas fazem tudo tudo tudo mesmo valer a pena.

Hoje, acordei mais cedo do que de costume para um domingo e me peguei lendo a edição de "Dias da Meia-Noite" que o Rafael me enviou. Como já disse outras vezes, Neil Gaiman é um amigo com o qual posso sentar no meu canto favorito do sofá, agarrada com minha cuia de chimarrão para conversar longamente. Foi dessa forma que eu ouvi uma emocionante história de abraço, mesmo que o assunto do momento seja "As eleições Presidenciais", simplesmente precisava escrever essa minha história de abraço.

Ah, Rafael, não se gabe muito, mas talvez você esteja certo: "Tudo o que as pessoas precisam é de um abraço!".

domingo, 12 de outubro de 2014

Estatuto da Criança e do Adolescente

Outro dia li um texto no qual o facebook era chamado de "besta do apocalipse". Confesso: ri muito e cheguei a concordar um pouco. Mas, como toda geminiana bem sabe, nada e ninguém é uma coisa só, todas as coisas possuem lados divergentes e convergentes, capacidade para a ternura e fúria, malefícios e benefícios e as redes sociais também tem disso.

O facebook tende mesmo a se comportar como uma besta do apocalipse sedenta de sangue e caos. compartilhando as indiscrições alheias. Mas, também tem seu lado A, seu lado bom.

Por exemplo, hoje encontrei nos descaminhos do "quase sempre insuportável" face a pagina do "Conselho Superior da Justiça do Trabalho". Na "Semana do Dia das Crianças" eles resolveram destacar alguns artigos que servem como premissa para o combate ao trabalho infantil" e, na minha opinião, para outras coisas também.

O Brasil e os brasileiros são criaturas que em geral pouco se importam com a infância, ou melhor, pouco se importam com a infância pobre e a pequena infância carente. O "Bolsa Família" garante a frequência escolar de milhares de crianças em todo território nacional, porém é apelidado carinhosamente de "Bolsa Esmola"; a escola pública não é prioridade e quando se fala em creches as pessoas defendem que a creche é "importante para as mães que trabalham" e não para as crianças.

Para as crianças pobres e a pequena infância carente tem sobrado o pior pedaço do bolo dos recursos públicos. Quem se compromete em lutar pelos direitos deles costuma ouvir coisas como: "Seu trabalho não tem futuro!"

Como educadora coleciono pequenas derrotas diariamente. Para cada passo dado a frente muitas vezes é preciso dar dois para trás. Me pego imaginando o quanto as pessoas que me antecederam também sofreram derrotas em suas lutas.

Mas, como nem só de derrotas vivem os que batalham por um mundo no qual a infância seja respeitada, nós temos o "Estatuto da Criança e do Adolescente" (ECA), lei nº 8.069 de 1990, um conjunto de normas que tem como objetivo a proteção integral das crianças e adolescentes.

Muita gente se recente dele, muita gente desconhece ele, muita gente luta contra ele e clama por "Redução da Maior Idade Penal" antes de clamar por "Respeito ao Estatuto", "Respeito aos Direitos das Crianças". Combater o menor infrator nunca vai produzir um mundo mais pacifico, combater aquilo que produz o menor infrator já é outra história.

Compartilho, guardo, aqui os artigos destacados pelo "Conselho Superior de Justiça do Trabalho" com a esperança de que cada um de nós consiga fazer algo a respeito cada vez que ver uma criança em estado de fragilidade social. Que possamos travar pequenas lutas a favor das crianças diariamente e que junto com as muitas derrotas venham também vitórias tão grandes quanto a construção e aprovação do ECA foi em 1990.

Ah, deixo também meu obrigada a cada cidadão que militou em favor do ECA, se a vida das crianças já é dura com ele, imagina sem!





quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Uma pequena nota sobre a educação pública!

De repente o teto da sala pode cair.
Você pode chegar e encontrar sua turma desconfortavelmente instalada no refeitório.
Um curto-circuito pode ocorrer na cozinha e você ter que sair do refeitório para o patio externo, afinal na sua cidade a primavera é verão e sem ventilador não dá!
No patio externo você pode se pegar tirando uma barata das mãos de uma de suas crianças.
Quando você pensar que não, de repente pode chover e ai é correr com todas as crianças de volta ao refeitório - graças aos céus a luz foi religada.
Mas, ai descobre que o banheiro está entupido novamente e, antes de dar um jeito naquilo, se pergunta: "Isso é um banheiro ou uma fossa?".
De repente você se pegar deixando as crianças assistirem episódios de "Peppa Pig" como se não houvesse amanhã, enquanto vai executando com as estagiarias o ritual do banho individual.
Para não variar, sua equipe é a última a largar, porque um terço dos pais de seus alunos fazem absoluta questão de chegar exatamente no último minuto da tolerância estabelecida pela instituição.
E você precisa escrever esse desabafo, afinal amanhã tem mais e você não pode surtar, pois surtar não conserta teto ou instalação elétrica, limpa patio, desentope banheiro, conscientiza pais e mães a respeito do fato de que você larga as 18:00 horas e não as 18:05, 18:10 ou 18:15 ou faz com que os administradores da cidade-estado-país olhem com olhos de amor para a escola pública!

Em resumo:

"Quando você pensa que já viveu o pior, acredite em mim, você está sendo muito otimista!
Quando o assunto é educação publica em Recife-PE-Brasil, nada pode está tão ruim que não possa piorar!"

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Como assim "Dicas de Literatura Infantil Para Crianças Negras"?

Nem sempre pensei como penso hoje... Nem sempre tive essa clareza politica-filosofica, mas hoje sinto um arrepio na espinha quando leio algo como "Dicas de Literatura Infantil para Crianças Negras".

Opaaaa... Agora existem livros específicos ideais para crianças negras, livros ideais para crianças brancas e livros para crianças japonesas... e por ai vai?!?! Isso não me soa bem... não me soa bem mesmooo. E olha que desse assunto eu, modéstia a parte, posso falar!

Tenho anos de pesquisa em "História e Cultura Afro-brasileira" e "Literatura Afro-brasileira" e por ai vai... Tenho anos de bagagem como educadora infantil em uma creche na periferia de Recife... Sou membro de uma família pra lá de mestiça... Meu pai é negro, também sou negra, com pouca tinta é verdade, mas sou! Tenho em minha estante uma coleção de livros infantis e dentro dessa coleção outra coleção de livros nos quais os personagens são negros e negras, histórias sobre a África ou se passam na África. Falo sabendo do que falo.


É preciso FRISAR, DESTACAR, ENDOSSAR:

Todos os livros são ideais para crianças negras, mesmo aqueles nos quais não há crianças negras!

 Todos os livros são ideais para crianças brancas mesmo os que não tem crianças brancas!

Eu compreendo a sede de material no qual crianças negras, homens negros, mulheres negras apareçam e sejam protagonistas das histórias que todos temos. Não ignoro a realidade dura e cruel do racismo. Não ignoro a necessidade FUNDAMENTAL de mais livros livros com príncipes, mocinhos, deuses, gênios, princesas, vilãs, elfas, ninfas negros e negras. Sei disso, estudo isso, trabalho e trabalharei com fé em Deus contra o eurocentrismo, o racismo todos os dias da minha vida.

Mas eu chego a tremer [isso não é metáfora estou tremendo de raiva] e ter coisas quando vejo pessoas querendo limitar o universo cultural das minhas crianças... Nem sempre eu entendi isso, mas é preciso compreender: para construir um mundo humanamente equilibrado não podemos criar guetos e sim desfazer guetos já construídos.

A dica para de Literatura Infantil Para Crianças Negras é

TODA LITERATURA JÁ ESCRITA NESSE MUNDO.
__________

P.S.: Esse post revoltadinho, tipo desabafo, não era para ser escrito, estamos em dias de coisas boas como o 8º Bookcrossing Blogueiro, mas ou eu escrevia isso ou morria!

domingo, 2 de março de 2014

Das agitações de Fevereiro e de como conheci o "Centro Cultural Rossine Alves Couto" [Desafio 12 Lugares - 02]

Fevereiro foi um mês bem corrido para mim, pois é a época de inicio do ano letivo e para minha alegria e pena, além de enfrentar os sabores e dessabores da educação infantil, resolvi enfrentar os sabores e dessabores da docência em História. Não é que tudo seja uma grande bolha de enfado e cansaço, ambos os trabalho possuem seu lado bom, mas é que eles também cansam bastante, e irritam, e tiram a força da gente para passear em fins de semana.

Ah, mas para dizer que não falei de flores deixo algumas cenas do minha rotina na educação infantil [trabalho que mais amo no mundo].

Criatura fofa e dengosa que foi com minha cara de primeira e tem pulado em cima do meu colo em qualquer oportunidade, mas não faz parte do meu grupo e quase compensa uma das crianças do meu grupo que não vai com minha cara mesmo kkk...

"Tava chorando, mas sentei no colo da tia e parei!"

Inicio do trabalho com leitura e contação de história:


Existe coisa mais fofa que  pé de criança?


Menina mais inteligente do mundo fazendo dengo!


Vamos construir castelos?


Pois é, devido a intensidade dos trabalhos de fevereiro quase não consegui cumprir o de "Desafio 12 Lugares" e conhecer um lugar diferente esse mês. No entanto, aos 43 do segundo tempo, precisei ir ao centro do Recife no dia 28 de fevereiro [véspera do carnaval], vivi uma grande frustração, tive um ataque de choro sentido [TPM MONSTRO] e no meio do ataque de choro sentido me lembrei do desafio, respirei fundo e me peguei olhando em volta em busca de um lugar público no qual eu ainda não tivesse posto os pés. Encontrei no meio desse olha o "Centro Cultural Rossine Alves Couto" na Rua do Hospício.


Confesso que já tinha curiosidade por esse espaço, pois ele abriga o "Núcleo da Diversidade do Ministério Público de Pernambuco" e ao mesmo tempo é vizinho dos templos centrais de diversas denominações de igrejas evangélicas do Recife, as quais não são bem símbolos de tolerância a diversidade. A parte esse detalhe, no centro funciona uma biblioteca e foi ela o objeto de minha exploração.

Recife é uma cidade na qual o Carnaval é vivido livremente. Aqui a festa é de rua, congrega todo tipo de pessoa possível e imaginária e a sexta-feira [28/02/2014] foi o dia anterior ao Sábado de Zé Pereira e dia da abertura dessa festa. Ou seja, enquanto mundo chamado Recife mergulhava em um caos quente com metade das pessoas fugindo do centro e da festa e outra metade vindo para o centro e para a festa e eu mergulhando no silêncio de uma biblioteca. Terry Pratchett disse uma vez "bibliotecas são buracos negros que pensam", para mim, ele tem razão.

O "Centro Cultural Rossine Alves Couto" é um órgão ligado ao Ministério Público de Pernambuco, logo o acervo da sua biblioteca é quase totalmente voltado para a área do Direito Civil. Enquanto eu andava no meio daqueles calhamaços nos quais homens e mulheres explicam como podemos nos defender dos vilipêndios cotidianos eu esquecia da vida, da morte, do carnaval e dos problemas.

Foi terapêutico, especialmente porque lembrei que tenho direitos e me peguei com vontade de vez em sempre da uma pausa na vida e me da ao trabalho de conhecer melhor meus direitos. Afinal os livros estão lá super acessíveis a qualquer pessoa capaz de por eles se interessar, não são propriedade exclusiva dos advogados do Brasil.

 



Ah, lá também tem alguns documentos interessantes sobre a história de Pernambuco, para quem interessar possa:


E alguns poucos livros de outras áreas do conhecimento:



Acabei escolhendo folhear alguns dos livros da biblioteca e o meu preferido foi o "Titãs da Literatura", relembrando um velho exercício que eu costumava fazer nos meus anos de biblioteca escolar.


Alguns dos autores citados:


Em tempo, Rossine Alves Couto foi promotor público da cidade de Cupira, semiárido do estado de Pernambuco. Ele foi assassinado em 10 de maio de 2005, enquanto almoçava em um restaurante em frente ao fórum da cidade. Na época foram realizados vários atos públicos com o intuito de não deixar a morte brutal e precoce dele passar em brancas nuvens como é comum no Brasil, mas tenho minhas duvidas se os reais responsáveis pela morte do jovem promotor sorridente das fotos foram realmente punidos.

Infelizmente o Brasil e o brasileiro ainda tem um caminho a percorrer no sentido de fazer os direitos civis se tornarem uma realidade cotidiana. Eu não sei, porém suspeito, conhecer as leis pode fazer  pate desse caminho.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Das coisas de 2013 e dos desejos para 2014!

Eu mal acredito, mas é fato: 2013 está chegando ao fim! Ele não foi um ano tão difícil quanto 2012, o ano no qual nada aconteceu, mas também não foi ótimo como eu esperava que tivesse sido. Na verdade, coisas ocorreram em 2013, mas eu não ocorri, não aconteci como esperava, não dei um passo a frente, na verdade tenho a impressão que em 2013 dei um passo atrás em minha vida.

É duro admitir isso, mas se não der para admitir esse tipo de coisa em um blog pessoal onde mais vou admitir? Ao menos posso dizer: no próximo ano vou tentar mais e melhor, fazer o possível, me esforçar e tentar acontecer.

No mais, deixando as divagações com tendencia a melancolia extrema [mimimimi] houveram coisas boas em 2013 e é bom lembra-las, sim esse vai ser um post com algumas fotos, porque bem aqui é o meu diário então...

Bem, houve em Janeiro, só para começar, o casamento de Claudineia




Teve o nascimento dos minhas sobrinhas e os chás de bebê (o que significa que 2014 vai ser um ano de muitas festas de 1 ano).

Eu escrevi e defendi uma dissertação.



Colei grau de Mestre em Educação pela UFPE! Bem, não basta um titulo dado por uma federal da vida para ser algo como mestre, minha mãe é muito mais mestre em tudo nessa vida, porém, ainda assim, eu fico feliz por ter realizado esse desejo.


E falando em desejos, também realizei o desejo de conhecer a Mi (Michele Lima) e a Aleska em São Paulo e foi uma das melhores aventuras dessa vida.


E claro, houve um bom desempenho nas atividades pedagógicas na creche, apesar das muitas, muitas, muitas mesmooooooo dificuldades inconfessáveis em uma vitrine como essa. Mas, além do inferno, eu vivi o céu naquela creche esse ano.

Eu e o L.D.

O L. D. é uma criança que conversa... conversa... conversa... conversa muitoooo... mas muito mesmoooooo... Ele costuma dizer que é o Batman, um dia desses ele disse que eu era a Mulher Maravilha "porque a Mulher Maravilha é amiga do Batman tia". Tudo bem que eu preferia ouvir algo como "porque a Mulher Maravilha é bonita tia!", mas o amiga foi infinitamente mais significativo e tem sabor de missão cumprida.

Ah, essa foto foi tirada pelo J. P., ele me atormentou tanto, pediu tanto, me subornou tanto de todas as formas inimagináveis... que eu dei o meu celular para ele brincar... kkk... Olhem só o olhar satisfeito dele...



E claro, houveram os livros. Graças a Deus, que não nos abandona, existem essa coisa maravilhosa chamada literatura. Ela é capaz de enternecer, sacudir, despertar amor, ódio, aflição ou simplesmente me transportar para outro mundo no qual posso organizar ou reoganizar meu mundo caótico.

Segundo o Skoob li 21 livros esse ano, mas como ele excluiu "Passarinha" da Kathryn Erskine, "O momento mágico" do Jeffrey Zaslowda da lista, todos os mangás, HQs e livros infantis, não confio nele. Posso ter lido mais de 21 um livros, certamente li 23.

No entanto, realmente eu não tenho um ritmo desenfreado de leitura tipo 1 livro por semana.



Eu já pensei em fixar metas de leitura ou aderir a desafios literários, mas sempre volto atrás, pois gosto do meu ritmo de leitura meio capenga, lendo milhares de livros ao mesmo tempo, levando um ano para ler um livro e dois dias para ler outros. Olhando para minha lista reduzida de livros lidos percebo que gostei de ler todos eles. E mesmo os que chegaram através de parcerias foram escolhas acertadas.

Se eu fosse destacar 10 entre eles seriam os representados na imagem abaixo:


Como eu passei tantos anos sem conhecer Isaac Asimov? Como a Trudi Canavan conseguiu escrever uma trilogia tão politizada? Como a leitura de "Fale!" e "Passarinha" foram tão capazes de remexer minhas entranhas? Como alguém consegue ser tão hilária quanto a Marian Keys? Como o Hig conseguiu se tornar meu melhor amigo? Como os professores que escrevem os livros didáticos do Brasil igonoram o André Rebouças lindamente? E, por fim, como a Charlote Bronte conseguiu ser uma mulher tão perspicaz sem perder a fé em Deus? #QuestõesExistenciaisProfundas

Ah, quase esqueço, deixo meu obrigada a Irene Moreira da Saleta de Leitura pela parceria, ao Luciano do .Livro pela parceria e pela excelente indicação, e a Michele Lima por ter me indicado e emprestado Melancia.

E por fim 2013 teve um pequeno milagre de Natal... Por um milagre eu ganhei um sorteio lá no blog da Lu Tazinazzo o "Aceita um leite?" e o prêmio chegou bem no dia 24 de Dezembro.


Enfim, que em 2014 Deus me der força para continuar testemunhando a felicidade de minhas amigas, fazer boas viagens, superar meus infernos, viver meu céu e ler meus livros... E desejo o mesmo a todo mundo!

Bons livros, bons filmes, boas festas, muita força para superar as dificuldades e muita luz para vive os momentos bons e faze-los durar uma pequena eternidade. Feliz Ano Novo meus amados e queridos companheiros e companheiras de virtualidade.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pequenos registros a respeito de dezembro de 2013.

Muita coisa ocorreu em Dezembro e eu creio que até 2013 acabar muitas coisas mais podem ocorrer e eu preciso anotar ao menos meia duzia delas por aqui... 

Para começar a Cristiane Castro, uma professora de português que conheci no curto período no qual trabalhei na Escola Municipal Nilo Pereira me convidou para palestrar na Primeira Feira Literária da Escola Nadir Colaço cujo tema foi "A literatura e os direitos humanos: (re)leituras de Solano Trindade".

Eu topei de cara, sou fã de Solano Trindade, de sua história, de sua poesia e muito especialmente de sua postura politica na denuncia e enfrentamento dos terríveis problemas sociais do Brasil. Ele é um poeta que cantou a fome, a desigualdade, o racismo, a censura e o desejo de liberdade, igualdade, fraternidade... Enfim, da para ver que eu padeço de um amor incondicional pelo poeta néh?!?!

A experiencia de palestrar em uma escola municipal com uma pessoa como Inaldete Pinheiro (acadêmica, escritora, militante negra e ex-dirigente do Instituto Solano Trindade) em uma escola publica de uma periferia da minha cidade não tem dinheiro no mundo que pague. Eu fui no céu e voltei com presentes do tipo livros e canecas, além do certificado.


Esse foi o acontecimento mais impactante do mês lindamente... Graças a pessoas como Solano e Inaldete hoje eu posso apresentar as minhas crianças livros nos quais uma diversidade enorme de tipos de seres humanos aparecem, nos quais a África emerge como um continente plural e diversificado e nos quais elas podem se identificar e identificar sua família. Eu nunca na minha infância li um livro no qual eu vice uma menina com um pai negro como o meu e na minha escola se dizia que beje é cor de pele coisa que não aconteceu com minhas crianças.

Livros meus e do acervo da Creche na qual trabalho

Mas, não é a única coisa que quero registrar. Hoje, o ano letivo finalmente acabou para mim oficialmente com crianças, por algum motivo infame, indigno e medíocre ainda terei que dar o ar da graça na creche nos dias 23, 26 e 27 de dezembro sem crianças.

Tradicional Foto de Fim de Ano!

Porém preciso registrar mais uma vez o fato de meu projeto particular de trabalhar a leitura com as crianças ter dado muito certo mesmo. Para o sucesso desse projeto foi fundamental ter apresentado a eles realmente livros de todos os tipos, tamanhos, formas e conteúdo. Do melancólico "A flor do lado de lá" ao hilário "Sou a maior coisa que há no mar", de livros enormes como "O que cabe num livro" ao pequeninho "O gatinho e a borboleta"... Da Eva Funari ao Caulos.


O povo ta certo, não existe pessoa/criança que não gosta de ler. Existe pessoa/criança que ainda não foi devidamente apresentada ao livro certo. Há, antes que eu me esqueça, sempre falo dos meninos, mas preciso registrar o fato desse ano ter sido o ano de libertar os cachinhos das meninas... Honestamente eu não sou fã de menina com cabelo solto na creche/escola [piolho], mas as vezes é bom dar esse gosto a elas. #FicouALição




E falando em meninas, finalmente eu concluir a leitura de todos os mangás de Sakura Card Captors, os quais me foram presenteados pelo querido Alexandre no último BookcrossingBlogueiro, aproveite para tirar ela do boxe improvisado feito pelo Alexandre e coloquei na estante com a Sakura para os proteger de pessoas curiosas. Mas, confesso que agradeceria aos céus se um dia eu pudesse vim a oferecer a coleção a uma de minhas sobrinhas do coração em especial... #Sonhos


Ler qualquer coisa da CLAMP sempre me convida ao riso e ao sonho. Sakura é um mangá muito doce e bonito. Eu me apaixonei novamente pelo Yukito e fui conquistada novamente pelo Syaoran Li. E o Toya, irmão mais velho da Sakura, é muito parecido com meu irmão, já começa o dia provocando e irritando.

"Ah, já acordou monstrenga!"

No mais, aproveitei o embalo e embarque na leitura de X-1999. A CLAMP realmente é um grupo de mangakas com o qual eu tenho uma empatia fenomenal.


Nesse mangar o meu preferido continua sendo o Arashi, tenho vontade de colocar ele em um potinho, mas confesso que alguém devia inventar um Sorata Arisugawa para mim.


Enfim, a parte todos os registros, eu deixo para todos vocês queridos e queridas companheiros e companheiras de virtualidade um grande cheiro, um abraço e o meu desejo de Feliz Natal!!! Que os sinos toquem anunciando boas novas e os anjos digam amém!!! Quero voltar a escrever antes do Ano Novo, nem que seja para desejar "Feliz Ano Novo!".

Feliz Natal!