quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lembranças da minha tia...

Quando minha mãe saiu da maternidade comigo nos braços a primeira parada dela não foi na nossa casa e sim na casa de minha avó Gilda. Ela padecia de uma falta de segurança latente e um medo de fazer tudo errado, então buscou força na mãe. Porém a figura na qual ela encontrou apoio não foi bem minha avó e sim minha tia Neide.

Em maio de 1986 minha tia Neide não era muito mais que uma adolescente namoradeira pra chuchu, cheias de coisas divertidas a fazer e pessoas a conhecer, mas, por algum motivo facilmente ignorável, quando minha mãe finalmente fez as nossas malas para vim para nossa casa ela fez as dela também e veio ajudar a cuidar de mim.

Quando Junior nasceu, dois anos depois, e já chegou em casa com a terrível coqueluche, ela se tornou primordial a minha existência, ou melhor a existência de todo mundo por aqui. Eu era mais que ligada a tia Neide, eu vivia grudada nela, para cima e para baixo, ela me alimentava, me dava banho, levava a escola e dormia comigo ou eu com ela.

Pensando direitinho eu devo ter sido até os sete anos a criança mais dependente da face da terra. Além dos exercícios da escola, eu não fazia absolutamente nada sozinha e nem tinha necessidade existencial de fazer, segundo as memórias de minha tia eu era uma criança quietinha, não gostava de sorrir nas fotos e definitivamente não gostava de comer.

Quando completei sete anos e tinha Neide ultrapassou o limite dos 20 ela precisou buscar outras coisas para a vida dela, mainha passou a enfrentar o desafio da maternidade sozinha, eu finalmente aprendi a me cuidar e de quebra a ajudar a cuidar dos meus irmãos. Uma mudança brusca, mas não traumática, tive tanto amor por tanto tempo e fui tão bem cuidada que tinha estoque para dar as outras pessoas.

Mas, a vida mudou completamente depois dos sete anos e me deixou saudades "do tempo que eu era criança/ e o medo era motivo de choro/ desculpa pra um abraço ou um consolo". Eu odiei mesmo a primeira noite sozinha na minha cama, eu odeio dormir sozinha, eu continuo odiando comer, ninguém acerta o tempero de tia Neide, nem mesmo eu...

E bem, sem mais delongas eu preciso dizer que ontem vi a Irene postar a imagem de uma mulher tirando lençóis do varal com uma menina do lado e pensei: "Essa menina poderia ser eu antes de 1992.". Lembrei de tardes de verão, de tirar uma soneca a tarde e acordar religiosamente as quatro para apanhar as roupas do arame, do vento nos lençóis cor de rosa e azul, das fantasias que passavam pela minha cabeça de criança, de um ou outro avião cruzando o céu, das muitas pipas coloridas, de sentar na calçada para comer raspinhas de maçã e de tudo o mais escrito nesse texto.


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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Mantra para 2014!


A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha! A gente não pode consertar o mundo sozinha!
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Vamos ver se assim eu faço menos burrada ano que vem. Eu lembro que as vezes não vale a pena remar contra a mare. Eu lembro que tem coisa que não da para conserta. Tem brigas que não valem a pena começar e as vezes ganhar pode ser pior que perder...

Eu as vezes odeio ter escolhido algo como educação para a minha vida... Burra... burra... burra... mil vezes burra escolha... Eu devia ter escutado meu professor de História.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ygritte [Citação 001]

Finalmente, depois de muito protelar, consegui concluir a leitura do livro "A tormenta das Espadas" terceiro volume da série "As crônicas do gelo e fogo". Antes tarde do que nunca néh?!?! Muitas pessoas gostaram, mas eu achei demasiado cansativo, acho que não sou uma leitora para livros de ação, sangue, morte, catástrofes, ruínas e várias histórias intercaladas. As vezes acho que o Martin está contando uma capítulo da história de Westeros, mas a minha empatia é com os personagens e não com o reino então fica difícil e para completar não acompanho a série de tv.

Mas, antes que isso vire uma resenha quero apenas registrar minhas passagem favorita do livro. Adotando, imitando descaradamente, a prática da Nádia do Palavras em Movimento, deixo a citação da fala da Ygritte, junto a Brienne de Tarth, ela se tornou minha personagem favorita.

Ilustrações feita por Elia Fernández, para conferir mais clicar aqui

Eu queria ter mais coisas das duas em mim para vê se melhorava certos aspectos da minha vida. Aiaiai... 
"Os deuses fizeram a terra para todos os homens partilharem. Mas aí os Reis chegaram com as suas coroas e espadas de aço e disseram que a terra era todas deles. "As árvores são minhas", disseram, "Não podem comer as maçãs". "O riacho é meu, não podem pescar aqui. A floresta é minha, não podem caçar. A minha terra, a minha água, o meu castelo, a minha filha, mantenham as mãos longe, senão eu as corto, mas se vocês se ajoelharem, deixo vocês cheirarem." Chamam-nos ladrões, mas ao menos um ladrão tem que ser corajoso, esperto e rápido. O tipo que ajoelha só tem que ajoelhar." (Ygritte_ Personagem do livro "A tormenta das espadas", George R. R. Martin, p. 424)

"... E se morremos, morremos. Todos os homens têm de morrer... Mas primeiro, vivemos." (Ygritte_ Personagem do livro "A tormenta das espadas", George R. R. Martin, p. 425)

domingo, 17 de novembro de 2013

A Caixa


A Caixa
Jaci Rocha

Na caixa  misteriosa
Há antídoto e veneno
Por detrás do laço a lhe enfeitar
é só questão de dosar
adaptar o paladar... 

O mundo agora
Habitado de contradições
Ruge e arranha verdades
Que não por maldade,
Pandora libertou...

Deuses e humanos
Duelam agora com o mal
Que  lhes habitava
Mas que, por conveniência
Guardavam escondidos na caixa....
A caixa que Pandora libertou....

A dama criada no jogo
das habilidades celestes
misto de presente e contradição!
E quem nunca foi ambíguo
E abriu sua própria maldição
Que corte-lhe a mão...#

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P.S.: A minha xará Jaci Rocha escreveu e publicou esse poema no seu blog "... a lua não dorme...", quando eu li não pude deixar de me identifica muito especialmente, pois sou uma pessoa "bizarramente contraditória". Para completar a Jaci ainda dedicou o texto "Pra quem sabe viver com sua própria contradição. E pra quem sabe fazer disso, instrumento.".

Enfim, obrigada Jaci por me permitir publicar esse texto aqui, ele é mesmo a cara desse blog. Boa semana para todos e todas.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

7º Bookcrossing Blogueiro 2013

Sinceramente eu procrastinei tanto a escrita desse texto sobre o 7º Bookcrossing Blogueiro que comecei a achar que nem ia mais escrever, mas ai lembrei que eu não gosto de quebrar tradições por motivos vãos e resolvi registrar aqui como sempre minha participação nesse projeto.


Esse ano pedi ajuda a minha irmã para fazer faxina na estante para tirar o maior número possível de livros para o desapego e o resultado foi esse:


Esse ano também teve o Bookcrossing Blogueiro Kidsdo qual eu só decidi participar de forma efetiva aos 45 do segundo tempo.


Tive mais dificuldade de desapegar dos infantis que dos adultos e confesso que não houve nenhuma nobreza no meu desapego, só desapeguei do "Igor. O Rei Leão" porque fiquei me dizendo: "Jaci, você não tem desculpas para ficar com esse livro, na creche onde você trabalha tem mil edições dele, se você PRECISAR pode usar os de lá! De 2010 para cá você releu ele quantas vezes??? Você não precisa desse livro! Você não é criança! Você não precisa desse livro!". E o da "Foz do Iguaçu" e "Nassau e o boi voador" da Flavia Maria Peixoto eu tenho 2. #ProntoConfessei

Dos livros adultos, meu primo separou alguns para levar para o trabalho dele  para dar aos amigos e eu levei alguns dos outros para a creche na qual trabalho.


Na prorrogação do segundo tempo voltei da porta de saída de casa e tirei meu vol. de "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen e o meu "Oldar: da guerra da traição" do Rondinelli Fortaleza e mais duas edições de revistas cientificas e coloquei na lista. Jane Austen tirei porque achei que faltava entre os livros doados algo que tivesse muito significado para mim e Oldar porque para um autor independente interessa mais ter seu livro circulando, mas confesso: estou com saudade dos dois, foram bons amigos.

Ah, o pessoal da creche não pegou todos os livros então juntei ele a outra família de livros e os levei para uma escola pela qual passo toda noite e na qual cursei a 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Fundamental. Deixei eles no refeitório. Os alunos noturnos do Estado de Pernambuco e da Prefeitura do Recife costumam lanchar antes das aulas começarem então na quarta além do arroz doce alguns deles encontraram livros. Espero que tenham gostado!

Por fim, achei os  quatro primeiros volumes do mangá Utena de Chiho Saito um tipo de literatura que interessa a um público muito especifico [o tipo que pode ser confundido com macumba - leiam o post da Aleska no Entre Livros e Sonhos "O que leva uma pessoa a confundir um livro com macumba?"
e compreendam a referencia]. Então em vez de simplesmente libera-los em alguma esquina de Recife ou escola preferir pedir a Michele que sorteasse no blog dela "Um pouco de shoujo" com condições mega, ultra, plus simples para os que se interessassem.


Ah, ainda estou com alguns aqui em casa para deixar nos ônibus urbanos da cidade. Gosto desse exercício e não abro mão dele. O ônibus para mim é uma espaço especial de desapego.

domingo, 10 de novembro de 2013

10 anos...


É engraçado, outro dia eu acordei e constatei que já tenho 10 anos de docência...
Estranho! Parece que foi ontem...
E sim, eu tive acertos nessa trajetória, mas também coleciono erros...
Ontem, hoje, provavelmente amanhã eu também vou cometer um ou outro erro...
Mas é assim mesmo, educar crianças é difícil...
Não existem formulas prontas que não sejam desfeitas ou no minimo ressignificadas na prática!

sábado, 9 de novembro de 2013

Dois Avisos...

Bem, passando só para deixar, como o titulo do post sugere, dois avisos:

1º. Já está rolando o 7º Bookcrossing Blogueiro puxado pela Luma do blog "Luz de Luma, yes party!", no qual todo mundo pode consegui mais informações.


Assim, para os muito apegado, sempre vale relembras as dicas da Tita, Dona Coisinha, sobre doações de livros para bibliotecas:

As vantagens da doação:

- treinar o desapego (mais fácil começar com objetos)
- disponibilizar para todos algo que ficaria restrito a mim

Algumas vantagens egoístas mas que valem também:

- desocupar espaço na minha casa;
- não precisar tirar pó dos livros;
- ter os meus livros organizados por uma bibliotecária (um luxo);
- ter meus livros disponíveis e facilmente localizáveis se eu resolver ler (bom para pessoas bagunceiras que nunca lembram onde guardaram as coisas);
- deixar na estante de casa somente o que realmente me interessa no momento;
- ir na Biblioteca pra pegar "meu" livro emprestado para reler e acabar descobrindo outras coisas maravilhosas.

2º. Esta rolando a "Rifa Natal Solidário" lá no Blog Solidário sob a tutela super correta da Luci Cardineli. A Rifa  existe para:

Para ajudar na compra de mantimentos, material de higiene e presentes para:

-pacientes e famílias do HC III - INCA
- pacientes e famílias do Hemorio
- moradores de rua assistidos pela Toca de Assis

Clica na Imagem e confere a ideia:



sábado, 2 de novembro de 2013

Meg Cabot


Reza a lenda, na verdade consta na Wikipédia mesmo, que Meg Cabot realmente se chama Meggin Patricia Cabot, nasceu na década de 1960 nos Estados Unidos e eu realmente sei muito pouco sobre ela. Mas sei o suficiente para dizer que uma das escritoras mais bem sucedidas escritoras do Ocidente, possui mais de 60 livros publicados em várias línguas, sua série de 10 livros "O Diário da Princesa" deu origem a filmes que são passados na Seção da Tarde com uma frequência digna de nota e existe uma lenda que a popular série Crepúsculo foi meio que inspirada em sua série "A mediadora".

Muitas adolescentes cresceram lendo a Meg, alguns adultos também leram seus livros e permanecem lendo até agora. Ela é uma autora impressionantemente versátil em sua escrita, parece ser o tipo de pessoa que não rejeita um desafio e coloca meninas como protagonista que nem sempre são bobas e fúteis. Ela já escreveu romances policiais, romances históricos, "Chick lit", histórias sobrenaturais e o raio que o parta.

Infelizmente eu passei toda a minha adolescente longe da Meg e seus livros fofos, queridos e famosos. Só bem recentemente fui apresentada a essa autora e sua obra pela Michele e pela Ana Seerig e o resultado desse encontro foi encantamento. Aliás, o encantamento foi tanto que decidimos fazer um PodCast só para a Meg.

A Aleska falaou sobre o livro "A garota americana",
A Michele falou sobre o romance histórico "Aprendendo a seduzir"
Eu falei- Pandora: Pode beijar a noiva.
A Ana Seerig sobre a Série "A mediadora"

Como de praxe deixo aqui os links para quem se interessar!


Download: CLIQUE AQUI