quinta-feira, 4 de julho de 2013

"O recado do Espedito!" ou "Os pirangueiros nunca esquecem!"


Espedito é um amigo de longa data, estudamos na mesma escola e vivemos algumas aventuras ao longo do ensino médio... Eu sempre tagarela, emotiva, complicada... Ele sempre centrado, assertivo, descomplicado e pirangueiro.
Pirangueiro: adjetivo comumente usado no Nordeste do Brasil, pessoa de mão fechada, pão duro, econômico, da tchau com a mão fechada, Espedito Lourenço.
A foto acima é a memória de uma noite na qual, segundo ele, eu e uma turminha de meninas da igreja o levamos a falência em uma pizzaria. Obviamente eu me ofereci para pagar minha parte e ele insistiu em pagar a conta sozinho o que na minha opinião torna essa história da falência uma mentira deslavada. Mas, apesar de estarmos em desacordo em relação a noite na pizzaria, eu adoro essa foto.

Falando da pãodurice  mitológica de Espedito acabei lembrando da minha época de Rumo a Universidade - um pré-vestibular destinado a alunos da escola publica estadual - nessa época nós ganhávamos uma pequena ajuda de custo de R$ 50,00 que eu gastava em tempo recorde, e ele? Bem... Era tão econômico que eu não me surpreenderia se ele contar que abriu uma poupança com aquele dinheiro e no final do curso comprou a casa própria, o carro do ano ou coisa do gênero.

Aliás, foi por essa época de pré-vestibular que peguei o livro de geografia do Espedito emprestado e... Bem... Nessa época eu já era um ser completamente voador, com problemas no ombro esquerdo e capaz de esquecer até meu nome o que se dirá de um pobre livro de geografia?!? Uma pessoa gentil se compadeceu de mim e pediu para segurar meus livros no ônibus lotadíssimo que eu costumava pega... E bem[2]... quando chegou minha parada eu desci e fiz o meu primeiro bookcrossing da vida...

E bem[3]... isso faz 10 anos, quem lembra do que aconteceu há 10 anos atrás néh???

Pois é, os pirangueiros lembram... Por esses dias sem querer o Espedito chegou a esse bloguito e olha o recado que ele me deixou:

"Oi Jaci! Ou melhor, Pandora!
Fiquei muito feliz por ter lido um artigo no seu blog, ele relatava que tudo que você construiu ao longo da sua vida foram livros, são tantos que já formam uma biblioteca.
Que bom! Lembra que você ainda me deve uma biblioteca inteira:
livro de geografia x anos x juros x correção monetária = tudo que Jaci construiu ao longo da vida."
(Espedito Lourenço - grifos meus)
_________________

P.S.: Esse texto foi publicado com a devida autorização do Espedito, antes de postar mostrei a ele e pedi autorização para publicar e usar nossa foto.

16 comentários:

  1. Kkkkkk


    Amo essas histórias de verdade. Feliz de quem tem boas lembranças pra compartilhar. Amei!

    Beijos!


    Selma

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  2. kkkk Muito divertido. É sempre bom lembrar dos velhos amigos! Rapaz, depois de tanto tempo, ele ainda te cobra por um livro de Geografia? Eu no lugar dele agaceceria, e teria era pagado a você para levar este livro embora da minha vida! kkkk Abraços!

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  3. Olá
    adorei seu blog :)
    muito bom lembrar de coisas do tempo de colégio :)
    beijus

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  4. kkk, os pirangueiros tem memória boa para esses casos, sorte ele não ter te lembrado que tinha pago a conta na pizzaria, já pensou?

    Bjs,

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  5. Ahahahahah,o Espedito tem memória de elefante.Vixe!
    O bom é que lembranças assim fazem enorme bem à nossa alma.

    Bjo,Pandora, e obrigada pelo carinho lá no blog.
    Calu

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  6. kkkkkkkk Que post mais gostoso!!
    Amei o recadinho dele..

    Ai Pandora, essas lembranças são as melhores de nossas vidas né?
    Menina, me bateu uma saudade agora de um amigo que estudou comigo, na 7°, 8° série, e 1° e 2° ano do ensino médio, que na minha época a muitos e muitos anos atrás se chamava "2° Grau" kkkk
    Francisco Flávio o nome dele, mas só o tratávamos de Chiquinho... Foi meu amigo, meu confidente, meu parceiro, estava comigo sempre, me incentivando, me protegendo.. porque eu me sentia assim quando estava com ele..
    Quantas vezes eu confidenciei meu amor impossível pelo irmão dele, que era o garoto mais lindo da escola.
    Eu sabia que não tinha a mínima chance.. porque quando eu estava na 7° com meus 13 quase 14 anos, o irmão dele já estava se formando, quase indo pra faculdade rss
    Quantas e quantas vezes ele ouviu meus lamentos..
    Matávamos aula de matemática, e íamos para lanchonete comer coxinha com muito molho de pimenta.. e ríamos quando tínhamos que correr do diretor..
    Foram anos maravilhosos ao lado do meu grande e melhor amigo..
    No último ano o Chiquinho mudou de cidade com os pais.. e foi algo muito triste..
    Como senti falta dele, e de nossas conversas.
    Nos perdemos por anos..

    Quando me separei em 2008, por acaso encontrei o Chiquinho no Orkut.. conversamos, nos falamos por telefone, e marcamos de nos ver, foi um encontro super lindo, eu, minhas filhas, que já estavam feias de ouvir minhas histórias com o famoso Chiquinho.. e minha ex-cunhada e melhor amiga.. que também estudou conosco no último ano em que estudamos juntos..

    Conversa vai, conversa vem, matamos saudade, rimos..
    O Chiquinho estava lindo.. Acho que nunca tinha percebido o quanto meu amigo era lindo rssr
    No momento da despedida, ganhei um abraço que nunca vou esquecer, e uma declaração que me deixou com as pernas trêmulas rsrs

    "Eu sempre gostei de você, não como amiga, pena que você só tinha olhos para meu irmão!"

    Olha.. eu juro pra você que naquele dia, eu perdi o chão rsrs

    Depois disso nos falamos poucas vezes, a noiva dele era muito ciumenta, e achei melhor não ficar próxima dele.
    Mas o Chiquinho vai viver pra sempre nas minha melhores lembranças..

    Me perdoa o tamanho do post minha linda.
    Mas seu texto foi tão gostoso de ler.. trouxe lembranças tão lindas..

    Um beijo e uma tarde super especial viu?

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    1. Sheila, uma delicia seu comentário fiquei aqui vendo as cenas que você descreveu e vivendo cada uma delas com você!!! Realmente as nossas memórias de escola são maravilhosas, são anos tão bons que se a gente soubesse aproveitava mais... viviam mais e se estressava menos!!!

      Obrigada por compartilhar comigo suas lembranças!

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  7. Hahahaha! Já valeu minha sexta-feira!

    Todo mundo tinha que ter um amigo Expedito na vida, porque uma coisa é ser pão duro,a outra é conservar o bom humor...

    A parte do bookcrossing eu ri alto, rsrs, imaginei a cena de quando veio a percepção de que algo ficou pra trás, nossa! e o pior é de que ele ainda guarda a lembrança.

    POst delicioso,a gente lê sorrindo.

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  8. Pirangueiro - não conhecia e amei a sua história. Aqui em Minas usamos ridíco. É o murrinha, muquirana, pão duro. O interessante é que pode ser adjetivo, substantivo ou até verbo. "Ele só sabe ridicar. Ele é ridico. Fica aí ridicando tudo". Esta nossa língua é fantástica...

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  9. Oi, Pandora!
    E eu ia lhe perguntar se ele lia o seu blogue, pois a maioria dos homens que conheço, odeiam que lhe chamem de pão-duros. Taí um termo que não conhecia... pirangueiro!!
    Dizem que temos que emprestar os livros, já sabendo que eles não mais irão voltar. Eu deveria de saber disso bem antes, antes de ter emprestado um livro que fazia parte de uma coleção e, pior, achei que o livro era da casa, mas era da minha irmã. Ela sempre me lembra desse livro.
    Bom fim de semana!!
    Beijus,

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    1. Luma, antes de publicar mostrei o texto a ele e ele permitiu a publicação e ainda riu a beça dessa história.

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  10. Pandora:
    O Espedito, nem era tão mão fechada, afinal te emprestou o livro de Geografia, rsrsrsrsr.
    Se bem que, por outro lado, a pão-durice dele, pelo visto é proporcional a memória de elefante, rsrsrsrsr.
    Brincadeiras á parte, vim te avisar que tem uma TAG esperando por você lá no meu blog.
    Passa pra conferir, ok.
    Mas sinta-se totalmente á vontade pra responder ou não.
    Bom domingão.
    Bjs.:
    Sil

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  11. kkkkk, pelo que se vê uma vez pirangueiro sempre pirangueiro. Diz para ele que o livro de geografia está fazendo a felicidade de outros por aí, risos
    bjs
    Jussara

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  12. direito de resposta, jaci se eu fosse realmente pirangueiro não teria pagado a conta do restaurante, muito menos teria te emprestado o livro. conclusão sou apenas uma pessoa muito econômica.

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