sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Saudade da paixão possível...

Faz tempo, ou melhor, parece fazer muito tempo desde a ultima vez que me sentir apaixonar por alguém minimamente possível e repentinamente me bateu uma saudade da paixão.

Os historiadores que trabalham com fontes orais, tipo entrevista por exemplo, dizem que as memórias são altamente inexatas, a gente não lembra do que ocorreu, nós lembramos apenas da lembrança do que ocorreu. Assim quando lembramos da dor dente, não é especificamente da dor de dente que lembramos e sim da lembrança dela e isso ocorre com tudo. Afinal sistema nervoso nenhum aguentaria reviver exatamente cada memória.

Bem, talvez eu esteja com saudade da paixão porque faz tempo e o tempo levou as más sensações que costumam acompanhar esse sentimento. Lembro apenas da sensação de completude de estar junto de quem gostamos, da alegria de ver, ouvir, sentir o outro... De correr para encontrar, de encontrar... de apreciar o silêncio...

Aliás, a paixão é uma coisa que me deixa estranhamente muda, não sei se de emoção ou porque eu sempre me apaixonei por pessoas dadas a calmaria com tendencia a ficar caladas perto de mim nos momentos a sós. Bem, os motivos não são claros, mas quando me apaixono tenho a desagradável tendencia de perder a fala e descobrir a semente da timidez. Logo eu tímida!!! Isso é tão absurdo!!! Mas o amor é mesmo o reino do absurdo, do caos, do pânico e da paz dentro de tudo isso.

Por esses dias estive lendo um livro chamado Yume, o universo no qual a história foi construída remete ao rock, ao sonho e a cultura pop japonesa. Um dos personagens me fez lembrar minha paixonite adolescente por  um roqueiro com nome de czar.

O roqueiro foi, e talvez ainda seja para a esposa dele, uma pessoa boa de se gostar. Apesar de sempre saber de meus sentimentos nunca pressionou, pediu algo ou me azucrinou os sentidos com cobrança alguma... Entre as dadivas de amar homens calmos e corretos está o fato deles nunca encherem o saco, se aproveitarem de você ou espalharem boatos por ai. #EuAconselho.

Da ultima vez que nos vimos, a beira dos trinta aninhos, casado e pai de um menino fofo, estava bem cabeludo, um alargador em cada orelha, camisa de banda e tatuagem de samurai muito bem feita arrematava o visual. Algumas pessoas ficaram olhando enquanto ele me dizia sorrindo largamente a frase de sempre: "Você não mudou nada Jaci!".

Eu me pergunto, o que ceus uma adolescente membro de uma comunidade evangélica altamente conservadora, fazia apaixonada por um amante do rock. E sim, existem amantes do rock que não fazem absolutamente questão de aparentarem isso, como a descrição acima demonstra, não era e não é o caso de minha paixonite adolescente.

A incoerência era tanta que uma vez ele me comparou com a Miyazawa Yukino de Karekano, segundo ele eu aparentava uma coisa e era bem outra. Só fui assisti Karekano alguns anos depois da observação do roqueiro com nome de czar e até hoje não consigo descobrir se foi um elogio, critica ou os dois.

Enfim, apesar da nostalgia advinda das memórias é bom lembrar desses dias. As lembranças me deixam saudosa, mas de uma forma positiva... Amores foram que venham outros maiores, melhores e mais duradouros.

E sim, coração da próxima vez que você se interessar por um amante do rock seria pedir demais que seja um carinha que goste de rock gospel?!?! :)

15 comentários:

  1. Curioso, certa vez me senti assim, tanto que até postei no Twitter e caiu no site do Pensador (aquilo não era pra cair! ahah) onde eu dizia sentir falta de me sentir apaixonado (não confundamos paixão com amor, paixão parece-me muito mais emocionante), falta de me sentir vivo. Portanto, entendo perfeitamente seu post.
    Tem rock gospel legal, white metal, eu conheci o Bride e gostei. :)
    Jars of clay, embora seja pop rock tampouco é ruim.
    Mas penso que gostos musicais são de menos, basta cada um ter o bom senso de usar fones de ouvido. ahahaha.
    Há coisas muito maiores que nos complementam, embora, claro, afinidade com música ajude muito. Mas a prova de que o rock não mudou o caráter deste seu ex, está aqui, neste post. (depois você vai ver o que uma pessoa fez comigo e uns parceiros góticos no Facebook quando ler meu último post ¬¬´)

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    1. Eu acho que vc se declarou pra jaci Christian rsss

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    2. O problema não é o gosto musical o problema é quando até a bibliotecaria da escola chama você no canto para conversar a respeito "desses meninos" com os quais vc começou a andar.

      As vezes eu acho Christian que as pessoas não gostam de ver pessoas diferentes muito próximas, da agonia visual nelas e elas começam a implicar e serem simbolicamente violentas.

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    3. Ahahaha, não conhecia este lado troll da Alê.
      A sério Pandora, se você for ligar até para o que uma bibliotecária pensa de seu relacionamento, é porque a coisa tá séria.

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  2. Com todo o "estrago" que uma paixão pode fazer ( especialmente quando acaba ), prefiro ficar com seu lado altamente construtivo!
    E é muito bom recordar os bons momentos de uma paixão. Beijo

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  3. Eu me lembro bem a ultima vez que realmente me apaixonei e me lembro o quanto foi bom, mesmo com toda a dor de ter me apaixonado por um homem casado. Durou pouco, 8 meses, mas foi de uma intensidade que os cinco anos de casamento que tive, posteriormente com outro homem, não teve 1 /10 da intensidade dessa paixão. Simplesmente depois desse homem, nunca mais me apaixonei por ninguém, eu me interesso por um tempo e depois perco o interesse. Fiquei estranha, fria, disso não gosto. Gostaria de me apaixonar novamente por outro homem como foi com aquele.

    Beijocas

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  4. Eu andei uma época assim. Não foi uma boa época porque acabei gostando de um qualquer só pra sentir akela sensação boba da paixão. Mas acho que gostar de alguém faz falta mesmo, porque quando temos sentimentos pelos outros nos sentimos mais vivos né? Só temos que deixar de pensar nessas coisas toda hora porque o que é nosso tá guardado. beijos!

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  5. Eu não tenho boas lembranças de nenhum dos caras por quem me apaixonei. Acho todos horríveis, não só por todo o sofrimento que vem junto do amor, mas também porque quando acaba só me lembro dos defeitos. A não ser o último que ainda não acabou totalmente e que, talvez, seja um tipo de amor diferente dos outros. Mas a verdade é que, pra mim, o amor e a paixão só são bons mesmo nos livros. Que bom que você tem boas recordações.
    Beijos, Nadia

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  6. Adorei, Jaci! Gostei muito da comparação com a história (ah, os historiadores...). Se apaixonar é isto mesmo, né? É este não saber explicar, não saber dizer. Lembro de quando me apaixonei, de quando senti aquele frio da barriga e pensei "estou ferrada". E sobre os homens calmos, concordo plenamente!

    Beijos! :)

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  7. Jaci, tava lendo umas coisas e me veio à cabeça que vou parar de comentar seus posts sobre relacionamentos e sentimentos. Estou numa fase tão pessimista que devo estar uma chata hahaha. Credo, olha meu comentário! hahaha
    Beijo

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  8. Não me sinto mal falando não, adoro falar rs. Só me achei ridícula e chata rsrs.

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    1. Você não é chata ou ridícula é apenas franca, não está agredindo ninguém, apenas se expressando fica livre para se expressar... Esse blog é uma caixa você, eu, qualquer um que queira pode chegar e guardar aqui suas opiniões sem problemas... Mesmo que nós discordemos não tem problema, aqui é para desabafar mesmo... Eu acredito que o silêncio é uma forma de tortura então falo nesse blog o que penso e aceito ouvir o que os outros pensam também.

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    2. =) Fofa! Vou continuar falando então rs.

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  9. Bom assim, recordar sem dor, só as coisas boas...
    Beijinho e tudo de bom...

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  10. tenho saudades de paixões que deram cero. Quando digo deram certo me refiro a paixões que me fizeram feliz. Nada nesta vida é eterno, e não tem que ser eterno,imagine um tormento ser eterno, é ruim hein?. Então nem a felicidade é terna, na minha opinião, não existe felicidade plena, existem momentos felizes. E essas paixões que deram cero foram as paixões que vivi intensamente, eternamente enquanto duraram. Tenho saudade delas. Quero encontrar outra paixão assim. Quem sabe?
    A última paixão me fez sofrer demais, durante o tempo todo. Ainda estou sob os efeitos dela. Gostaria de ser como gente que não precisa mais que quinze dias(ou menos!) pra esquecer uma paixão, não vou dizer sentimento, porque sentimento mesmo não é em quinze dias que desaparece. O que desaparece em quinze dias (ou menos) não é sentimento. Sentimento é algo bem mais forte, mas profundo, paixão é só química.
    Não sei se fui clara, se o texto está confuso.

    Perdão pelo desabafo.

    um beijo.

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