quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mexendo em coisas antigas e reencontrando Clarisse!

Amanhã vai acontecer um Seminário lá na UFPE sobre a comemoração do aniversário de 50 anos do Movimentos de Cultura Popular (MCP), eu pretendo ir e se alguém que mora em Recife quiser ir também pode conferir mais informações aqui.

Como a inscrição é um livro didático, paradidatico, literatura e por ai vai, acabou que em busca de um livro desses eu fui mexer em minhas coisas, fuçar entre os meus livros algo para doar e entre os impressos achei esses caderninhos...


Essa semana falei sobre eles ai acabei tendo vontade de mexer, de cutucar de vê que cargas d'água eu escrevia, me reencontrar com a aborrescente que eu fui nos anos de 2001 e 2002...

E no final foi engraçado constatar que eu ainda escrevo as mesmas coisas que eu escrevia nessa época sobre mim, em 26 de Outubro de 2002 eu escrevi: "Eu sou comum como todas as pessoas...", qualquer semelhança com minha atual descrição no perfil é mera coincidência, faz anos que não mexo nesse caderno.

Puts, eu já gostava de citar Fernando Pessoa:

"O Universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso"

Lia Milan Kundera e para minha eterna vergonha escrevia poesias muito bobinhas. Gente como eu esqueci que conhecia Gabriel Garcia Marques, pois é, nem eu lembrava, mas com 16 anos não só li como copiei no caderno:

"Sempre me havia atormentado o medo de que o avião caísse, mas desta vez consebi um medo novo: o medo espantoso de que o avião ficasse no ar para sempre."
(Gabriel Garcia Marques)

Até hoje adoro essa citação, mas não lembrava que era dele, me identifico e sofro desse medo até hoje de diferentes formas.

Ah, algo diferente é que eu escrevia sobre o conteúdo dos meus sonhos/pesadelos, coisa que hoje não faço mais nem que me paguem, assim como não escrevo poesia nem sobre tortura srsrsr...

Também me pergunto que Diabos minha mãe estava fazendo que não via esse tipo de leitura na minha mão, pelo amor de Deus isso é coisa que uma adolescente leia? Cadê a literatura de mulherzinha, a Série Vaga-Lume e os paradidáticos da vida?

Mas, de todos os reencontros o que mais me surpreendeu foi o que tive com Clarisse, não a Lispector que é com c e não com dois ss, mas a da música de Legião Urbana, eu adorava essa letra, mesmo sem nunca ter ouvido a música, li ela em algum lugar e copiei em uma sexta-feira da vida, ainda consigo recitar a maior parte da letra, vivia com ela na cabeça...

Agora estou ouvindo ela e é de fazer qualquer um chorar...

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PS.: No meio de todas as lembranças eu fico pensando que devia ter lido menos e beijado mais... deixo o video, ele tem cenas do filme "Eu, Chritiane F.", não vi o filme, mas li o livro e definitivamente devia ter lido menos e namorado mais. Ah, sobre não ter ouvido a música, não estranhem, não sou mesmo musicalizada!

8 comentários:

  1. Eu li Cristiane F. e vi o filme. Isso foi numa época muito autodestrutiva e retirei do livro algumas misturas de drogas que se encontrava na farmácia, Usei e me viciei sério.

    Ainda bem que isso é passado para mim. Mas não é passado para muita gente.

    Beijocas

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  2. Gostei muito do "medo de avião" do Gabriel Garcia Marques.
    Mais um texto agradável de ser ler.

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  3. Pois que bom, agora é só continuar!!
    Bj

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  4. Querida, para mim sempre devemos beijar mais, rs
    bjs
    Jussara

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  5. Olha, na hora em que li seu post, me identifiquei na hora, pois também gosto(salvo algumas exceções) e escrevo sobre as mesmas coisas de que gostava em minha adolescência... Li o livro e assiti ao filme Cristiane F, sempre gostei e amo Fernando Pessoa, Gabriel Garcia Marques, Clarice Linspector entre outros e sempre beijei muuuuuuuuito. Aliás beijo muito até hoje, e também leio agora mais do que antes. Adoro! Acho que nasci pra isto!
    Bom seminário!

    Beijos e bye,

    Rita Barroso

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  6. Oi Pandora, ao contrário de você li muito literatura mulherzinha, muita mesmo,série Vaga-lume e todos os paradidáticos.
    Também beijei pouco, mas acho isso bom. Na adolescência quando se beija muito pode-se fazer neném.
    Agora estando mais velhinha, vai poder beijar muito e de forma mais consciente das consequências.
    Bjs

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  7. Oi
    Encontro de blogueiras em Recife para 28/05
    Vê se vai dessa vez visse!

    Beijos

    Ah, não se arrependa não. Ler é sempre bom

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  8. É bom nos encontrar com anotações antigas, sabe que eu não conhecia essa música? E eu fui muito fã de Legião Urbana...
    Não li Cristiane F. porque achei que ia me deixar muito mal eu que já não sou muito boa... hehehe!!
    E hoje eu tô aqui ouvindo Clarisse com vontade de chorar...
    Beijos!!

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